SINA Ʊ JASPER HALE (+18)

By DudaLSC

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⋗ Onde o destino leva uma guerreira a Forks e um certo vampiro não consegue tirá-la da cabeça. (+18) enemies... More

SINA
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
SINA - LUA NOVA
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
SINA - ECLIPSE
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36

Capítulo 1

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By DudaLSC


Há 4 meses atrás, ela estava no Deserto da Arábia debaixo de um Ptolemaeus. O gigante escorpião de areia tentava ferroar sua cabeça e a guerreira desviava da melhor forma possível. Ela conseguiu cortar sua calda fora, mas suas garras quentes a agarravam, trazendo-a em direção as suas quelíceras que babavam veneno. Com um movimento rápido ela girou sua espada, cravando-a no crânio do escorpião. Com um baque abafado ela caiu de cara na areia fervente do deserto ao lado do monstro estrebuchando.

Então, sim, era possível dizer que Alexandra sentia-se feliz em estar em um lugar frio, para variar.

Ela fechou a porta do carro com um suspiro, carregando a última caixa para dentro da nova casa. Trancando a porta, ela se joga no sofá da sala. Ela tira o mapa de Hermes do bolso e o encara pelo que parecia a décima vez nos últimos 15 minutos. A cidade chuvosa de Forks ocupava o centro do pergaminho, com apenas duas localizações nomeadas.

A primeira era a Residência dos Swan. Depois de algum tempo de pesquisa Alexandra descobriu que Charlie Swan, o chefe da polícia local, e sua filha, Isabella Swan, moravam juntos na modesta casa. A adolescente tinha acabado de se mudar. Por esse motivo Alexandra se encontrava deitava no sofá da casa ao lado da Residência dos Swan.

A segunda localização era da escola Forks High, a qual Alexandra, de forma relutante, já havia se matriculado. Amanhã seria o primeiro dia de Alexandra e de Isabella Swan, e ela pretendia descobrir o que havia de especial naquela garota humana. Mas hoje ela dormiria. Ficaria descansada para o que quer que Isabella Swan havia reservado a ela.

Alexandra desejou poder falar com seus Deuses. Ela se viu sentindo falta de suas orientações e se perguntou porque eles não estavam respondendo suas orações desde de que chegou em Washington.

Ela adormeceu pensando no Olimpo e acordou com o som leve da chuva na janela, com muita neblina. Ela se sentiu em paz.

Alexandra fez uma café rápido, suspirando com o calor da bebida. Ela pegou uma mochila e, além do que julgou ser necessário para a escola, adicionou sua caneta especial e o mapa de Hermes. Arrumando o tapete de entrada, ela trancou a porta e foi em direção ao carro. Alexandra podia ver, a alguns metros, o PT Cruiser saindo da casa vizinha, deixando apenas a caminhonete laranja na entrada na garagem.

Alexandra entra em seu próprio carro, um Mazda CX-3, e acelera pelas ruas de Forks. Um borrão verde de árvores é tudo que se pode ver pelo caminho. Ao chegar, Alexandra suprime a vontade de vomitar. Ela havia feito o ensino médio 7 vezes em sua longa vida e odiava a escola.

Ela se certifica que o carro estava trancado antes de sair. Alexandra desceu um pequeno caminho de pedra até a porta rotulada Secretaria. Ao empurrar a porta viu que a sala estava quente, não sufocante, mas certamente mais quente do que fora na chuva. Ela abaixou o capuz e balançou o longo cabelo preto enquanto olhava ao redor.

Ela andou até a mesa quando uma mulher ruiva de óculos a viu. A mulher sorriu.

- Posso ajudar?

- Bom dia, eu sou Alexandra Lambros. -Ela sorriu de volta de forma educada.

A verdade é que Alexandra não tinha sobrenome. Durante muitas centenas de anos, enquanto ela ainda estava na Grécia, muitos a chamavam de Nephus, que significava "o filho de um Deus que eventualmente se tornará um Deus". Mas ela não queria atrair a raiva dos grandes do Olimpo, então optou por não usar Nephus. Mas era estranho, hoje em dia, não ter nenhum sobrenome, então Alexandra escolheu Lambros, que significa "radiante" ou "o dia brilhante".

