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By catratonks

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𝐚𝐫𝐭𝐞. substantivo feminino ? ΰ₯§ 𝐒. produção consciente de obras, formas ou objetos voltada para a concret... More

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π˜π„π€π‘ π…πŽπ”π‘
π˜πŸ’: Quidditch World Cup
π˜πŸ’: The Triwizard Tournament
π˜πŸ’: The Four Champions
π˜πŸ’: Potter Stinks
π˜πŸ’: The First Task
π˜πŸ’: Will You Dance With Me?
π˜πŸ’: Yule Ball
π˜πŸ’: The Golden Egg
π˜πŸ’: The Second Task
π˜πŸ’: Truth Or Dare
π˜πŸ’: The Third Task
π˜πŸ’: Everything Changes
π˜π„π€π‘ π…πˆπ•π„
π˜πŸ“: Grimmauld Place
π˜πŸ“: The Silver Dress
π˜πŸ“: The Prank
π˜πŸ“: Dolores Umbridge
π˜πŸ“: Firefly Conversations
π˜πŸ“: Harry, My Harry
π˜πŸ“: The Astronomy Tower
π˜πŸ“: The High Inquisitor
π˜πŸ“: The Revenge
π˜πŸ“: The Reunion
π˜πŸ“: Midnight Talking
π˜πŸ“: Dumbledore's Army
π˜πŸ“: Weasley Is Our King
π˜πŸ“: Nightmares
π˜πŸ“: Holly Jolly Christmas
π˜πŸ“: Maddie's Birthday Party
π˜πŸ“: Happy New Year!
π˜πŸ“: Fireworks
π˜πŸ“: Draco Malfoy
π˜πŸ“: Honeycomb Butterflies
π˜πŸ“: Expecto Patronum
π˜πŸ“: The New Seeker
π˜πŸ“: Breakdown
π˜πŸ“: A Whole New Perspective
π˜π„π€π‘ π’πˆπ—
π˜πŸ”: Horace Slughorn
π˜πŸ”: The Burrow
π˜πŸ”: Weasley's Wizard Wheezes
π˜πŸ”: August 11th
π˜πŸ”: Back to Hogwarts
π˜πŸ”: Amortentia
π˜πŸ”: The Quidditch Captain
π˜πŸ”: Draco?
π˜πŸ”: Falling Apart
π˜πŸ”: The Bookstore of Mysteries
π˜πŸ”: The Curse
π˜πŸ”: Slug Club
π˜πŸ”: Champagne Problems
π˜πŸ”: Dirty Little Secret
π˜πŸ”: Sign Of The Times
π˜πŸ”: Road Trip
π˜πŸ”: Whispers and Secrets
π˜πŸ”: Shopping Day
π˜πŸ”: Rufus Scrimgeour
π˜πŸ”: The Hunt
π˜πŸ”: Valentine's Day
π˜πŸ”: Quidditch Disaster
π˜πŸ”: Sixteenth Birthday
π˜πŸ”: Liquid Luck
π˜πŸ”: Sectumsempra
π˜πŸ”: The Cave
π˜πŸ”: What Starts, Ends
π˜π„π€π‘ 𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍
π˜πŸ•: The Seven Potter's
π˜πŸ•: The Birthday Party
π˜πŸ•: The Wedding
π˜πŸ•: The Murderer
π˜πŸ•: September 1st
π˜πŸ•: The Sins Of Tragedy
π˜πŸ•: Body and Soul
π˜πŸ•: Slytherin's Locket
π˜πŸ•: The Depths Of Fall
π˜πŸ•: Breaking Hearts
π˜πŸ•: Godric's Hollow
π˜πŸ•: The Sword
π˜πŸ•: The Deathly Hallows
π˜πŸ•: Bellatrix's Vengeance
π˜πŸ•: Highs And Lows
π˜πŸ•: The Talk
π˜πŸ•: The Plan
π˜πŸ•: Knives? Sure!
π˜πŸ•: The Boy Who Lived
π˜πŸ•: When Nightmares Come to Life
π˜πŸ•: Blood And Bone
π˜πŸ•: Voids
π˜πŸ•: Death Comes
π˜πŸ•: Sunflowers
π˜πŸ•: Turning Page
π˜πŸ•: Intertwined Fates
𝐀𝐅𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐀𝐑
I. Surprises
II. Soft Kisses And Bad Dreams
III. Death's Lullaby
IV. WARNING: DANGER!
V. Hunting Season
VI. The Corner Of The Lost Souls
VII. The Letter
VIII. Sex On The Beach
IX. The Announcement
X. Until You Can't Breathe

π˜πŸ“: Love Potion

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By catratonks

No dia seguinte, mais para o final da tarde, fomos visitar Hagrid.

— Ok, deixe-me ver se entendi — falei após uma conversa que tivemos com ele, na qual o homem explicara o motivo pelo qual andara tão sumido. Hagrid tinha várias queimaduras ao longo do rosto, braços e pernas, além de hematomas e pequenas cicatrizes. — Dumbledore lhe enviou numa missão para as montanhas junto com a diretora de Beauxbatons para fazer contato com os gigantes e tentar convencê-los a mudar para o nosso lado?    

— É — respondeu ele, uma das mãos ocupadas em segurar uma compressa de água quente.

— Bem, tenho que dizer, isso é uma loucura muito grande — falou Ron. — O que Dumbledore tinha na cabeça? Sei que você é alto e tudo o mais, mas estamos falando de pessoas com sete metros de comprimento!

— Até eu tenho que concordar — disse Hermione. — Ele passou dos limites.

— É o que venho tentando dizer há muito tempo — disse eu, erguendo a minha caneca de chá como se estivesse fazendo um brinde e tomando um gole.

— Ah, parem com isso, ele não é tão ruim.

— Aham, e eu sou Merlin — disse Ron.

— Francamente, Ronald, você tem que parar de usar esse argumento para tudo — disse Hermione. — Coitado do Merlin, acordando de seu sono a cada cinco segundos porque as pessoas não param de usar seu nome em vão.

— E então, Hagrid — falei em voz alta para que meus amigos parassem de discutir — , você conseguiu encontrar pistas de onde sua mãe poderia estar?

Olhamos para ele, esperando por uma resposta. Hagrid mordeu os lábios, pensativo, e sem perceber uma pequena gota de sangue escorreu de sua boca. Quando seus olhos se voltaram para os meus, soube imediatamente que tocara numa questão delicada.

— Me desculpe, não precisa responder se não quiser...

— Morreu há anos — respondeu ele. — Não se preocupe, você não me ofendeu. Não éramos próximos, eu sequer a conhecia direito, não foi uma boa mãe.

— É claro que não foi, era uma gigante! — exclamou Ron. Hermione olhou feio para ele. — Ah, bom, acho que não é uma boa hora para eu falar, desculpe.

— Você ainda não nos disse como conseguiu todos esses machucados, Hagrid — disse Harry, apontando para o olho roxo do homem. — Ou o porquê de ter demorado tanto para voltar. Sei que esteve em contato com gigantes, mas, pelo que me lembro, nenhum deles chegou a lhe fazer mal. Foi o que você disse, pelo menos.

Ron inclinou a cabeça para o lado.

