Corte de Amores e Segredos...

By ledaisyy

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Quando duas irmãs se veem caçando para sobreviver, enquanto o resto de sua família apenas aproveita do dinhei... More

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prologue
one - the begin
two - the beast
three - she isn't human
four - your majesty
five - brother from another mother
six - high lord
seven - my real me
eight - they were fine
nine - violet eyes
ten - you're shine
eleven - what are you?
bonus - her
twelve - back to the old house, or hell
thirteen - hello, did you miss me?
bonus - I lost
fourteen - they need us
fifteen - under the mountain
seventeen - a deal, that's all
eighteen - sweet dream
nineteen - balls and wines
twenty - we were supposed to be dead
twenty one - no, one it's enough
twenty two - i can rest now
bonus - she is... was my sister
bonus - i felt her dying
bonus - she cannot go
epilogue
thanks
new book

sixteen - all this for a riddle

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By ledaisyy

Tudo isso para um enigma

Acordei assustada pela quarta vez no dia desde que jogaram eu e Feyre dentro de uma cela. Os pesadelos haviam parado um pouco na Corte Primaveril, mas agora voltavam com tudo – se devido a Feyre ainda não ter acordado, ou as dores que se acumulavam em cada parte do meu corpo, eu não saberia dizer –. Sentia-me enterrada viva, e lutava com a sensação de imaginar que poderia ser isso mesmo e que, talvez, do meu lado estivesse o corpo de minha família feérica. Ninguém havia aparecido para ajudar, nem Lucien, Lene ou Tamlin – por mais que eu duvidasse que o loiro fosse fazer algo.

Feyre gemeu em protesto enquanto acordava e eu pude soltar um suspiro aliviado. Mesmo sentindo sua respiração e escutando seu coração bater, estava com medo de meus desejos e sentidos falassem mais alto. Seu olho estava inchado e não facilitava a visão das coisas ao redor, mas, quando conseguiu se acostumar com a pouca luz que entrava, começou a tatear o rosto em busca de algo quebrado. 

— O nariz — minha voz saiu rouca devido ao pesadelo. Tossi um pouco afim de melhorá-la — Ainda é o mesmo dia, ninguém veio. 

Ela apenas confirmou com a cabeça. Se não queria ou não tinha forças para falar, era impossível dizer. Feyre aproximou os joelhos do peito e começou a controlar a respiração, trincando o maxilar quando gritos e súplicas começaram. Era para sermos nós, pensei. E o pensamento de Clare passando por isso foi suficiente para eu me esconder mais nas sombras. 

A verdade é que havíamos reunido coragem demais para chegar até ali, e, agora, enquanto estávamos jogadas e machucadas e sujas nessa cela, toda coragem havia sumido, como se uma gota de água tivesse ficado tempo o suficiente perto do calor para evaporar. Minha cabeça doía só de imaginar o que poderia acontecer com nós duas, o que poderia ter acontecido se Feyre tivesse aceitado o acordo pelos termos de Amarantha. 

«——————⁜—⁜——————»

O ranger da porta contra a pedra foi o suficiente para acordar Feyre novamente, quem quer que fosse deixou-a entreaberta e não me viu, seguindo direto para minha irmã. 

— Feyre? — o sotaque na voz fez eu perceber quem era e pude relaxar pela primeira vez desde que fui jogada ali. 

— Lucien? — ela sussurrou, o feno estalando enquanto o ruivo se agachava na frente ela. 

— Pelo Caldeirão, você está bem?

— Meu rosto...

Uma luz fraca surgiu ao lado de Lucien e ele chiou enquanto observava o rosto de Feyre.

— Layla...? — ele perguntou ainda olhando para Feyre.

— Aqui — sussurrei. Estava sentada na sombra da parede da porta. O ruivo virou a cabeça e arquejou quando me viu ali, murmurando algo como sempre sorrateira. — Não consegui curá-la. 

Ele voltou a olhar para Feyre e observar melhor os machucados, principalmente o nariz quebrado. 

— Perderam a cabeça? O que estão fazendo aqui? 

— Voltamos para a mansão... Alis nos contou... nos contou sobre a maldição, e não podiamos deixar que Amarantha...

— Vocês não deveriam ter vindo — interrompeu ele, em tom afiado. — Não era para estarem aqui. Não entende o que ele sacrificou para libertá-la, Feyre? Como pôde ser tão tola?

— Lucien, chega — interrompi, antes que Feyre mandasse, educadamente, ele ir se foder. — Cure o nariz, pelo menos. Acho que não quebrei nada. — No fundo, eu sabia como essa situação doía para ele. Ver a parceira num lugar como esse e com uma promessa de morte a qualquer hora não era exatamente bonito. Se Feyre morresse, e peço à Mãe para que não, a dor de Lucien seria absurda.