- Mas é claro –ela disse procurando entre os documentos, enquanto Alexandra imaginou quantos alunos novos Forks recebia por ano, e retirando um pequeno papel- Essa é a sua grade horária.

- Muito obrigada, tenha um bom dia Sra. –ela sorriu e acenou com a cabeça.

- Você também, querida. Espero que goste de Forks.

Alexandra acenou mais uma vez antes de voltar ao estacionamento, pegando a mochila em seu carro. Como se Tique sorrisse em seu favor, a caminhonete laranja estaciona ao seu lado, com Isabella Swan saindo do lado do motorista.

Sorrindo, a guerreira vai até a adolescente.

- Com licença, você é Isabella Swan?

A garota se vira para ela e Alexandra a olha de perto. Ela era bonita, com um rosto limpo em formato de coração e lábios carnudos, mas parecia pálida demais para alguém do Arizona.

- Só Bella. –ela sorri sem graça, surpresa de alguém tão bonita como Alexandra estar falando com ela.

- Eu sou Alexandra Lambros, ou só Alex. Sou sua nova vizinha, me mudei para a casa azul da direita. Hoje é o meu primeiro dia também, pensei que podíamos sofrer juntas –ela oferece um sorriso.

- Sério? Isso me faz sentir um pouco melhor. –Bella olha para o chão, tímida.

- Você não parece ser muito sociável.

- É, dizem que eu sou mais do tipo reclusa –ela coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha e Alexandra não consegue imaginar porque o mapa a trouxe até aqui.

- Bom, não se preocupe –a morena começa a caminhar, com Bella quase tropeçando para acompanhar o ritmo- Eu falo mais que o suficiente para nós duas.

A adolescente sorriu, se sentindo confortável ao lado da outra garota. Elas compararam as grades e perceberam que tinham quase todas as aulas juntas, com exceção de uma. Bella respirou aliviada.

- É uma pena que você não está em Biologia. –ela disse enquanto entravam na escola.

- Eu não curto muito, acho História mais interessante. -também porque Alexandra estava presente em quase todos os eventos relatados nos livros.

Enquanto elas andavam pelo corredor um menino magro de descendência asiática apareceu no caminho das duas e sorriu de forma animada.

- Vocês são Isabella Swan e Alexandra Lambros, as garotas novas. Oi, eu sou Eric, os olhos e ouvidos desse lugar. Qualquer coisa que precisarem: um guia, companhia do almoço, um ombro para chorar...

- Desculpa, sou do tipo que sofre em silêncio –Bella sorriu sem graça.

Eric não perdeu o sorriso e olhou para Alexandra.

- Eu sou do tipo que não sofre.

- Ótimo título para a manchete de vocês –elas o olharam confusas- Eu sou do jornal, e vocês duas são a primeira página, baby.

A pele pálida de Bella corou furiosamente, o pensamento de mais atenção a enchendo de pavor.

- Na verdade, nós gostaríamos que você não fizesse isso –Alexandra diz forçando um sorriso- Por favor, estamos tentando não chamar muita atenção.

- Calma, relaxe –ele continua sorrindo e ela se pergunta se suas bochechas não estão doendo- Nada de artigo.

- Certo, obrigada.

Eric se despediu e seguiu na direção contrária.

- Você acabou de salvar minha vida, valeu –Bella diz apertando a alça de sua mochila.

- Eu imaginei que você não gostaria de mais atenção. –Alexandra dá de ombros.

Elas continuaram juntas nas primeiras aulas do dia. Alexandra ainda não conseguia entender o que havia em Bella que a trouxe até aqui, mas ela não iria reclamar agora. Ela era legal, apesar de tímida, e até que engraçada. Já Bella, agradecia aos céus por Alexandra. Por algum motivo a adolescente se sentia aliviada perto dela, apesar de sua beleza e personalidade intimidantes.

- Você não parece muito bronzeada para alguém do Arizona. –Alexandra disse enquanto as duas andavam até o ginásio.