— É, quem lhe atacou?

— Não fui atacado! — disse Hagrid rápido demais, como se estivesse nervoso. — Eu...

Sua fala foi cortada por uma sequência de batidas na porta. Hermione prendeu a respiração, e sua caneca escorregou-lhe dos dedos e espatifou-se no chão. Uma sombra pequena apareceu na janela, e eu tomei um susto com a aparição da feia da Umbridge. Acho que ela não podia nos ver, porque se manteve esperando.

— É ela! — exclamou Ron.

— Venham, entrem aqui embaixo! — disse Harry num sussurro, nos puxando para perto dele e nos cobrindo com a Capa da Invisibilidade.

Antes de escaparmos pela porta dos fundos, Hermione colocou a cabeça para fora.

— Hagrid, esconda as nossas canecas!

Saímos pela porta traseira e nos encostamos nela para tentar ouvir parte da conversa. Pelo trinco da porta, pude ver o casaquinho rosa da mulher balançando ao longo de seu corpo.

— Então... — disse Umbridge, provavelmente com uma prancheta na mão. — Você é Hagrid, não é?

— Sou. Hm, não quero ser mal educado nem nada, mas quem é a senhora?

— Dolores Umbridge, nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas e Alta Inquisitora de Hogwarts.

Eu quase pude ver Hagrid arqueando as sobrancelhas.

— Que é isso?

— É exatamente o que eu ia perguntar — disse Umbridge. Estranhei.

Houve uma pequena pausa.

— Ah, isso — eles provavelmente estavam falando sobre a caneca quebrada de Hermione. — Foi Canino, ele tombou com a mesa e quebrou algumas coisas.

Mais silêncio.

— Ouvi vozes — falou a Alta Inquisitora.

— É melhor voltarmos — disse eu, dando uma leve puxadinha na camisa de Harry, que engoliu em seco diante do contato repentino. — É sério, podemos perguntar tudo a Hagrid depois, mas acho que agora é melhor voltarmos para o castelo.

Relutantes, eles concordaram. Andamos pelo gramado úmido, salpicado por geada e granizo. Lá para a metade do trajeto, achamos que estávamos seguros e despimos a Capa da Invisibilidade. Harry guardou-a no bolso do casaco e pegou minha mão, entrelaçando seus dedos aos meus. Quando entramos na escola e nos dirigimos ao Salão Principal para o jantar, todos olharam para nós. Isso me deixou feliz. Algo dentro de mim amava saber que Harry fazia questão de mostrar ao mundo que era meu, e que eu era dele.

Após comermos enquanto conversávamos baixinho sobre a conversa que tivéramos com Hagrid, fomos ao Salão Comunal. Em nenhum momento, Harry soltou minha mão. Ao passarmos pelo buraco do retrato, fui direto com ele para seu dormitório. Não era comum que dormíssemos cedo, mas minha cabeça estava latejando. Tomamos banho, trocamos de roupa e caímos na cama.

.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १

Acordei sentindo um incômodo abdominal terrível, e deixei escapar um xingamento quando vi uma manchinha vermelha na calça de moletom que eu sempre usava para dormir com Harry. Merda, merda, merda.

— O que aconteceu, meu amor? — ele levantou de súbito, preocupado ao ouvir meus xingamentos.

Eu não sabia se estava com ódio da minha menstruação, ou envergonhada pela situação. Por mais que fosse algo normal, às vezes eu me irritava bastante com meu ciclo mensal.

Desviei de seu olhar, e Harry abraçou minha cintura para aproximar seu rosto do meu, para que pudesse decifrar minhas expressões. Quando fez isso, gemi de dor.

— Meu Deus, você está bem? Eu te machuquei? — perguntou Harry, tirando as mãos da minha cintura imediatamente. — Puta que pariu, S/N, me responde, por favor!

Respirei fundo e escondi meu rosto no travesseiro.

— Eu sinto muito, Hazz, não sabia que isso aconteceria justo hoje, se não não teria vindo dormir aqui... — apontei para a pequena mancha de sangue na calça. Por um milagre, a menstruação não vazara na cama também. — Sério, que ódio, e eu ainda acordei com uma puta cólica...

— Ei, ei, fique calma — disse ele gentilmente. — Sei que essas coisas são normais, meu amor, não precisa se preocupar em explicar. Pelo menos isso significa que você não está tendo uma hemorragia.

Nesse momento, pensei numa ótima piada depressiva, mas fiquei com medo de Harry levar a sério e achar que eu estava tendo um sangramento fora do normal mesmo, então fiquei calada.

— Vamos fazer assim, você consegue levantar? — eu assenti, sentando na cama com uma careta. — Tudo bem, isso é bom, não é? Por que você não vai tomar um banho quente, enquanto eu cuido do resto? Tem algumas roupas suas no meu malão, lembra? Mas se você quiser pode usar alguma coisa minha, talvez seja mais confortável do que as vestes da escola.

— Mas como vou assistir aula sem uniforme, Hazz? — questionei com um sorrisinho nos lábios, a voz mansa. Harry franziu o cenho.

— Você não pode assistir aula nesse estado, mal consegue andar!

Olhei significativamente para ele, que começou a balançar a cabeça.

— Não, absolutamente não, não vou te deixar sair dessa cama enquanto você estiver morrendo de dor.

— E como vou tomar banho sem sair da cama?

— Use o nosso banheiro.

— Que eu saiba, a cama não fica no seu banheiro.

Harry revirou os olhos, impaciente.

— Tá, tá, você venceu — disse. — Mas sério, como você vai assistir aula nesse estado?

— Nada que eu não tenha feito antes, não se preocupe — respondi. — Acontece todo mês.

Todo mês?? — perguntou Harry, chocado. — Como é que você ainda não perdeu todo o sangue do seu corpo?!

Deixei escapar uma risadinha, e Harry sorriu, orgulhoso por me fazer rir num momento como aquele.

— Vou para o chuveiro.

Levantei-me com um pouco de dificuldade, mas esticar o corpo e mudar de posição amenizou a dor. Harry me entregou o uniforme e ficou parado diante da porta, esperando eu entrar.

— Você não estava brincando quando disse que não ia me deixar fazer esforço, estava?

— Não, não estava — disse ele, acariciando minhas costas com tanto cuidado que aquilo foi bom. — Cuidar de você nunca é brincadeira para mim, ouviu? Então trate de facilitar meu trabalho.

Um sorriso bobo se formou em meus lábios. Beijei o queixo de Harry, e ele acabou beijando meu nariz também. Rimos juntos.

— Obrigada, amor — falei, e as bochechas de Harry ficaram vermelhas. Era a primeira vez que eu o chamava assim. Quase pude sentir as borboletas em seu estômago. — Amo você.

Após o banho, tomamos café da manhã e fomos para a cabana de Hagrid, onde ocorreria a primeira aula do dia, Trato de Criaturas Mágicas. Agora que ele voltara, recuperara sua posição como instrutor. Durante nosso trajeto, Harry foi perguntando como eu estava, se precisava de alguma coisa. Meu coração derretia a cada vez.

