Vidas Entrelaçadas ☽︎𝑲𝑻𝑯+...

By vantecherries_

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Jeongguk amava seu irmão mais velho, Yoongi, isso era fato. Faria de tudo para vê-lo sorrir sem nem hesitar... More

Avisos e Trailer
Prólogo: Vidas Entrelaçadas
I. Um baile
II. Kim Taehyung
III. Chantagem
IV. Mentiras
V. Feliz Aniversário
VI. O casamento
VII. Nada bom dura muito
VIII. A verdade vem a tona
IX. Primeiros passos
X. Segundo passo
XI. Tentação
XII. Presentes de coração
XIII. Pesadelo
XIV. Passado, confiança e perdão
XV. Proposta
XVI. Punição
XVII. Despedida
XVIII. Capital
XIX. Sem ele
XX. Lupus Curate
XXI. Meu
XXII. Confissões
XXIII. Últimos dias
XXV. De corpo e alma
XXVI. Calor intenso
XXVII. Depois do calor
XXVIII. Novos planos
Epílogo: Um novo começo

XXIV. De volta para casa

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By vantecherries_

Tô de volta!

Agradeço a mulletdoteteco por betar o capítulo!

Usem a tag #EntrelacadosTK no twitter, podem mandar mensagens no meu curious cat se não quiserem se identificar, sigam meu perfil @Kim_Lala95 para spoilers e informações.

Comentem bastante, eu gosto de ver vocês 😭 e não esqueçam de votar, isso também é muito importante para o engajamento!

O capítulo contém insinuação de assédio, a cena iniciará e terminará em negrito para quem desejar pular, é apenas uma memória sobre o que aconteceu com o jk.

Tenham uma boa leitura!

XXXXXXXXXX

Primeiro dia de Abril, domingo
1848 anos depois da B.G.L
Seoul, Coréia do Sul

  — Estou pronto — Jeongguk disse abraçando um travesseiro. Fechou os olhos sentindo um cheiro leve de pinho e canela inundar o cômodo, lhe acalmando.

Não era como o cheiro verdadeiro de seu alfa, mas a essência do incenso já ajudava bastante.

— Tem certeza? Podemos fazer isso outra hora — Namjoon proferiu calmo, jogando os próprios cabelos para trás.

— Tenho. Uma hora ou outra teria que fazer isso. Se quero ter uma boa relação com Taehyung, preciso dar um jeito nisso de uma vez — ao dizer, o ômega mordeu a fronha do travesseiro.

— Certo… — Namjoon suspirou pesado. — Então, me diga qual foi a primeira memória.

— Meu primeiro cio estava prestes a chegar. Era noite e eu estava em meu quarto quando aconteceu. Nossa casa não tinha muros ou cercas, não era necessário, afinal… Então, comecei a sentir uma dor forte e só pensava em me aliviar — engoliu em seco conforme falava.

“A janela estava aberta e estava frio, mas mesmo assim eu sentia calor. O vento gelado batia em meu corpo suado e me causava diversos arrepios.

Me lembro que ele entrou pela janela e amarrou um pano em minha boca. Eu me debati e tentei afastar Hyungsik, mas parecia inútil. Meu cheiro ficava cada vez mais forte e eu via aqueles olhos amarelos me devorarem… via os pensamentos sujos em suas íris…

Ele sussurrava perversidades em meu ouvido enquanto tirava minhas roupas, dizendo que eu seria dele, custando o que custasse. Em algum momento, eu desisti de lutar. Parecia que ninguém sentia meu cheiro e meus gritos estavam abafados pelo pano em minha boca.

Eu não queria parar de lutar, mas já não aguentava mais. Meu corpo estava cansado e implorando por descanso. Eu senti o membro daquele nojento se esfregando em mim e quando achei que minha vida estava acabada, meu pai arrombou a porta do quarto, mas não a tempo suficiente.

Hyungsik já havia fugido pela janela.

E eu estava chorando, sentindo o cheiro de tabaco por todo o meu quarto e corpo. Nem mesmo os cheiros dos meus pais conseguiram me acalmar e por dias a fio não consegui dormir, sentindo-me nojento.”

— Jeongguk… — Namjoon chamou pesaroso. Sabia que seu primo havia sofrido, mas nunca soube a história completa.