- Eu odeio o sol. –com isso a semideusa sorriu de forma simpática- E você, de onde veio?

- Eu nasci na Grécia, mas me mudei para Nashville, no Tennessee, depois de um tempo. – a mentira parcial saindo facilmente de sua boca.

- Ah, que engraçado, você não tem nenhum sotaque. –Bella comenta.

- Eu treinei bastante, costumava ter medo das pessoas zombarem de mim por causa dos sotaques –ela dá de ombros, desviando do assunto.

Elas chegam ao ginásio e vão ao vestiário. Depois de trocar rapidamente de roupa, elas se apresentam ao treinador que informa que o jogo do dia é vôlei. Alexandra se sente animada, mas Bella parece assustada.

- Você não gosta de esportes, eu imagino –Alexandra diz cutucando a jovem.

- Eu sou péssima, para falar a verdade –ela responde engolindo a seco- Mas você parece ser bem atlética.

- Eu praticava muitos esportes quando morava na Grécia –a guerreira responde sorrindo, lembrando dos primeiros jogos olímpicos.

Quando o jogo começou, Alexandra marcou quase todos os pontos para sua equipe. Ela realmente tentou fazer com que a bola não chegasse em Bella, mas quando isso aconteceu, Bella conseguiu acertar um garoto do outro lado da quadra. Alexandra cobriu a boca, escondendo o riso, enquanto Bella parecia mortificada.

- Eu sinto muito! Eu falei para não me deixarem jogar –ela disse aflita.

- É verdade, ela realmente falou. –a morena complementa.

O garoto olha entre as duas e imediatamente tira a mão da cabeça. Ele era loiro, com um rosto redondo, que lembrou Alexandra de um filhotinho de Golden Retriever.

- Não, deixa pra lá, tudo certo –ele sorri- Isabella e Alexandra, certo?

- Apenas Bella. –ela corrige.

- Meu nome é Mike Newton –ele aperta as mãos das duas.

- Muito prazer. –a guerreira diz sorrindo e vê as bochechas de Mike corarem.

Uma loira se junta a eles, recolhendo a bola de Mike.

- Boa cortada a dela, não é? –ela diz rindo- Meu nome é Jéssica Stanley.

As duas acenam.

- Você é do Arizona, não é? As pessoas de lá não costumam ser bronzeadas?

Apesar de Alexandra ter feito a mesma piada, algo sobre a maneira que Jéssica havia falado a incomodou.

- É, vai ver foi por isso que me expulsaram de lá –Bella responde olhando para o chão.

Alexandra não resiste e começa a rir, Mike a olha e se junta. Jéssica também ri, sem graça. Não aguentando mais o clima estranho, Alexandra se despede e puxa Bella pelo braço de volta para a rede.

- Bizarro –a guerreira sussurra, fazendo Bella rir.


Ƨ


Enfim era hora do almoço e Alexandra agradeceu mentalmente. Mike guiou ela e Bella para uma mesa onde Jessica Stanley e Eric já estavam sentados.

- Ei, Mikey, você já conheceu as minhas amigas Bella e Alexandra? –Eric pergunta assim que os três se sentam.

- Oh... Suas amigas? –Mike rebate arqueando as sobrancelhas.

Antes que Eric possa responder, uma voz surge atrás das duas.

- Minhas garotas. –e Alexandra sente um beijo em sua bochecha.

Antes de poder reagir, o garoto de pele negra puxa a cadeira de Mike fazendo-o cair. Ele se levanta rapidamente e dispara em direção ao amigo. Alexandra apenas ri, abrindo sua salada enquanto Bella fica sem reação.

- Meu Deus. Parece a primeira séria de novo –Jéssica diz, cínica- E vocês são os brinquedos novos.

Alexandra morde a língua, ela está tentando parecer legal. Bella encara seu sanduíche sem graça. Uma garota de óculos se junta a eles na mesa. Com uma câmera na mão, ela tira foto das duas.

- Sorriam!

Bella cora, se sentindo desconfortável pela presença da câmera.

