Amor e Superação

By ArielliCesconetto_25

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Henrique sofreu um acidente com oque mais gostava de fazer, ficando assim, paraplégico e se trancando pro mun... More

Capitulo 1
Capitulo 2
Capítulo 3

Capítulo 4

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By ArielliCesconetto_25

HENRIQUE

Não sei que diabos eu fiz, mas estou aqui, no bar, comemorando o aniversário de uma "amiga". Todos me receberam bem e surpresos, principalmente Ethan, que ficou o tempo todo me zoando, dizendo que a gata da minha fisioterapeuta tá mexendo com a minha cabeça, que em uma semana ela conseguiu me tirar de dentro daquele quarto. Era só oque me faltava mesmo, eu não vim por conta disso e já estou arrependido de estar aqui.

Comecei a beber, quieto no meu canto, mas Ethan tinha que acabar com meu sossego, aparecendo com a própria, Alicia Miller. Eu a encarei de cima a baixo, eu tenho que concordar uma coisa com ele, ela é gata, um anjo sem asas. Seus olhos azuis encontram com o meu, me causando um certo calafrio e meus braços se arrepiando, que porcaria é essa?

Não consegui dizer uma só palavra, talvez tenha sido mais grosso do que eu esperava, não por má intenção, mas porque já está em mim, ser ignorante, amargurado, sempre descontando em quem não merece.

Ela seguiu seu rumo, senti Ethan com aqueles olhos me reprovando, dou de ombros, esse sou eu agora, não quero ninguém ao meu lado por pena de um cadeirante, que força ser meu amigo por dó, parece que é isso que as pessoas pensam quando me olham; " Coitado, além de perder a noiva, agora ficou preso a uma cadeira de rodas. Ninguém mais vai se interessar por alguém assim." Foda-se.

– Cara oque tá acontecendo com você?

– Ethan não me enche.

– A garota é maior gata, você nunca tratou uma mulher dessa forma.

Respiro fundo e tomo um gole da minha bebida.

– Eu não estou afim de ninguém Ethan, acha mesmo que uma garota vai querer alguém como eu?

Eu o encaro, ele fica me olhando incrédulo por uns segundos, desviando em seguida o olhar e balançando a cabeça.

– Eu não te conheço mais.

Ele saiu e me deixou ali, sozinho, melhor assim, eu fico com meus próprios demônios, sem precisar ficar ouvindo as pessoas ao redor de mim, dizendo que não me conhece mais.

Algumas pessoas passavam e me olhavam com indiferença, eu revirava meus olhos, tentando não me importar e bebendo ainda mais, era por isso que eu nunca sai de casa, os olhares me julgando.

  Já estávamos decidido em ir embora, quando me deparo com Alicia, dançando, seu corpo levemente, acompanhando o ritmo da música, com um sorriso contagiante estampado no rosto, se divertindo e não se importando se tinha ou não, alguém a olhando, a julgando, mas também, quem a julgaria? Ela é realmente uma mulher encantadora.

Ethan empurra minha cadeira em direção a ela, tento parar e dizer pra ele não fazer isso, mas quando eu vi, já era tarde demais. Alicia se vira e seus olhos caem diretamente em mim, e como sempre, fico calado, apenas a observando. Uma de suas amigas sussurra algo no ouvido e a mesma nos apresenta.

– O senhor ranzinza?

Alicia tosse na mesma hora, tentando com certeza, abafar oque sua amiga disse, mas eu ouvi muito bem e acabei que dando um pequeno sorriso de canto, senhor ranzinza? Poxa, tô magoado.

Cumprimentei sua amiga, logo um rapaz alto, loiro aparece, perguntando se estávamos a incomodando, senti os olhos dele queimando sobre nós, posso dizer até que isso foi ciúmes. Elas o mandaram embora, Ethan faz uma brincadeira e senti meu coração palpitando, namorado da Alicia? Será mesmo?

  As duas começaram a rir e fiquei ainda mais confuso, mas sua amiga garantiu que não, os dois não eram namorados, então Ethan tem a mente brilhante, idiota, de convidar elas para beber. Cruzei meus dedos, pedindo mentalmente pra que não aceitassem, mas não deu certo, elas aceitaram.

  Agora estou aqui, afogando novamente os demônios da minha cabeça, com a bebida, enquanto Ethan fazia gracinhas e as duas riam.
O som da risada da Alicia, me causava uma sensação boa, o sorriso dela era perfeito, eu acho que nunca tinha visto um assim.

– E você Henrique? Oque faz da vida?

Os olhares dos três caem em mim, eu dou um sorriso gentil para a garota e desvio o olhar, encontrando com Alicia, que desvia nas mesma hora.

– Nada de interessante.

Volto a encarar a garota;

– Eu não tenho muita coisa que eu possa fazer né?

– Ah, eu tenho certeza que você ainda possa fazer bastante coisa. Não é tão ruim assim.