Ao chegarmos lá, Hagrid nos fez esperar pelos outros alunos (infelizmente, alguns eram da Sonserina). Quando todos, incluindo Draco Malfoy, chegaram, o homem nos conduziu para a orla da Floresta Proibida, só que mais para dentro, onde estava escuro. Meu namorado lançou um olhar mortal para o loiro, que devolveu na mesma intensidade. Depois, Draco olhou para mim, e eu não pude decifrar o que ele queria dizer. Decidi ignorá-lo.

E foi quando eu os vi: grandes, silenciosos, imponentes, testrálios. Traziam uma espécie de aura fantasmagórica, e seus olhos leitosos esbranquiçados quase não piscavam. Um deles me encarou, inclinando a cabeça para o lado.

Eu estava em transe, tentando entender por quê conseguia enxergá-los. Quero dizer, eu nunca vira a morte, vira?

O testrálio estava muito próximo. Estiquei o braço para tocá-lo, para ter certeza de que não estava vendo coisas, mas ele simplesmente desapareceu; só que ainda estava lá. Eu podia sentir sua respiração, mas não exatamente vê-lo. Cutuquei Harry e apontei para onde o testrálio estava antes, e, magicamente, o animal reapareceu. Tomei um susto, porque ele estava mais próximo de mim ainda, mas com uma única bufada ele virou-se e andou para longe.

— Você também viu? — sussurrei para Harry, que assentiu. — É estranho, realmente estranho. Uma hora ele estava lá, e na outra ele havia sumido.

Harry encarou o bicho, pensativo, e eu soube que ele estava achando estranho também. À nossa frente, Hagrid começou a andar de um lado para o outro, explicando a matéria.

— Vamos trabalhar aqui hoje, um pouco mais protegidos — disse ele. — De qualquer forma, eles preferem o escuro.

— Que é que prefere o escuro? — perguntou Draco Malfoy em voz alta. Sério, aquele garoto só servia para me estressar — Que é que vamos estudar dessa vez?

Hagrid ignorou-o.

— O que vamos estudar hoje é bem raro. Calculo que eu seja a única pessoa na Grã-Bretanha que conseguiu domesticá-los.

— Tem certeza de que são domesticados? — insistiu Draco. — Afinal, não seria a primeira vez que você traz bichos selvagens para a aula, seria?

— Tenho — disse Hagrid, já perdendo a paciência.

— Então que é isso no seu rosto?

— Cuide da sua vida! — exclamou o homem, irritado. Draco estreitou os olhos, mas se calou. Hagrid enfiou a mão numa sacola que estava carregando e tirou de lá um pedaço de carne fresca. — Cheguem mais, cheguem mais, eles vão ser atraídos pelo cheiro da carcaça. Mas vou chamá-los de qualquer forma, para saberem que sou eu.

Com isso, Hagrid assoviou; e os testrálios foram se aproximando de onde ele estava, cheirando o animal morto nas mãos do homem. Achei curioso como eles pareciam ter um mecanismo de defesa reforçado quando se tratava de outras pessoas, mas poucos eram os que pareciam estar entendendo o que estava acontecendo. Hagrid jogou a carcaça no chão, e os testrálios passaram a alimentar-se dela.

Outros testrálios foram chegando, além dos que já estavam ali, e as folhas caídas dos arbustos produziam ruídos suaves conforme passavam. Eram cegos, ou apenas tinham uma visão muito ruim? Isso porque um deles olhara para mim, há alguns minutos, mas mesmo assim senti como se estivessem tentando ver através de mim, para além da minha alma.

— Era para estarmos vendo alguma coisa? — sussurrou Dino em meu ouvido. — Por que Hagrid não os chama outra vez?

— Mas eles já estão aqui — falei. — Não consegue sentir essa atmosfera leve e densa ao mesmo tempo?

— A única coisa que estou sentindo é fome. Não tomei café da manhã, estou desesperado. Acho que vou morrer.

— Pare de ser tão dramático.

— Pare de agir como a minha mãe.

— Muito bem, quem consegue vê-los? — Harry e eu levantamos a mão, assim como Neville e um aluno da Sonserina que sempre ficava com seu grupinho de amigos no fundão. Suponho que aquela aula deveria estar sendo muito importante, porque nem mesmo ele conversava. — É, eu imaginava que você — ele apontou para Harry, depois olhou com estranheza para mim — fosse levantar a mão. Neville consegue também, pelo visto...

— Com licença, mas o que é que eu deveria estar vendo? — perguntou Malfoy com um quê de desdém na voz.

Hagrid apontou para a carcaça no chão, e muitas pessoas soltaram exclamações de medo e surpresa. Elas provavelmente não estavam vendo os testrálios em si, apenas os pedaços de carne desaparecendo no ar.

— Que é que está fazendo isso? — perguntou Parvati com horror.

— Testrálios, Hogwarts tem um rebanho inteiro deles aqui na floresta. Agora, alguém sabe me dizer...

— Mas eles dão má sorte, dizem que trazem todo tipo de azar às pessoas que o veem! A Profa. Trelawney me disse uma vez...

— Não, não, não — contestou Hagrid com um sorriso — , isso é tudo superstição, eles são muito inteligentes e úteis! Estes, por exemplo, puxam as carruagens de Hogwarts!

Harry olhou para Hermione e arqueou as sobrancelhas, como se dissesse "eu disse". A garota revirou os olhos e desviou sua atenção para Hagrid. Sinceramente, ela tinha que deixar de ser tão cabeça dura.

— Certo — disse Hagrid. — Quem sabe me dizer por que alguns de vocês conseguem vê-lo, e outros não?

Hermione e eu erguemos a mão. Baixei o braço e deixei-a falar.

— Diga, Hermione.

— Só podem ver os testrálios — ela fez uma pausa dramática — as pessoas que já viram a morte.

Houve silêncio, que foi cortado por uma voz que nós tanto detestávamos e conhecíamos.

Hem hem.

— Ah, oi! — cumprimentou Hagrid com um aceno.

— Você recebeu meu bilhete hoje de manhã? — perguntou Umbridge secamente. — Avisando que eu viria inspecionar sua aula?

— Ah, recebi, sim — disse Hagrid, contente — , fico feliz que tenha encontrado o lugar sem dificuldade! Bem, estamos estudando testrálios, não sei se a senhora pode vê-los ou não, mas...

— Desculpe, o que disse? — interrompeu-o ela, levando uma das mãos à orelha em formato de concha, para indicar que não estava ouvindo direito. Ela estava fazendo isso de propósito, porque queria prejudicá-lo, só por Hagrid ser meio-gigante. Lembrei do que papai dissera, que Umbridge tinha algo contra mestiços. Trinquei os dentes.

— Testrálios — disse ele, mais alto, gesticulando com as mãos. — Cavalos grandes, alados, sabe?

Umbridge começou a escrever em sua prancheta rosa ridícula. Pelo canto do olho, pude ver: Tende recorrer a grosseria e gesticulação.

— Ah, certo — disse Hagrid, ligeiramente nervoso. — Que é que eu ia dizendo mesmo?

Tende a esquecer das coisas com facilidade, escreveu ela.

