HELLISH • jjk x pjm

By vantepeach

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Park Jimin, um rebelde sem causa cansado de viver na aba dos pais endinheirados e na mesmice de sempre, decid... More

Avisos
|01| whisky roubado e bala de menta
|02| sinal de confiança
|03| em seus lençóis
|04| seus olhos dizem
[05] revelações, calmantes e garrafas de Baileys
[06] banho de milkshake e blusão do itachi
[07] encontramos amor num lugar sem esperança
[08] crepúsculo x deadpool
[09] vulnerável
[10] coloque suas mãos em mim
[11] efêmero
[12] campânulas para você
[13] na arte e na vida
[15] leva um trevinho!
[16] seja o meu erro
[17] nossa paixão é lilás
[18] rosa é a cor mais bonita
[19] no topo do mundo
[20] não vá embora
[21] cabelos descoloridos e prédios abandonados
[22] desejo e reparação
[23] corra por mim

[14] mercúrio retrógrado que se dane

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By vantepeach

Não sei se vocês imaginaram que teríamos isso aqui, mas esse capítulo será inteirinho narrado pelo Jungkook (: espero que gostem, não esqueçam de apoiar a fic comentando e deixando o votinho! Boa leitura.

🍀

JUNGKOOK:

Em todos os meus vinte e dois anos de existência, nunca conheci uma criatura tão impertinente quanto Jimin.

Insuportável, ardiloso, sorrateiro e atrevido.

Poderia citar mais um milhão de traços da sua personalidade, mas no momento sou bombardeado pelo peso do seu sorriso depois desse abraço tão inesperado e gostoso.

Eu não sei o que anda acontecendo comigo.

Sempre mantive os pés no chão, e totalmente centrado consegui terminar a escola com as melhores notas, sempre dando tanto orgulho para os meus pais. Jimin é totalmente o oposto.

Creio que ele já tenha quase botado fogo em sua casa, e também tem o lance da bomba caseira que ele fez de presente para sua mãe no dia das mães, e não posso me esquecer do whisky que ele quase roubou quando chegou em Seul.

Ele é puro caos.

Quando eu o vi pela primeira vez, foi um momento único. E não, não foi algo especial e cheio de clichês bonitos. Eu o conheci no segundo em que quase perdi minha vida.

Park Jimin me salvou.

Eu não imaginei que o garoto que correu até mim no momento de um acidente seria, posteriormente, o motivo de todo o meu estresse.

Estresse, tesão, irritabilidade e também êxtase.

Ele me causa tudo isso, pouco à pouco, e é por isso que ando tão confuso ultimamente.

O fato é que eu não me apaixono. Nunca. Sério, nunca mesmo. O máximo que consegui chegar é a amizade colorida que tenho com Hyunjin, justamente porque ele sabe e compreende minha maneira de me relacionar e não me cobra em absolutamente nada.

Mas com Jimin é diferente.

Ele me toca, me instiga e me bagunça. Por dentro e por fora.

É por isso que em pleno dia de semana estamos aqui, parados na porta de uma casa noturna que cheira a cigarro, bebida e perfume barato.

Eu quis muito negar esse convite inusitado, mas seus olhos brilharam tanto ao me ver e a hipótese de ele não voltar para casa me atormentou por inteiro.

E isso é o mais preocupante de tudo.

A casa é minha. Eu amo morar sozinho, amo meu espaço, minha privacidade e principalmente minha liberdade. Por que diabos me sinto esquisito ao imaginar um cara que mal conheço dormindo em outra casa que não seja a minha?

Por que ele me olha assim?

— Você vai comigo, não vai? — Jimin pergunta baixinho perto do meu ouvido, usando o tom de voz que me desmonta em mil pedaços. — Nós vamos dançar a noite inteira, Jungkook.

— Eu estudo amanhã e você trabalha...

— Nunca virou a noite, é? Eu vou te ensinar a farrear direito.

