Sangue de um imortal (Solange...

By Garota_Do_Oculos

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Gaia voltou para seu sono , e a frágil paz tomou conta dos acampamentos. Mesmo assim, o rastro de sangue que... More

Piloto.
Espadas sujas de sangue.
Cordeiros para o abate.
Em meu sangue e ossos.
Lealdade ao império.
Espelhos embaçados
Ponto de ignição
Não culpe as crianças.
Todos esses olhos azuis.
Todas as nossas cores.
Conto de fadas.
Quarto do pânico.

O lobo em seus olhos.

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By Garota_Do_Oculos

Eu estava lá por você,
nas suas horas mais difíceis
Eu estava lá por você
nas suas noites mais escuras
Mas me pergunto onde você estava
Quando estava no meu pior momento
de joelhos
E você disse que me protegeria

O restante da viagem para Seattle ocorreu de forma lenta, mas segura. O carro deslizou por asfaltos movimentados, rodovias perigosas e tiveram mais algumas paradas para abastecer e comer. Horas depois, Reyna estacionou em um restaurante à beira da estrada já em Seattle.

- Se tudo ocorrer bem, leva 40 minutos para chegarmos à base Amazon. - Will fala, mordendo uma fatia de pizza. O loiro tem apreço por comida gordurosa, embora insista para Nico se alimentar de forma saudável.

Reyna está ansiosa, embora nada demonstra isso. Seus olhos de topazio negros estão focados em algo alem das janelas de vidro do restaurante, os cabelos presos de forma perfeita em uma trança que não se desmancha e o semblante serio. O silêncio da mesma é algo comum, não há nada para se estranhar. mais Di Angelo a conhece muito bem.

Ele observa como ela está maltratando os lábios, os mordiscando de vez em vez e em como seus punhos estão apertados embaixo da mesa. Ele sabe que ela gostaria de continuar, chegar lá ainda hoje. Da mesma forma que sabe que ela não vai dizer nada, porque todos estão cansados e o dia já está caindo.

Ele tira os olhos da estátua romana do seu lado, ele e Reyna estão lado a lado em frente a Thalia e Will. Olhando para o loiro, ele prende o fôlego. Will está apenas bebendo sua coca no canudinho, mas os cabelos rebeldes estão desleixados de um jeito atraente, e atrás dele o pôr do sol explode nas janelas de vidro fazendo o ouro derretido brilhar e refletir nas suas costas, oque resulta em um Will brilhante.
Como uma pintura, uma obra de arte onde cada mínimo detalhe foi calculado e sentido por mãos divinas.

Thalia suspirou antes de bocejar, os olhos elétricos cansados e quase apagados. Como se a carga de energia estivesse aos poucos diminuindo, os cabelos espetados desafiam a gravidade. E Nico entra em um impasse. Deveriam descansar a noite e ir ao amanhecer ou ir direto a base das Amazon? Talvez possam ficar por lá. Se elas estiverem lá.

Se houver algo lá, e precisarem lutar estarão em desvantagem. É arriscado, e o motivo pelo qual Reyna não diz nada.
O bocejo de Thalia contaminou Will, e então Nico que estava com os olhos no loiro. Estavam todos cansados. Reyna mantinha os olhos lupinos lá fora, e Nico se aproximou dela, esticando o pescoço para olhar oque a garota tanto observa.

Aurum e Argentum estão correndo lá fora, as pessoas fazem carinho nos galgos e outras evitam passar perto deles, o medo nos olhos. A névoa faz os cães terem a aparência de cachorros normais, dois galgos grandes e bem cuidados com os pelos em pelagem caramelo e cinza, olhos castanhos.

- Eles são bem sociáveis para cães de guarda. - O Di Ângelo comenta, vendo como parecem felizes em ser acariciados.

- Eles são incríveis, conseguem ser cães de guerra e companhia. Eu prefiro a última opção. - Reyna responde, finalmente desviando os olhos deles e olhando para Nico.

- Então como vai ser? - Thalia pergunta, cansaço presente em sua voz. - Vamos direto ou amanhã? Seja qual for, melhor ir agora estou a um passo de adormecer nessa mesa.

Will fez uma careta. - Eu gostaria de um banho. - O curandeiro tem ótimas manias de higiene, e embora não esteja sujo sente uma camada fantasma de sujeira lhe grudando a pele.

Nico acha estranho toda essa obsessão por limpeza, ele não comentou nada, mas observou como o mais alto havia esfregado o corpo com força ao ponto de deixar vermelho, quando mataram o dragão e lhe sujaram de sangue.

