Eu nem acredito que depois de tanto tempo eu realmente tô aqui de novo aushaushausha mas eu prometi e vim cumprir (mesmo que atrasada, pq eu falei que ia postar o extra no fds né kkkkk)
Bom, pra quem não viu o aviso que eu coloquei no meu perfil e está se perguntando pq essa att de extra do nada, eu vou explicar rapidinho!
Sim, eu continuo em hiatus, mas duas coisas legais aconteceram. Uma foi que a fic pegou 40K de views (VOCÊS SÃO INCRÍVEISSSS) e como eu postei um extra com 20K, eu achei justo postar esse também. Quando pegar 50K teremos outro hihi. E a outra coisa legal que aconteceu foi que, no começo do ano, eu inscrevi ABND pro Wattys 2021 e cheguei até a final! Pois é, acabei não sendo uma das vencedoras, mas foi incrível ter sido finalista com essa história, eu me senti realmente muito feliz de saber que eu tive essa capacidade. E isso foi muito importante também na minha "recuperação" com a escrita.
Provavelmente eu vou voltar a ativa em 2022. Isso não é uma promessa e eu nem vou falar quando exatamente, porque nem eu sei. Mas esses acontecimentos recentes me deram um gás (e eu já tenho algumas coisas em mente aqui hehe). Enfim.
Esse extra é pra agradecer o carinho de vocês e todo o apoio. Ele não é lá um extra grande e nem extremamente elaborado, é mais uma coisinha simples e fofa que se passa beeeem depois dos acontecimentos regulares da história. É uma forma de vcs saberem como alguns personagens estão e, claro, reviver um pouquinho das boiolagens dos taejin. Espero que gostem! E me desculpem pelo horário e também por não ter postado no fim de semana, mas eu tive um monte de contratempos no sábado (vida adulta é uma merda viu), e no domingo eu acabei descansado pq a vida segue e eu tô indo trabalhar todos os dias. Mas enfim, tá aqui e eu quero compartilhar com vocês!
AAAAH E NESTE MOMENTO ABND TÁ EM #1 NA TAG TAEJIN DE NOVOOOO. GENTE ISSO DEPOIS DE MAIS DE UM ANO QUE A HISTÓRIA FOI FINALIZADA, PELO AMOR DE DEUS VCS ME FAZEM SURTARRRRR. OBRIGADA DEMAIS!
Boa leitura meus amores!
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Era primavera no Leste e naquele dia em questão, estava ensolarado e bastante quente, até mesmo para os meus padrões. O céu estava tão limpo que eu sorri feliz, pois o dia em si trazia uma data de felicidade e também de orgulho para mim.
Sunwoo estava com 15 anos, mostrando que o tempo já tinha chegado para mim também. Céus, eu já era pai de um Alpha adolescente que era quase do mesmo tamanho que Taehyung! Ele havia crescido tanto, os dias passaram tão rápido diante dos meus olhos, diante de todas as minhas responsabilidades como rei do Leste que eu mal percebi que o meu bebê já era um rapaz. E a cereja do bolo nisso tudo era que, além de estar crescido, hoje era o dia de sua formatura oficial na academia de batalha do Leste. Sunwoo, desde criança, se interessou por arcos e espadas e, como um golpe de sorte, tinha um tio que era denominado o melhor espadachim do Norte e um pai denominado o melhor arqueiro do Norte, ambos os fundadores da academia. Não havia outro destino senão aprender com os melhores.
Naquele dia em questão, Taehyung e Sunwoo foram cedo para a academia. Eu me permiti tirar uma folga das obrigações, afinal, precisava estar presente ao ver meu filho se formar, então acordei um pouco mais tarde, tomei um bom banho e vesti minha melhor roupa para então ir até o local da cerimônia. Jimin e Taemin também estariam presentes, então assim que estávamos todos prontos, fomos a pé juntos, deixando aquele sol primaveril nos dar mais um pouco de energia e ansiedade.
Era uma pena que Namjoon e Jungkook não pudessem estar presentes, mas eu compreendia bem seus motivos, afinal, o Norte vinha enfrentando alguns problemas naquele ano. Com a expansão dos negócios para os outros continentes e o constante fluxo de pessoas e navios cargueiros, alguns denominados "piratas" começaram a cometer crimes e saquear certas frotas que chegavam pelo Oeste, depois migrando para as fronteiras do Norte e causando bastante confusão e terror. Claro que, apesar da paz constante que vivíamos desde o fim da guerra, o exército de Namjoon se manteve firme e forte, então a Província da Nevasca estava protegida, no entanto, era crucial que seu rei permanecesse ali.
As ruas da cidade estavam bem movimentadas naquela manhã, muitos cidadãos do Leste queriam acompanhar a formatura e as festividades que teríamos naquele dia. Tudo parecia extremamente colorido e animado, enfeitado com bandeiras de várias cores pelos postes, pessoas tocando música nas calçadas e dançando alegremente para comemorar. Não consegui conter um sorriso ao ver minha terra tão próspera e feliz, diferente de mais de uma década atrás, quando tudo que aquelas pessoas conheciam era uma péssima gestão e opressão sem fim por parte dos antigos reis.