Ainda confuso sobre tudo isso, eu rebato: — Não posso beber, acabei de fazer uma tatuagem...

— Ora ora, vamos usar coisas ilícitas então?

— Park.

— Parei! — Jimin, nesse exato momento, se pendura em meus ombros num abraço de lado, sorrindo de uma forma radiante, e seu cheiro que me invade é o responsável por causar essa histeria toda em meu estômago. — Ei, grandão, sai comigo hoje, sai...

Não tem como negar.

Não existe possibilidade alguma disso acontecer.

Eu estou apavorado por dentro, confesso, mas acho que ninguém nunca se enroscou em mim desse jeito carinhoso, ou desejou tanto minha companhia como ele deseja.

Acho que é esquisito porque agora consigo começar a enxergar o lado carinhoso de Jimin, sua sutileza e doçura. É estranho porque nunca fomos assim, somos praticamente opostos e nunca nos tratamos com muita educação.

De repente, eu que sempre fui de tomar decisões estratégicas e sempre me mantive centrado em absolutamente tudo, encontro meu lado inquieto, birrento, cheio de uma marra difícil de lidar.

Eu não sei por qual razão quero acompanha-lo, mas meus pés me levam até a área interna da casa noturna.

Ele me manipulou tão fácil.

— Jungkook, veja! — Jimin diz alto o bastante para a rua inteira ouvir, mas tudo bem, afinal o som aqui dentro é realmente alto. — Veja! Luzes coloridas!

Ele diz assim, com a maior inocência do mundo.

O mesmo Park Jimin que me aterroriza todos os dias e se insinua à cada segundo é o responsável por dizer algo tão puro e adorável, deixando que seus olhos brilhem e suas pupilas dilatem quando as luzes coloridas cobrem seu corpo.

É lindo.

Os meus olhos parecem um pouco hipnotizados pela visão do seu corpo sob as cores que o pincelam feito uma pintura, e é por isso que travo logo de cara.

A dança esquisita que Park faz para acompanhar as luzes é exatamente o que me faz cair por ele, porque nenhuma outra pessoa desse lugar é assim.

Ele é birrento, teimoso, excêntrico e sem vergonha.

Mas agora é puro, alegre, sorridente e sonhador.

Talvez esse seja o lado que as pessoas nem mesmo tentam conhecer. Só enxergam o garoto-confusão, seu corpo enlouquecedor e sua marra irritante. Sei que isso acontece porque eu mesmo enxerguei Jimin dessa forma por tanto tempo.

O que me instiga é que sua própria família o trata assim. Vamos lá, o garoto simplesmente fugiu de casa para tentar a vida em Seul sem dinheiro no bolso, sem planejamento e com todos os cartões de crédito bloqueados. Seus pais não se preocupam nem um pouquinho? Eles não pensam em contata-lo às vezes pelo menos?

Eu sei que isso dói em Jimin. Eu já espiei pela fresta da porta do seu quarto — juro, sem querer — seu corpo sentado no chão, quietinho em um canto tentando ligar para os pais. Já ouvi diversos xingamentos baixos porque ninguém quis atende-lo, e certa noite que ele passou em claro no sofá da sala mandando áudios para sua mãe dizendo que sentia saudade. Ninguém nunca liga de volta pra ele.

Acho que eles ainda enxergam o Jimin encrenqueiro, mas o Jimin adorável poucos têm a chance de conhecer.

Eu estou conhecendo.

O Jimin adorável ensina Yoongi a dançar no fim do expediente, assim como já peguei no flagra pelo vidro da sorveteria antes de entrar. O Jimin adorável me traz chocolate de presente — e ele mesmo come porque está com raiva de mim, mas tudo bem. O Jimin adorável me limpou enquanto eu dormia depois de quase transarmos em uma festa aleatória e inesperada.

São atos pequenos, mas que pouco à pouco se tornam gigantescos.