— Está tudo bem. Já passou… — murmurou, secando as finas lágrimas de seu rosto — Depois houve o incêndio, e só tive pesadelos com isso nos anos seguintes, imaginando quantos outros ômegas sofreram mais do que eu, quantas vidas foram destruídas…

— Olhe pelo lado bom, todos foram vingados. Aquele homem nunca mais poderá fazer mal a ninguém, nem mesmo nas próximas vidas. E depois de dois meses de terapia, você conseguiu falar sobre isso — Namjoon sorriu torto, sentindo a dor de seu primo.

— Eu andei conversando com o Tae… sobre isso… Chorei por noites a fio até finalmente conseguir falar com ele — Contou abraçando mais forte o travesseiro.

Já fazia um mês que Taehyung havia lhe deixado novamente, e faltava um mês ainda para terminar o treinamento e, enfim, voltar para os braços de seu amado.

— Isso é muito bom também, melhora a confiança um no outro. Assim podem construir um relacionamento saudável com confiança mútua — agora o sorriso do Kim era verdadeiro, não torto como antes.

— Tem algo a mais também. Eu não lembro de uma parte da minha infância. Sei que salvei a vida de Taehyung e já tive vários sonhos com um lobo negro esmagado por pedras, mas não consigo lembrar do que aconteceu exatamente naquele dia — Jeongguk fez um biquinho chateado.

Só queria poder se lembrar do dia em que teve seu destino traçado ao lado do alfa.

— Bem, referente a isso, não tenho muito o que fazer. Mas ouvi lendas de que quando um alfa marca seu ômega, todas as lembranças de vezes em que já se encontraram sem saber nessa vida, voltam à tona. Tudo, literalmente. Se passaram ao lado um do outro na rua, se foram ao mesmo tempo em algum lugar, se haviam se encontrado antes e a memória se perdeu — Namjoon não era do tipo que acreditava em lendas, portanto o ômega se surpreendeu com aquilo.

— Mas você não acredita nessas coisas, nessas lendas — resmungou apertando o travesseiro.

— Não é assim também. Eu não acredito nas lendas referentes ao surgimento dos Grandes Lobos. Há uma parte restrita em algumas bibliotecas, onde há livros do Antigo Mundo e relatos dos primeiros humanos com descendência lupina, abençoados pelos nossos Grandes Lobos. Não acredito nas lendas que inventam sobre isso, pois sei a verdade. Lendas referentes a memórias recuperadas com marcas seladas fazem sentido para mim. Os Grandes Lobos trabalham de modo curioso referente a fated mates — deu de ombros com um sorriso no rosto.

— Então só tenho que ser marcado pelo Tae e irei recuperar minha memória? — Jeongguk indagou, parecendo perdido em pensamentos.

— É isso que as lendas dizem — Namjoon enfatizou novamente.

— Certo… Vou até o templo dos Grandes Lobos amanhã. Estou pronto para receber a bênção de Paz de Justiça. Já passou da hora de deixar tudo isso para trás.

Primeiro dia de Abril, domingo
1848 anos depois da B.G.L
Daegu, Coréia do Sul

  Taehyung sorriu satisfeito quando terminou mais um quadro.

Olhou ao seu redor, vendo cerca de vinte quadros apenas com a imagem do belo rosto de seu Jeongguk. Haviam alguns outros poucos que continham paisagens, e até mesmo alguns de Yoongi e Jimin, juntos ou separados. Adorava pintar o casal, tinham um contraste magnífico.

Sorriu mais uma vez lembrando de ambos.

Desde que voltaram, o casal Park começou a conversar sobre adoção e, no momento, estavam construindo algumas coisas para a criança que adotariam, apesar de ainda não terem ido ao orfanato. Antes, Taehyung não era muito próximo do ômega, mas desde que saiu da capital há pouco mais de um mês, começou a se aproximar do cunhado.

Claro, Yoongi estava adorando aquilo pois Taehyung cozinhava muito bem e não lhe negava nada. Se pedia um prato cheio das mais diversificadas comidas, lá estava o Kim lhe entregando um banquete.

Se aproximaram, pois Yoongi era uma boa pessoa e Taehyung se permitiu ser mais aberto com aqueles ao seu redor. Aos poucos firmaram uma amizade bonita e Jimin se sentia mais aliviado com alguém a mais para lidar com o marido e suas manhas.

Não tinha ciúmes pois, além dele mesmo ser muito próximo de Jeongguk também, Taehyung era seu primo, e era completamente apaixonado pelo próprio marido. Não havia motivo para tal sentimento entre eles, eram uma família afinal.