Jimin saltitava agarrado ao braço de Taemin, arrisco dizer que ele estava tão feliz e orgulhoso quanto eu, pois Sunwoo era como um filho para ele. Da mesma maneira que ele cuidou de mim por quase toda a vida, Jimin também se dedicou a Sunwoo com carinho. Chegava a ser extremamente fofa a maneira que ele mimava meu filho, eram duas pessoas das quais eu amava muito se amando, o que tornava tudo muito melhor.
— Eu nem acredito que nosso bebê já vai se formar na academia! — Jimin exclamou alegremente enquanto continuávamos andando.
— Nosso bebê? Jimin, o pai dele está bem aqui — Taemin respondeu rindo e ganhando um bico fofo de Jimin.
— Eu não sou ciumento, Taemin. Sunwoo é o nosso bebê no fim das contas. Todos mimamos ele, até você — falei lhe lançando um sorriso de canto. — Quem o ensinou a andar de cavalo?
Jimin deu uma risadinha e Taemin balançou a cabeça achando graça. Sunwoo tinha o amor de todos, desde Taehyung e eu, que éramos os pais, até seus tios, padrinhos, primos e os cidadãos do Leste. Ele era um príncipe querido, sempre enérgico e comunicativo com os cidadãos, meu filho era alguém tão humilde e simples que às vezes até se esquecia que fazia parte da família real, o que eu achava ainda mais incrível. Ele era muito parecido com Taehyung.
Finalmente chegamos até o local da formatura, uma estrutura montada ao lado da academia de batalha, onde havia um grande palco e uma infinidade de cadeiras para que os familiares dos alunos pudessem acompanhar tudo confortavelmente. Muitos já estavam aguardando o início da cerimônia e, apesar de tantos anos, eu ainda não me acostumava com a recepção calorosa dos cidadãos do Leste para comigo. A minha relação com aquelas pessoas sempre foi extremamente saudável, eu procurava ouvi-los e atender suas necessidades enquanto rei, mantê-los próximos de mim e fazer o possível para que a vida nunca mais voltasse a ser difícil. E em troca disso, recebia sempre muito amor e simpatia deles, como uma figura querida em seus corações.
Quando me viram ao lado de Jimin e Taemin, ganhei sorrisos enormes e olhos brilhantes. Crianças corriam em volta de mim bradando que o rei havia chegado, Alphas, Ômegas e Betas me cumprimentavam de longe e me fazendo sentir extremamente amado. De fato, o Leste sempre foi o meu lugar, mas depois da guerra e com o fato de eu ter me tornado rei, eu me encaixei ainda mais.
Nossos lugares estavam reservados na primeira fileira e enquanto eu tentava dar atenção a todos, nos encaminhamos até as cadeiras. No exato momento em que chegamos lá, fui surpreendido por um abraço forte de uma figura de cabelos trançados, cheiro de Alpha e força de um batalhão. Ela se pendurou em meu pescoço — como sempre fazia — e ria feliz sendo abraçada de volta.
— Tio Jin! — exclamou. — Que bom que você chegou!
— Soomin, vai com calma — respondi rindo enquanto ela ia me largando aos poucos. — Você não sabe medir sua força, não é?
Ela deu de ombros rindo. Soomin já não era mais aquela garotinha de dez anos que nos recebia na loja de seu avô, agora era uma mulher Alpha simplesmente linda, alegre e extremamente amada por seus pais adotivos. Naqueles olhos gentis eu conseguia enxergar a imagem perfeita de Seokchan e ficar feliz que ela se tornou parecida com ele. Ela era a nossa lembrança mais linda de um amigo que perdemos.
— Desculpa, tio. É que é muito difícil de te ver às vezes, sempre tão ocupado daí e eu ocupada aqui na academia. Inclusive, eu estou extremamente feliz de ver meu maior pupilo se formando hoje.
Sunwoo era aluno de Hoseok, Taehyung e Yoongi, mas passava a maior parte do tempo com sua mentora e prima. Ela ensinava a ele o básico, enquanto seus tios e seu pai o ajudavam a aprimorar. No fim das contas, Sunwoo se tornou um arqueiro tão certeiro quanto Taehyung — o que me causou um pouquinho de ciúmes, já que eu sempre preferi a espada.
— Viu? Todos estamos muito felizes pelo nosso bebê — Jimin resmungou dando uma cotovelada em Taemin enquanto nos sentávamos, o que arrancou uma risada gostosa da Alpha perto de nós.
— Eu vou avisar ao tio Tae que você chegou. Ele está lá na academia junto dos meus pais, mas já deve estar pronto para vir. Fique aí onde está, tio! — Ela sorriu e tão rápido quanto um raio, saiu correndo outra vez em seu uniforme da academia e com os passos alegres.
Trazer Soomin para o Leste foi a decisão mais bonita que Hoseok e Yoongi tomaram na vida. Deixá-la no Norte seria como fazê-la lembrar dos horrores que passou na noite em que viu Seokchan ser morto, além disso, ela já tinha perdido os pais biológicos pelas mesmas mãos que mataram seu avô, então era de extrema crueldade mantê-la naquela terra em que sofreu tanto. Hoje, ao lado de Yoongi, Hoseok e seus vários irmãos, Soomin pôde deixar aquelas feridas se curarem e seguir em frente, tornando-se uma mulher incrível e sempre batalhadora. Eu tinha muito orgulho dela.