— Você não pode beber, mas eu posso. — Ele diz em puro estado de animação. — Vai cuidar de mim, sugar?

— Se você não parar com esse apelido...

— Rude. — Agora ele se aproxima, praticamente se pendurando em meu pescoço, mas se afastando rapidamente assim que percebe que tocou no início da tatuagem feita horas atrás. — Desculpa. Eu te machuquei?

— Não. Desgruda de mim, anda. — Não quero verdadeiramente que ele faça isso, mas peço porque preciso continuar com essa pose de inconquistável.

— Mas eu to carente...— Jimin ataca novamente.

O safado ainda faz bico.

— Você sempre está carente. Imagina se beber! Nada disso, fique sóbrio e me poupe paciência.

Sem uma resposta dita, Park enrosca seu dedo indicador no meu, me arrastando pela boate até encontrar um lugar um pouco mais calmo.

Retirando o celular do bolso, ele avisa:

— Quero ligar para Hoseok. Preciso contar sobre você!

Confuso, eu respondo: — Contar o quê, exatamente?

Ele parece pensar bem no que vai dizer, por isso me olha com os olhos brilhantes e abre e fecha a boca várias vezes, mas voz alguma sai. É como se tivesse medo de verbalizar o que quer realmente dizer.

Só depois de um tempo Park me tira a dúvida:

— Ah, nada não...— E devo tentar não me importar com a forma desanimada que sua voz sai. — Não posso fazer vocês dois se conhecerem? Você é meu colega de apartamento, e ele é meu melhor amigo. Vamos, vai!

— Não sou seu colega de apartamento. O apartamento é meu, você só está lá de folgado e intruso. — Por mais que meu tom tenha sido de brincadeira, não consigo deixar de observar Jimin engolindo em seco, os olhos ansiosos e as mãos brincando uma com a outra para disfarçar um pouco a tensão. Eu não queria deixa-lo assim...

— Vou beber vodka. — É tudo que ele diz.

Não ligo de pagar os três primeiros copos para Jimin. Ele continua dizendo que me pagará quando receber seu primeiro salário, mas eu não ligo, dinheiro nunca foi um problema muito grande para mim. Meu problema no momento é a forma como ele fica soltinho quando bebe, manhoso e todo falante. Não sei se consigo aguentar muito tempo ao seu lado, afinal isso me tira o juízo.

O remix de Sad Girlz Luv Money estronda pelas caixas de som distribuídas pelo local, e enquanto fico aqui sentado no bar bebendo água com gás e limão, Park Jimin dá um verdadeiro show na pista de dança. Seu corpo se move de um jeito quase cruel, sua cintura parece clamar por minhas mãos e o filete de suor que escorre por sua testa é prova viva de que seu corpo não parou por um segundo.

Eu não quero observa-lo tanto assim, e nem ao menos tenho a desculpa de perder meus olhos em seu corpo devido ao álcool, porque não estou bebendo.

Jimin rebola e não sou o único totalmente rendido.

Ele consegue chamar a atenção de homens e mulheres, é como se virasse a atração principal depois de alguns copos de vodka.

É que ninguém se compara a ele.

Eu não sei como reagir quando uma garota esbarra propositalmente nele para dançarem juntos, mas é quando um homem pouco mais velho gruda em seu corpo que eu passo a me corroer num sentimento ruim. O cara é absurdamente bonito, e desperta o lado mais desesperador de Jimin.

O lado sedutor.

Eles esbarram os corpos em danças improvisadas, sorrisos são jogados pelos ares e a maldita música parece interminável.

Para piorar, nesse meio tempo sou surpreendido quando uma garota na parte interna do bar me desperta desses pensamentos torturantes: — Vai ficar só na água com gás mesmo?

— Hum? Oh, sim.

— Acho que vai precisar de uma boa dose pra deixar de comer o garoto com os olhos. — Atrevida, ela responde, e totalmente incrédulo eu me viro para reparar em alguns detalhes.