 O ruivo olhou por cima do ombro, verificando a porta, antes de voltar-se para Feyre. 

— Os guardas estavam bêbados, mas seus substitutos vão chegar em breve. — Ele observou o nariz de Fey de novo antes de tocar levemente. — Vou precisar colocar no lugar antes de poder curá-lo. 

— Faça-o. Agora mesmo — ordenou minha irmã. Ele hesitou. — Agora

Ele voltou o nariz para o lugar e Feyre desmaiou. Lucien olhou preocupado, mas logo voltou a curá-la – não totalmente, alguém poderia perceber que haviam ajudado –. Enquanto sua atenção estava focada em ajudar Feyre, e ninguém estava perto da porta, perguntei. 

— Existe água por perto? 

— Sim, mas não sei se seria seguro você usar sua magia.

— Quando chegar a última tarefa, ou respondermos o enigma, Amarantha não tardará em nos matar. Preciso ter alguma chance de proteger Feyre. — Ele havia terminado de curar Feyre e veio em minha direção. Suas mãos seguraram as minhas e seu olho começou a procurar por algum machucado. 

— Deve se proteger também, não suportaria perder você de novo. — Depois de mais uma inspeção pelo meu corpo, seus olhos encontraram os meus. — Nenhum quebrado, impressionante. Fiquei sabendo do show que deu lá em cima. Enfrentou Amarantha e matou um Attor, continue desse jeito e passarão a temer você.

— Eu ficaria linda com uma coroa, não acha? —Lucien dá um riso fraco e olha por cima do ombro, para Feyre. — Ela vai ficar bem.

— Eu sei, é só que... É difícil, ver tudo isso e não poder fazer nada. 

— Acabou de curá-la, diria que fez muita coisa.

— Talvez. Agora, esgueirando-se pelas sombras e escondendo-se nelas? Faça isso quando as coisas ficarem feias e poderá esfaquear a ruiva lá de cima pela costas. 

«——————⁜—⁜——————»

Depois do que foram horas sentada no chão da sela, velando o sono de Feyre, dois feéricos de pele vermelha apareceram e começaram a nos arrastar até o salão do trono. Já havia decorado aqueles caminhos, quando sugeri que Feyre seguisse em lado e eu outro, a rota de fuga não era por ali. 

Quando chegamos no salão tentei não reparar no corpo de Clare pendurado em uma das paredes, ainda não tinha visto e a imagem era forte o suficiente para me fazer vomitar. Uma multidão de feéricos estava parado ao longo da parede mais afastada, alguns com máscara outros sem. Tentei encontrar Lene e Lucien, mas não achei nenhum dos dois. 

Fomos atiradas no chão no momento em que paramos em frente ao trono. Mesmo com todo meu corpo gritando para que ficasse parada, tentei me levantar – depois de me xingar mentalmente por ser estúpida – e ajudei Feyre a fazer o mesmo. Lembrei das palavras de Rhysand, e soube que as seguiria: não iria me ajoelhar diante de ninguém. Meus machucados provavelmente piorariam, mas a ruiva não ganharia, também. 

— Vocês parecem completamente destruídas — comentou Amarantha, e virou-se para Tamlin, que estava no trono ao lado. — Não diria que elas parem abatidas? 

O loiro não respondeu, nem mesmo esboçou alguma reação. 

— Sabe — ponderou a ruiva depois de perceber que nada sairia de Tamlin —, não consegui dormir ontem à noite, e percebi por que esta manhã. — Ela nos observou e engoliu todo o ódio quando se deu conta que não estávamos ajoelhadas. — Não sei seus nomes. Se nós três seremos amigas durante os próximos três meses, eu deveria saber o nomes de vocês... não deveria? 

— Achei que humanos eram lixo demais para você se preocupar em saber nossos nomes — alfinetei, nem mesmo contendo a vontade de insultar a ruiva, ou matá-la. Mas deixaria esse último para quando chegasse a hora. Feyre eu não falamos mais nada, apenas esperamos alguém pronunciar algo.

— Bem, sim — começou, e por um momento percebi por que os Grão-Senhores tinham confiado nela. Amarantha poderia ser bem convidativa e encantadora ao mesmo tempo que era ardilosa e mortal, equilibrando-os perfeitamente. — Mas vamos lá, queridinhas. Sabem meu nome, não é justo que eu saiba os seus? Não foi você — apontou o dedo para mim — que disse sobre o que é justo e tudo mais. 

— Deveria rever o que considera justo. 