A movimentação ainda estava bem grande no local da cerimônia, cidadãos do Leste chegavam o tempo inteiro para acompanhar as festividades, ocupando seus lugares ou simplesmente permanecendo de pé, tudo para poder ver aquelas pessoas, de todas as naturezas e idades, se formando. Nunca houve distinção dentro da academia, todos eram bem-vindos se queriam aprender a arte da luta. Alphas, Ômegas, Betas, crianças, adultos, idosos, todos podiam estar ali e eram acolhidos por seus incríveis professores. Taehyung havia se encontrado naquilo tudo, ele, que sempre apreciou o arco e flecha, sempre teve paciência comigo, agora transmitia para muitos seus ensinamentos e seu orgulho.
Em questão de menos de cinco minutos, um Alpha subiu no palco e testou o microfone, o que indicava que já estava na hora de iniciar. O burburinho de repente parou e toda a atenção foi voltada para o rapaz, que se eu bem me lembrava, era um dos professores junto Taehyung, Yoongi e Hoseok. Ele sorriu agradecido e então limpou a garganta para começar a falar.
Meus olhos curiosos procuraram Sunwoo e Taehyung por todos os cantos e eu senti meus batimentos acelerarem de felicidade ao vê-los já se colocando em seus lugares no palco. Sunwoo com os outros alunos, todos trajados em seus uniformes brancos e azul e Taehyung no canto esquerdo, estando entre um Hoseok radiante e um Yoongi confiante.
— Bom dia, cidadãos das Províncias Praianas. Daremos início à cerimônia de formatura da turma deste ano e é com imenso prazer que serei o orador — disse o Alpha. — É com muito orgulho que anuncio que, este ano, temos mais de 60 alunos formados! Foi nosso maior número desde o início da academia de batalha. Claro que tudo isso jamais teria acontecido se não fosse pelo esforço dos três fundadores, Taehyung do Leste, Yoongi do Leste e Hoseok do Norte. Além disso, uma peça fundamental para que hoje, Alphas, Ômegas e Betas possam aprender em conjunto, viver em harmonia e sem medos de represálias fazendo o que amam, foi o esforço de vossa majestade Rei Seokjin Do Leste. Peço uma salva de palmas a todas essas pessoas importantes para que o dia de hoje seja tão brilhante!
Senti meu rosto esquentar levemente enquanto o barulho alto das palmas se fazia por todos os cantos. Eu sequer imaginava que seria mencionado nisso, nunca quis levar crédito algum perante a academia, pois a única coisa que fiz foi conseguir os recursos para a criação, o restante era completamente atribuído a Taehyung, Yoongi e Hoseok.
Meus olhos viajaram pela multidão até estarem fixos no palco outra vez, onde encontraram os de Taehyung. Ele me lançou um sorriso de canto e eu pude sentir sua alegria através da conexão da marca. Não evitei de sorrir de volta, tantos anos se passaram e eu ainda encontrava a minha segurança naquele Alpha.
— "Não precisa ficar com vergonha, amor. Você merece também. E hoje é um dia feliz... nosso filho está crescendo" — ele disse em minha mente ainda me olhando, aquela voz grave ecoando por todo meu corpo e me levando conforto.
— "Nós o criamos bem, não é? Ele cresceu tanto, Tae..." — respondi um pouco melancólico.
Era realmente difícil aceitar que ele já não era mais um filhotinho gordinho e fofo. Sunwoo era extremamente parecido com Taehyung em aparência, com seus 15 anos ele era alto, forte, tinha porte de Alpha — e conseguia me pegar no colo, o que já era demais para mim! Eu não deveria me apegar tanto ao passado e nem desejar que ele fosse criança para sempre, mas talvez esses sentimentos fossem normais para os pais, querer sempre manter os filhos por perto e protegê-los de todo o mal do mundo. Eu entendia que não havia mais nada a temer depois da guerra, mas pessoas ruins surgem sempre, podem estar escondidas em qualquer lugar, por isso meu senso de proteção com meu filho sempre esteve alerta.
O Alpha no palco prosseguiu com o discurso de abertura da cerimônia e depois de falar um pouco mais sobre o dia de hoje, com um sorriso satisfeito deu início à formatura. Os alunos se prepararam para serem chamados um por um e receber a insígnia de formandos em seu uniforme. Os três fundadores cumprimentavam seus alunos e Yoongi pendurava o broche em suas roupas, entregando um sorriso cheio de orgulho. Meu irmão, apesar de contido e tímido, também havia encontrado o seu lugar ali. Na guerra, Yoongi não agiu tanto quanto queria, a situação não permitiu, além do mais, eu me lembrava que na época nós mal tivemos tempo de treinar direito, tudo aconteceu rápido demais. Mas hoje ele era um arqueiro de excelência, tinha graciosidade em cada flecha, amor e dedicação. Vê-lo tão realizado ao lado de Hoseok era confortante. Confesso que eu seria ainda mais feliz se pudesse ter Jungkook perto de mim também, mas a vida nos impõe condições incontestáveis e, se o lugar dele era no Norte ao lado de Namjoon, eu ficava feliz de saber que meu irmão estava feliz também.
