Peter (AG), Gwen e Peter (TH) voltaram para a casa da tia May e se depararam com Peter (TM) sentado na mesa, tomando café com um sorriso enquanto assistia televisão despreocupadamente. Dava para ver o traje preto por baixo da roupa. Ele se voltou para os três ainda sorrindo e eles sentaram ao lado dele. Depois do episódio que aconteceu mais cedo, eles tinham receio de falar com ele, principalmente Gwen que não queria mais escutar que era apenas uma distração ou que estava ocupando espaço. Não daria certo assim.
— O que está vendo? — Peter (TH) questionou, achando um jeito de puxar assunto.
— Nada demais. — Ele deu de ombros. — Últimas noticias sobre o Homem Areia, alguns roubos sem importância e o Harry ameaçando o Homem-Aranha em rede nacional, acho que isso está sendo transmitido internacionalmente.
— O quê? — Peter (AG) quase engasgou.
— Isso, ele prometeu expor a verdadeira identidade do Homem-Aranha e mostrou o que aconteceu com ele, o que eu fiz. Coitadinho, quase me fez acreditar.
Gwen voltou o noticiário gravado para a parte em que Harry falava e viu como ele estava. Seu queixo caiu ao ver as pontas das cicatrizes embaixo do esparadrapo. Algumas horas atrás ele estava bem e agora seus olhos estavam vermelhos enquanto falava, segurando as lágrimas de ódio.
— Minha nossa. — Gwen colocou as mãos sobre a boca. — O que fez com ele, Peter?
— Não é nada que ele não mereça. — Peter (TM) olhou para o outro (AG). — Era o que você deveria ter feito.
— Heróis não matam pessoas — Gwen falou. — Eles fazem justiça e isso não está nem perto de justiça.
— Quem disse? Você tem um manual de heróis?
— Com grandes poderes vem grandes responsabilidades, já deveria saber disso. — Peter (TH) balançou a cabeça.
— É agora que começa aquele papo motivacional? O que acham de darmos as mãos e fazer uma oração?
"Eu sei quem é o Homem-Aranha e em breve todos saberão! Ele não é o herói aqui, ele fez isso comigo e é um perigo para a sociedade!", era o que Harry dizia na televisão, cercado de jornalistas e fotógrafos.
Gwen soltou um suspiro e mordeu o lábio inferior para não dizer o que queria.
— Bom, se já acabaram, eu vou ao clube de jazz com a Gwen. — Ele se levantou, pegando o casaco. — Até mais.
— Mas e a Mary Jane? — Peter (TH) perguntou.
— O que tem?
Ele saiu antes de receber uma resposta, flutuando sob os próprios pés com um sorriso no rosto.
Ned e MJ entraram em seguida, carregando consigo as anotações que conseguiram sobre o simbionte.
— Onde está a Mary Jane? — Gwen perguntou.
— Ela foi trabalhar no clube de jazz — MJ respondeu. — Achamos melhor voltar porque eu acho o pai dela meio estranho, sei lá.
— Ah, meu Deus — Peter (TH) lamentou.
— O quê?
— O Peter vai levar a Gwen de propósito — Peter (AG) falou.
— Acho que vamos para o jazz. — Ned sorriu animado.
Não tinha como os cinco irem juntos em um táxi até o jazz, então tiveram que ir andando. Por sorte, não era tão longe, mas Gwen prometeu a si mesma que assim voltasse para sua realidade tiraria a carteira de motorista e mandaria uma carta para Oxford.
— Vamos nos divertir hoje! — Ned puxou Peter (TH) e MJ pela mão ao entrar no clube. — Estamos de férias e merecemos!
— Não estamos de férias! — Gwen lembrou rindo.
Eles sumiram no meio das pessoas, enquanto Peter (AG) e Gwen ficaram em um canto, procurando Peter (TM) com os olhos. Ele estava sentado em uma mesa no centro, exibindo Gwen (BD) como se ela fosse um troféu, e Mary Jane servia as mesas sem ver eles.