- Vamos amanhã. - Reyna diz, já que de modo inconsciente todos os três esperaram sua palavra. Em algum momento, chegaram à conclusão de que ela era líder.

- Vi um hotel no final da rua, vamos agora? - Thalia pergunta, já se levantando.

Os semideuses a seguem, com Will indo para o caixa pagar a conta. O hotel no fim da rua ficava realmente no final dela, ocupando boa parte do lugar. Com uma entrada para um estacionamento subterrâneo, Thalia guiou o carro após fazerem a reserva de dois quartos.

Will e Nico não esperaram as garotas, indo direto para o quarto no terceiro andar. Número 103, no fim do corredor no número 107 está as garotas

Will foi o primeiro a ir tomar banho, se livrando das roupas com pressa e ligando o chuveiro. A água quente o fez suspirar, a sensação de estar livrando o corpo da sujeira o deixando em paz. Devagar ele ensaboou, e depois começou a lavar os cabelos. Solace tem problemas com sujeira.

Porque seus sonhos, seu corpo ainda está coberto de sangue vermelho. Não o seu. A terra, suor, musgo e outros ainda estão grudados em sua pele, como se fundisse a mesma , entrando para dentro de seu corpo e o tornando eternamente manchado pelo pecado e pela dor.

Will morde os lábios,o gosto metálico invadindo sua boca quando o aperto de seus dentes rasga a carne. Terminando o banho, ele se veste. Uma bermuda jeans branca, a blusa laranja do acampamento e os tênis surrados nos pés. Ele sai do banheiro, penteando os cabelos com os dedos, e vê como Nico o observa.

Sentado na cama com algumas cartas na mão, o garoto olha para ele por longos segundos. E então cora, o rosto vermelho como morangos. Will gosta de morangos, e gosta de ver Nico corado, é fofo.

- O que é isso? - Pergunta se aproximando, e olhando as cartas nas mãos pálidas do menor.

- Baralho, estava na gaveta da cômoda. - Ele responde, os cabelos tapando parcialmente seus olhos.

- Quer jogar? - Will pergunta, se sentando do lado dele.

- Sim! Só vou tomar um banho primeiro.

- Pegue umas peças minhas emprestadas,a mochila tá no chão do banheiro. - O loira fala, se lembrando que a esqueceu por lá.

- Ok- É tudo que ele diz andando para a porta e então para, como se lembrasse de algo. Sua voz soa um pouco envergonhada quando diz. - Obrigado, Will.

Sorrindo, Solace o responde. - De nada. O que acha de mais batatas fritas?

Os olhos de chocolate de Nico brilham, as pupilas explodindo no mar castanho de seus olhos. - Batatas nunca são demais. Seria ótimo! Traz refrigerante também ?

- Claro. - Will prontamente concordou, se levantando. Sorrindo, Nico entra no banheiro fechando a porta atrás de si.

Will segue para fora do quarto, descendo do elevador até o primeiro andar. Tem uma lanchonete na rua à frente do hotel, alvo do loiro. Saindo do hotel, ele escuta Reyna o chamando. A voz polida e fria da pretora é impossível de ser confundida, e o loiro se vira vendo a mesma acompanhada de seus leais cães.

Os humanos não estão vendo eles, Will no entanto tem consciência de cada passo dos galgos. Reyna tem os cabelos negros trançados de lado, a trança longa escorre ate a metade de sua barriga, e suas roupas são justas. O jeans preto da calça está colocado e modelando o corpo da pretora, com uma camisa preta mais apertada no busto e escrito "Sexy metal Barbie" em rosa. Os tênis da pretora são pretos com cadarços verdes. Roupas de Thalia, que mesmo usando números maiores ainda apertam a latina.

Ela e Nico não tiveram tempo de fazer as malas, ao contrário dos outros dois semideuses gregos. E mesmo nesse estilo mais Thalia , Reyna não perdeu a essência ameaçadora.

- Está de saída? - Ela pergunta, cordial .

- Ah, vou pegar umas fritas na lanchonete ali na frente. - Will responde, e sentindo aqueles olhos em si, sente necessidade de explicar. - Nico e eu queremos algo para mastigar enquanto jogamos baralho, já que tvs não são uma opção.

De repente, ele se sente intimidado. Reyna deve ser muito boa em conseguir informações, porque não está fazendo nada e ele está quase se desculpando.

- Vou com você, Thalia também quer algo. - É oque ela responde, andando do seu lado.