Depois de vários alunos, finalmente a vez de Sunwoo chegou. Meu lobo mau, meu filho era a coisa mais preciosa de todo mundo... lá estava ele com seu uniforme impecável, os cabelos castanhos já tocando o pé da sua nuca, os mesmos olhos gentis de Taehyung e um sorriso de imensa felicidade. Ele se dirigiu até seu pai e seus tios e eu não pude deixar de sentir o canto de meus olhos arderem ao contemplar uma cena tão linda. O olhar que Taehyung lançava a Sunwoo era simplesmente o de mais orgulho, eu conseguia sentir através da marca o quão feliz ele estava por nosso filho.
Eles tinham de manter a etiqueta do evento, então nada de abraços calorosos no momento, apenas um tio muito satisfeito prendendo a insígnia no lado esquerdo do peito de seu sobrinho e palavras que não consegui identificar bem, mas tenho certeza de que eram de muito orgulho.
Sunwoo agradeceu e, por um momento, virou-se para olhar as cadeiras. O olhar dele encontrou o meu e, muito discreto, ele me deu um aceno e mostrou seu sorriso retangular. Como eu queria apertá-lo!
— Ele é muito parecido com o Taehyung — Taemin comentou, tirando a minha atenção enquanto Sunwoo voltava para o seu lugar. — É exatamente igual ao Tae quando éramos mais novos.
— Mas tem o gênio do JinJin — Jimin respondeu. — Ele é carinhoso, é fofo, mas é teimoso e muito decidido. É a junção perfeita dos pais, incrível.
Não contive a risadinha, eles tinham a mais completa razão. Sunwoo era o resultado de todo o nosso amor, era uma mistura perfeita entre Taehyung e eu. Olhar para ele era como olhar para nosso passado e sempre lembrar como éramos e como ainda estávamos. Não mudamos muito conforme os anos, mas envelhecemos um pouco. Sunwoo era a parte jovem de nós dois, aquela parte que se arriscou, que lutou, mas que acima de tudo, viveu intensamente.
A cerimônia demorou um pouco, mas finalmente havia chegado em seu fim, dando espaço para que familiares e amigos pudessem finalmente falar com os formandos. Não hesitei nem por um minuto em me levantar cheio de orgulho e caminhar até minha família, que estava agora aproveitando o momento para finalmente trocarem abraços e comemorar aquela data especial. Soomin tinha se juntado a eles também e eu pude ver ela bagunçando os cabelos arrumadinhos de Sunwoo e ele lhe retribuindo com um bico. Eles eram quase como irmãos.
— Pai! — ele exclamou feliz ao ver que eu estava perto e ignorando sua birra com a prima, correu até mim e me abraçou forte.
Passar meus braços por seu corpo já não era tão simples assim, ele era forte e estava maior, mas ainda era como se eu estivesse segurando meu eterno bebezinho.
— Parabéns, meu amor! Você finalmente se formou e eu estou muito orgulhoso de você! — falei o apertando firme.
— Agora eu posso ser mentor júnior na academia. Quem sabe se o tio Hoseok e o tio Yoongi tiverem mais filhos, eu não possa ser o professor deles? — disse enquanto separava nossos corpos e aquilo fez Yoongi quase engasgar.
— Esquece! Eu já tive filhos demais— resmungou enquanto Hoseok ria.
Eu tinha certeza que a ideia passava por sua cabeça todos os dias.
— Ele mal dormiu essa noite — Taehyung falou se aproximando de nós e me abraçando por trás, passando seus braços por minha cintura. — Quando acordei para virmos, ele já estava com o uniforme. Parece alguém que eu conheço. — Riu baixinho.
— Quem? — indaguei cerrando os olhos e ele só riu mais.
— Não exagera, pai, por favor. Eu só estava animado — Sunwoo disse fazendo um biquinho de novo. — Agora que já me formei e oficialmente sou apto a ser mentor júnior, como vamos comemorar?
Era uma boa pergunta. Com certeza eu pediria que os funcionários do nosso castelo fizessem uma boa comida para o jantar, além de preparar uma comemoração especial. Sunwoo era um adolescente e também tinha diversos amigos no Leste, claro que ele desejava passar um tempo com eles também, então as festividades ficaram para a noite.
— Vou pedir que façam a sua comida favorita para o jantar, chamar seus tios e seus primos e você pode chamar os seus amigos, o que acha? — falei e logo vi seus olhos se encherem de brilho.
— Pai, você é genial! Eu acho ótimo! — exclamou enérgico. — Mas... antes... eu posso fazer uma coisa? É que... eu queria muito ficar aqui com vocês, mas eu preciso... — Sua pele dourada foi ficando levemente corada e seus olhos foram para os pés, indicando uma timidez que veio do nada e me fez arquear as sobrancelhas.
— Ele quer ir encontrar a menina que ele gosta, tio — Soomin interrompeu achando graça. — Ele acha que eu não percebi que ele está apaixonadinho por uma Ômega que treina com a gente.
Céus... além de meu filho estar grande, ter se formado, ser um rapaz, de quebra agora ele também iria começar a namorar? Meu lobo mau, eu realmente custava a acreditar que o tempo realmente tinha passado tão rápido assim!
— Soomin! — Ele ralhou envergonhado. — Sua fofoqueira!
Taehyung ainda me abraçava, mas nós trocamos um olhar meio curioso. Nem ele sabia disso, o que indicava que éramos pais completamente perdidos.
— Filho, isso é verdade? — Taehyung perguntou com cuidado. — Você está gostando dessa menina?