— A Mary Jane ama ele, não merece isso — Gwen comentou.
— Ele também ama ela, dá para ver.
— Mas a Gwen também gosta dele. Talvez ele goste um pouquinho dela.
— Ao contrário do que a crença popular diz, dá para amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo — Peter (AG) respondeu, olhando para ela. — Existe mais que uma alma gêmea.
Peter (AG) parecia ter saído de um livro de romance e fantasia escrito por uma mulher apaixonada. Enquanto seu amigo era inteligente, leal e engraçado, ele era forte, protetor e apaixonante. E enquanto Peter (AG) parecia ter sido escrito por uma mulher, Gwen parecia ter sido escrita por um homem que estava em busca de amor, mas ainda não sabia muito bem como chegar ao seu objetivo. Na cabeça dela, isso bastava e era suficiente.
— Talvez demore para a confusão começar, podemos nos divertir enquanto isso. — Peter (AG) puxou a mão dela. — Vamos aproveitar o tempo que temos.
Porque ele vai acabar um hora ou outra.
Eles foram para o centro do pista e se abraçaram, movimentando os corpos de acordo com a música lenta. Ninguém estava olhando para eles, era só eles juntos e sozinhos. As luzes coloridas que piscavam no ambiente iluminavam o rosto de Gwen para que Peter visse como ela estava feliz.
Gwen tinha medo de perguntar se ele ainda queria trazer Gwen de volta. Quer dizer, eles poderiam ser felizes juntos, não poderiam?
— A Mary Jane vai cantar — Peter (AG) avisou, parando de dançar, mas mantendo as mãos na cintura de Gwen.
Mary Jane estava radiante e animada lá em cima, até Peter (TM) chamar a atenção de todos ao tocar piano.
— Essa não. — Gwen mordeu o lábio inferior.
Ele não deixou Mary Jane cantar, simplesmente roubou toda a atenção subindo em cima do piano e pulando sobre as mesas e bancadas do clube.
— Alguém precisa parar ele — ela falou.
— Ele vai surtar.
Peter (TM) parou de pular sobre as mesas e foi até Gwen (BD), puxando ela para uma dança. Dava para ver no rosto de Mary Jane a tristeza e fuga que procurava com os olhos. Gwen não sabia se deveria ir até ela, por isso ficou em seu lugar.
— Coitada da Mary Jane. — Gwen enterrou seu rosto no peito de Peter (AG) para não ver.
— Ele não vai fazer isso... — Peter (AG) balançou a cabeça negativamente.
Ela olhou e viu ele girando Gwen (BD) até parar na frente de Mary Jane, mantendo os olhos nela por tempo suficiente para indicar que aquilo era por ela.
— Você fez isso por causa dela — Gwen (BD) falou, se afastando, então olhou para Mary Jane. — Me desculpe.
— Gwen! — Peter (TH) correu atrás dela junto com Ned.
— O que ele vai fazer? — Gwen se soltou de Peter para ir atrás dele.
— Não. — Ele segurou sua mão. — A Mary Jane precisa de você, enquanto eu falo com o Peter.
Gwen foi até Mary Jane que correu para o outro lado do salão, se apoiando na bancada do bar com os olhos queimando em lágrimas.
— Mary Jane — Gwen chamou, abraçando ela.
— Eu estou bem. — Mary Jane sorriu.
— Mary Jane. — Peter (TM) foi atrás dela, tentando tocá-la.
— Sai daqui! — Ela afastou ele.
Gwen olhou para Peter (AG) sem saber o que fazer e ficou ao lado da amiga.
— Ei, cara, sai daqui. — O segurança empurrou ele (TM) para fora.
Com um movimento rápido, Peter (TM) empurrou o segurança e derrubou Mary Jane quando ela tentou separar os dois.
