𝗚𝗛𝗢𝗦𝗧

Af Nyx2508

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"Vosso filho morrerá da pior forma possível. Será esquecido, será temido e apagado de memórias e culpa Conde... Mere

Avisos
Sinopse
Personagens
Prólogo
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15

Capítulo 01

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Af Nyx2508

𝗚𝗿𝗮𝘆𝘃𝗶𝗹𝗹𝗲; 𝗜𝗻𝗴𝗹𝗮𝘁𝗲𝗿𝗿𝗮
2018

𝗛𝗮𝘇𝗲𝗹 𝗣𝗵𝗶𝗹𝗹𝗶𝗽𝘀

Encaro os ponteiros do relógio distraída, as horas parecem demorar a passarem durante a segunda feira. Mas algo que eu sempre reparei é que tem uma data específica no ano em que o tempo parece passar mais devagar do que os outros. Porém, eu sou a única que percebe este fato.

— Como vocês sabem, daqui três dias acontecerá o nosso feriado especial — diz a professora se encostando na mesa.

Feriado 1980.

É assim que costumamos chamar o grande feriado. Como acontece em todas as escolas e faculdades, nós vamos ao antigo cemitério da cidade escolher um túmulo antigo para cuidarmos.

Basicamente iremos passear por aquele lugar imenso com mais de cem túmulos e tumbas para escolher apenas um. Iremos cuidar, levar flores, acender velas, pesquisar sobre aquela pessoa – se ainda tiver registros –, escrever cartas.

A ideia é sermos os familiares daquelas pessoas por um dia, para que eles não sejam esquecidos. Também é considerada uma forma de respeito aos que viveram antes de nós.

— Vocês que irão participar deverão ir hoje escolher os túmulos — aconselha.

Quase bufo de tamanho tédio.

Não porque eu não goste do feriado, para ser sincera eu amo ele, mas este ano eu estou exausta. Eu faço esse mesmo "ritual" desde os 14 anos. São sempre os mesmos túmulos. Ano passado eu cuidei do de uma senhorinha que morreu de infarto, não tinha muitos dados sobre dela, então eu não sei ao certo se ela era boa pessoa ou não.

Todos estão animados com o feriado, boa parte da nossa cidade ama ele. Não tenho ideia do porquê, talvez eles só gostem de terem que investigar coisas do passado.

— Hazel — Julie me chama — Vamos ao cemitério hoje? — pergunta animada.

Minha melhor amiga é a que mais se anima para o feriado. Julie sempre diz que é algo divertido e encantador descobrir parte de vidas passadas.

— Talvez — suspiro me encostando na cadeira e cruzando os braços — Que horas?

— Estava pensando em ir durante a noite — sorriu animada.

Um fato sobre Julie:

Ela ama visitar o cemitério durante a noite.

— Acho melhor não — respondo.

— Por quê? — pergunta — Está com medo da maldição Berrycloth — debocha.

— É só uma história de terror para crianças, Julie — respondo guardando meus materiais — Nós nem sabemos se a família Berrycloth foi real.

— E a senhora Alyne Berrycloth? — pergunta colocando sua mochila no ombro — Talvez ela seja uma parente distante deles.

— Ou talvez ela tenha inventado essa história.

— A história da Maldição Berrycloth nasceu em 1920 — Julie começa a falar sobre os fatos históricos as quais ela sempre pesquisa — A senhora Alyne tem apenas cinquenta anos, ou seja, ela nasceu em 1968. Seria impossível ela ter inventado a história.

— Que horas nós vamos ao cemitério? — pergunto tentando mudar de assunto.

— As nove e meia — diz animada. — Leve as fitas.

— Okay — respondo.

Normalmente prendemos uma fita em algum lugar do túmulo para avisar que aquele local já foi escolhido.

Eu e Julie sempre vamos durante a noite para deixar os túmulos marcados. Então não precisamos ficar passeando pelo cemitério no dia seguinte.

❦︎

Solto o ar vendo uma pequena névoa branca se formar após o meu ato. Julie está parada próxima ao portão com seu cigarro.