Os cabelos negros escorrem pelo rosto fino, mas uma mecha cor de rosa chama a atenção. Seu estilo é legal, sua atitude mais ainda, mas mesmo assim me sinto irritado com sua fala.

— Não sei do que está falando, e também não dei permissão. — Tento desconversar.

— Não quis soar invasiva, é que você tá quase babando pelo gatinho ali. É alguma espécie de ex namorado?

— Eu não namoro.

— Uh! — Ela sorri, se pendurando no balcão após deixar a garrafa de gin de lado. — Conte-me mais.

— Você é atrevida assim com todos os clientes?

Sorrindo de canto, ela retruca: — Só com aqueles que parecem ter uma boa história pra contar. Vai, diz aí!

Eu tenho uma boa história para contar?

Bem, acho que isso tudo daria um livro, que se exploda então!

— Bem...— Sem acreditar que desabafarei para uma desconhecida, pigarreio e fecho os olhos tentando criar coragem, finalmente respondendo: — Ele é maluco. Doido, insuportável mesmo!

— Começamos bem. O que aquela criatura maligna está fazendo na sua vida então?

— Ele me salvou de um acidente. Digo, é tão maluco da cabeça que simplesmente correu numa avenida movimentada pra me empurrar e não deixar que um carro desgovernado me atropelasse. — E lembrar disso me causa um arrepio terrivelmente ruim.

— Ah! Estilo Crepúsculo!

Ah não.

Fala sério!

Outra amante daquela bizarrice de vampiros?

— Não me fale dessa atrocidade de filme.

— Qual é? Crepúsculo é simplesmente o maior de todos os tempos! — O tom que a garota usa é muito semelhante ao de Jimin quando quis me convencer que essa bobeira de lobos e vampiros valia à pena.

Spoiler: ele conseguiu. Vale à pena. Eu realmente assisti todos os filmes.

E gostei.

— Vocês deviam namorar. — Provoco.

— Ao contrário de você, eu gosto de namorar. Sou namoradeira. Já namorei com todos os meus amigos. — Ela inicia esse monólogo como se eu realmente me importasse.

— Não quero soar rude, mas sei lá, nem te conheço.

— Kim Minji, prazer. — Estendendo a mão, a doida tenta me cumprimentar. — Cadê a educação?

— Jeon Jungkook. — Digo por fim, sem responder ao seu toque. A garota revira os olhos, algo que Park faz constantemente enquanto conversamos, então creio que talvez eles sejam irmãos perdidos.

Qual é? Os dois são meio adoidados.

— Jeon Jungkook, termine de contar sua história com o Crepúsculo-fã bonitinho ali.

— Não tem história. Não há nada entre nós.

— Quer mentir pra mentirosa?!

— Ele é só alguém que vive na minha casa de favor depois de me salvar de um quase acidente. Simples.

Desconfiada, ela rebate: — Não tem nada de simples nisso. Não é algo que acontece todos os dias...

É, ela tem razão.

Nossa história é inusitada mesmo, e em algum momento perdi a lucidez para aceitar um desconhecido em minha casa.

É que esse desconhecido beija tão bem, e rebola de um jeitinho tão... ah. Eu preciso tirar meus olhos dele. Está ficando explícito demais.

Mas quanto mais eu vejo, mais eu caio em medo no seu estado mais puro, porque a infinidade de sentimentos dentro de mim me assusta. Ver seus olhos fechados e seu sorriso tão grande acaba comigo, porque talvez sua felicidade seja meu ponto fraco.

Principalmente enquanto faz esses movimentos esquisitos e se diverte com pessoas que nunca viu.

Ele é tão, tão, tão único que me enlouquece.

Nesse instante, seus olhos se abrem e encontram os meus, e eu nada posso fazer. Rendido, engulo o restante da água como se dependesse disso para sobreviver, quase engasgando de uma maneira vergonhosa. Óbvio que a tal Kim Minji percebe.