— Me desculpe — ele pediu, se abaixando para tocá-la.
— Eu não quero mais ver você — ela disse com voz dura.
— Vai embora, Peter! — Gwen falou, ajudando a outra se levantar.
— Vamos — Peter (AG) chamou. — Temos que conversar.
— Tudo bem? — MJ tocou o braço de Mary Jane, vendo os dois saírem dali.
Levando o outro para fora do estabelecimento, Peter (AG) se obrigou a colocar o traje quando o amigo tirou o terno e andou pelas ruas com o traje escuro, balançando a cabeça com desaprovação e xingando baixinho.
— Peter — ele (AG) chamou, tentando alcançá-lo.
— Me deixe em paz! — Peter (TM) gritou, empurrando ele.
— Oi! — Um homem correu até eles com uma câmera na mão e um sorriso. — Eu amei a parceria de vocês. Posso tirar uma foto? O idiota do Peter vai morrer de inveja.
— Quem é você? — Peter (AG) perguntou.
— Eu sou Eddie Brock, trabalho para J.J Jameson e eu preciso de uma foto para ter o meu emprego de volta.
— Se foi despedido é porque é incompetente — Peter (TM) respondeu.
— Como é? — Eddie perguntou.
— Nos dê licença, por favor — Peter (AG) pediu, afastando Eddie.
Porém Eddie não se afastou, continuou tirando foto e incomodando com o flash.
— Uma pergunta — ele falou —, como surgiu três Aranhas, vocês combinaram isso? E a mudança da cor do traje foi proposital para se diferir dos outros? Harry Osborn afirma conhecer um de vocês, qual a ligação com ele? Vocês são mesmos criminosos disfarçados de heróis?
Sem paciência, Peter (TM) puxou a câmera dele com uma teia, quebrando ela na parede em seguida, então jogou Eddie no chão.
— Homem-Aranha! — Peter (AG) chamou, empurrando ele para longe.
— Se não sair do caminho do Homem-Aranha, eu juro que vai ter o mesmo tratamento que Harry Osborn! — Ele (TM) ameaçou, apontando para o homem no chão.
Peter (TM) saiu de lá tão irritado quanto antes, escalando a torre da igreja sem olhar para trás.
— Tudo bem? — Peter (AG) ficou e ajudou o homem a se levantar.
— O seu parceiro é louco! — Ele falou, batendo o pó da roupa.
— Eu sinto muito por isso, ele não é assim é só uma péssima hora.
— Harry Osborn está certo, vocês são criminosos e não são os heróis aqui!
— Não somos criminosos, só queremos ajudar. — Peter (AG) suspirou. — Mais uma vez, sinto muito pelo o que aconteceu!
Deixando Eddie catando os pedaços da câmera destruída, Peter (AG) correu para alcançar o outro, e escalando a torre do sino ele viu Peter (TM) sentado no chão em silêncio.
— Tem algo errado, você sabe — ele (AG) disse, sentando ao lado do outro.
— Eu sei — concordou. — Não sei como parar isso, a Mary Jane me olhou como se eu fosse um monstro.
— É o traje — Peter (AG) explicou. — Descobrimos que é um hospedeiro, ele altera suas emoções. Precisa tirar ele.
— Eu não consigo, é como se tivesse grudado em mim.
Colocando as mãos no traje e puxando com força, Peter (TM) tentava arrancar aquela cola, mas a cada vez que parecia estar saindo, a matéria se reconstruia e voltava ao lugar. Indo até o amigo, Peter (AG) ajudou a puxar e caiu com a força que fez.
— É impossível! — Peter (TM) gritou, batendo a cabeça no sino.
Como se o som estridente fosse um veneno, a simbionte se separou do corpo de Peter (TM), tomando uma forma própria com dentes, para voltar ao lugar depois.
— É isso! — Peter (AG) se levantou.