— Eu ia contar a vocês como começamos o rebanho, com um macho e cinco fêmeas — ele deu uma palmadinha no primeiro cavalo à sua direita. — Esse daqui é meu favorito, foi o primeiro que apareceu na Floresta...

— Você tem noção de que os testrálios foram classificados pelo Ministério como perigosos? — interrompeu Umbridge mais uma vez.

— Eles não são perigosos! Claro que são capazes de arrancar o pedaço de alguém, se essa pessoa realmente os perturbar, mas...

Sente prazer ao falar de coisas violentas, escreveu ela. E foi quando perdi a paciência (não que ela existisse antes).

— Você está fazendo de propósito! — reclamei. Todos olharam para mim. — Para deixá-lo nervoso!

— Não sei do que está falando, querida.

Sente prazer ao falar de coisas violentas — imitei, fazendo aspas com os dedos. — Em que momento você ouviu ele falando isso, ein? Acho que está realmente surda.

— E eu acho que você está com a língua afiada demais, Srta. Black — disse Umbridge. — Sempre tentando chamar atenção... O que seus pais diriam se a vissem se comportando assim?

— Que claramente tem alguma coisa muito errada acontecendo, e que o problema não sou eu, ou os outros alunos que você torturou — ergui a mão onde a cicatriz do não devo contar mentiras estava gravada. Umbridge engoliu em seco, e eu soube que estava no controle. — Quanto tempo você apostaria que levaria para meu pai ficar ciente da situação?

— Não ouse — ela apontou aquele dedo feio para mim — , não ouse jogar seus joguinhos comigo. Sou a única que tem poder aqui.

— Me desculpe, mas eu não disse que estávamos jogando nada — falei friamente. — Você foi a primeira que disse que não admite brincadeiras em suas aulas, lembra?

Umbridge estava vermelha de ódio, e eu tive que me esforçar muito para não rir. Irritá-la era incrivelmente fácil, bastava mostrar que a mulher não estava no controle como achava que estava. E eu sabia que ela não me colocaria em mais uma detenção, porque Umbridge também temia por seu emprego no Ministério.

Durante o restante da aula, a mulher manteve-se em silêncio, anotando. Isso não contribuiu para diminuir o nervosismo de Hagrid, mas facilitou o desenrolar da aula. Depois, quando o sinal tocou, guardamos nossas coisas e fomos conversar com ele, e posso dizer que xingamos a Alta Inquisitora várias e várias vezes. Principalmente Ron e eu. Quando chegamos à conclusão de que os sapos eram completamente maravilhosos se comparados à ela, voltamos para casa.

.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १

Algumas horas depois, quando já havíamos passado pelo jantar, optamos por ficar no Salão Principal mesmo, resolvendo algumas listas de atividades e finalizando os últimos trabalhos que tínhamos para antes do recesso de Natal.

— Ok, vamos revisar mais uma vez — disse Hermione. — Cite três luas de Júpiter.

— Calisto, Ganimedes e Europa.

— Eu estava perguntando ao Ron, S/N.

— E como eu ia saber?

— Tá, tá, próxima pergunta, para Harry e Ron.

Harry ajeitou-se na cadeira, e Ron engoliu em seco. Cruzei as pernas e apoiei a cabeça nas mãos, os cotovelos cravados na mesa.

— Quantas luas tem Saturno?

— 62!

— 134!

Eles gritaram ao mesmo tempo, empolgados, e Hermione cobriu o rosto com as mãos.

— Não, não, está tudo errado — lamentou-se ela. — Como vocês vão passar nos exames no fim do ano? Saturno tem...

— Calma, Hermione, não fala — pediu Harry. — Eu sei essa, S/A me ensinou.

— Remus te ensinou.

— Não importa, alguém me ensinou e isso é um fato — disse meu namorado. — São... 53! Não, 82! Isso, 82 luas!

— São 53 catalogadas, Harry.

— Catalogadas — enfatizou ele. — Mas não quer dizer que não existem outras que ainda precisam de confirmação de existência. Existem 82, mas você acha que são 53 apenas porque não há prova de que existem outras.

— Se não há prova, então não é certo de que existe.

— Ah, mas isso não faz sentido, Mione — falei. — Você viu os testrálios, por acaso? Entretanto, eles existem, não existem?

— Sim, tudo bem, mas li num livro que existem...

— As coisas que o professor Lockhart escrevia em seus livros eram verdadeiras só porque estavam escritas? — argumentei. A menina ficou calada. — No final, eram grande mentira, não eram?

— Uma coisa não tem nada a ver com out...

A menina calou-se subitamente, olhando para um ponto fixo atrás de Harry e eu. Virei-me para dar uma olhada no que ela estava encarando, e confesso que me surpreendi com a presença de Draco Malfoy. Ele tinha os cabelos tipicamente penteados para um dos lados, mas por um milagre não havia sinal algum de gel.

— Nós precisamos conversar — disse Draco para mim.

Meus amigos e eu trocamos olhares.

— Tem certeza de que está falando com a pessoa certa?

— Tenho — assegurou ele. — Mas anda, não tenho o dia todo.

— Ela não quer falar com você, Malfoy — disse Harry friamente.

— E eu não me lembro de ter dirigido a palavra a você, Potter — disse Draco.

Harry abriu a boca para revidar, mas eu coloquei a mão em seu braço, fazendo-o ficar quieto.

— Está tudo bem. Deixe que eu cuido disso — falei. — Vejo você no dormitório?

Harry hesitou por um momento, mas assentiu.

— Tudo bem, confio em você — disse ele. — Sua dor passou?

— Mais ou menos — disse, me levantando. Antes que ele protestasse, dei-lhe um tapinha nos ombros e acompanhei Draco para fora do Salão.

Quando chegamos ao corredor vazio mais próximo, cruzei os braços e olhei em seus olhos.

— O que você quer?

— Quanta delicadeza.

— Não tenho tempo para os seus joguinhos sem graça, Malfoy. O que você quer?

Ele revirou os olhos e assentiu.

— Certo — disse ele, curto e simples. — Eu só... Queria dizer que sinto muito.

Arregalei os olhos.

— Você está doente? — perguntei, usando uma das mãos para medir sua temperatura. Draco desviou do contato.

— Quê? Não!! Estou falando do jogo de quadribol. Sinto muito.

Ficamos em silêncio por um tempo, sendo nossa respiração o único som presente. Comecei a me questionar, e toda aquela barreira mental que eu criara sobre a personalidade sádica de Draco ruiu como se nunca de fato houvesse existido. É claro que seu pedido de desculpas não anulava o que tinha feito, não mesmo; mas acredito que significava alguma coisa, pelo menos para mim, porque todos sabiam que Draco Lucius Malfoy nunca se desculpava pelo que tinha feito.

— Por que raios você pediria perdão?

Draco hesitou por um momento.

— Não sei ao certo — disse ele — , mas passei os últimos dois dias com uma espécie de peso na consciência — Draco fez uma careta. — Merda, quando foi que me tornei tão sentimental? É tudo culpa sua, S/N. Você e esses seus argumentos de ouro estão me fazendo questionar tudo no que eu um dia já acreditei.

— Eu?