Sua pele ganhou ainda mais cor e eu sentia de longe que ele estava completamente envergonhado. No fim das contas era bonitinho pensar que ele estava realmente gostando de alguém, sentindo pela primeira vez a paixão adolescente que nem eu e nem Taehyung pudemos sentir na mesma idade. Eu queria que nosso filho pudesse viver tudo o que fomos proibidos, que ele não precisasse enfrentar imposição alguma, ser livre, ser feliz.
— Já que a Soomin abriu a boca... — Ele suspirou — É, é verdade. Eu queria ir vê-la... tem algum problema se eu encontrar vocês depois?
Taehyung e eu trocamos olhares novamente, mas dessa vez com pequenos sorrisos em nossos lábios.
— Amor, não tem problema algum — falei com carinho.
— E vê se compra alguma coisa legal para ela também — Hoseok disse rindo. — Não vai chegar com as mãos abanando, não é? Não seja bobo como seu pai Alpha viu? Quando Taehyung e Seokjin se conheceram, ele até chegou a negar um beijo para o Jin e quase ganhou um gancho de direita nessa cara dele.
Dessa vez quem fez cara feia foi Taehyung e eu só consegui rir com aquela lembrança... ah, o beijo negado no topo da escadaria... eu fiquei tão bravo! Pelo menos fui compensado depois com o melhor beijo de toda a minha vida no Refúgio do Príncipe.
— Sério, que família maluca — Sunwoo sussurrou balançando a cabeça. — Tudo bem, eu posso ir agora?
Eu ri baixinho e assenti. Sunwoo me abraçou forte e por um momento eu fiquei entre ele e Taehyung, sentindo o amor incondicional de ambos me preencher. Eu adorava nossos abraços, principalmente os em família, era a transmissão de toda a nossa ligação e união, nada mais no mundo importava para mim a não ser estar com aqueles dois.
Meu filho adolescente e apaixonado saiu correndo entre as pessoas que começavam a se dispersar e eu só consegui suspirar. Eu não podia exigir que ele ficasse ali quando seu desejo era outro, então só me restava sorrir e sentir orgulho do rapaz que ele se tornou.
— Se ele der trabalho igual aos nossos, eu sinto informar que vocês vão virar avós bem cedo — Hoseok comentou massageando as têmporas.
— Hobi, nem diga uma coisa dessas, eu já estou com fios brancos pensando nos gêmeos e em como eles estão simplesmente impossíveis — Yoongi respondeu aflito.
Taehyung gargalhou baixinho, era engraçada a família daqueles dois, todos eram enérgicos e animados demais.
— Onde estão Jimin e Taemin? — ele perguntou.
— Estavam comigo agora pouco, mas eu os perdi quando vim aqui. Devem estar aproveitando as barraquinhas de rua. — Dei de ombros.
— Ah... tudo bem então. Hobi, você vai para casa agora?
Hoseok fez que sim, provavelmente todos estavam bem cansados, a semana da formatura sempre foi um tanto exaustiva por conta dos preparativos e toda a ansiedade. Uma coisa curiosa era que Yoongi e Hoseok, desde que chegamos ao Leste, nunca quiseram morar no castelo conosco. Eu não pensava muito sobre como as outras pessoas se sentiam, mas isso me fez perceber que eles também precisavam desfrutar de suas próprias liberdades e, depois da guerra, cada um tinha consigo o seu desejo. E esse foi o deles como um casal, ter seu próprio espaço, não se apegar tanto ao fato de serem de famílias reais, criarem seus filhos com privacidade e viverem uma vida tranquila.
Eles moravam em uma boa casa na vila, a vista para o mar era incrível e havia espaço para todos aqueles filhotes enérgicos e bagunceiros que eles tiveram. A família daqueles dois era realmente o reflexo do que eles sempre foram desde o começo.
— Eu preciso ir até a academia ajeitar algumas coisas. Você me acompanha, amor? — ele me perguntou e não havia motivo para que eu não fizesse. Jimin iria ficar bem e eu estava "de folga", então por que não?
— Claro, vamos lá. Nós nos vemos de noite? — perguntei aos outros dois e eles assentiram junto de Soomin.
Nos despedimos brevemente e logo Taehyung e eu nos afastamos deles. Sua mão grande ainda se encaixava perfeitamente na minha quando entrelaçávamos nossos dedos, a energia gostosa ainda corria por minhas veias e eu me sentia completamente em paz ao seu lado. Nunca me acostumei a andar tão livremente assim, sem preocupações, apenas aproveitando o amor da minha vida em meu encalço.
Enquanto caminhávamos pela calçada, diversos cidadãos do Leste acenavam para nós com alegria. Eu nunca pude negar que éramos duas figuras amadas por eles e também um casal inspirador. Cada um conhecia nossa história, como lutamos e sofremos lado a lado naquele tempo obscuro no Norte sob o olhar vigilante e assassino de Donggun. Cada cidadão do continente contava que dois lobos foram bravos e guerreiros diante de uma lua vermelha e conquistaram para o mundo a revolução esperada.
— O que você precisa fazer na academia? — indaguei casualmente enquanto sentia seus dedos acariciarem os meus.
— Toda formatura tem uma papelada, burocracia. — Deu de ombros — Eu preciso assinar alguns dos diplomas, são poucos. Depois estaremos livres. O que você quer fazer na sua folga?