— Caralho! — Ainda perto de mim, ela exclama. — Isso sim que é golada. É por causa do...

— Calada! — Minha resposta escapa de imediato, não quero que ela afirme mais uma vez que estou entrando em colapso por causa de Jimin.

Não estou!

Ou estou?

Não estou não.

Meu deus! Eu to sim! É tudo culpa desse maldito do cacete! E nem dá para dizer isso dele sem sentir remorso! Olha só o jeito que ele me olha...

É como se eu fosse importante, eu só não entendo o motivo...

Por que eu seria importante para Jimin? Nós acabamos de nos conhecer! Ele nutre algum sentimento mais forte por mim? É essa a hora em que fujo como já fiz com todos os outros que por algum motivo se apaixonaram por mim?

Mesmo em pânico, eu não quero fugir.

Mas também não sei ficar, eu nunca aprendi...

— Agora estou preocupada. — Ela ataca novamente. — Ei, alô? Fala comigo.

— Kim Minji. — Eu a chamo.

— Sim?

— Eu estou fodido.

E ela entende. Só com o olhar Minji já compreende que me encontro terrivelmente apavorado.

E tem outra coisa me tirando de órbita também. Ele é todo pequenininho. Não, juro, nossa diferença de tamanho é ridiculamente pequena, mas mesmo assim Jimin é minúsculo. Imaginar como seu corpo encaixa bem no meu abraço apertado termina de acabar com cada resquício de sanidade em mim.

— Não vou te julgar, eu também cairia por ele. — Acho que essa é sua forma desastrosa de tentar me consolar. — E ele é bom com as pessoas. Veja só, em dez minutos já dançou com umas cinco pessoas diferentes, e garanto que não conhece nenhuma delas. Ele dança bem também.

Pior que dança. O desgraçado dança muito bem.

— Mas se posso ser sincera...— Ela inicia, eu a interrompo:

— Você será de qualquer forma...

— Já me conhece tão bem. — Minji deixa o sorriso de canto escapar, e atrevida como é vira a última golada de água do meu copo como se fosse vodka. — Mesmo rodeado de pessoas, ele não tira os olhos daqui. Jungkook, eu diria que o garoto está perturbado por você assim como você está por ele. Da até dó, olhe os olhinhos dele de cachorrinho sem dono...

— Não vou olhar.

— Olha logo!

— Não vou cair nessa.

— Ele exala a energia "Jungkook, olhe só pra mim, eu quero sua atenção". — A maluca grita, então me esforço o suficiente para virar meu corpo, tapar sua boca com cuidado e desespero e observa-la rindo como se estivesse se divertindo às custas do meu sofrimento.

Só que agora, atracado como estamos — e eu me deliciando em um início de crise existencial — conseguimos atrair os olhos de Park de uma forma curiosa. Em consequência disso e sem um pingo de vergonha na cara, ele se aproxima saltitando, dizendo alto e visivelmente alterado:

— Oi!

Minji é a primeira (e única) a responder:

— Oi, Jimin!

— Oh! Como sabe meu nome? — Park Jimin, eu te detesto para um caralho por sorrir dessa forma tão doce e amigável. — Jungkook-ah, estava fofocando sobre mim?

— Não! — Apresso-me em dizer, mas Minji me entrega:

— Sim!

— Oh! Meu nome é Park Jimin. — Agora ele utiliza todo o charme que nem se esforça muito para ter, estendendo a mão para a garota sorridente. Juro, um é a cópia do outro. — O grandão estava dizendo como me odeia ou algo do tipo?

— Kim Minji. Na verdade ele estava dizendo como se sente atraído por vo...

— Park, vá dançar! — Meu grito sai em pura aflição, divertindo a garota e deixando Jimin completamente tomado por uma sensação de estranheza.

Eu estou agindo impulsivamente e isso me deixa tenso. Completamente desestabilizado.