O Kim saiu de seus pensamentos quando escutou batidinhas na porta. Se levantou do banquinho posto em frente ao cavalete e caminhou até a porta, a abrindo e vendo o casal Park ali.

— Acabaram de avisar que em uma semana seu projeto estará finalizado — Yoongi disse adentrando o cômodo cheio de quadros. — Uau…

— Oh! Esse foi o último que você fez, Tae? — Jimin indagou abafado pelo pano que cobria seu nariz.

Apesar das janelas estarem abertas, deixando o cômodo bem arejado, o cheiro de tinta ainda era um pouco forte e ninguém queria que o alfa se incomodasse com aquilo. Assim como Jeongguk, Jimin era sensível com cheiros fortes, e Taehyung estava acostumado a lidar com isso.

— Sim. Acha que Jeongguk vai gostar? Estou pensando em pôr em nosso quarto — o alfa Kim respondeu com um sorriso largo.

— Jeongguk vai surtar quando ver tudo isso. Ah! Você vai nos dar aquele que fez de nós dois, não é? — a voz manhosa de Yoongi fez Taehyung sorrir e Jimin se derreter ainda mais pelo marido.

— Claro. Podem pegar todos que quiserem. Estou pensando em vender todos os abstratos e paisagísticos, para não ocupar tanto espaço — respondeu, caminhando até onde o quadro citado estava, já emoldurado — Vamos Ji, me ajude a levá-lo para onde deseja colocar.

— Yoon, vá comer enquanto isso. Já passa das quatro, precisa se alimentar — o alfa Park disse ao olhar para seu relógio de pulso, logo pegando o quadro de ambos.

O objeto em questão retratava o casal de costas um para o outro com as cabeças apoiadas nos ombros de outrem. Era uma pintura a óleo que havia ficado pronta fazia pouco mais de uma semana.

— Aish… Está bem, sinto fome mesmo — o loiro resmungou cruzando os braços e saindo do cômodo para poder comer.

Aposto em ômega — Taehyung disse assim que sentiu que o cunhado estava longe.

— Aposto em alfa. Ele anda muito estressado com qualquer coisa, o lobo dele vai querer adotar um outro alfa — Jimin rebateu, segurando uma ponta do quadro com cuidado enquanto Taehyung segurava a outra.

Quando um casal marcado, por algum motivo não pudesse ter filhos biológicos, os instintos lhes guiavam até um filhote que teria ligação de alma com o casal, como se fosse um filho de outra vida. Dependendo da classe da criança, o ômega ficaria afetado de modo diferente.

— Ele sempre foi estressado, segundo Jeongguk. Yoongi está manhoso demais, logo vai começar a chorar por tudo. Aposto cem moedas de ouro que os instintos dele vão escolher um ômega — o Kim sorriu ladino, sabia que aquilo provocava o primo.

— Eu sou o alfa dele e serei o pai do filhote. Sei que vamos escolher um alfa, conheço meu marido! — Jimin se deixava cegar facilmente quando se tratava de apostas. — Duzentas moedas de ouro para alfa!

Décimo primeiro dia de Abril, quarta-feira
1848 anos depois da B.G.L
Seoul, Coréia do Sul

  — Amor? O que houve? Você nunca liga depois das no-

Kyura cometeu suicídio — Jeongguk engoliu em seco assim que ouviu aquilo. Kyura estava grávida e havia se matado…

— O q-quê?! — piscou atordoado, não estava sentindo pela morte da mulher, mas sim pela vida inocente que ela levou junto.

Sentou na cama após a notícia, passando o braço pela boca para secá-la, já que estava escovando os dentes quando o telefone tocou.

Não conseguiram salvar o bebê, mesmo tendo pouco mais de cinco meses. Era uma menina, ômega — Jeongguk arregalou os olhos.

Os pais de Taehyung eram ambos alfas lúpus, como a filhote era uma ômega?

— Não me diga que…

Meus pais nunca foram marcados. Kyura se envolveu com um ômega macho quando percebeu que não teria chances de conceber uma “menina” com meu pai. Então, se tivesse um ômega, seria fácil fazê-lo uma fêmea — murmurou do outro lado da linha, suspirando pesado. — As informações foram adquiridas pelo detetive Han ao receber uma ligação anônima de um homem dizendo ser pai da criança e querendo sua guarda.

— Pelos Grandes Lobos! Essa mulher era completamente louca!