Fiz um biquinho enquanto pensava. Sinceramente, eu ficava o tempo tão apertado sempre que era difícil imaginar outro cenário que não fosse apenas relaxar na cama o dia inteiro. Mas aquilo não era opção hoje, então eu deveria ser mais criativo.
— Tae, eu não sei — confessei rindo. — É possível esquecer como aproveitar uma folga?
Taehyung me olhou e riu.
— Claro que é. Você sempre está ocupado cuidando do Leste e cuidando de Sunwoo e eu, então eu sei que não sobra muito tempo para ter ideias boas do que se fazer em um dia como esse. Aliás... eu acho que tenho uma ideia.
Franzi o cenho e o fitei com curiosidade. Ele não deixou que eu lesse seus pensamentos, o que tornou tudo ainda mais misterioso.
— O que?
Taehyung lançou um sorriso sapeca, já estávamos na porta da academia quando ele se aproximou de mim e deixou um beijinho terno em minha bochecha.
— Vamos entrar que eu te falo.
Certas coisas nunca mudam, principalmente a mania que ele e seus irmãos tinham de fazer de uma coisa pequena um grande mistério...
Ele pegou as chaves no bolso, abriu a tranca, girou a maçaneta e então finalmente revelou o lugar para nós. Não que eu já não tivesse ido à academia de batalha várias vezes desde o começo, mas tudo sempre mudava. Yoongi, Hoseok e Taehyung adaptavam todos os anos, mudavam a estrutura para atender todas as pessoas de todas as idades e naturezas, então era claro que havia um espaço dedicado à crianças, outro a idosos e também um para os jovens como Sunwoo. Por dentro, tudo me lembrava do lugar secreto que Seokchan tinha abaixo de sua loja. Alvos, tatames, espadas dispostas nas paredes ao lado de arcos, adagas e até machados. A estrutura não era num estilo lá muito moderno, eles buscavam ter um pouco do passado intrínseco ali, então as paredes eram de pedra e iluminação feita por tochas.
Taehyung fechou a porta atrás de nós e me pegou observando cada cantinho. Eu realmente era fascinado por espadas, foram a primeira chama de liberdade que eu tive naquela época, quando eu fiz, pela primeira vez, algo que ia contra "minha natureza" imposta por pessoas como Sangwoo e Donggun. Jamais esqueci de cada espada que empunhei... a que usei em meu primeiro treino, a espada gêmea que não foi páreo para a de Hoseok e até mesmo aquela que rasgou a garganta de Minho...
Senti seu calor em minhas costas e eu soube que ele estava perto o bastante para seu hálito penetrar a pele da minha nuca. Uma de suas mãos deslizou até minha cintura e um selar foi deixado em meu pescoço, fazendo com que eu fechasse os olhos.
— Taehyung, você não está pensando em—
— Não! — ele exclamou rindo, sabia exatamente o que eu iria sugerir naquela hora e se essa fosse a ideia dele de diversão no dia de folga, eu até concordaria, mas não ali! — Não é isso amor... Só acho bonito como depois de todo esse tempo você ainda olha para as espadas com tantos sentimentos em seus olhos. É bonito.
Inclinei minha cabeça para fitá-lo de lado e lhe lancei um sorriso pequeno. Ele tinha razão, elas ainda eram algo que eu simplesmente amava.
— Empunhar uma espada mudou tudo. Eu comecei a viver depois da primeira vez em que segurei firme uma em minha mão. Naquele dia... céus, naquele dia eu me senti livre, eu treinei, eu deixei que você soubesse o que eu sentia por você, deixei você me beijar. Tudo começou com uma espada.
— Eu sei — sussurrou logo depois de deixar outro beijo em meu pescoço. — E foi exatamente essa a ideia que eu tive. Por que nós dois não treinamos juntos hoje? Como nos velhos tempos no Refúgio do Príncipe?
Me virei para olhá-lo melhor, mas eu estava tomado por curiosidade. Treinar? Meu lobo mau, aquilo era no mínimo estranho. Não o fato de treinar, mas sim o fato de que depois de tanto tempo... eu certamente havia perdido muita prática.
— Taehyung, eu não toco em uma espada desde o fim da guerra. Não acho que eu saiba mais como se faz isso. Além do mais, se eu precisar lutar algum dia, você sabe que basta trocar com meu lobo.
Ele riu baixinho e levou uma de suas mãos até meus fios, colocando-os atrás da orelha.
— Eu também posso fazer isso, mas ainda assim sempre preferi a arte da luta. Nada te impede. E, também, você está esquecendo de um pequeno detalhe.
— Qual?
Antes de me responder, ele tocou minha cintura com ternura e diminuiu a distância entre nossos rostos, fazendo com que seus lábios macios fossem de encontro com os meus em um beijo rápido, mas calmo.
— Que eu fui seu professor e treinador no passado, então posso ser de novo hoje. Vamos treinar?
Sua voz saiu tão sussurrada e convidativa que, mesmo que eu quisesse muito negar, eu jamais poderia. Taehyung sempre teve o maior dos poderes de persuasão comigo e simplesmente não havia nada que ele não pedisse daquele jeito que eu não fosse capaz de me prestar a fazer.
Além do mais, parecia divertido. Não iria ser um treino sério, era apenas diversão entre eu e ele, relembrando de dias em que nos divertimos e que eu me senti tão tomado pela liberdade que era capaz de voar. Seus olhos de filhotinho carente foram a cereja do bolo para que eu finalmente sorrisse e assentisse, deixando ele mais do que satisfeito.
