What you did in the Dark

By slytcruz

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"Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nasc... More

Informações da história
Chapter One: When all starts.
Chapter Two: Don't go, Harry!
Chapter Three: Healing
Chapter Four: Let's find out
Chapter Five: The game starts.
Chapter Six: Gringotts with revelations.
Chapter Seven: Platform, godbye and train.
Chapter Eight: Hogwarts!
Chapter Nine: Selection.
Chapter Ten: The Gringotts theft.
Chapter Eleven: Flying Leassons.
Chapter Twelve: Halloween.
Chapter Thirteen: Quidditch.
Chapter Fourteen: Erised mirror.
Chapter Fifteen: Yule.
Chapter Sixteen: Planting Seeds.
Chapter Seventeen: Abused.
Chapter Eighteen: Drowning
Chapter Nineteen: Forbidden Forest
Chapter Twenty-One: Summer of Planning
Chapter Twenty-Two: New Generation.
Chapter Twenty-Three: Deja Vu
Chapter Twenty-Four: Voices
Chapter Twenty-Five: Court
Chapter Twenty-Six: Dobby, the house elf
Chapter Twenty-Seven: Snakes, Ghosts and Puffs
Chapter Twenty-Eight: T. M. Riddle
Chapter Twenty-Nine: Spiders
Chapter Thirty: The Chamber
Chapter Thirty-One: My Blood
Chapter Thirty-Two: Safe
Chapter Thirty-Three: Sirius Black
Chapter Thirty-Four: Dementor
Chapter Thirty-Five: Hippogriff and Boggart
Chapter Thirty-Six: Marauders Map
Chapter Thirty-Seven: Truth or Dare
Chapter Thirty-Eight: Final
Chapter Thirty-Nine: Reunited
Chapter Forty: Expecto Patronum!
Prólogo Pt.2
2.1: The beginning
2.2: Princess
2.3: Imperius
2.4: Long time no see
2.5: Goblet of Fire
2.6: Rage
2.7: Wands
2.8: Pierre
2.9: Dragon
2.10: Ball
2.11: Second Task
2.12: Alliance
2.13: Third Task
2.14: And so it starts
2.15: Remember
2.16: Mourning
2.17: Breakdown
2.18: Unwanted connection
2.19: Preview
2.20: Wizengamot
2.21: Tortured Loved Ones Department
2.22: Routine
2.23: Dates and Winks
2.24: Army
2.25: Daggers and teddys

Chapter Twenty: Two-faced

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By slytcruz

"Um discurso bem pensado
Pode fazer mais do que uma arma carregada"

    Junho de 1992

As últimas provas aconteceram, finalmente, e agora todos os estudantes estavam livres — bom, exceto os que prestavam seus NOM'S e NIEM'S.

Harry se sentia aliviado por nada mais ter acontecido desde aquele dia na floresta proibida, mas ele sabia que tinha algo se aproximando. O clima estava estranho, e sua cicatriz ardia constantemente.

Depois de sair da sala de exame de transfiguração, ele disse aos seus amigos que iria respirar um pouco de ar puro, e os encontraria na alcova ao lado do banheiro feminino do terceiro andar em quarenta minutos. Draco, que hesitava em deixá-lo desde aquela noite aterrorizante, pareceu tentado a ir junto, mas deixou-o ter o seu tempo.

Conforme passava pelos corredores aquecidos pelo sol que raiva no céu de primavera, Harry se sentia estranho. Seus pelos do braço se arrepiavam, e ele tentava se lembrar de tudo que vinha acontecendo desde que chegou a Hogwarts. Achava que estava deixando algo passar.

Tudo começou com a situação do troll, depois a partida de quadribol, e nada mais aconteceu até o Natal. Depois disso, foi relativamente tranquilo, com ele somente vendo a conversa entre Sev e Quirrelmort, e depois Norberto...

Puta que pariu.

Harry começou a correr em direção a cabana do meio-gigante, torcendo por encontrá-lo facilmente. Pensando em tudo, agora era muito óbvio. Quem teria dado o ovo de dragão — uma criatura que Hagrid desejava desesperadamente — de graça? Quem carregaria um ovo de dragão? Isso foi planejado, era óbvio. Rúbeo disse que o tinha conseguido em um bar — ele era conhecido por abrir a boca em momentos inoportunos, principalmente sob o efeito de álcool. E só faltava o desafio de Hagrid e de Severus...