- Desculpe, eu precisava de uma foto para ao artigo. –ela diz de forma meiga.

- O artigo morreu, Angela. Não fala mais disso. –Eric diz se levantando e colocando as mãos nos ombros de Bella- Você tem meu apoio, baby.

Ele se afasta e Alexandra jura que Bella vai explodir de vergonha.

- Tudo bem, eu só...

- Tudo certo, podemos publicar outro editorial sobre alcoolismo na adolescência.

Alexandra foca em sua salada, que parecia realmente muito boa. Essa escola, no geral, não parecia tão ruim. As pessoas estavam sendo legais com ela. Não que ela se importasse, mas em seus 3672 anos de vida as pessoas não foram sempre bondosas com ela. Elas eram no começo, porque Alexandra possuía a beleza inumana dos Deuses do Olimpo. Mas com o passar do tempo os humanos passaram a ter medo dela. E tudo que os humanos temem, eles destroem.

- Quem são eles? –a voz de Bella a tira de seus pensamentos. Seguindo seu olhar, Alexandra vê 5 pessoas entrando no refeitório, roubando a atenção de todos.

Os dois primeiros, um homem e uma mulher, entraram de mãos dadas. Ele era o maior dos 5, com cabelos escuros e curtos, ombros largos, tão musculoso que parecia uma parede de tijolos, lembrando Alexandra dos gladiadores de Roma. Ele sorria para a mulher, também alta. Ela era digna de uma passarela, com mechas douradas de cabelo que enrolavam em volta dos ombros e olhos grandes, com cílios grossos, que não olhavam para nada em particular enquanto ela encarava a frente. Uma outra garota ia atrás deles. Totalmente o contrário da primeira, ela era distintamente baixa, com aparência de duende, e a forma como ela andava lembrava Alexandra de uma bailarina. Seu cabelo era preto e curto, apontando para todos os lados, com um nariz arrebitado e olhos maliciosos.

Outros dois homens acompanhavam o grupo. Um deles não era tão grande, com um cabelo cor de bronze que parecia elegante apesar de bagunçado, e uma aparência mais juvenil. O outro era alto também, mais magro que o primeiro mas ainda sim inegavelmente musculoso. Seu cabelo, ondas suaves de loiro mel, caíam bem acima de seu colarinho. Ele parecia tenso, com os tendões do pescoço flexionados. Alexandra pensou que nunca havia visto um homem tão lindo em toda sua vida.

Eles eram diferentes, mas pareciam iguais em um sentindo. Todos eram extremamente pálidos, com as peles de calcário mais brancas que ela já havia visto. Suas feições eram bem definidas, todos excepcionalmente lindos. Os 5 pares de olhos eram idênticos, cor de âmbar, talvez dourados. Alexandra percebe que há algo diferente neles.

Jéssica e Angela seguiram o olhar de Bella.

- Ah, eles são os Cullen. Filhos adotivos do Dr. Cullen e sua esposa –Jéssica responde animada- Eles se mudaram para cá há uns dois anos.

Alexandra observa enquanto eles conversaram. As bandejas com comida intocadas sob a mesa, mas estranhamente pareciam saber o que elas estavam falando. Angela se aproximou, também em modo fofoca.

- Eles são muito reservados –ela diz de forma respeitosa.

- Eu gostei dos loiros–a guerreira comenta, remexendo sua salada- Eles são gatos.

- É, mas eles estão todos juntos. Tipo, juntos juntos. A loira é a Rosalie e o grandão é o Emmett. Eles são um casal, e eu nem sei se isso é contra lei.

- Jess, eles não são parentes –Angela repreende.

- É, mas eles moram juntos. É estranho. –ela olha de relance para a mesa- A pequena é a Alice, ela é bem estranha. Do seu lado é o Jasper, o loiro que parece que está com dor. No começo achamos que eles também estavam juntos mas agora ninguém sabe.

Alexandra encara a mesa dos Cullen. Eles pareciam conversar entre si em um murmuro. Seus olhos recaem sob o loiro, o analisando brevemente. Sua postura estava ereta e seus olhos escaneavam o refeitório. Inconscientemente Alexandra imaginou um militar.