Sabe por que não conseguiram salvar a filhote? Ela se envenenou com acônito — o ômega fechou os olhos fortemente.

Aquela mulher era um demônio sem coração.

— Pelos Grandes Lobos…

O filhote de Hyungsik acabou por ficar com o parente mais próximo psicologicamente saudável. Taekwon, meu pai, tem uma irmã que mora no Japão, ela ficou com a guarda do filhote e vai levá-lo para o Japão assim que completar seis meses — o alfa continuava a falar enquanto Jeongguk olhava fixamente a parede em sua frente.

Realmente não entendia como a família de Taehyung era tão problemática enquanto o próprio alfa era sensível e doce. Agradecia pelo Kim ser daquele jeito, por não ter se deixado afetar pela loucura alheia.

Mudando de assunto…

— Ah sim! Me diga, como Yoongi está? — rapidamente o ômega voltou a realidade, animado para saber sobre o irmão.

Yoongi está cada dia mais manhoso. E… faz dez dias que eu e Yoongi apostamos… — Jeongguk revirou os olhos ao escutar aquilo — Eu disse que ele iria querer adotar um ômega e Jimin falou um alfa…

— Quanto apostaram? — indagou massageando a têmpora direita.

Apostei cem moedas de ouro e Jimin duzentas — Taehyung sussurrou, temendo a reação alheia.

— Eu cubro a aposta. Trezentas moedas de ouro, meu salário do mês. Vão escolher um ômega macho — Taehyung arregalou os olhos com a fala do marido.

Ah é assim? Então eu aposto em uma ômega fêmea — rebateu provocativo. — Meus instintos nunca falham!

— É o que veremos, querido — Jeongguk sorriu ladino. Tinha seus truques, sabia até mesmo quantos filhos Yoongi adotaria.

Pouco antes do casamento de ambos, Sohyun fez algo com sua aliança para saber quantos filhotes Yoongi teria e qual seria a classe e gênero. Jeongguk optou por não fazer aquilo, gostava de surpresas. Assim, usando sua aliança, descobriu que o primeiro filho de Yoongi seria um ômega macho e o segundo um beta macho.

Jeongguk poderia apostar nas duas adoções e ganharia tranquilamente, já que os instintos do ômega escolheriam os filhotes.

Está se garantindo muito. Eu sou um alfa lúpus, meus instintos nunca falham! — Taehyung rebateu mais uma vez, o que fez Jeongguk rir.

Provavelmente o alfa não sabia sobre aquela técnica, pois era um segredo entre ômegas e mulheres.

— Tudo bem então. Se ganhar, terá quinhentas moedas de ouro. Mas, se eu ganhar, terei apenas trezentas. Por que não aumenta sua aposta, hm? Apostem trezentas moedas cada um, para ficar justo. De qualquer forma, o dinheiro não fará falta a vocês — sorriu mais uma vez, olhando para as próprias unhas curtas.

Já estava planejando tudo o que compraria com seiscentas moedas de ouro.

O Sistema Econômico Mundial era simples. A moeda mais baixa era a de bronze, a qual dava para comprar alimentos em geral e roupas. A segunda era prata, a qual valia vinte moedas de bronze, era usada entre comerciantes e como salário nos mais diversos empregos. A terceira era de ouro, valendo igualmente vinte de prata e sendo usada para comprar jóias, casas, animais de grande porte, roupas caríssimas e muitas outras coisas da alta sociedade, além de ser usada no salário de cargos importantes, como militares, médicos e políticos.

A maioria dos salários valia entre cinquenta e setenta moedas de prata, o que garantia uma condição de vida boa para todos os habitantes.

Devido a esse sistema, fome, desemprego e moradores de rua já não existiam mais, visto que eram comuns no Antigo Mundo.

Todos agora tinham uma casa, comida na mesa e saneamento básico distribuído gratuitamente. A única coisa que precisavam pagar era a energia utilizada, que geralmente valia trinta moedas de prata. Sendo assim, todos ainda possuíam cerca de vinte ou quarenta moedas de prata por pessoa. Se na família duas pessoas trabalhassem, o número dobraria para sessenta ou oitenta moedas de prata. Dessa forma, as famílias podiam comprar os alimentos que utilizariam no mês e ainda ter um pouco de dinheiro para guardar.

Certo. Eu irei ganhar de qualquer jeito — riu alto do outro lado, totalmente convencido de sua vitória. Assim como Jimin, Taehyung ficava cego quando se tratava de apostar. — Ah! Quando voltar, tenho três surpresas para ti.