- Hagrid! - Harry gritou ao ver o meio gigante sentado em um caldeirão na frente da casa, descascando ervilhas numa grande tijela.

- Olá - disse, sorrindo. - Terminou os exames? Como estão seus amigos? Tem tempo para um refresco?

- Não, desculpa, estou com pressa. Hagrid, preciso perguntar uma coisa. Sabe aquela noite que você ganhou o Norberto? Quem era o estranho com quem você jogou cartas?

- Não lembro - disse Hagrid com displicência - , ele não quis tirar a capa...

Viu-o fazer cara de espanto e ergueu as sobrancelhas.

- Ora, não é nada de mais, tem muita gente esquisita no Cabeça de Javali. Podia ser um vendedor de dragões, não podia? Nunca vi a cara dele.

Harry se abaixou ao lado da tijela de ervilhas.

- O que foi que você conversou com ele, Rúbeo? Chegou a mencionar Hogwarts?

- Talvez - disse Hagrid, franzindo a testa, tentando se lembrar. - É... ele me perguntou o que eu fazia e eu respondi que era guarda caça aqui... Depois perguntou que tipo de bichos eu cuidava... então eu disse... e disse também que o que sempre quis ter foi um dragão... então... não me lembro muito bem... porque ele não parava de pagar bebidas para mim... Deixa eu ver... ah, sim, então ele disse que tinha um ovo de dragão, e que podíamos disputá-lo num jogo de cartas se eu quisesse... mas precisava ter certeza que eu podia cuidar do bicho, não queria que ele fosse parar num asilo de velhos... Então eu respondi que, depois do Fofo, um dragão seria moleza...

- Ele pareceu interessado no Fofo? - perguntou Harry, tentando se manter calmo. Isso não era bom...

- Bom... pareceu... quantos cachorros de três cabeças a pessoa encontra por aí, mesmo em Hogwarts? Então contei a ele que Fofo é uma doçura se a pessoa sabe como acalmá-lo. É só botar um pouquinho de música e ele cai no sono... Eu não devia ter dito isso.

Harry nem parou pra ver a expressão horrorizada no rosto do meio-gigante, correndo rapidamente em direção às masmorras para avisar isso a Severus, até que foi parado por quem ele menos queria ver.

- Olá, Harry - Quirrell disse, com um sorriso doente no rosto, não escondendo mais os seus propósitos. - Gostaria de me seguir até a minha sala? Tem uma questão da sua prova de Defesa que eu gostaria de discutir.

Cercado por todos os alunos que passavam pelo corredor, Harry não pode fazer mais nada se não segui-lo, rezando para algum de seus amigos o visse sendo levado. Cepheus, que passava por ali, olhou-o estranho, vendo-o pálido, mas nada fez, percebendo que estava com um professor. Por favor, o moreno implorou na sua mente; socorro. Quando a porta fechou atrás de si, Harry viu a luz vermelha vir na sua direção, seguida pela escuridão.

[...]

- Ele já devia ter voltado. Está escurecendo - Draco disse, batendo o pé ansiosamente, temeroso.

- Talvez ele tenha ido direto para a comunal - Pansy sugeriu, tentado acalmá-lo.

- Ou ele só quer mais um tempo sozinho - Blaise sugeriu.

- Ele não ficaria tanto tempo sozinho lá fora, não depois do que aconteceu na Floresta - Draco afirmou, certeza em suas palavras.

- Por que não subimos e o procuramos, hein? - Hermione sugeriu, começando a se inquietar com a ansiedade do loiro, levantando-se do sofá confortável do seu covil/biblioteca do Harry.

Todos se levantaram, então, saindo do malão. Neville encolheu-o e deu para Draco guardar, já que ele dividia quarto com o moreno.

Seus passos ecoavam no piso de pedra e nas escadas de madeira conforme eles iam descendo de piso, checando nos andares que passavam. Foram até os jardins e viram vários estudantes aproveitando o dia quente, assistindo o pôr-do-sol. Nada de Harry.

Correram até as masmorras, os Slytherins entrando no salão comunal, vasculhando-o a procura do integrante desaparecido aquele grupo estranho.