Engolindo um suspiro, ele a segue para o outro lado. O silêncio não demorou muito, Reyna o cortando.

- Nico gosta bastante de você.

Tem algo ali, Will sente. Olhando para baixo, ele vê aurum e argentum mais perto dele. Os cães têm as orelhas retas, parecem mais altos do que deveriam ser.

- Eu também gosto bastante dele. - Responder, incerto.

Olhando para os galgos, ele fica com medo. Os cães detectam mentira, como um tubarão sente sangue na água. Mas ele não está mentindo, e ele se pergunta se esse é o motivo pelo qual Reyna trouxe os cães. Ou apenas para o intimidar.

- Serei direta Willian Solace, é melhor não fazer ele chorar.

O ar travou em seus pulmões, quando ele olhou para cima. Reyna não precisa de cachorros para o intimidar. As máquinas mortíferas são inofensivas, comparadas ao olhar no rosto da mais velha.

Olhos negros como o habismo, carregando tanto montros como a escuridão porta. Ele vê o lobo em seus olhos, pronto para atacar.
Ele gaguejou algo, sem conseguir falar.

E então ela sorriu, o rosto parcialmente coberto pelas sombras , graças a pouca iluminação das ruas, mas o branco dos seus dentes cortou o escuro. Um sorriso lupino que não chegou aos olhos , e o arrepio em sua espinha pareceu choque.

- Mas não teremos problemas, não é garoto sol? - Ela diz quando o silêncio dele se prolonga, - Assim como eu, você parece querer o melhor para ele.

-S-sim. Não tem com o que se preocupar, eu realmente quero ver o Nico bem. - Ele consegue responder, enchendo os pulmões com ar.

Os galgos não demonstram sinal, e o loiro volta os olhos para Reyna. Ela não tinha mais um ar tão ameaçador, agora, parecia divertida. Se divertindo ao ver o quão nervoso deixou o filho de Apolo, no fim a romana tem um senso de humor. Ele apenas é cruel.

Will nem percebeu que já haviam entrado na lanchonete, as luzes piscando em sua visão. Reyna se despediu com um último olhar, e foi na máquina de gelados. Ele continuou até o balcão, pedindo pelas fritas. O atendente não demorou a ir fazer , e enquanto esperava ele não pôde evitar rir baixo.

Nico tem uma irmã mais velha assustadora.

Um lado seu se aqueceu, sabendo que alguém preza tanto pelo filho de Hades quanto para si mesmo. Ele está bem.
E, se Reyna se deu o trabalho de o avisar, então Di Angelo estaria na sua? O pensamento o fez sorrir, as bochechas corando com a hipótese.

A latina saiu primeiro, acenando para ele enquanto voltava ao hotel, dois copos na mão e um pacote de jujubas na boca de Aurum. Will ficou um pouco confuso, mas voltou a atenção ao balcão quando o garoto o entregou sua sacola embalada. Pegando também duas latas de refri, Will pagou antes de voltar ao hotel.

Dinheiro felizmente não era um problema, e não era névoa. Dinheiro real que os Deuses deram como forma de "garantir a segurança". Como se algumas notas fossem impedir a morte de os buscar, ou compensar toda a tirania.

De volta ao quarto, assim que entra é presenteado com a visão de Nico , sentado na cama e encolhido em suas roupas. A calça jeans azul claro é larga, e a blusa branca com estampa do oceano o faz parecer menor do que é. Will riu, o garoto está um fofo.

Entrando para dentro, ele vê que as roupas pretas do garoto estão penduradas na janela e pingando. Di Angelo deve ter lavado e colocado para secar, essas roupas largas podem ser confortáveis, mas não são a melhor opção para uma luta.

- Qual jogo vamos jogar?- Will pergunta, se sentada na cama em frente a Nico.

Cruzando as pernas, o menor se ajeita na cama, então se estica para alcançar a sacola com as fritas.

- Já jogou 21? - Ele perguntou, tirando uma das embalagens. - Eu costumava jogar com minha irmã.

Will o olhou curioso, Nico não fala muito sobre si mesmo e agora que falou o loiro não quer perder a chance de ouvir mais.

- Sei sim, podemos jogar isso. Sua irmã...

- Bianca. Bianca di Angelo. - Nico respondeu, pegando a dica de Will para falar mais.

Ele esperou a onda de dor e saudades que sempre vê ao falar da irmã, mas não encontrou. A saudade veio, o esmagando quando visualizou os cabelos pretos e o rosto tão parecido com o seu. Mas a dor, a raiva... não veio.