— O que está aprontando, senhor Kim? — Jeongguk indagou risonho, fazendo barulhinhos para chamar Happy, que rapidamente veio até ele e subiu em seu colo para receber carinho.

É surpresa… — cantarolou rindo baixo.

— Hm… Mas, seu cio ainda não chegou, Tae? — indagou preocupado.

O cio do alfa deveria ter chegado no final de março, mas nada ocorreu e já haviam se passado algumas semanas. Faltavam apenas três semanas para Jeongguk finalmente voltar para casa.

Não. Isso já aconteceu antes, cheguei a ficar dois anos sem passar por esse período — contou nervoso, sabia o que iria acontecer quando o ômega voltasse.

Após terem se confessado e jogado as cartas na mesa, Taehyung decidiu contar o que aconteceu com seu lobo, mesmo que ele tivesse acordado quando sentiu Jeongguk clamando por si.

— Mas por que isso acontece? — o mais novo perguntou preocupado.

V entra em dormência algumas vezes, por sentir sua falta, e isso me preocupa. Tenho medo de que assim que você chegar, meu cio também venha. Só que, se isso acontecer, todos os cios reprimidos virão juntos. Foram onze anos, cerca de vinte e dois cios… — Taehyung suspirou forte.

— E você tem medo de me machucar? — ouviu um murmúrio em concordância. — Fique calmo bebê, vai dar tudo certo. V não me machucaria e eu sei disso. Ah! Esqueci de te contar! Eu aceitei a bênção dos Grandes Lobos!

Oh… Então você está em paz? Está tudo bem agora? — indagou um pouco mais animado.

— Sim, estou bem. E meu cheiro voltou também — riu travesso.

E aquele alfa, desistiu de vez? Ou agora está atrás de você e seu cheiro delicioso? — Taehyung perguntou ao se lembrar de Yugyeom, o alfa que pensou que poderia tirar lhe Jeongguk. — Não quero ele te cheirando por aí.

— Fique calmo, amor. Eu não o quero, e definitivamente só há uma pessoa nesse mundo a quem amo e realmente desejo me entregar de corpo e alma — sussurrou mordendo o lábio.

Ah é? E quem é o sortudo? — Taehyung perguntou no mesmo tom, fazendo os pelinhos de Jeongguk se arrepiarem com a voz grossa e baixa.

— Ele tem o sobrenome Kim… — abaixou o tom de voz, se lembrando do que aprendeu em alguns livros que estava lendo.

Não era experiente, não sabia provocar ou agradar seu alfa, mas queria aprender. A solução que encontrou foi buscar por livros eróticos, treinando algumas coisinhas sozinho.

É um sobrenome muito comum…

— E é um puta de um gostoso… — o ômega sorriu e mordeu o lábio novamente.

Hmm… E, por acaso ele tem olhos castanhos e uma voz profunda, que te deixa todo arrepiado e molinho? — sussurrou travesso, forçando sua voz para provocar ainda mais o ômega.

— É… E eu sinto muita falta dele… — de repente, o tom antes provocante se tornou triste, e Taehyung suspirou pesado.

Só mais três semanas meu amor. Prometo que te darei um bom prêmio se voltar com um diploma assinado pelo diretor do hospital — Taehyung disse rindo fraco.

— Vai ver só! Voltarei com isso então. Mesmo que eu não precise, pois sei que sou bom no que faço! Tão bom, que ganhei uma medalha de honra por ter descoberto uma fórmula tão potente que cura até sequelas antigas! — se gabou mais uma vez por aquilo.

Um dia após Taehyung e o casal Park deixarem a capital, Jeongguk mostrou para Hwasa sua descoberta com Lupus Curate e em seguida apresentaram ao diretor do hospital, que rapidamente aceitou aquilo e contatou o prefeito, que não hesitou em premiar o ômega Kim por sua descoberta. Por isso, ficou muito conhecido na capital, e até mesmo fora, além de ter um aumento de salário de cem moedas de ouro para trezentas.

Eu já disse que meu coração se enche de orgulho todas as vezes que você fala sobre isso? — a voz do alfa se tornou suave, o que fez o ômega sorrir bobamente. — Eu te amo.

— Eu te amo mais, TaeTae — rebateu provocativo.

Mas isso não é uma competição, amor — murmurou doce.