No mesmo momento o olhar de Jasper para na mesa das garotas. Ele olha para suas companhias por uma fração de segundo, antes de travar a visão em Alexandra. Sua sobrancelha tremeu, o que ela não teria percebido se não tivesse uma visão amplificada, e ele desviou o olhar. Foi um olhar rápido, algo como uma ponta de curiosidade em sua expressão.

- Quem é ele? –Bella pergunta dirigindo-se para o castanho-bronze. A semideusa pode notar o brilho de interesse em seus olhos.

- Aquele é Edward Cullen. Obviamente, ele é lindo... –Jéssica responde, meio emburrada- Mas parece que nenhuma aqui é boa o bastante para ele, como se eu ligasse. Então de qualquer forma, nem perca seu tempo.

Alexandra pode ver um sorriso de canto no rosto de Edward. Bella, tímida, encara sua bandeja.

- N-Não estava nos meus planos. –ela responde.

Você está tentando ser legal, Alexandra, não se esqueça

- É muito bondoso da parte do Dr. Cullen e sua esposa, adotar tantos adolescentes -a guerreira comenta, tentando segurar a língua.

- É, eu acho que sim. -Jéssica responde com uma expressão azeda- Mas tenho quase certeza que a Sra. Cullen não pode ter filhos.

Alexandra piscou, não acreditando do que havia acabado de ouvir. Angela olhou para a amiga de olhos arregalados.

- Isso foi extremamente rude e desnecessário. -Alexandra se viu censurando a adolescente. Jéssica recuou surpresa, corando de vergonha.

- Me desculpe.

- Sabe, Jéssica –Alexandra começa, cansada de ouvir a garota falar- talvez se você não falasse tão mal da família do Edward, teria uma chance com ele.

A mesa fica em silêncio enquanto a guerreira apenas encara Jéssica, que parece atordoada demais com o comentário para falar qualquer coisa. Bella morde os lábios, tentando conter o sorriso. Do outro lado do refeitório, os Cullens pareciam surpresos.




Ƨ




Alexandra e Bella se separaram após o almoço com o combinado de se encontrarem no estacionamento. A morena caminhou pelos corredores ignorando o resto dos estudantes que a encaravam. Ao chegar na sala Alexandra pendurou seu casaco no mancebo ao lado da porta. Ela foi até a mesa do professor, um homem calvo com um suéter antiquado, Sr. Graham.

- Com licença?

- Sim? –ele diz, tirando os olhos de sua mesa- Ah sim. Srta. Lambros, certo?

- Sim.

- Pois bem, acabamos de começar a Guerra Civil americana, acredito que vai ser fácil para a Srta. nos acompanhar –seus olhos escaneiam a sala- Você pode se sentar ao lado do Sr. Hale.

Alexandra se virou e viu o belo loiro sentado ao lado da janela, ao fundo da classe, e o lugar livre à sua direita. A guerreira foi ágil ao cruzar a sala. Ela fez um breve contato visual com os olhos quase negros de Jasper enquanto deslizava para o assento em silêncio.

Quando se sentou, porém, ela sentiu uma pressão no peito. O que, segundo Perséfone, era sua proteção contra maldições. Alguém estava tentando intensamente usar uma maldição sobre ela. Alexandra fechou os olhos e respirou fundo. A voz suave como vento da Deusa lhe respondeu.

Sensações, comoções, vivências... Sentimentos. Uma maldição de sentimentos.

Ela percebeu em seguida um formigamento familiar no fundo da cabeça. Os pelos de sua nuca se arrepiaram e era quase como se ela pudesse ouvir a voz rouca de Ares sussurrando em seu ouvido.

Atenção

Alexandra apertou a caneta em sua mão. Rapidamente seus olhos analisaram a sala, identificando a porta como única saída. Ela observou os alunos um por um a procura de uma possível ameaça, quem estava tentando influenciar suas emoções. Todos eles, do garoto com acne entediado à menina atlética que estava no time de vôlei mais cedo, pareciam adolescentes normais. Exceto um.