E Nico sorriu, disposto a falar mais. - Ela sempre me deixou ganhar. Não me deixe ganhar Solace.

Will riu, divertido. - Você vai perder Di Angelo.

Com um sorriso e os olhos brincalhões, Nico embaralhou as cartas e as distribuiu.
Por uma noite, algumas horas, eles podem esquecer o mundo atrás desse quarto. Não era o encontro que ambos imaginaram que teriam, e nem sabiam se podiam chamar esse tempo como algo parecido a um encontro.. mais as borboletas e as risadas foram as mesmas que teriam, em qualquer lugar.

Alguns quartos ao lado, no final do corredor, número 107, Thalia e Reyna estão hospedadas.

A latina foi a primeira a tomar banho, e assim como Will saiu em busca do pedido de Thalia que ficou tomando banho.
Intimidar Will poderia parecer algo desnecessário, dava para ver como ele era um bom garoto. O problema era exatamente esse. Garotinhos loiros com olhos azuis, especialistas em quebrar corações.

Fantasmas de um sorriso com cicatriz nos lábios, passaram em sua mente quando ela chamou Will e ele se virou. Então, comparar foi inevitável. E isso a levou a lugares dolorosos, fez seu coração se apertar.

Algo rastejou em seu estômago, tão ácido que doeu. Reyna não se orgulha desses sentimentos, mas a comparação, inveja e insegurança estão ali, embolados e misturados à raiva. Ela esteve sempre ali para Jason. Em seus piores momentos, quando ele quebrou e sangrou, ela esteve lá e o protegeu. Estavam juntos.

E então ele desapareceu.
Ela sabe que não foi culpa dele, isso ela entende, é claro que sim. O que ela não entende é por que ele não voltou.

Quem chegou no acampamento em um barco voador, foi um garoto loiro que ela nunca viu. E ele estava de mãos dadas com uma garota. A cena estraçalhou algo em si, e ela se sentiu tão quebrada. Percy se lembrava de Annie, por que Jason não? O'Que havia em Piper que não tem nela? Ciúmes. Raiva. Inveja. Ela engoliu tudo isso, e fez seu trabalho.

Quando ele veio até ela, ela teve esperanças, quão tola ela foi. Ele teria se lembrado? De todas as promessas, tudo que ele disse que faria por ela?
Não, ele queria mostrar Roma para Piper.

E quando tudo deu errado, ele fugiu com os semideuses escolhidos. Um lado de Reyna diz que é totalmente infantil esses sentimentos de raiva, traição e toda dor foi que foi ver ele escolher eles. Porque era para salvar o mundo, não deveria ser uma escolha. Mas ele nem exitou, não pensou antes de os seguir. Então, novamente, ela nunca foi uma opção.

Cuide da nova roma, lidere novamente sozinha um acampamento furioso, lide com todos os problemas deixados. Onde ele estava quando ela precisou?

Reyna não odiou Piper, nem por um minuto. Teve ciúmes, inveja, é claro. Mas não odiou, e como poderia ? Ela parece um anjo. E a forma como ela olhou para Reyna, a insegurança nos olhos bicolores deixou a latina irritada. Por que a olha assim? Como se Reyna fosse a outra? Ela é a terceira nessa história.

Ainda sim, quando eles precisaram, a pretora foi em direção a eles. Cruze os céus, sacrifique seus fiel pegos, reviva seus demônios, e fuja deles. A única coisa boa nisso foi Nico. Ela também superou Jason Grace. Não sente mais nada romântico, e a atração...ela nunca sentiu.

Talvez tenha sido esse o problema, Reyna deve ser quebrada. Era disso que afrodite falava?

Porque ela nunca se sentiu atraída por ninguém, a assexualidade correndo em seu sangue. Isso deve fazer dela desinteressante, um biscoito premiado que veio com defeito. Encontrou a embalagem certa, mas não pode comer o biscoito de sabor especial.

- Credo, viu Hades ? - A voz de Thalia interrompe seus pensamentos autodestrutivos. - Por Zeus , que rosto mais frio, a temperatura até caiu, rainha do gelo.

Reyna estava sentada na cama, a postura ereta com as costas coladas na cabeceira e o olhar na porta. Quando chegou com o milkshake de Thalia, ainda estava no banho. A forma como gasta água demonstra que a mais velha, não se importa com o planeta.

- Por que não se vestiu? - É a única coisa que Reyna respondeu, desviando os olhos do corpo semi nu de Thalia.