- Draco! - Cepheus chamou-o do seu lugar na mesa da corte Slytherin. - Venha aqui, por favor.

- O que foi? Estou no meio de algo importante aqui - o loiro mais novo revirou os olhos, olhando o irmão com impaciência.

- Harry está bem? Eu o vi muito pálido mais cedo, mas como estava com o professor Quirrell, eu...

- Espera um minuto - Draco o interrompeu, rindo levemente histérico. - Harry estava com Quirrell?

- Foi o que eu disse, não foi?

Draco se sentiu tonto, e se apoiou na mesa de madeira escura.

- Ei, o que foi? - Cepheus perguntou, preocupado ao ver seu irmão empalidecer e cambalear.

- Harry está em perigo.

- Explique isso direito.

Draco explicou, então — tudo. Tudo que dizia respeito a Quirrell e Voldemort, e que eles estavam procurado Harry depois de ele ter demorado muito mais tempo para retornar do seu passeio do que ele disse que demoraria.

- S-se ele pegou Harry...

- Ele não fará mal algum à ele. Eu vou garantir isso - Cepheus prometeu, se levantando. - Monitores! Sétimos anos! Temos uma situação.

Um grupo de vários alunos se aglomerou ao lado da mesa, esperando as próximas palavras do seu principe.

- Harry Potter está em perigo. Existem evidências concretas de que algum aliado do Lorde das Trevas o tem em custódia, então precisamos nos mover. Tragam os primeiros anos que estão lá fora aqui pra dentro, independente da sua casa. Preciso que alguns façam a contagem dos alunos e tenham certeza de que todos estão aqui, se não devemos procurá-los no castelo. Assim que todos estiverem em segurança, a porta da comunal será lacrada até segunda ordem, e quem ficar pra fora não voltará até que seja seguro para todos os outros. Montem guarda de cinco em cinco na porta, revezando a cada hora, começando quando eu sair do salão.

Todos começaram a fazer exatamente o que foi ordenado. Cepheus se virou para o seu irmão.

- Vou falar com o padrinho, ok? Ele nos ajudará. E eu sei que você quer ajudar, mas não o quero em perigo algum essa noite. Estou permitindo a entrada dos seus amigos, e você deve ficar com eles, independente do que achar ser melhor. Sei que você é próximo de Harry, mas se você-sabe-quem estiver pelo castelo, eu o quero bem longe da confusão.

Draco pareceu querer contestar por um momento, mas assentiu tristemente, lágrimas brilhando em seus olhos.

- Ei, eu vou trazê-lo de volta, ok? - Cepheus prometeu, dando um beijo nos cabelos loiros do irmão. - Eu te amo. Volto já.

Então correu para fora do salão comunal. O grupo das outras três casas entrou, correndo até os amigos, que se aglomeraram num canto do cômodo, fugindo dos olhares e ouvidos curiosos.

- Então, o que aconteceu? - Hannah perguntou, temerosa.

- Ele tem Harry - Draco chorou, se escondendo no colo de Pansy, que envolveu-o em seus braços, confortando-o mesmo que seu próprio coração estivesse pesado. Todos ficaram em silêncio por um momento.

- Agora só podemos esperar - Neville disse, sentindo como se cortassem seu suprimento de oxigênio, o medo de perder seu melhor e mais antigo amigo o dominando completamente.

[...]

- Padrinho! - Cepheus gritou, entrando com tudo no escritório de Severus, que se preparava para ir para o alçapão e pegar a pedra.

- Mas o que...

- Quirrell tem Harry Potter.

- O-o que? - Snape perguntou, procurando apoio na sua escrivaninha, sentindo-se tonto.

- H-há umas duas horas, eu vi Quirrell levando Harry pra sua sala, e ele parecia pálido. Quando perguntei a Draco agora pouco, ele me contou tudo. Mandei as cobras se fecharem na comunal depois de ter certeza de que todos da casa estavam lá, e mandei o grupo de pirralhos junto. Eles não abrirão até segunda ordem. Agora, imagino que tudo isso nós leve até o corredor do terceiro andar, onde algo como um cão de três cabeças esconde um artefato mágico muito poderoso que tentaram roubar de Gringotes ano passado, estou certo?

- Isso me leva ao corredor do terceiro andar - Severus corrigiu.