— É — disse ele com amargura. — Não se deve abrir as portas da sua vida para um inimigo, S/N. Aprendi isso desde cedo. Mas, por algum motivo, eu não consigo odiá-la. E, honestamente, nem sei se odeio seu namoradinho idiota também.

— Não fale assim dele — disse eu, e Draco revirou os olhos. — E por que você acha que somos seus inimigos? Nunca fizemos nada para você.

— Isso já não é da sua conta, mas tenho meus motivos. De qualquer forma, saiba que não estou falando da boca para fora, e que realmente quero dizer o que estou dizendo.

— Ok, acho que escutei errado. Draco Malfoy, pedindo desculpas?

— Não torne as coisas mais difíceis do que já estão, Black. O que estou fazendo já é humilhação suficiente.

Humilhação. A palavra ecoou em minha cabeça e me fez compreender parte daquele diálogo sem sentido. Para Draco, o simples ato de pedir perdão era considerado uma humilhação, quando na verdade era algo muito mais lindo e mágico do que isso. Imaginei que outras coisas foram ensinadas àquele garoto, e se ele não era do jeito que era por causa da pessoa que seus pais queriam que fosse.

— Ei, pedir desculpas não é humilhação, Draco. É algo bom. Te faz conseguir enxergar o lado bonito das outras pessoas.

— É, tanto faz.

Ficamos quietos novamente, e desta vez o silêncio era pesado e estranho.

— Você sabe que não vou conseguir esquecer tudo o que aconteceu, não é? E não estou falando só do jogo, mas de acontecimentos no geral — procurei ser direta. — Você machucou muita gente que eu amo, Malfoy, e eu não vou conseguir deixar isso de lado tão fácil assim. Os Weasley também são minha família, e eu amo Harry mais do que tudo. Entendo que não goste deles, apesar de não saber o motivo, mas não posso dizer que te perdoo se você não prometer que vai colaborar. Nem posso prometer nada de qualquer jeito, porque juro que não consigo esquecer as coisas pelas quais você nos fez passar. E pessoas não mudam de uma hora para a outra, você sabe.

— Eu sei.

Talvez fosse a escuridão naqueles olhos assustadoramente azuis e tempestuosos, mas alguma coisa me fez acreditar que Draco queria ser diferente. Que faria um esforço para ser alguém melhor.

— Que bom que você sabe, Draco — sorri — , porque ninguém se livra tão cedo de S/N Mckinnon Black.

O menino coçou a cabeça, hesitante.

— Você me chamou de Draco.

— É seu nome, não é? Ou você prefere que eu te chame de Malfoy?

Draco fez uma careta que eu não entendi, mas sorriu. Um sorriso sincero, e não um daqueles maldosos que sempre fazia.

— Draco está ótimo.

.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १

Bati três vezes na porta do dormitório de Harry, ouvi um "entre!", e girei a maçaneta. Meu namorado já estava em seu pijama vermelho favorito, lendo um livro que eu emprestara. Não me dei o trabalho de trocar de roupa, apenas vesti seu moletom por cima do uniforme e me aninhei em seu colo, meus braços em torno de seu pescoço, minhas pernas em volta de seu tronco. Harry largou o livro e retribuiu o gesto.

— O que aconteceu, meu amor? — perguntou ele, cheirando meu pescoço. — Malfoy fez alguma coisa para você? Porque se tiver...

— Não, fique tranquilo — ri. O corpo de Harry pareceu relaxar sob o meu. — Eu estava com saudades, só isso. Faz um tempo desde que não temos um tempo só para nós.

— Mhmm — Harry começou a beijar meu pescoço, depois o lóbulo da minha orelha. Me mexi um pouco em seu colo e olhei em seus olhos, e Harry encarou-me de volta, depois minha boca. Suas mãos foram até a base da minha coluna e me puxaram para mais perto, colando nossos lábios num beijo. Sorri contra sua boca, e Harry mordeu meu lábio inferior.

Ele se afastou minimamente, e com um sorriso malicioso, inverteu nossas posições, ficando sobre mim. Meu corpo se chocou contra os travesseiros macios de sua cama, e eu afundei um pouco quando Harry colou nossas bocas novamente, sua língua pedindo passagem, suas mãos pressionando minha cintura para baixo, e ao mesmo tempo para perto dele. Abracei seu pescoço e correspondi ao beijo, minhas mãos brincando com seus cabelos já bagunçados. Harry voltou a beijar meu pescoço, depois minha boca de novo, e senti que o ambiente foi esquentando. Seu polegar tateou meu rosto em busca de minha boca, e, quando a encontrou, puxou meu lábio inferior para baixo sem quebrar o beijo. Tal contato só serviu para me enlouquecer, fazendo-me puxá-lo mais para perto, colando ainda mais nossos corpos. Comecei a sentir um incômodo entre minhas pernas, e soltei um suspiro quando Harry mordeu meu lábio inferior de novo.

Voltei a sentar em seu colo, e suas mãos em minha cintura só serviram para me deixar ainda mais à mercê de seus toques. Nos separamos minimamente, e Harry soprou meu rosto de brincadeira, fazendo-me rir subitamente. Ele riu também, e começou a distribuir beijinhos por toda a extensão do meu rosto, depois vários selinhos em minha boca.

— Hm, senti falta disso — falou Harry, beijando meu nariz. Sentei-me ao seu lado, e ele passou o braço em torno de meus ombros. — Ah, consegui uma poção para dor com Madame Pomfrey, ela disse que vai te ajudar com as suas cólicas. Mas é para tomar só de manhã, assim que você acordar, não sei por quê.

Sorri sem mostrar os dentes, e acabei olhando para um pequeno frasco em sua mesa de cabeceira cujo conteúdo era roxo.

— Ah, obrigada, Hazz — falei, beijando sua bochecha. O menino sorriu. — De verdade, não sei o que faria sem você.

— Eu sei, sou incrível — ele fingiu se gabar. Dei um tapinha leve em seu braço, e Harry riu. — Por nada, meu amor. Mas agora, falando sério, fiquei curioso... O que Malfoy queria com você?

— Ah, você não vai acreditar quando eu disser.

— Pois fale.

— Ele pediu desculpas — disse eu. — Desculpas. Pelo que aconteceu no dia do jogo.

— Haha, muito engraçado — riu. — Espere, é sério?

— Seríssimo.

— E o que você disse?

— Que o perdoava, mas que não podia simplesmente deixar todas as coisas que ele fez de lado. Honestamente, não sei se posso confiar em Draco. Ele é uma bagunça.

— Admiro a sua empatia, S/A, admiro mesmo, se fosse eu no seu lugar não aguentaria. Só tome cuidado, tudo bem? Não quero que nada lhe aconteça.

— Fique tranquilo, vou tomar. Não é como se fôssemos virar melhores amigos ou algo do tipo.

Puxei uma das cobertas para perto, enquanto Harry observava o teto, pensativo. Já deitada, era uma questão de tempo até que meus olhos começassem a se fechar.

— S/A?

— Mhm?

— Você não me trocaria pelo Draco, trocaria?

Levantei-me rapidamente, os olhos bem abertos, encarando Harry para ter certeza de que ele não estava brincando. Apoiada com o cotovelo na cama, não tive tanta certeza assim.

— Por que isso agora?