– Amiga.. - Alicia chama a atenção dela, negando com a cabeça.

Dou de ombros, é fácil falar pra quem não está no meu lugar, mas eles estão se divertindo e não vou entrar numa discussão com alguém, que acabei de conhecer.

– Caramba! - Ethan da um pulo e abre um sorriso, estendendo a mão pra garota. – Vem, precisamos dançar essa música.

A mesma aceita sem excitar e os dois vão até a pista. Observo Alicia, que olhava os dois, sorrindo, talvez ela só seja uma garota normal e eu, um senhor ranzinza.

Conduzo minha cadeira mais próximo a ela e suspiro;

– Você também dança muito bem, era pra estar se divertindo.

  Ela me olha no mesmo instante, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha, parecendo um pouco envergonhada.

– Obrigada eu acho! - ela franze a testa. – Mas estou cansada, já aproveitei bastante hoje.

– Eu acredito que sim.

Dou um sorriso sincero e em seguida, um gole na minha bebida.

– Você costuma sair pra lugares assim?

– An, as vezes sim. A vida precisa um pouco de diversão.

Concordo com a cabeça. Falando em diversão, saudades da época que eu corria em velocidade, tanto com meu carro, quanto com as motos. Aquilo era minha calmaria, minha paz, o meu momento de diversão, e eu fui o próprio, acabar com tudo isso.

– Eu fico feliz em ver você aqui.

Sua voz doce, me tira dos meus pensamentos, voltando pra realidade. Ela abre um sorriso, que faz meus olhos desviarem pro mesmo é involuntariamente, sorrio e volto a encarar, dando de ombros;

– Bom, digamos que não seja a pessoa que você queria encontrar hoje.

– Ah por favor Senhor...

Estreito meus olhos e a mesma fica sem graça.

– Henrique... não diga besteira.

– Eu não estou falando besteira, já basta você ter que ficar aguentando o senhor ranzinza a semana inteira, não é?

Ela arregala os olhos, suas bochechas coram, a própria morde o lábio inferior.

– Ai desculpa!

Solto uma risada.

– Você não tem que me pedir desculpa Alicia, tem razão. Só não sou assim tão velho pra ficar me chamando de senhor, mas fique a vontade, eu sou mesmo um ranzinza, desculpe por isso.

Ela sorri, iluminando tudo ao seu redor, seus olhos tem um brilho, que eu não sei explicar, caramba, ela tá sorrindo e eu acabei de arrancar disso dela.

– Amiga vamos? Meus pés estão formigando.

Ethan e Gabriela voltam, os olhos da Alicia desviam pra amiga, que se senta e faz careta. Olho pro Ethan, que estava com um sorriso vitorioso no rosto, reviro meus olhos.

– Vamos, meus olhos já estão pesando.

As duas se levantam, Alicia olha pra mim;

– Te vejo na segunda?

– Segunda-feira, senhorita.

Ela abre um sorriso e se inclina, beijando minha bochecha e ao sair, sinto o seu perfume adocicado, impregnando no meu nariz, meu coração parecia entrar em colapso. Levo minha mão pro meu rosto, sentindo ainda a maciez do seu lábio ali;

– Oh tá sonhando acordado cara?

Ethan me dá um peteleco e o encaro irritado.

– Oque foi? Não me olha assim, pode admitir, gostou de ficar sozinho com ela.

– Eu fico sozinho com ela todos os dias Ethan.

– Mas não é a mesma coisa. Vocês ficam por conta das suas sessões, ela está trabalhando, sendo profissional, aqui vocês não precisaram ser.

Eu suspiro e não digo mais nada, pela primeira vez, tivemos uma conversa civilizada, como dois adultos normais, nem um momento a vi me olhando com aqueles olhos azuis, cheio de raiva de mim, por sempre ser autoritário, mandão, teimoso.. sei lá, como vocês acham melhor me chamar, senhor ranzinza. Talvez eu devesse tratar as pessoas de uma forma diferente, não descontando meus problemas neles.

~~
ALICIA

A noite foi agradável, não foi tão ruim assim conversar com Henrique, como duas pessoas normais. Eu morri da vergonha ao ouvir ele dizendo "senhor ranzinza", meu Deus, a Gabriela tinha que abrir aquela boca e fiquei feliz, de verdade, por vê-lo lá, isso já é um grande passo não é? Primeiro aceitou as sessões de terapia e agora, saiu de dentro do quarto, isso é um grande avanço.

– Tá pensando em que?

Gabriela me tira dos pensamento e volto pra realidade, olhando pra ela e desviando rapidamente, aprestando atenção na estrada.

– Nada, só surpresa por ter visto o senhor ranzinza por lá.

– Eu também fiquei, você disse que ele não sai de dentro do quarto por nada.

– E você tinha que abrir a boca né Gab?

Ela ri.

– Ele nem escutou amiga.

– Ahhh escutou sim, porque ele repetiu.

Ouço Gabriela rindo e acabo rindo junto.