- Ah, não. Eu estou indo junto. Você sabe que eu sou o melhor duelista do corpo discente atualmente, e você não pode esperar parar o lorde das trevas e salvar Harry ao mesmo tempo.

- Certo - o professor concedeu. - Mas se você morrer, eu vou deixar bem claro pro seu pai que voce deveria ter sido a porra de um Gryffindor.

- Assim você me machuca - o Malfoy disse, enquanto transfigurava as suas vestes comuns em vestes próprias para duelo. Severus retirou o manto que usava para revelar vestes semelhantes, porém mais intrincada com feitiços protetores.

Eles saíram correndo pelos corredores, quase sendo atrapalhados por Pirraça, que só não os viu porque Severus os cobriu com a capa da invisibilidade que Harry o tinha emprestado. Logo, estavam no corredor do terceiro andar.

A porta estava destrancada. Eles puderam ouvir os roncos do bicho conforme entravam, e viram uma harpa tocando uma melodia de ninar para o cão. Severus reforçou o feitiço do instrumento, retirou a grande pata do alçapão e abriu-o, vendo somente a escuridão.

- A hora de desistir é agora - ele disse ao seu afilhado, que o olhou de cara feia. - Nós cairemos no visco do diabo. É só relaxar que nós passamos.

- Que tipo de desafio é esse?

Ignorando-o, Severus pulou, sabendo que Cepheus o seguiria. Ambos caíram na grande planta, que os deixou passar quando eles se manteriam parados. Continuaram andando.

Um farfalhar metálico podia ser ouvido se eles apurassem os ouvidos.

- Chaves voadoras - Snape disse.

- Isso é sério?

Quando eles chegaram no fim daquele corredor, se depararam com uma câmara muito iluminada, o teto abobadado no alto. Era cheia de coisas que pareciam passarinhos, mas se você olhasse com atenção, veria que eram chaves aladas. Do lado oposto da câmara, havia uma pesada porta de madeira.

Severus analisou as chaves voadoras por alguns segundos antes de descobrir qual seria a que abriria aquela fechadura.

- Accio chave com a asa quebrada.

A chave certa voou para a sua mão, se debatendo levemente. Ele a colocou na fechadura e a abriu com um clique suave, deixando-a ir em seguida, mais capenga do que antes.

A câmara seguinte era tão escura que não dava pra ver absolutamente nada. Mas, ao entrarem nela, a luz inesperadamente inundou o aposento, revelando uma cena surpreendente.

Estavam parados na borda de um surpreendente tabuleiro de xadrez atrás das peças pretas, que eram mais altas que eles e talhadas em um material que parecia pedra. De frente pra eles, do outro lado da câmara, estavam dispostas as pecas brancas — sem feições.

- Esse desafio foi projetado por McGonnagal - Severus disse. - Ela não deixa nada passar, então teremos que jogar. Pelo que ela me disse, temos que fazer parte do tabuleiro.

- Como peças. 

- Infelizmente.

Severus fez Cepheus tomar o lugar do rei, enquanto ele próprio virou a rainha. As peças brancas jogaram primeiro. Snape logo percebeu que elas seguiam um padrão — o padrão que McGonnagal sempre seguia quando eles jogavam. Depois de perceber isso, foi fácil ganhar, ambos saindo ilesos, com somente alguns arranhões no rosto por pedaços de pedra que não conseguiram desviar de quando as peças foram destruídas brutalmente — como no xadrez bruxo.

Cepheus alcançou a porta da câmara e a abriu, levando-os a outra, que fedia.

- Quirrell - tossiu Severus, lacrimejando com o cheiro nojento. Eles correram e empurraram a próxima porta.

Quando ela se fechou as suas costas, chamas roxas encheram aquela parede. Ao mesmo tempo, chamas pretas apareciam na parede a sua frente, bloqueando a última porta.

- Esse é o meu - Severus disse, parecendo satisfeito. Pegou sua bolsa escondida dentro das vestes e a abriu em cima da mesa que tinha sete garrafas de formatos diferentes sobre ela. Cepheus pegou o papel exposto.