A ruiva estalou a língua e focou o olhar no corpo de Clare. 

— Vocês já descobriram as consequências de dar nomes falsos. Uma pena que a outra não pode estar aqui. Deveriam ter escolhido alguém mais forte. 

E você deveria rever as pessoas em quem confia, pensei e quis muito proferir em voz alta. Mas isso só traria mais problemas, o que eu não precisava. 

Feyre e eu continuamos caladas, por um momento achei que minha saliva só funcionaria para distribuir insultos à Grã-Rainha. 

— Rhysand — continuou, sem nem mesmo precisar elevar o tom de voz para chamá-lo. Todo meu corpo ficou em alerta e desejei que ele não me reconhecesse. Afinal, só havia me visto com o olho azul – e algumas mechas do cabelo branco-azuladas –, mas ele reconheceria Feyre e não seria necessário mais que um neurônio para me reconhecer. 

Os passos casuais começaram atrás de mim e evitei olhar quando Rhys parou ao meu lado, a noite ainda parecendo escorrer dele, –  mesmo que eu fosse relativamente alta para alguém com 25 anos, seria necessário ele se agachar um pouco, ou eu ficar quase na ponta do pé, para tocá-lo –. O da Noturna se curvou em uma profunda mesura e aquelas sensação dentro de mim pareceu me contar como ele odiava fazer isso. 

Voltei a realmente prestar atenção em Amarantha quando ela começou a falar. 

— São essas garotas que viu na propriedade de Tamlin? — Rhys afastou um grão invisível de poeira da túnica preta antes de avaliar eu e Feyre, os olhos violeta não apresentava nada além de tédio e desdém. 

— Suponho que sim.

— Mas você me disse ou não que aquela garota — o tom de voz ficou afiado conforme apontava para o corpo de Clare pregando na parede — foi uma das que você viu?

Rhys enfiou as mãos nos bolsos.

— Todos os humanos se parecem para mim.

— E quanto a feéricos? — Amarantha lançou um sorriso adocicado para o da Noturna. 

— Entre um mar de rostos mundanos, o seu é uma obra de arte. 

Controlei a bile que subiu pela minha garganta, mas o pequeno riso de escárnio não foi possível porque Feyre me olhou com reprovação. Dei de ombros e voltei a prestar atenção no que acontecia.

Rhysand era um belo de um mentiroso, tanto quanto eu. Ele havia reconhecido eu e Feyre, ele sabia exatamente como nossos rostos eram, e era muito mais fácil ele nos reconhecer em um mar de rostos mundanos do que Amarantha.

— Qual é o nome delas? 

— Como eu vou saber? Elas mentiram para mim. — Ou brincar com Amarantha era uma piada ao Grão-Senhor, ou era mais uma intriga de Corte. Muito provável que seja os dois. Dessa vez foi impossível segurar o riso, e minha irmã parecia implorar com o olhar para que eu não falasse nada. Não pude evitar, no entanto. 

— Desculpe-me, mas achei que já havia entendido da primeira vez. Se as pessoas que entregamos os nomes não eram realmente nós, era meio óbvio que o Grão-Senhor aqui não saberia. Pode voltar ao seu discurso poético, ruivinha. 

Do mesmo jeito que eu queria o pescoço de Amarantha fora do corpo, ela parecia querer o meu. Cada nova palavras que saísse da minha boca – e que não fosse meu nome – a irritava ainda mais, ela conseguia perder sempre um pouco mais de controle. Quem entrava em Sob a Montanha igual entramos não saía vivo, e eu, no fundo, sabia que não seria uma exceção.

— Se estão dispostas a jogar, meninas, então imagino que possamos fazer isso do modo mais divertido — disparou a ruiva. Amarantha estalou os dedos para o Attor, que levou a mão à multidão e pegou alguém. Cabelos ruivos reluziram e tentei manter uma máscara de casualidade quando ele puxou Lucien pelo colarinho da túnica verde e o obrigou a ficar de joelhos. 

O Attor continuou próximo, mas Amarantha gesticulou com o dedo na direção de Rhysand.

— Segure a mente dele. 

Rhys fez uma reverência com a cabeça e encarou Lucien, que ficou completamente imóvel com suor brilhando em seu pescoço. Atrás deles, empurrando até chegarem à frente da multidão, vieram quatro Grão-Feéricos altos e ruivos, todos sorriram ao encarar Lucien. Os filhos restantes do Grão-Senhor da Corte Outonal, e irmãos de Lucien. Fiquei tentada à descobrir quem seria mais prazeroso de matar, eles ou a ruiva do trono. 