A filha de Zeus saiu enrolada na toalha, vestindo apenas roupas íntimas. - Molhei todo o banheiro, as roupas iam molhar se eu tentasse vesti- la.

Responde como se fosse óbvio, se vestindo e indo para a cama. Ela pegou o milk shake sabor chocolate e se sentou em frente a Reyna, com as pernas cruzadas.

- E aí? O'Que aconteceu?

Reyna suspira antes de responder, - Nada.

- Peixe.

- O'Que?

- Quem nada é peixe. O que tá pegando?

Reyna quase riu, que humor idiota Thalia tinha. Era quase adorável.

- Só estou preocupada com minha irmã.

Meias verdades. Não era exatamente mentira.

- Também estou preocupada com Jason.

Thalia comenta, levando o canudo aos lábios e chupando o milkshake. Então, ela parece pegar a mínima mudança corporal em Reyna, porque seus olhos brilham.

- Tem algo aí , o'que Jason fez? - Ela pergunta.

- Nada, ele não fez nada, Thalia você está criando teorias.

- Eu já vi esses olhos antes Reyna. - Thalia diz, mais séria do que a latina já achou ter ouvido falar antes. - Toda vez que eu olhei no espelho. Então, oque aconteceu?

E Reyna pensou no quao idiota seria, se negasse. Thalia confiou nela, e contou sua história. Mostrou a ela, seus medos, se permitiu ser crua e sincera. Suspirando, ela se encolheu e trouxe os joelhos para o peito, abraçando a si mesma e apoiando o queixo nos joelhos.

- É sobre esses garotos com olhos azuis.

Thalia riu, um riso de dor e ironia. Ela entendeu bem oque a pretora quis dizer.

- Jason e eu..tínhamos uma coisa. - Ela começa, sem saber ao certo como desabafar.

- Vocês namoravam?

- Algo assim. Eu amava ele, e ele dizia me amar. - Ela respondeu, sentindo o gosto amargo das palavras na língua. - E então ele voltou, namorando, e sumiu de novo.

- Ele não te procurou? Foram meses...e Quando a profecia acabou? já faz alguns dias.

- Não.

- Merda.

É oque Thalia murmurou. Reyna riu, é uma forma de descrever a situação. Merda.
Deixando suas pernas se abaixarem, ela se senta de forma desleixada, os braços cruzados no abdome e um sorriso sarcástico nos lábios.

Ela se permitiu olhar para Thalia, usando um short preto e camiseta verde, com os cabelos lisos e escorridos, o rosto livre da maquiagem pesada e um canudo nos lábios vermelhos.

Thalia sentiu seu rosto corando, Reyna não estava apenas olhando, estava a devorando, olhos famintos e frios, como um lobo. E a filha de Zeus não sabe oque a pretora tanto busca.

- Eu posso ter raiva dele? - A pergunta soou natural, calma.

Mas Thalia não estava conseguindo pensar, em seu sangue está faltando oxigênio, ela não está em condição de respirar, quem dirá responder.

Por que ela nunca viu olhos tão negros, nem da para ver as pupilas. Uma obsidiana, ou um abismo que puxa como gravidade para o fundo. E eles estão puxando, engolindo Thalia para seu centro.

- Se você pode ter raiva do meu irmão? Claro, ele foi um idiota. - Ela responde por fim, tentanto respirar.

- Não é bobo? Ou egoísta?

- Bobo e egoísta foi ele Reyna, tava na cara que vocês dois tinham algo, ele devia no mínimo ter conversado com você.

- Mas ele estava sem memórias.

- Outro grande motivo para falar com você. Ele foi idiota.

Reyna riu. - Está xingando seu irmão.

Foi a vez de Thalia rir. - Sabe o que significa? Que ele foi realmente um idiota.

Reyna estava rindo, um som raro e convidativo. Thalia observou e pretou, a blusa havia subido um pouco revelando o início de um estômago tonificado , merda. A pele morena parecia macia e firme ao mesmo tempo, músculos definidos expostos parcialmente. Olhando agora, a latinha tem braços fortes, os músculos relaxados estão marcados pela falta de tecido. E Reyna é tão bonita que dói.

Jason realmente é um idiota.
Como pode machucar essa Deusa romana?

Thalia se assusta, quando percebe os rumos que tomam seus pensamentos, e nota o quão perto está de Reyna. Se afasta, de forma quase brutal, jogando os pés para fora da cama e pulando.

- O'Que foi? - Reyna perguntou confusa.

- Trancou a porta? - Thalia desconversa, indo para a porta apenas para se virar e não ver a mais alta.