– Mas e você e o Ethan?

– Aff, ele é um gato.

– Tem cara de golpe.

– Tem mesmo, mas não estou nem aí. - ela da de ombros. – Eu também sei ser golpe.

– Que isso?

Rimos e logo chegamos em minha casa. Me despeço de Gab, a mesma entra dentro do seu carro e parte. Entro e vou direto pro meu quarto, em silencio, deixo minha bolsa em cima da poltrona, tiro minha roupa e vou direto tomar um banho.

Na minha cabeça, começa a passar minha pequena conversa com Henrique, no tempo que ficamos sozinhos, sinto meu coração começando a acelerar ao lembrar dele olhando pra minha boca, aquilo foi constrangedor, talvez não tenha sido nada, ele só estivesse admirando meu sorriso, oque isso importa também?

Visto minha roupa de dormir e deito na cama, me cobrindo e fechado os olhos, deixando o sono me pegar.

(...)

Acordo com o despertador tocando as 6:30 da manhã. Estico meu braço e desligo, dou mais uma enrolada, resmungando, final de semana tinha que acabar tão rápido? Ahhh.

  Me levanto, faço minha higienização, me arrumo e desço pra tomar café com meu pai.

– Bom dia pequena.

– Bom dia papai.

Aproximo dele e o abraço, papai me dá um beijo na bochecha.

– Mais uma semana.

Me afasto dele e me sento na cadeira, me servindo com o café da manhã.

– Mais uma semana.

Tomamos o café, trocando algumas conversas e seguimos para o trabalho. Vamos direto pro hospital, chequei meus clientes e claro, primeira hora, Henrique Foster, ótimo.

  Arrumo minhas coisas, pego a chave do carro e sigo pra casa, ou melhor, mansão dele. Toco a campainha e como sempre, a elegante senhora Olívia me atende;

– Bom dia querida, entre!

– Bom dia.

Sorrio e entro na casa. Ouço a porta se fechando e Dona Olívia atrás de mim.

– Você acredita que Henrique saiu de dentro daquele quarto?

A encaro e sorrio;

– Eu fico muito feliz senhora Foster.

– Olívia querida, somente Olívia. - ela se aproxima e pega na minha mão. – Obrigada. Obrigada por estar fazendo isso.

– Ah que isso, eu estou fazendo meu trabalho.

– Eu sei que sim, mas você é especial.

Ela sorri e eu fico sem graça, especial? Como assim?

– Vem, vou te levar até ele, acho que você vai gostar de saber onde ele está.

Franzo minha testa, ela solta a minha mão e a acompanho, passando por uma cozinha enorme, saindo de dentro da casa pra um jardim lindo, com uma piscina próxima da área, aquele lugar, uau, é incrível.

  Andamos mais um pouco e vejo Henrique, conduzindo a cadeira de rodas por aquele jardim imenso.

– Bom, está vendo? Alguma coisa mudou no meu filho e eu acho, que isso tem haver com você.

Ela para e me encara, observo ele admirando algumas plantas, em seguida ele fecha os olhos e ergue a cabeça, talvez esteja matando a saudades de sentir o sol em sua própria pele.

– Ah que isso, eu não fiz nada Olívia.

– De qualquer forma querida, eu te agradeço. Agora eu tenho que ir, boa sessão.

– Obrigada!

Acompanho com os olhos ela saindo, quando me viro, percebo Henrique me encarando. Aceno com a mão, ele abre um sorriso e me encaminho até ele.

– Bom dia senhorita Miller.

– Bom dia senhor Foster.

– Eu já disse, sou novo demais pra me chamar de senhor.

Sorrio sem graça e percebo o mesmo, ainda com o sorriso estampado;

– Então, nossa sessão será aqui?

Faço gesto com os braços e olho ao redor.

– Se você preferir, podemos voltar pro quarto.

Volto a encara-lo;

– Não, aqui está ótimo por enquanto, mas vou precisar usar mais equipamentos pra frente e você precisará ir até o meu local de trabalho.

Vou pra trás dele, apoiando minhas mãos na cadeira e conduzindo pra uma sombra.

– Não será tão difícil, eu já saí do quarto pra ir pra um pub, acho que consigo ir até você.

Sorrio ao ouvir, esse homem parece ser outra pessoa, oque tá acontecendo? Não, isso não tem nada haver comigo, porque teria?

  Começo com as sessões, Henrique não me questionou exatamente nada, apenas recebeu minha instruções e fez quietinho. Pelo laudo médico, ele tem sim possibilidades de andar, é possível, mas pra isso acontecer, ele precisa ter força de vontade e seguir com as sessões todos os dias e claro, vivendo um de cada vez, é preciso ter paciência e esperança.

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Para saber mais sobre o desfecho dessa história, temos disponível na Amazon Kindle ou o Livro fisico disponível na Uiclap. Links estão na bio do Instagram:
@autoraariicesconetto

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