— Tudo bem, vamos treinar — respondi convencido e ele sorriu abertamente.
Como uma criança feliz, ele bateu palminhas depois de soltar meu corpo e não demorou a ir até uma série de espadas penduradas na parede. Havia uma infinidade delas, de todos os jeitos. Longas, curtas, de dois gumes, agulhas e de empunhaduras pesadas. Claro que ele sabia que eu gostava das mais tradicionais, então logo pegou uma para mim e outra para si. Alegremente, ele veio até mim e entregou a arma em minha mão e sem hesitar eu a segurei, sentindo aquele peso que há tanto eu não reconhecia. A empunhadura era linda, num tom azul claro e com figuras de relevo que lembravam as ondas quebrando no mar. Era uma espada típica do Leste, assim como eu. A sua tinha a empunhadura num vermelho vivo com figuras de chamas no alto relevo.
Taehyung ficou em minha frente e me olhou com firmeza, mas sem desfazer seu sorriso imensamente satisfeito.
— Se lembra como distribuir o peso do corpo com o peso da arma? — indagou.
Ajeitei bem meus pés no chão e meu pulso que firmava a espada bem em minha frente. Apesar dos muitos anos sem fazer aquilo, era quase automático que eu a segurasse com aptidão e firmeza, como se sempre fizesse parte de mim. Eu assenti feliz e o vi se colocar na mesma posição. Claro que eu sabia que ele não pegaria pesado comigo e que tudo iria ser o mais divertido possível, no entanto, ainda assim senti um friozinho percorrer meu estômago, uma ansiedade curiosa sobre como seria treinar depois de tantos anos.
— Vamos amor, quero ver se você é capaz de me derrubar de novo — disse desafiador e galanteador ao mesmo tempo, como se ele quisesse que eu fizesse aquilo.
E não seria novidade, principalmente vindo dele.
— Hoje você não tem neve abaixo dos seus pés para amortecer a queda. Cuidado com o que você pede — respondi no mesmo tom e ganhei um sorriso de canto.
Nos encaramos por alguns segundos de tensão, ninguém deu o primeiro passo enquanto nossos olhos se encontravam, apenas esperando ver quem tomava a primeira atitude. Mas eu sempre fui impaciente, então sem hesitar, avancei para ele. Meus movimentos com a espada pareciam um pouco enferrujados, mas a cada vez que eu cortava o ar e a minha lâmina ia de encontro com a sua num tilintar familiar, tudo clareava.
Era como ter 20 anos outra vez, me sentir leve, ficar bêbado de liberdade. Eu podia não ser mais tão habilidoso como fui um dia, mas consegui acompanhá-lo, atacá-lo e bloqueá-lo.
Nossos pés se movimentavam por toda a sala enquanto eu tentava golpes por cima e por baixo, mas na mesma intensidade que eu investia em Taehyung, ele se defendia com um sorriso safado em seus lábios. Claro que estava sendo moleza para ele, ao contrário de mim, aquilo era como respirar, afinal, ele o fazia todos os dias.
— Você mente mal, amor — ele comentou enquanto se esquivava de uma investida que tentei por baixo. — Diz que não tem mais prática, mas seus olhos estão pegando fogo. Você quer muito me atingir, não é?
— Calado, Taehyung do Leste — resmunguei e tentei novamente, mas a lâmina passou centímetros por seus fios depois de uma esquiva extremamente astuta dele. — Você quer lutar ou ficar me provocando?
Ele riu e então sua espada veio direto em meu rosto, mas sendo facilmente bloqueada pela minha com um tilintar alto e claro.
— Os dois. Não posso evitar de te provocar... além de eu te amar mais do que tudo, você fica muito sexy lutando. — Deu uma piscadela.
"Se ele quer me desestabilizar, é bom que saiba que conseguiu"
Eu queria rir, mas meu orgulho não deixava, por isso continuei avançando sobre ele. Com certeza a técnica da rasteira não iria funcionar, ele já previa que eu faria isso, então se eu queria mesmo provar algum ponto — fosse ele qual fosse —, precisava de outro elemento surpresa. O problema era que eu não tinha, então Taehyung estava na dianteira a todo o momento, mesmo que eu tentasse investir com rapidez e bloqueasse as suas investidas com cuidado.
Minha falta de prática começou a aparecer quando fiquei um pouco cansado. Enquanto ele tinha a energia para derrubar todo um exército só com seus braços, eu já queria sentar e respirar um pouco. Esse era o abismo de diferença entre Taehyung e eu, mas ainda assim não foi motivo para que eu desistisse.
Em dado momento, seus movimentos ficaram mais rápidos e a dificuldade para a defesa transpareceu. Claro que ele não iria me ferir, mas minha derrota era mais do que certa. Afinal, aquilo era um treino ou uma disputa? Porque parecia a segunda opção, inegavelmente.
O corpo dele girou graciosamente e se moveu com uma rapidez que eu já não era mais capaz de acompanhar. Taehyung, mesmo que fosse um arqueiro, era habilidoso com a espada. Ele era como um raio e meus olhos não puderam prever seus próximos movimentos.