— Não sei, me desculpe, foi uma pergunta idiota — disse Harry. Quando continuei a encará-lo, o menino desviou o olhar. — Não é nada demais, S/A. São só inseguranças bobas.

— Ei, suas inseguranças não são bobas, não diga isso. Você importa, ok?

Harry não respondeu. Segurei seu rosto com as duas mãos e olhei em seus olhos.

— Eu nunca te trocaria por ninguém, Hazz, nem pelo próprio Leonardo DiCaprio. Bem, talvez pelo Leonardo DiCaprio, ele é lindo — brinquei, fazendo Harry rir. — Você é o único para mim, ok? — ele assentiu. Beijei-lhe nos lábios suavemente. — Amo você.

— Também amo muito você.

Nós dois sorrimos, e dormimos como se fôssemos um só.

.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १

Quando percebi, já era quase final de dezembro. A neve começara a cair em forma de pequenos flocos brilhantes de tão brancos, e o Lago Negro estava congelado o suficiente para que pudéssemos patinar. Entretanto, a maior parte do nosso tempo livre era gasta conosco fazendo deveres de casa, ou mesmo em reuniões extras do grupo de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Draco também falou comigo algumas vezes, e confesso que notei que o garoto estava se esforçando ao máximo para não perturbar meus amigos novamente. Era muito engraçado, porque quando notava que eu estava olhando, Draco fazia uma careta de raiva e sentava-se à mesa da Sonserina, emburrado.

Naquele dia em específico, tivéramos nossa última aula antes do recesso, e às oito horas fomos à Sala Precisa para encerrar o calendário de reuniões antes que todos fôssemos para casa, para o Natal. O lugar fora enfeitado com vários pinheiros e luzes coloridas, e fizeram parecer com que neve falsa caísse sobre nós de uma nuvem mágica flutuante que andava de um lado para o outro. O que mais me chamou atenção, porém, foi a imagem do rosto de Harry, retratada por centenas de bolinhas de Natal douradas, com a legenda "HARRY CHRISTMAS!". Meu namorado começou a rir quando percebeu, e eu disse a ele que a ideia era muito criativa (fiz uma anotação mental para agradecer a Dobby depois).

— Ei, como está se sentindo? — perguntei a ele enquanto olhávamos para o teto, onde fora retratada a imagem.

— Como assim? — o rosto de Harry voltou-se para o meu. Umedeci os lábios, pensando no que responder.

— Quero dizer, toda essa coisa de virar professor do dia para a noite foi uma mudança e tanto, não acha?

A mão de Harry acariciou minha cintura.

— É, mas valeu a pena. Sei que no começo eu estava nervoso, mas... Cheguei à conclusão de que ver o seu sorriso no final de cada aula compensava.

— Ei, estou falando sério, Harry — afastei sua mão de mim de brincadeira, e ele riu pelo nariz, indignado.

— Eu também estou — sua mão voltou a deslizar pela base da minha coluna, e Harry aproximou seu corpo do meu. — E eu não conheço nenhum Harry, ouviu? Para você é amor.

Sorri, uma das minhas mãos apoiadas em seu peito, e deixei que Harry me beijasse. Acima de nós, crescia uma muda de azevinho, e ao nosso lado havia uma pequena mesa de vidro.

Nos separamos com um selinho demorado, e Harry começou a fazer cócegas em mim logo depois. Gargalhei alto, me contorcendo, e quase caí no chão com Harry sobre mim, nós dois rindo. Ele beijou meu rosto algumas vezes, depois minha boca de novo, e eu nunca senti tanta felicidade na vida. Harry me abraçou por trás, descansando o queixo em meu ombro, e cheirou a curvatura do meu pescoço.

— Eu te amo muito, viu? — abracei suas mãos que estavam em minha barriga como pude. — Amo você muito mais do que ao infinito e além.

— Mhm, eu também te amo — respondi, a vista turva de tanta felicidade. — Mas vem cá, você não vai responder a minha pergunta não?

— Não — respondeu. — Calma, calma, eu só estava brincando, meu amor, vou sim.

— Você esqueceu, né?

— Sim — ele riu de nervoso.

Deixei escapar uma risada. À nossa frente, a porta se abriu e nossos amigos começaram a aparecer. Cho Chang veio na frente com Marieta, acenou para nós com um sorriso meio triste e sentou-se no pufe mais próximo. Luna veio até onde estávamos, e Ron e Hermione também chegaram mais perto.

— Olá — disse ela, olhando para as decorações de Natal. — Foram vocês que fizeram?

— Não, foi Dobby, o elfo doméstico.

— Visgo, bem pensado. Muitas vezes está repleto de Narguilés.

Nossa sanidade foi salva de perguntar a ela o que seriam Narguilés quando a porta se abriu novamente, e o restante das pessoas que faltava apareceram. Fred e George vieram por último, e, ao nos verem abraçados, deram uma piscadinha e juntaram-se aos outros nos pufes.

— Ok — disse Harry, afastando-se um pouco e chamando a atenção geral. — Achei que deveríamos repassar o que fizemos até agora, porque é a última reunião antes das férias, então não tem sentido começar nada novo...

— Não vamos começar nada novo? — perguntou Zacarias Smith. — Se eu soubesse, nem teria vindo.

— Então todos lamentamos muito que Harry não lhe avisou — disse Fred.

— Certo — disse meu namorado. — Podemos praticar a Azaração de Impedimenta durante uns dez minutos, e depois passamos para o Feitiço Estuporante com as almofadas.

Todos nos dividimos em pares, como sempre, e começamos a praticar. Fiquei com Ron, dessa vez, e sempre que errávamos o alvo começávamos a rir. Em certo momento, quando eu já não estava entendendo mais nada e me preocupava apenas em gargalhar da situação embaraçosa, acertei um Expelliarmus na bunda de George, que deu um pulo seguido de um grito agudo. Até mesmo Hermione parou o que estava fazendo para rir, e os minutos que se seguiram foram de pura alegria. Ali, com eles, eu me sentia em casa. Mesmo que Zacarias Smith estivesse enfiado no meio da multidão.

Às oito e quarenta e cinco, Harry anunciou o fim das reuniões antes do Natal e as pessoas começaram a ir embora. Por fim, sobraram apenas Hermione, Harry, Cho e eu (Ron saíra conversando com Fred e George sobre os preparativos para o feriado). Marieta, a amiga de Cho, fora embora sem dar explicações. Hermione pegou suas coisas e disse que me esperaria no Salão Comunal.

— Sabe, às vezes sinto pena dela — sussurrei para Harry, olhando para onde estava Cho. A garota bebia água de uma garrafa que encontrara na mesinha de vidro debaixo do visgo, e encarava uma foto de Cedric que não estava ali antes. — Ele é o que ela mais quer, e a única forma que a Sala Precisa encontrou de realizar esse desejo foi entregando-lhe uma foto. Não consigo imaginar o que seria de mim se estivesse no lugar dela, querendo você.

Harry assentiu lentamente.

— É, nem eu — disse ele, usando o polegar para acariciar minha têmpora esquerda com carinho. Fechei os olhos com o contato. Até aquele momento, eu nem havia notado que estava com dor de cabeça.