Não há controle da situação, e Park está fazendo aquela cara de atrevido que faz quando bebe e quer causar alguma discórdia.

— Eu não quero dançar mais, seu bobo. — É o que ele diz ao permitir que essa crueldade pequenina que ele chama de mão me empurra o peito, sorrindo todo solto. — Quero ficar aqui conversando.

— Aceita mais uma bebida, Jimin? — Minji questiona simpática.

Mesmo alterado, Jimin deixa que seus olhos tímidos caiam em mim e em seguida fitem as próprias mãos, um pouco constrangido. Sei o que isso significa.

Ele não tem dinheiro para continuar bebendo.

Eu admito que me fere saber que mesmo tagarelando sobre todas as coisas aleatórias depois desse porre que está tomando, ele ainda sente vergonha da sua situação atual. É ridículo me permitir confessar o quão sentido fico de vê-lo todo amuado assim.

Ele tem pouco tempo trabalhando na sorveteria ainda, mas está se esforçando e logo ganhará seu primeiro salário.

Acho que quero que Jimin se divirta, porque a vida já vem sendo bem dura com ele.

Por isso, sem pensar muito para não enlouquecer de vez, eu respondo por ele: — Faça algo gostoso. E docinho.

— Eu gosto de coisas docinhas! — Ele exclama feliz, e é isso que importa.

Enquanto Minji deixa o próprio sorriso quase rasgar o rosto e os olhos de Jimin sobem até mim com um brilho bonito, abaixo minha cabeça e sofro silenciosamente essa timidez absurdamente vergonhosa que sinto.

Inesperadamente, sou surpreendido pelo toque quente da sua destra acariciando meu pulso, e mesmo sem conseguir me olhar — provavelmente tão tímido quanto eu — ele sussurra:

— Obrigado.

Não quero ser gentil com Jimin. Não quero Jimin sendo gentil comigo. Não quero proximidade entre a gente, não quero absolutamente nada.

E ao mesmo tempo quero tanto.

Não quero conhecer seu lado carinhoso, mas ao mesmo tempo sinto meu coração entrar em colapso quando vejo seus primeiros traços de gentileza. Seu tom de voz muda, seus olhos cintilam um pouco mais e sua boca mantém um meio sorriso que eu me atreveria até a chamar de adorável.

Park Jimin sendo adorável, que grande surpresa do universo.

Não consigo agradecer, e nem preciso, porque pouquíssimos segundos depois o Jimin inconveniente retorna, sussurrando perto do meu ouvido: — Posso te pagar em favores sexuais depois.

— Não seja assim. — Eu imploro. Juro, estou implorando por um pouco de sossego.

— Mas você gosta...

Bingo. Eu gosto, e ele sabe.

Sei que nunca posso dizer "a situação não pode ficar pior" ao lado de Jimin porque sim, sempre pode, mas meia hora depois, quando ele já enfiou para dentro um drinque de morango e começa a performar o hino atemporal I Got a Feeling reunindo toda a boate numa dança conjunta, concluo que esse é o garoto mais maluco de toda a minha vida.

E o meu favorito também.

Park Jimin simplesmente une uma caralhada de gente com passos fáceis e improvisados como se estivessem em uma daquelas festas antigas com passinhos ensaiados, e seu sorriso é o que mais me mata. Ele está verdadeiramente feliz.

E em nenhum momento, mesmo com tanta diversão, esquece de buscar pelos meus olhos, não importa o quão distante esteja.

É como se dissesse: "Olhe, estou me divertindo, mas quero que você faça parte disso e se divirta também".

— Cara... agora eu entendo porquê você está assim. — Minji retorna depois de atender alguns clientes com bebidas mirabolantes, encostando-se no balcão novamente.

A bichinha é insistente. A própria versão feminina de Park Jimin.

— Ah não, você voltou. — Rebato por pura marra.

— O garoto é uma figura. Maluco, pirado mesmo.