O perigo o aguarda à frente, a segurança ficou atrás,
Duas de nós o ajudaremos no que quer encontrar,
Uma das sete os deixará prosseguir,
A outra levará de volta quem beber,
Duas de nós conterão vinho de urtigas,
Três de nós aguardam em fila para o matar,
Escolha, ou ficará aqui para sempre,
E para ajudá-lo, lhe damos quatro pistas:
Primeira, por mais dissimulado que esteja o veneno,
Você sempre encontrará um a esquerda do vinho de urtigas;
Segunda, são diferentes as garrafas de cada lado,
Mas se voce quiser avançar, nenhuma é sua amiga;
Terceira, é visível que temos tamanhos diferentes,
Nem anã nem giganta leva a morte no bojo;
Quarta, a segunda à esquerda e a segunda à direita
São gêmeas ao paladar, embora diferentes à vista.

Cepheus deixou escapar um grande suspiro, seguido por um leve sorriso.

- Esse é um desafio de verdade. Lógica, hein? A maioria do bruxo só pensa com as suas varinhas, ou a cabeça de baixo, na pior das hipóteses.

- Pelo amor de Merlin, Cepheus - Severus disse, abafando uma risada. Não ia negar, sabendo que era tudo verdade. - Devolva isso aonde pegou. Tenho as poções para passar aqui.

Ele lhe entregou um frasco pequeno, ficando com outro. Ambos não tinham mais que um gole.

- Pronto? Ainda pode desistir - Severus perguntou novamente. Cepheus somente bebeu sua poção, esperando o pocionista fazer o mesmo, antes de ambos passarem pelas chamas negras.

Passaram em silêncio, sem chamar a atenção dos ocupantes da câmara.

Harry estava de joelhos, seus braços presos pra trás com fitas mágicas assim como os seus pés, e uma mordaça o impedia de falar. Seus olhos verdes furiosos acompanhavam os passos lentos de Quirrell, que parecia falar consigo mesmo enquanto avaliava o espelho a sua frente.

- Você sabe como tirar o pedra daqui, não sabe, Potter?

Harry acenou negativamente, mas Quirrell não lhe deu ouvidos.

- Obviamente, Dumbledore não permitiria que a sua pequena arma viesse de mãos abanando. Esse era o plano, não era? Ele queria que você me impedisse. Velho tolo. Como um ser tão incompetente como você poderia me parar?

Ele se virou para Harry, sua varinha firme na mão pálida. Com um aceno, a mordaça sumiu.

- Como eu pego a pedra?

- Encare o espelho com essa sua cara feia até ele quebrar - Harry respondeu, desgosto marcado nas suas feições. - Depois de beber do sangue de unicórnios indefesos, sete anos de azar não deve ser nada comparado a maldição que paira na sua cabeça agora.

- Idiota inconsequente! - Quirrell esbravejou, atingindo-o com uma maldição que o fez voar cinco metros para trás, atingindo um pilar de pedra com um barulho nauseante.

Severus se encolheu, sabendo que não devia se mover ainda, mas querendo correr para ajudar o menino que tinha como sobrinho.

Harry riu enquanto cuspia o sangue que se acumulou na sua boca. Seus dentes estavam avermelhados quando ele disse:

- Vai ter que fazer muito mais que isso pra me quebrar e me fazer falar, Quirrellmort.

- Então você sabe - o homem disse, aparentemente satisfeito. - Ora, nós suspeitávamos, mas você é um verdadeiro Slytherin, não é?

- É isso que as cores da minha veste dizem, ou você também é daltônico, além de extremamente chato e entediante? Essa conversa toda cheia de enrolação é o que geralmente condena os vilões nos filmes trouxas, sabiam? Explicar o plano antes de fazê-lo, ou mostrar o quão burros nós somos não vai ajudar em nada, além de dar tempo dos mocinhos chegarem.

- Ninguém vai vir atrás de você, Potter - Quirrell rosnou.

- Oh, eu duvido muito. Sabe, antes de você me pegar e me apagar, eu vi Cepheus no corredor. Tenho certeza absoluta que ele estava olhando para nós, e também tenho quase certeza de que eu não parecia muito bem. Como um bom príncipe, ele perguntará ao seu irmãozinho, um grande amigo meu e conhecedor de toda a sua trama, se ele tinha me visto e que eu parecia terrivelmente mal nas suas mãos. Draco, incrível como sempre, entenderá a situação e provavelmente surtará um pouco antes de explicar à Cepheus, que será o exemplo de príncipe mais uma vez.