— Eu sei. Mas eu gosto de fazer isso, é bom te escutar rebatendo que me ama mais e ficarmos longos minutos nessa disputa, até nos cansarmos — riu baixo sentindo uma lágrima escorrer por sua bochecha.

Sentia falta de seu alfa, de ver seu rosto, sentir seu cheiro, de dormir em seus braços e lhe beijar…

Você está chorando de novo… — Taehyung constatou, suspirando.

Fazia alguns dias que Jeongguk chorava quando entravam em um rumo romântico nas longas conversas que tinham. Taehyung tinha vontade de chorar também, pois sentia falta de seu amor, mas se mantinha forte para acalmar seu ômega e chorar sozinho até dormir após desligarem.

— Foi só uma recaída. Estou bem… — fungou, sentindo Happy afofar suas coxas nuas.

Usava apenas uma camisa branca larga e uma cueca preta, os fios de cabelo na altura do ombro ainda um pouco molhados pelo banho recente.

— Sabe, eu andei pesquisando… Sobre marcas — o ômega começou, antes que o marido pudesse falar algo a respeito de suas lágrimas. — Vi o significado de cada uma, onde são feitas no caso.

E quais são, meu amor? — Taehyung indagou suave, e Jeongguk o escutou se movendo, provavelmente se ajeitando na cama.

— As marcas feitas na nuca, como a que você fez em mim, significam respeito. Eu já sabia sobre essa em específico, pois meu pai marcou minha mãe assim. Quando você me disse sobre a marca temporária e me disse para escolher onde eu queria, sabia que iria me respeitar, por isso escolhi a nuca — continuou, se deitando e deixando Happy descansar sobre seu peito, ronronando baixinho, parecendo um motor fraquinho.

Taehyung continuou em silêncio para escutar atentamente o monólogo do marido.

— A marca feita na lateral do pescoço significa amor ardente e eterno, que nada apagará as chamas que queimam dentro dos amantes — ambos riram com aquilo, que ao mesmo tempo que era poético, chegava a ser cômico com o jeito de Jeongguk falar.

— A marca feita no ombro significa proteção. Na clavícula significa amor puro e inocente, sabe? Onde a ternura prevalece em tudo, em cada mínimo ato. No pulso significa amor platônico, onde somente um ama. E por fim, a marca no lado esquerdo do peito. Significa amor eterno, não importa onde e nem como, um sempre achará o outro — finalizou devagar, sabendo que por já estar tarde, Taehyung sentia sono e ficava mais lerdo.

Uma coisa que Jeongguk havia percebido era que o alfa não gostava de conversar a noite, pois se embolava em algumas palavras e às vezes demorava para responder algo. Quando percebia que isso estava acontecendo, o ômega falava mais devagar e não demorava muito tempo, logo desligando e cada um indo dormir em seguida.

Interessante… — Taehyung bocejou, fazendo alguns barulhinhos com a boca, e Jeongguk riu.

Ele já sabia sobre a marca no pulso, afinal, sempre que anulava a marca temporária, ela voltava para si. Mostrava que o amor era platônico.

— E eu já sei onde quero a minha marca.

Quinto dia de Maio, sábado
1848 anos depois da B.G.L
Seoul, Coréia do Sul

  Jeongguk subiu afoito na carruagem. Seriam doze longas horas até chegar em Daegu, mas finalmente estava voltando para casa. Estava voltando para Taehyung, seu lar.

Hwasa e Namjoon já haviam se despedido e o ajudado a colocar as malas na carruagem. Estava de noite, então chegaria de manhã em sua casa. Happy estava em seu colo, devidamente medicada para não passar mal durante a viagem, assim como o próprio ômega.

Estava ansioso, portanto preferiu tomar alguns calmantes para não surtar de vez. Sabia que naquele estado acabaria vomitando dentro da carruagem e atrasando ainda mais a viagem. Bastava agora se aconchegar dentro do grande veículo e dormir finalmente.

E foi exatamente isso que fez, abraçou o corpo peludo de sua gata tricolor e ajeitou a almofada que trouxe abaixo de sua cabeça, pronto para dormir até o final da viagem.

━━━━━☽︎☀︎︎☾︎━━━━━

  O ômega acordou com um solavanco forte, acabando por cair do banco. Resmungou com a dor que sentiu, escutando Happy miar alto e descontente.

Percebeu que a carruagem parou, e já imaginava mil situações problemáticas, onde ficaria preso no caminho ou o cocheiro tentaria lhe fazer algo.