— O nome delas, emissário? — perguntou Amarantha a Lucien, que apenas esticou os ombros e encarou Tamlin antes de fechar os olhos. Rhysand começou a sorrir de leve, e lembrei da sensação daquelas garras segurando minha mente – mesmo que leve, elas ainda estavam ali. 

— Achei que teria aprendido a lição, Lucien. Só que dessa vez o silêncio condenará tanto quanto sua língua. — Ele continuou de olhos fechados a espera do próximo passo de Rhysand. — O nome delas? — Amarantha perguntou a Tamlin, que não respondeu, os olhos permaneceram nos irmãos de Lucien. — Imagino que seus belos irmãos não saibam, Lucien. 

— Se soubéssemos, senhora, seríamos os primeiros a contar  — da forma como falou, e como os outros o olhavam com raiva e até um pouco de medo, aquele só poderia ser o mais velho. Eris. 

Amarantha deu um sorriso de consideração e ergueu a mão. Rhysand inclinou a cabeça, os olhos semicerrando levemente sobre Lucien. O ruivo enrijeceu o corpo e soltou um pequeno gemido, suficiente para Feyre falar. Aquilo doía nela, de certa forma. 

— Feyre — gritou. — Meu nome é Feyre!

Mas Rhysand havia prometido ajudar. Se ele falava que me ajudaria não teria razão para fazer isso com Lucien. Se aquela era a forma dele demonstrar ajuda, esperava não descobrir como era seu outro lado. 

Fechei os olhos enquanto Amarantha falava com Feyre, tentando esquecer os pequenos sons que Lucien soltava. Tamlin não fazia nada. Amaldiçoado ou não, de repente, quis a cabeça dele numa mesa de prata. Feyre praticamente suplicava com o olhar para eu ceder e contar; Lucien continuava de olho fechado, segurando-se ao máximo para não desabar; os filhos da Corte Outonal pareciam sorrir mais a cada segundo que passava; Tamlin permanecia sem reação, uma casca sem alma; Amarantha parecia adorar a cena, por mais que cada segundo que eu resistisse fosse uma mensagem direta que ela perdia o controle; Rhysand continuava com a expressão de tédio intocável, segurando a mente de Lucien como se não fosse nada, as mãos ainda no bolso. 

Lucien começou a ficar mais pálido e os ombros pendiam para frente. Eu não queria falar, mas não deixaria meu irmão morrer. O tempo que havia conseguido resistir fora o bastante, o suficiente para mostrar que os jogos delas não me afetariam – não como ela esperava, pelo menos –. Tinha certeza que no momento que voltasse para aquela cela, seria a primeira coisa que meu subconsciente traria nos pesadelos. 

— Layla.

Lucien desabou no chão, tremendo, e Rhys voltou a encarar o trono. Feyre segurou minha mão e apertou-a levemente, mas o suficiente para voltar minha mente para o que importava. 

— Layla e Feyre — ecoou Amarantha, sibilando as duas sílabas dos nomes. — Nomes antigos, de nossos dialetos mais velhos. Bem, prometi um enigma a vocês. 

— Não é possível — ri. Ou Amarantha gostava muito de se ouvir falar, ou o poço em que ela estava era mais cheio de veneno do que eu pensava. — Tudo isso por um enigma. Sabe bem como se divertir. 

— Resolvam isto, —ela voltou a falar, decidindo me ignorar — e vocês e o Grão-Senhor e toda a corte dele poderão partir imediatamente com minha bênção. Vejamos se são de fato inteligentes o bastante para merecer um dos nossos. — Os olhos escuros de Amarantha brilharam, e voltei a me concentrar quando ela falou:

 "Há quem me procure a vida inteira, sem jamais me encontrar, 

E aqueles que beijo, mas vêm com pés ingratos me esmagar. 

As vezes parece que favoreço a inteligência e a graça, 

Mas abençoo todos os que arriscam com audácia. 

Suave e doce minha égide costuma ser, 

Mas se desprezado, me torno uma fera difícil de abater. 

Pois embora cada um de meus golpes seja poderoso, 

Quando mato, meu processo é vagaroso...


⁙⁛⁙——————⁕——————⁙⁛⁙

Só percebi que têm uma passagem de um dia de quando a Feyre chega em Sob Montanha e de quando a Amarantha pede o nome dela, quando eu fui ""reler"" essa parte do livro para escrever. No bônus do Rhys, eu tinha falado que era o mesmo dia, mas já vou arrumar. 

Boatos de que a única coisa que o Rhys sabe fazer é colocar a mão no bolso viuss

Layla muito mortífera em Sob a Montanha. Bixinha quer todo mundo morto. 

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