- Tranquei. - Ela responde ainda a olhando estranho, mas Thalia está ocupada demais forçando a porta inutilmente, para ver a outra mudando de posição.

- Apenas conferindo. - A filha de Zeus diz, uma risada nervosa.

Se virando, ela olha para a outra. Com as sobrancelhas franzidas e um olhar confuso, a intimidante pretora parece fofa.
E Thalia se xinga de novo, indo para o banheiro.

- É melhor dormimos, e ir cedo até as amazonas. - Ela diz, sem fechar a porta para escovar os dentes.

O milkshake pela metade permaneceu esquecido no chão ao lado da cama, e Reyna olha Argentum tentando beber o mesmo. Seus cães gostam de doces, Aurum carregou um pacotinho de jujubas e o devorou junto do companheiro. Ela mesma não sabe como isso funciona.

Tirando o gelado doce do alcance dos cães, ela o coloca na mesinha pequena que está no quarto. Depois que Thalia sai do banheiro, ela vai até o mesmo escovar os dentes.

Sem pressa, analisando o comportamento de Thalia. Foi estranho, e quando voltou viu que a menor já estava enrolada no cobertor e encolhida. Apagou a luz, se deitou e ficou a observando. Calma, a respiração lenta e sem nenhum disfarce. Ela consegue contar as sardas no rosto da outra, mesmo estando escuro. O azul eletrizante de seus olhos escuros, quase se tingindo de preto.

- Eu disse algo errado? - Ela pergunta, sem entender por que Thalia fugiu de forma tão bruta.

- Não, foi apenas meu défice de atenção e hiperatividade.

A resposta sussurrada fez Reyna sorrir.
- Vou fingir que acredito.

- Agradeço.

Reyna sentiu a cama se afundar aos pés, seus galgos pulando na mesma em busca de conforto.

- Boa noite pretora.

Reyna não sabe se ainda é pretora, provavelmente já a exilaram.

- Ex.

- Você não é minha ex. - Thalia brinca, um sorriso atrevido nos lábios. Reyna revira os olhos, mas também está sorrindo.

- Boa noite, tenente.

No dia seguinte, cedo, eles se encontraram na recepção do hotel. Nico e Will dormiram tarde, e estavam mais sonolentos do que as garotas, com os cabelos desgrenhados. Depois de um rápido café da manhã, seguiram no carro até a base das amazonas. A estrutura grande se eleva sobre as outras, o prédio da Amazon se expande em tamanho gigante. A base moderna e elegante, eles sabem que tem algo errado assim que estacionam. Está presente no ar, algo que não deveria estar.

Mordendo os lábios, Reyna é a primeira a saltar para fora do carro. Deixando os outros confusos, ela começa a correr para o lado oposto à entrada.

- Pra onde você está indo? - Will pergunta, assim como os outros, saindo do carro e seguindo.

- A verdadeira base delas, fica no subterrâneo. A entrada é outra. - A latina explica, em meio a passos rápidos.

- Faz sentido Thalia murmurou, com Nico concordando com a mesma.

Depois de correrem até um beco do lado oposto do prédio, eles veem Reyna empurrar um tijolo específico e uma porta se abrir, como se a névoa fosse embora. Escadas para baixo, escuro e desconhecido. Ela não exitou em mergulhar na escuridão, descendo a passos firmes.

Os outros foram atrás, mais receosos e cautelosos. No escuro, apenas as formas de seus corpos eram distinguíveis. Após andarem pelo corredor que desce, finalmente chegaram a uma sala e Reyna acende a luz em um interruptor.

A princípio, tudo está normal. A sala grande está ocupada com caixas empilhadas , de todos os tamanhos. Eles se separam, em duplas. Nico segue Reyna, ambos abrindo uma das portas e ele sente seu corpo ficar tenso.
A aura de morte é esmagadora, como garras metálicas lhe agarrando a carne e perfurando. Preso,incapaz de escapar da escuridão infinita e vazia que é a morte.

Ali, ele desejou não ter aberto a porta com Reyna. Por que os Deuses não estavam lá para as amazonas quando elas precisaram.

Hey!

Bateu um branco na hora de escrever sobre as amazonas, por que não lembrava como era a base delas e pesquisei, nao encontrei detalhes e fiquei com preguiça de reler os livros...aí inventei mesmo kkk
Desculpem a demora, teve ums imprevistos que me atrasaram. Espero que estejam gostando, e muito obrigada pelos comentarios e ♡ me deixam super animada!

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