Mas tudo mudou quando a porta se abriu.

Pode visualizar Taehyung na varanda de madeira, com um cobertor por cima de seu corpo adormecido. O alfa estava encolhido em uma cadeira desconfortável, a qual Jeongguk notou que não estava ali quando foi para Seoul.

Então olhou para a mansão, notando que estava completamente diferente. As paredes antes escuras, agora estavam em um tom salmão claro, e as janelas pareciam ter aumentado de tamanho.

A casa havia sido completamente reformada. Jeongguk deduziu que aquilo havia começado quando Taehyung foi para a casa dos Park. Não evitou o grande sorriso que surgiu em seus lábios com a mudança no ambiente, o deixando mais leve e menos sombrio. Mas alargou ainda mais o sorriso ao ver Yonhi abrir a porta branca levemente ofegante.

Jeongguk correu na direção da senhora, lhe dando um abraço silencioso para não acordar Taehyung, o que deu certo. A governanta sorriu mais uma vez, fazendo sinal para os poucos empregados que ainda estavam ali levarem as malas do jovem para dentro. O ômega se aproximou do marido devagar, tomando cuidado ao se sentar sobre as pernas cobertas.

— Já não está na hora de acordar, TaeTae? — falou baixinho, com a boca próxima à orelha de Taehyung, acariciando sua bochecha.

O alfa se remexeu assustado, tanto pela voz doce agraciando seus ouvidos, quanto pelo peso que lhe impedia de se mover direito. Abriu os olhos castanhos e pode vislumbrar mais uma vez, depois de mais de um mês, aquele rostinho de anjo pelo qual se apaixonou há doze anos.

Após três meses longe, o tinha em seus braços finalmente. Agora, nada poderia lhe tirar Jeongguk, não iria permitir isso.

Sem pensar, Taehyung encheu a destra com os fios longos do marido, colando os lábios em seguida. Não esperou nem um segundo a mais para invadir sua boca com a língua eufórica, circulando sua cintura um pouco mais larga com o braço esquerdo.

Jeongguk ofegou contra os lábios bem desenhados, sentindo o peito colado com o do mais velho, ambos os corações batendo loucamente em sincronia. Agarrou a blusa do pijama de Taehyung, o retribuindo com devoção. Enrijeceu sua língua quando ele fez menção de chupá-la, deixando o beijo ainda mais excitante.

Foram longos minutos que desfrutaram um do outro, mordendo, chupando, esfregando… Mesmo quando o ar pareceu faltar, nenhum se afastou. O ômega já havia se ajeitado sobre as pernas do marido, roçando suas intimidades conforme se movia, aproveitando o beijo e provocando-o mais.

Sentia falta de contatos mais íntimos e queria se entregar de corpo e alma. Faria aquilo naquele mesmo dia.

— Oh! Porra! — Taehyung gemeu ofegante, após Jeongguk finalmente largar sua boca.

As respirações estavam entrecortadas, os lábios vermelhos e inchados, um fio de saliva conectando as línguas que se mantinham levemente para fora das bocas. Ambos estavam vermelhos, os olhos grudados um no outro e as mãos firmes no corpo alheio.

Jeongguk foi o primeiro a sorrir largo.

— Senti sua falta — murmurou, encostando a testa na do alfa.

— Eu também. Porra! Eu senti tanto sua falta… — rosnou, abraçando o corpo do marido e percebendo estar um pouco mais cheinho e menos musculoso.

Não se importou com aquilo, apenas afundou o rosto na curvatura do pescoço clarinho para se embriagar com o cheiro de morango e mel.

— Eu te amo tanto, querido… — Jeongguk sussurrou, beijando o topo da cabeça dele, somente naquele momento notando algo diferente.

Se afastou rapidamente com os olhos arregalados.

Você cortou o cabelo?!

XXXXXXXXX

E acabou!

E ele voltou pra casa! Com esse capítulo, o terceiro arco foi finalizado. Agora estamos no último, que contém apenas mais cinco capítulos...

Usem a tag #EntrelacadosTK no twitter, podem mandar mensagens no meu curious cat se não quiserem se identificar, sigam meu perfil @Kim_Lala95 para spoilers e informações.

Não esqueçam de votar, isso também é muito importante para o engajamento!

A próxima att é dia 28/11! Enquanto isso, stream em butter, my universe e PTD! Até mais!

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