Quando dei por mim, já não havia mais a sua silhueta à minha frente, deixando minha mente confusa e sem tempo para raciocinar. Eu só pude sentir o seu calor tocando minhas costas, sua mão livre me abraçando pela cintura e a lâmina brilhante bem abaixo do meu pescoço, sem tocar minha pele, mas decretando que eu havia sido dominado por meu adversário.
Ele estava ofegante, mas eu sentia seus feromônios exalando por todo canto. Seu cheiro de lar estava forte com seu suor, sua animação e excitação impregnando em mim enquanto nossos peitos subiam e desciam ritmados.
Meu Alpha riu baixinho no pé do meu ouvido e apertou sua mão livre contra minha cintura antes de sussurrar.
— É melhor você se render... Hoje eu ganhei, amor.
De todos os golpes que trocamos naquele momento, de todos os movimentos, ataques e defesas, Taehyung usou do mais baixo que podia. A espada foi ao chão, fazendo um barulho que ecoou por todo local e em seguida eu não evitei largar a minha também. Seus lábios desceram do pé do meu ouvido vagarosamente, traçando um caminho lento e quente até chegar no exato local que há muitos anos ele havia marcado. E então sua língua quente lambeu a marca. O estímulo que aquilo causava em meu corpo era simplesmente forte, eu ficava completamente molenga e entregue quando Taehyung fazia isso... que golpe mais baixo!
Meu corpo, que já estava dormente por toda a adrenalina, formigou por inteiro e eu deixei um pequeno gemido escapar por minha garganta. Eu odiava admitir a derrota, mas aquele tipo de derrota, depois, seria uma vitória para mim... porque eu sabia exatamente como tudo ia acabar.
— Taehyung, você não vale nada... — sussurrei com dificuldade e ele gargalhou baixinho contra a pele do meu pescoço.
— E você ama. Sempre amou — respondeu abraçando-me por completo. — Mas você se saiu bem para quem não lutava há tanto tempo, Jin. Fico orgulhoso... Fui eu quem te ensinou a lutar, não foi? Fiz um bom trabalho. — Ele beijou a marca outra vez causando um calafrio em minha derme — Quer ser recompensado pelo esforço de hoje?
É claro que eu queria!
Vagarosamente eu girei meu corpo dentro de seu abraço até estar cara a cara consigo. Entrelacei meus braços em seu pescoço e o olhei com um misto de sensações diferentes, como vontade de devorá-lo, um pouco de raiva porque ele usou do truque mais astuto, mas também com o mais importante: com o olhar de amor que eu sempre tinha por si. Aquele era meu Taehyung, meu Alpha esquisito, meu predestinado, o pai do meu filho, o amor da minha vida.
O dia em si era marcado por uma data especial, mas não havia dia sequer em nossa vida juntos que ele não fizesse ser como uma comemoração. Todos os detalhes se tornavam motivos para celebrar nossa união e nosso amor. Eu o amava muito por isso, por ter proporcionado aqueles novos dias depois de dias tão nublados por vinte anos em minha vida.
— Eu achei que você tinha burocracias para resolver aqui.
Ele riu baixinho e colou sua testa na minha, fazendo nossas respirações se misturarem.
— Isso fica para depois. Você é mais importante e merece toda a minha atenção agora. Quer ir para casa ou podemos começar aqui mesmo? — indagou sugestivo, mas ganhou em troca de tamanha libertinagem, um tapa bem forte em seu braço.
— Não seja assim, Taehyung! — exclamei rindo. — Vamos para casa. A gente pode até se divertir um pouco, mas não se esqueça que nós temos um filho e que ele se formou hoje. Qualquer dia desses eu vou tirar uma folga e dedicar ela só a você, ok?
Ele sorriu de canto assentindo e em seguida diminuiu a distância entre nossos lábios, me entregando um beijo macio, doce e cheio de carinho.
O retrato perfeito de nós dois... duas pessoas que conheceram o amor juntas e no fim, mesmo depois de tantos anos e com o tempo sempre nos cobrando e mostrando que ele era implacável, tudo só se fortalecia e ficava mais leve ao mesmo tempo.
Taehyung e eu já tínhamos um filho crescido, não éramos mais tão jovens como antes, mas sempre soubemos preservar o que havia de melhor conosco. Tudo sempre esteve bem e eu estava feliz em saber que meus dias sempre seriam iluminados ao seu lado e ao lado de nosso filho.
Nós tínhamos muito a celebrar naquele dia, então fomos para casa.
Nosso lar, onde tudo o que sempre existiu foi o resultado do amor que construímos juntos em meio a dor e que vivemos no passado e deixamos cicatrizar com a passagem do tempo.
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E chegamos ao fim do nosso segundo extra. Como eu disse, é curtinho e bem simplório, só um gostinho da nossa história. Como eu disse, quando os 50K vierem, vamos ter mais um e esse eu prometo fazer focado em outros personagens. Provavelmente será focado no Soobinzinho ou nos sope (ou tudo junto também né, vou pensar ainda kkk). Mas enfim, obrigada demais por tudo pessoal, eu espero que logo mais eu esteja me sentindo mais confiante pra voltar de vez pras minhas fanfics.
Foi um desafio enorme escrever esse extra pq eu fiquei um bom tempo parada, mas eu sei que quando eu pegar no tranco de novo, ninguém me segura kkkk e eu sei que posso contar com vocês quando isso acontecer!
Muito obrigada e se cuidem <3