— Vamos? — questiona a garota de cabelos loiros.

Ela é morena dos cabelos cacheados, mas decidiu tingir os cabelos de loiro e alisar. Uma mudança radical demais, porém ela gostou e sendo de família rica, pode mudar o visual a hora que quiser. No ano que vem ela irá voltar com os cachos e pinta-los de rosa.

Pego o cigarro que ela me estendeu colocando na boca. Toco a minha tempora enquanto analiso os portões. Lá dentro a neblina é densa, assim como em toda a cidade.

— A Sra. Jackson deixou os portões trancados dessa vez — Julie diz — Vamos ter que pular o muro.

— Por que ela deixou fechado sabendo que nós sempre viemos aqui de noite?

— Não sei — deu de ombros — Ela deve ter se esquecido.

Jogo o cigarro fora, agarro as barras do portão começando a escalar a parte lateral que da para o muro. Seguro na construção de tijolos sentando subindo em cima dela. Observo o cemitério totalmente vazio, não é um lugar tão aterrorizante quando você o visita desde os 14 anos de idade. Seguro os galhos da árvore que tem na parte de dentro tomando cuidado para não cair por conta das botas de salto que eu escolhi.

Assim que piso no chão olho para cima vendo Julie descer do local e olhar em volta.

— Já tem em mente algum deles? — pergunta ligando as lanternas.

— Não — respondo arrumando minha mochila no ombro.

Julie passa horas vagando pelos cemitério, até que decide ir até a parte mais antiga, poucas pessoas vão lá pelo fato de ser mais difícil de se achar dados sobre essas pessoas.

Ela se abaixa no túmulo mais antigo que eu já vi em toda minha vida, está praticamente caindo aos pedaços. Julie pega a sua lanterna mirando na pedra entalhada no chão.

— Da para ler? — pergunto.

— Só o nome — responde — Aurora.

— Tem foto? — questiono me abaixando ao seu lado.

— Tem essa pintura horrível — diz mostrando o desenho de uma garota ruiva, não é tão bonito mas isso mostra o que ela era muito bonita para a época.

— Aurora não é o nome da garota da maldição?

— Não era você que não acreditava? — pergunta rindo.

— Continuo não acreditando — respondo e olho para o local onde seu corpo está enterrado. Me levanto percebendo que ele tem pequenas roseiras minúsculas, elas são se tonalidade rosa claro.

— Vai ser esse — diz e estende a mão.

Pego uma fita rosa entregando par ela. Julie amarra a fita próxima ao túmulo enquanto observa o túmulo.

— Olá Aurora, meu nome é Julie e eu serei sua família por um dia — fala sozinha.

Solto um riso ao ver o quão maluca ela consegue ser as vezes.

— Vai procurar algum que te interesse — Julie diz analisando o local — Qualquer coisa, grita.

— Tá — murmuro me afastando.

Pego uma barra de chocolate da bolsa. Movo a lanterna olhando os túmulos, procurando alguma coisa que me distraia. Bufo, colocando um fone no meu ouvido, colocando uma música baixa e calma.

— Aí que merda! — xingo quando meu chocolate caiu no chão após eu tropeçar em um galho.

Me abaixo olhando o chocolate, por sorte a embalagem não deixou nenhuma sujeita entrar em contato com o doce. Resmungo colocando o doce no bolso da minha calça. Ligo a lanterna observando o local onde estou. É uma pequena tumba, eu acho. Me aproximo lentamente dela vendo que está totalmente esquecida, perdida entre todos os túmulos.

— Ei.

Quase tenho uma parada cardíaca ao ouvir Julie me chamar. Me viro mirando a luz bem nos seus olhos.

— Aí, para com isso! — diz escondendo o rosto. — Já escolheu o túmulo?

— Já — respondo amarrando a fita na maçaneta da porta que tem na tumba.

— Ótimo, vamos embora — chama. — De quem é?

— Não sei, amanhã eu vejo — respondo — Vamos logo, quero dormir.

❦︎ ❦︎ ❦︎

Fortsæt med at læse

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