"Com seus poderes heróicos, ele colocará  várias cobras de vigia na porta para proteger a todos e irá atrás do professor Snape que, adivinhe só, está do meu lado. Agora, o professor Snape está vindo correndo para salvar o 'menino de ouro', e toda essa fala só foi para te distrair, porque os meus salvadores estão aqui a uns bons minutos".

Surpreso, Quirrell se virou a tempo de ver uma maldição prateada que voava da varinha de Severus, evitando-a por um triz. Enquanto a batalha se desenrolava, Cepheus correu até Harry, solando-o das amarras e o puxando para trás da pilastra que ele foi jogado contra momentos atrás.

- Olá, salvador número um - Harry disse, sorrindo. 

- Olá, 'menino de ouro' - o loiro rebateu, rindo ao ver o revirar de olhos do menino.

- Sem graça. Ei, eu acho que eu quebrei uma costela. Tem como você, tipo, "bibbidi-bobbidi-boo" meus ossos e concertá-los?

- Eu não tenho a minima ideia do que é isso, mas posso usar um episkey.

- Oh, pode ser.

Harry gemeu levemente de dor quando sua costela foi remendada, mas era muito bom respirar normalmente, então ele não reclamou. Virando-se, ele olhou a luta.

Severus parecia em desvantagem. O bruxo tentava manter Quirrell longe de onde ele e Cepheus estavam, manejando feitiços defensivos e ofensivos ao mesmo tempo e com diferentes alvos. Harry sacou sua varinha.

- Ah, não não não - Cepheus disse, segurando o pedaço de madeira com uma mão. - Eu prometi a Draco que o levaria de volta, e não poderei fazer isso se você estiver morto por causa de um feitiço perdido.

- Primeiramente, eu nunca seria atingido por um feitiço perdido - Harry disse, puxando sua varinha do aperto do loiro. - Segundo, você nunca me viu lutar.

- Me mostre! Quero ver o que acontece - uma voz fraca e maniaca disse no meio da luta, chamando a atenção de todos. Tudo parou.

- Mas, mestre, o senhor não está forte o bastante - Quirrell tentou argumentar, mas logo se dobrou de dor.

- Mostre-me!

Retirando aquele turbante roxo horrível, ele revelou ago pior ainda. Onde devia estar a parte de trás da cabeça de Quirrell, havia um rosto, o rosto mais horrível que qualquer um deles já tinha visto. Era branco-giz com intensos olhos vermelhos e fendas no lugar das narinas, como uma cobra.

- Esse daí levou o lance de orgulho Slytherin muito a sério - Harry sussurrou, e Cepheus teve que segurar o riso, mesmo que o momento não fosse propício a risadas.

- Harry Potter... - chamou o rosto.

    O garoto saiu do seu esconderijo sob os protestos sussurrados do Malfoy, sorrindo arrogantemente para a figura nojenta que o monstro formava. Era realmente difícil associá-lo ao homem que ele viu morrer por ele.

    - Voldie, quanto tempo!

    - Garoto insolente - disse o rosto. - Vê no que me transformei? Apenas uma sombra vaporosa... Só tenho uma forma quando posso compartir o corpo de alguém... mas sempre houve gente disposta a me deixar entrar no seu coração e na sua mente... O sangue do unicórnio me fortaleceu, nessas últimas semanas... você viu o fiel Quirrell bebendo-o por mim na floresta... e uma vez que eu tenho o elixir da vida, poderei criar um corpo só meu...

    Da maneira que Harry se posicionou, ele se via de frente para o espelho de Ojesed. Via-se pálido, machucado, refletido na superfície brilhante. O que ele mais queria? Sair dali, é claro, de preferência vivo. Se ele somente tivesse a pedra...

    Um peso se fez presente do seu bolso, mas ele segurou a sua surpresa, percebendo que poderia fazer mais daquele joguinho de distração. Com um feitiço simples, ele soube que não era a pedra verdadeira. Maldito Dumbledore e seus planos estúpidos.

    - Oh, você quer a pedra filosofal? - Harry perguntou, fingindo surpresa. - Eu a tenho - então puxou a pedrinha do tamanho da sua palma, vermelho carmesim, do bolso da sua calça.

    - Me dê! - Voldemort exigiu.