— Ei, vou atrás de Hermione, ok? Minha cabeça está latejando, talvez ela tenha algum remédio.

— Tudo bem — disse Harry. — Vou tentar consolar Cho. Tome cuidado no caminho, para Filch não pegar você. Te vejo na Comunal?

— Hmhum — concordei e saí.

No meio do trajeto, quando estava quase alcançando Hermione no fim do corredor, lembrei que havia esquecido meu livro na Sala Precisa e voltei correndo. Eu tinha que pegá-lo rapidamente, antes que o relógio batesse nove em ponto da noite, quando todos deveríamos estar na cama. Bobagem, dormir de madrugada era muito melhor. Virei na esquina da Sala Precisa, abri a porta com um estrondo, e... E meu coração despencou. Quebrou-se em milhões de pedacinhos, tão triturados que passei a não ter mais controle sobre meu corpo, e as lágrimas foram instantâneas. Harry, meu tão amado Harry, beijando uma garota que não era eu. Beijando Cho Chang. E ela estava engolindo ele de volta. Andei para trás, minha visão embaçada, sentindo-me doente como nunca na vida, e fechei a porta devagar, quase parando. Quem ligava que meu livro estava lá, marcado mais ou menos na metade? A pessoa que eu mais amava no mundo beijava outra, nosso amor quebrado também na metade, incompleto, em destroços, dissolvendo-se como se nunca houvesse existido. Ou o dele, porque desde que me entendia por gente sabia que meu carinho por Harry era real, que era para sempre.

Cobri minha boca quando as primeiras lágrimas caíram, tonta e desnorteada, e solucei litros para fora. De dor, de raiva, de tristeza. Andei mais um pouco para trás e esbarrei em Hermione, quase caindo no chão porque meus joelhos não estavam em sua melhor forma.

— Ah, eu estava procurando por você, já está tarde e... O que aconteceu, S/N?

Tentei formular uma frase coerente, mas a única coisa que saiu de minha boca foram mais soluços, e meus olhos choraram mais lágrimas.

— Eita, não parece ter sido coisa boa — disse ela, dando tapinhas carinhosos em minhas costas. — Vem vamos andar um pouco. Assim você fica mais calma.

Ela me conduziu por alguns corredores, me guiando e dizendo que tudo ficaria bem, numa tentativa de fazer com que eu me sentisse melhor. Descemos por uma das escadas que se moviam e entramos numa sala pequena, provavelmente numa daquelas que usávamos para as aulas teóricas de Feitiços e História da Magia. Hermione verificou se estávamos sozinhas e trancou a porta; depois me ajudou a sentar na cadeira mais próxima. Enxuguei minhas lágrimas e passei a encarar o tampo da mesa. Minha cabeça doía mais do que nunca, e aquela visão de minutos atrás simplesmente não queria afastar-se de minha memória. Estava grudada em mim, impregnada em meu cérebro, eu achava que lembraria para sempre.

Quando olhei para cima, a expressão de Hermione deixou claro que meus olhos estavam muito vermelhos. Funguei uma, duas vezes. Pressionei meus lábios um no outro, sentindo meu coração arder.

— Harry e Cho — foi a única coisa que consegui falar antes de cair no choro novamente. A S/N de minutos atrás nunca teria me reconhecido, não se tivessem dito a ela que eu era eu. Era bobo, e eu me sentia ridícula por chorar por um homem; mas Harry não era qualquer um. Ele era Harry, meu Harry, que talvez não fosse mais meu. Talvez nunca tivesse sido.

Nossas lembranças também não ajudavam. Harry me abraçando, dizendo que me amava, beijando meu pescoço, fazendo cócegas em minha barriga, sorrindo para mim como nunca fizeram com nenhuma outra. De repente todas as lembranças atacaram minha mente de uma só vez, fazendo-me enxergar o que havia perdido. Ele.

Hermione me abraçou com força, e eu me segurei nela como se minha vida dependesse disso.

— Do que está falando, S/N? — a garota parecia confusa. — Fale logo, pelo amor de Deus!

— Eles s-se b-beijaram — enxuguei minhas lágrimas com o dorso das mãos. Hermione fez carinho em meus cabelos, me acalmando.

— Você tem certeza, S/N? Quero dizer, eu não acho que Harry faria isso com você, todos nesta escola sabem são completamente apaixonados um pelo outro. Até mesmo os professores, acredite.

Afastei-me dela, com raiva. Por que Hermione não acreditava em mim?

— Bem, adivinhe só, ele acabou de fazer!

Minha melhor amiga franziu as sobrancelhas.

— Isso está muito estranho... — ponderou ela. — Você não notou nada de diferente?

Funguei mais uma vez, agora sem derramar lágrimas. Quando eu me tornara tão sentimental?

— Como assim?

— Não tinha nada que parecesse minimamente fora do normal na sala?

— Bem... Não — disse eu, tentando lembrar. — Tudo conforme o esperado, apenas uma garrafa cheia de água ao lado deles, e... — parei de falar no meio do caminho, olhando de súbito para ela, que sorria como se planejasse algo maquiavélico. Eu sabia onde Hermione queria chegar. — Não, nem pense nisso.

— Vamos, S/N, pense comigo — ela se acomodou ao meu lado, animada. — Faz muito sentido!! Ele nunca beijaria ninguém a não ser você, muito menos a Chang! Aposto que foi vítima da Poção do Amor, é a única explicação possível!

— E quem disse que ele não beijaria ela? — perguntei, insegura, fungando de novo.

— Pense com o cérebro, S/N, e não com seu coração — ralhou Hermione. — Você já se olhou no espelho? Cho Chang não teria a menor chance. Além disso, se ele quisesse alguma coisa com ela, teria chamado a garota para o Baile de Inverno, ao invés de você.

— E daí?

— E daí que ele chamou você, dançou com você, beijou você — bum! memórias destravadas com sucesso. Meus olhos começaram a marejar novamente, mas eu me recusei a chorar. — Pediu você em namoro, ficou e fez questão de estar perto de você desde sempre. Ele te ama muito, dá para notar isso de longe.

No fundo, eu sabia que Hermione tinha razão; mas não queria acreditar em nada daquilo porque tinha medo de me machucar, caso meu pesadelo fosse real. Ela pareceu ler meus pensamentos, porque disse:

— Eu vi como vocês estavam antes da aula começar, juntos e felizes. Harry nunca sorriu para ninguém como sorriu para você naquela hora, S/N. Você tem que se agarrar a isso. Suas inseguranças são apenas inseguranças, mas aquilo — disse ela, referindo-se aos momentos que eu passara com Harry — , aquilo é real. Tão real que não é a toa que todos os nossos amigos sempre torceram por vocês.

Respirei fundo, olhando para nenhum ponto físico em específico. Estava escuro, e olhar para Hermione era a mesma coisa que olhar para uma sombra sem muitos detalhes. Meus olhos começaram a se acostumar com a falta de luz. Quando eu piscava, minha visão tornava-se turva.

— Ok... — suspirei. — Ok, suponhamos que você esteja certa, e que ele esteja sob o efeito da Amortentia. O que nós podemos fazer sobre isso?

Hermione sorriu, animada.