— Eu faço isso sozinho — Peter (TM) garantiu. — Peça desculpas a Mary Jane por mim.
Do outro lado do bairro, todas as pessoas presentes no jazz olhavam para Mary Jane que limpava algumas lágrimas que escorriam, constrangida por tudo o que havia acontecido.
— Vamos embora — ela chamou.
Um barulho ensurdecedor invadiu o ambiente e o teto desmoronou, jogando Gwen para o chão. As pessoas gritavam e corriam antes que tudo cedesse, mas muitas pisoteavam e caiam uma sobre as outras ao respirar uma fumaça verde e ácida, que queimava a garganta de Gwen e a impossibilitava de enxergar qualquer coisa pela frente a não ser suas próprias mãos.
— MJ, Mary Jane! — Gwen gritou, sentindo a pele do joelho rasgar ao rastejar sob os escombros.
— Gwen! — MJ gritou.
MJ parecia estar tão longe dela, seu grito era abafado e distante, ela não sabia aonde a amiga estava e a poeira entrava seu olho, a obrigando a fechá-los novamente.
— Socorro! — Mary Jane gritou o mais alto que pôde. — Gwen!
— Mary Jane! — Ela se levantou em um pulo, abrindo os olhos com dificuldade.
Mas já era tarde, tudo ficou silêncio a não ser pelos gemidos das pessoas caídas no chão e Gwen gritando por Mary Jane e MJ.
— Peter! — Ela gritou por ele, mas nenhum dos três estavam ali.
Ela estava sozinha e não sabia aonde suas amigas estavam.
— Eu vou chamar uma ambulância — ela disse a todos, tropeçando ao andar. — Se acalmem!
Uma risada alta paralisou seu corpo e acelerou seu coração ao sentir o vento frio passar por ela. Era o Duende Verde, ela sabia, e sabia que ele estava com suas amigas.
— É mais fácil matar uma garota que sangra e quebra facilmente, do que uma que se cura rapidamente e solta teias por aí — ele disse próximo ao ouvido dela. — Nesse caso duas garotas.
— Vai se arrepender se fizer algo a elas — Gwen falou com voz firme. — Eu não vou descansar até acabar com você!
— Que medo. — Ele soltou uma risada.
Ela soube que ele foi embora quando o vento passou novamente por ela, balançando seus cabelos.
Gwen conseguiu sair daquela atmosfera empoeirada e de gritos, então olhou como ficou o clube que minutos atrás estava em pé. Agora, as pessoas caídas e outras correndo para fora era um cenário catastrófico.
Ela pegou o celular com mãos trêmulas e tentou digitar o número dos bombeiros, mas não conseguia pensar com aqueles gritos e pedidos de socorro.
— Peter! — Ela deixou o celular cair e correu até ele, gritando pelo seu nome.
— O que houve? — Peter (AG) segurou os braços dela assustado por vê-la daquele jeito.
— O teto desmoronou — ela explicou rapidamente, com voz embargada pelo choro —, o Duende Verde pegou a Mary Jane e a MJ. Precisamos ajudar essas pessoas.
— Tudo bem, respira. — Ele abraçou ela, a fazendo fechar os olhos para se acalmar. — Vamos ajudar essas pessoas, mas preciso que se acalme primeiro.
— Peter — ela chamou em choque, agarrando a camiseta dele.
— Heroínas não se desesperam, elas salvam pessoas. — Ele fechou os braços envolta dela. — Pense em como a Viúva Negra agiria.
Ela concordou, limpando as lágrimas, pronta para ajudar quem gritava por socorro, então ele correu para o clube destruído. Gwen só não sabia se conseguiria ser uma heroína.
vadi4s, vocês viram que dá pra reagir nos parágrafos com figurinhas?
eu tô passada, não sabia. Vi uma menina comentando e fui testar. Fiquei dois meses fora e o wttp tá super evoluído que isso? Só eu não sabia?