    - Não seja estúpido, Voldie. Ambos sabemos que Dumbledore não vai deixar barato se perceber que a pedra sumiu. Eu lhe proponho um acordo, então. Eu, e todos aqueles com quem eu me importo, estão a salvos de quaisquer esquemas futuros seus, se eu te der a pedra. Professor Snape, muito mais capacitado que o seu servo, pode fazer uma réplica perfeita desse bonito e poderoso artefato aqui, e eu me jogo no chão, a pedra a alguns metros, aparentemente desmaiado e magicamente esgotado após lutar com garras e dentes pelo bem da escola. Isso ajuda nós dois. Mas é melhor pensar rápido, porque Dumbledore já deve saber que estamos aqui, desde que você não desativou os feitiços de alerta antes de entrar.

    Severus o contemplou com conhecimento em seus olhos, mas Cepheus parecia levemente apavorado. Ele entenderia tudo depois.

    - Considere o acordo feito - sibilou Voldemort.

    Harry levou a pedra até Sev, que realizou alguns movimentos complicados com a sua varinha e fez uma réplica idêntica aparecer na sua outra mão estendida. Ele entregou a pedra a Quirrell, que a agarrou como se fosse um cálice de água depois de dias no deserto escaldante.

    - Suma - Harry disse - , e não venha atrás de mim novamente.

    - Você é realmente um Slytherin, Potter - Voldemort sussurrou. - Tem o meu respeito.

    Então o corpo de Quirrell, parcialmente acabado pelo peso de carregar o Lorde das Trevas e a maldição do unicórnio, saiu voando pela pequena janela no topo da câmara que existia somente para ventilação, envolto pela fumaça preta característica do meio de transporte dos comensais.

    Harry suspirou, cedendo à dor e ao medo e ao pavor. Severus estava rapidamente nele.

    - Harry! Oh meu Deus, Harry, Dora vai me matar. Talvez eu me mate antes disso, mas se eu chegar lá vivo, ela me mata. Desafiando o Lorde das Trevas dessa maneira! Onde já se viu? Insolente! Vou contar isso tudo pra Draco e Gin — vai ser uma punição mais do que suficiente - o homem resmungava conforme passava sua varinha pelo corpo tremulo do garoto, constatando as diversas fraturas ocorridas quando ele bateu na parede e mais algumas outras. - Ele te machucou mais?

    - Quando eu acordei estava dolorido e com o lábio machucado - Harry contou. - Acho que me bateu um pouco.

    - Ainda bem que eu estou fora daqui e dois anos - disse Cepheus, de pé ao lado deles. - Imagine só passar por algo parecido nos próximos anos também? Qual será a próxima? Aranhas gigantes? Lobisomens? Fez mais algum inimigo nos anos sumido, Harry?

    O moreno riu levemente, mas logo parou, gemendo de dor.

    - Vocês deviam ir - ele disse. - Dumbledore está realmente vindo, e não seria fácil explicar a sua presença aqui. Ele vai arranjar uma maneira de incriminá-los.

    - Certo - o mestre de poções disse, pegando a pedra vermelha que Harry segurava e colocando-a um pouco distante da sua mão. O mais jovem sentia sua consciência indo embora — provavelmente era a concussão.

    - Digam pra eles que eu estou bem, ok? - Harry pediu aos dois, enquanto seus olhos fechavam.

    - Nós diremos - os dois bruxos prometeram.

    Logo, ouviram o barulho de passos apressados na câmara anterior e se cobriram com a capa da invisibilidade, saindo pela porta ao mesmo tempo que Dumbledore entrava, parecendo uma criança cujo Natal tinha chegado mais cedo.

Oie! Tudo bem?

Era pra eu ter terminado o capitulo ontem, mas eu estava com uma dor de cabeça infernal, então tirei o resto da tarde de hoje para concluir. O capítulo foi mais longo, mas eu queria concluir esse primeiro ano logo para dar continuidade a historia. Os acontecimentos dessas ferias de verão serão muuuuito importantes para a historia.

A imagem de mídia é como eu imagino o Snape dessa historia. Eu vou colocando essas fotos nos próximos capítulos também, para vocês acompanharem comigo, porque eu imagino a maioria mais semelhante aos livros, e as vezes nem isso, fugindo dos filmes.

Espero que tenham gostado!

Curtam, comente, me sigam e compartilhem!

Até o próximo,

~Bia+

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