— Eu tenho um plano — disse ela. — Mas acho que você não vai gostar.

.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १

— Esse era seu plano? — perguntei, indignada, ouvindo os gritos de Ron no quarto, e os protestos de Harry para que o deixássemos sair. — Trancá-lo no dormitório com os outros garotos?

— E esperar que o efeito passe, sim — disse Hermione, orgulhosa, olhando para Fred e George, que haviam nos ajudado a arrastar Harry para dentro. Na verdade, ajudaram Hermione, porque eu só fui saber que fizeram isso quando os meninos já estavam trancafiados lá dentro.

— Bem, sobre uma coisa você tinha razão — disse eu, meio preocupada com o bem estar de Harry. — Eu definitivamente não gostei.

— Me deixem sair! — gritava Harry do lado de dentro. Aquilo estava me fazendo mal. Eu não gostava de vê-lo sofrendo, e muito menos de ouvi-lo dizer que queria encontrar Cho Chang no corredor. — Me deixem sair!

— Cale a porra da boca, Harry, estamos tentando dormir! — berrou Ron. — Maldita hora que você foi tomar aquela água envenenada... ARGH! ME TIREM DAQUI, HARRY TENTOU ME BATER!

Senti-me um pouco melhor quando ouvi as risadas engasgadas de Dino e Simas.

— Daqui a pouco você se acostuma, irmãozinho — disse Fred, voltando-se para nós em seguida. — E nos dê um desconto, S/N, sabe-se lá o que Harry e Chang teriam feito se não o tivéssemos trancado nesse quarto.

— Cale a boca, Fred, não está vendo que ela está passando mal? — disse George, dando tapinhas em minhas costas. Em seguida, virou-se para encarar Hermione. — Quanto tempo você disse que duraria a poção, Mione?

— Eu não disse, mas suponho que seja umas duas ou três horas, no mínimo. Se ele parar de gritar pela Cho, é porque o efeito passou.

— E se não parar?

— Ele vai parar, S/N — disse ela, confiante.

— Bem, espero que dê certo — falei, me distanciando e descendo as escadas. Meus amigos me acompanharam até o sofá da Comunal, que agora estava vazia. — Eu só não entendo como foi que ele conseguiu a proeza de tomar uma Poção do Amor logo no fim do semestre. É tão improvável.

— Então, queríamos mesmo falar com você sobre isso — disse Fred, escondendo-se atrás do irmão. — Meio que foi nossa culpa.

Congelei, desnorteada.

— Perdão?

— Em nossa defesa, a Amortentia não era para ele — disse George. — Era para você.

— Para mim? — a cada palavra, minha raiva ia aumentando. Levantei-me para encará-los melhor.

— É, para você — disse Fred. — Veja bem, queríamos uma vingança decente depois da sua última pegadinha, e decidimos dar um gole de Amortentia a você, para que você se declarasse a Harry na frente de todo mundo e lembrasse disso para sempre como o dia mais desesperador da sua vida.

— Exatamente, mas não tínhamos a intenção de colocá-lo sob o efeito, entenda, a Poção do Amor age sobre a primeira pessoa que você vê pela frente, a não ser que tenha sido feita com um fim específico, é claro, então como Harry estava sozinho com Chang acabou beijando ela... Mas era para ele beijar você, se tivesse te visto primeiro.

— Não fique brava S/N, só queríamos que você passasse um pouquinho de vergonha... No final, quem sabe vocês até não ficassem juntos, e...

— Vocês tem merda na cabeça, é? — exclamei. — Harry e eu estamos juntos, Fred e George Weasley, desde a porra do mês de setembro!

Fez-se um silêncio constrangedor, e eu levei uma das mãos à cabeça, sem saber o que fazer. Bem, pelo menos isso significava que Harry talvez ainda me amasse. Que tudo não passou de um grande mal entendido.

— Hum... É, nós definitivamente não estávamos contando com isso.

— Mas até que faz sentido, se você parar para pensar nos rumores que estão circulando pelos corredores...

— Você tem três segundos — murmurei, minha voz falhando de raiva — , três segundos para sumir da minha frente. Um, dois...

Eles correram o mais rápido que suas pernas podiam, e acho bom que tenham corrido, porque eu poderia explodir a qualquer momento. Por fim, restamos somente Hermione e eu na sala. Acabei me jogando no sofá, derrotada.

— Um dia eles aprendem, S/N.

— É, no dia em que eu estiver morta, porque provavelmente vão acabar me matando.

— Ou se matando, numa dessas experiências loucas que eles tanto adoram.

Mordi o lábio inferior, pensativa.

— Eu só não entendo como Harry conseguiu ser tão burro! — falei, olhando para ela. — Quem sai por aí bebendo água de onde não sabe a origem?

— Não quero ser indelicada, mas Harry é muito lerdo — disse ela. — Aposto como ele nem pensou nisso.

— É, talvez você esteja certa.

Hermione sentou-se ao meu lado e passou um braço em torno de meus ombros, solidária.

— Aposto como ele bebeu aquela água pensando em você — ela falou, usando a ponta do dedo para pincelar meu nariz. Acabei rindo. — E aposto como estava louco para encontrar você e te abraçar até pegar no sono — ela olhou para mim, em meus olhos. — Chega de pensar em possibilidades por hoje, ok? Não se deixe levar pelas suas inseguranças, são só...

Só inseguranças — falamos juntas, e rimos juntas também.

— Isso aí — minha melhor amiga encostou a cabeça em meu ombro. — Harry te ama muito, S/N. Só um louco duvidaria disso. Acredite quando eu digo que sim, tudo bem?

Assenti.

— Tudo bem.

E dormimos ali mesmo, minha cabeça latejando de tanta dor e cansaço.

——————————————

notas da autora:

demorei pra soltar o capítulo porque são mais de 8 mil palavras 😁 eu até pensei em dividir os capítulos, mas ficava melhor assim. o que acharam?

feliz natal atrasado pra vocês, daqui a uns dias é ano novo, e eu estou me preparando pra mudar de personalidade e virar padrão 👍🧐 não tá fácil pra ninguém.

o que vcs ganharam de natal? lembrando que o que conta é a data, e não o presente :) não ganhei muita coisa, mas amei tudo: dois perfumes, meu all star parecido com o do harry, e "razão e sensibilidade", da jane austin. aqui a foto:

saiu torta, mas enfim, a capa é linda.

poucas coisas aconteceram recentemente, descobri que talvez tenha um crushzinho num menino da minha sala, mas sempre que penso no harry eu obviamente quero >>o harry<<, espero que em outra vida nos encontremos, acho que ele ficaria orgulhoso de mim. e eu acredito mto nisso, sabe? em novas oportunidades de viver. também fui dormir às 4:30h da manhã escrevendo, tô muito empolgada com as coisas que vão acontecer em masterpiece!!

prometo que vocês vão gostar do draco a partir de agora, ele tem um papel muito importante na história 💐

e vocês, alguma novidade? fora umas fofocas de família, nada aconteceu...

qual é a cantada favorita de vcs? a minha é: gata, você não é petrificus totalus, mas me deixou duro 😁

amo vocês, não esqueçam de votar e comentar!!<3

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