Foco

Agora de perto, Alexandra podia ver os detalhes de Jasper Hale. Ele usava uma blusa justa perfeitamente passada de manga comprida, azul escura, e uma calça jeans escura. Mas não foi isso que chamou sua atenção. Em toda superfície de sua pele pálida haviam cicatrizes que pareciam mordidas. Cobrindo desde a base de seu polegar até sua mandíbula, as marcas eram mais brancas que sua pele –se é que isso era possível- e exalavam uma violência intensa.

Cuidado

- Posso ajudar, madame? –uma voz tingida com um leve sotaque sulista a tira de seus devaneios. Alexandra vê que Jasper a encarava, com uma das sobrancelhas arqueadas. Se Jéssica não comentou sobre as cicatrizes então era porque ela não conseguia vê-las. Humanos não conseguiam vê-las. Seus olhos brilharam com uma intenção maliciosa.

- Eu não sei. Você pode? –ela responde com um leve sorriso. Ele agora arqueia as duas sobrancelhas- Pode me dizer o assunto da aula de hoje? Eu sou nova aqui.

Alexandra manteve o contato visual e teve vontade de rir com a feição de surpresa do loiro.

- O começo da Guerra Civil americana.

- Você é do sul? –ela perguntou, curiosa.

- Eu sou, madame. Houston, Texas –ele respondeu, piscando quase contente, longos cílios suaves sobre as maçãs do rosto de mármore- Você conhece o sul?

- Antes de vir para cá eu morava em Nashville –ela se inclina um pouco para o lado, tirando o olhar dele pela primeira vez, e diminui o tom de voz- Você também sente falta do churrasco?

Ela escuta a pequena pausa em sua respiração. Pela visão periférica ela pode ver seu corpo tenso e sua garganta engolindo a seco. Depois uma arfada curta, estrangulada, e então suspiro de alívio.

- ...Não. –sua resposta foi um pouco ofegante. Ela voltou a observa-lo- Eu sou vegetariano.

Ele riu baixo, olhando para frente, como se houvesse contado a melhor piada do ano, e começou a tomar notas da aula. Alexandra se viu um pouco irritada, ela não gostava de piadas internas. Ela abriu seu caderno e fingiu estar anotando as observações do professor apesar de não conseguir sequer ler o que estava escrito na lousa.

- Eu não me recordo seu nome –ela ouviu a voz de veludo novamente.

- É porque eu não te disse –o rosto dele estava sério apesar dela achar divertido- Eu sou Alexandra Lambros.

- Um sobrenome tanto quanto incomum –ele disse antes de voltar a atenção para frente. Ela estreitou os olhos.

- É grego. –Alexandra responde, como se precisasse se justificar, e ele sorri.

Aquilo era deboche?

Antes ela estava curiosa. Agora ela estava um tanto quanto zangada. Mais uma vez ela fechou os olhos e respirou fundo. Procurando por sua cabeça, usando o presente de Athena. Quando encontra a imagem de uma pedra vermelha ela sorri, abrindo os olhos.

- E o seu? –ela chamou sua atenção.

- Eu sou Jasper Hale –o loiro responde inclinando levemente a cabeça em aceno.

- Que engraçado –Alexandra rebate, mantendo os olhos na lousa.

- O que há de engraçado? –ele demanda e ela pode sentir o olhar dele queimando no lado de sua cabeça.

- Existe uma gema chamada Jasper –seu olhar volta a ele- Na religião Wicca é dito que a gema Jasper tem o poder de acalmar os nervos e influenciar emoções.

Ela encara Jasper intensamente. Ele não pisca, parece sem saber o que fazer por alguns segundos, e então sorri forçado.

- De fato, engraçado.

O loiro volta sua atenção ao quadro, seu corpo rígido. Depois de alguns segundos o sinal anuncia o fim da aula. Rapidamente ele está na porta, já saindo da sala.

Alexandra vinha matando monstros a mais de 3000 mil anos. Ela não era burra, não importa quão charmoso Jasper Hale era.



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