— Quer pra você? Estou vendendo. — Brinco, roubando um sorriso dela quando o meu também toma a coragem de aparecer.

— Se ele fosse hétero, quem sabe...

— Essa é a última coisa que Park Jimin é. E decente. Hétero e decente. São duas coisas que ele definitivamente não é.

Afastando-se momentaneamente, a garota reaparece com dois pirulitos, me entregando um e abrindo o seu, botando-o na boca antes de dizer com dificuldade por causa do tamanho do doce:

— Por isso te choca. Vocês são meio opostos.

Porém só consigo prestar atenção no pirulito, rebatendo todo indignado:

— Caralho, isso é um pirulito ou uma bola de tênis?

— Enfia na boca logo e me responda. Quando vai deixar de ser tiozão e correr logo pra dançar com ele?

— Você sabia que eu acabei de te conhecer?!

— E não vamos perder contato. Dá seu celular, vou te passar meu número.

— Eu não quero. — Mas talvez eu queira, porque sinceramente ela parece entender melhor da minha situação com Jimin do que nós dois juntos.

— Vai logo.

— Não. — Preciso negar porque é da minha natureza contrariar pessoas como ela e Park, mas ao mesmo tempo entrego o celular desbloqueado e deixo que salve seu número ali.

— Teimoso igual uma porta.

— Aprendi com o melhor. — Resmungo encarando Park Jimin montando um flash mob com as pessoas alcoolizadas.

Cacete. O que mais falta acontecer essa noite?

É daqui para a prisão, porque nada mais inusitado pode acontecer.

— Prontinho, bonitão. É pra me chamar, viu? Sou uma ótima conselheira amorosa.

Céus, o tamanho do pirulito na boca dessa garota! Ela mal consegue falar sem distribuir saliva, e isso é realmente irritante.

Agora, entretanto, resolvo me calar enfiando o maldito doce na minha boca também, mas isso começa a ficar interessante quando Jimin, todo suado e lindo, me encara do meio da multidão com certo ar de excitação e expectativas.

Não dizem que se já está no inferno é para abraçar o capeta?

Na verdade, quem sempre diz isso é Jimin, mas não quero admitir que já estou memorizando algumas de suas falas e manias.

Eu praticamente beijo a boca do diabo quando decido acabar com minha sanidade com a ideia absurdamente ridícula que se passa pela minha cabeça.

Eu vou provocar Jimin.

Aproveito o fato de Minji ter saído de perto para atender outro cliente e me desfaço nessa sensação que me causa aflição que é deseja-lo.

Com o pirulito na boca, deixo que o canto dos meus lábios se curve num sorriso, e ele parece entender o recado quando mordisca o canudo da sua bebida e me devolve uma piscada discreta, tão perdido quanto eu.

O lance com Jimin é que estamos à beira do precipício, mas gostamos de nos jogar ainda mais.

No mesmo instante ele se enrosca num corpo desconhecido, mas seu foco ainda sou eu. Juro que não sou ciumento, é gostoso demais ver o rostinho de Jimin encaixado no ombro do homem pouco mais baixo que ele e de costas para mim. É como se Park dissesse com gestos que mesmo nos braços de outro, ainda sou seu objetivo final.

Cinco segundos depois, quando o homem desce as mãos até áreas que ele não deveria tocar de Jimin, praguejo o universo e jogo tudo pelos ares. Sou ciumento sim, cacete, eu vou até lá.

Talvez fosse seu desejo desde o começo, porque sinto o sorriso nascer travesso e delicioso em seus lábios. Tomado pela vitória de me ver rastejar por ele, Jimin segura o rosto do homem pelo queixo, morde o próprio lábio inferior e bebe um pouco mais pelo canudo, dizendo por fim:

— Foi mal, eu gosto de homens mais altos. — E quando se afasta e gruda em mim, desliza os braços pelos meus ombros e sussurra próximo ao meu ouvido: — Especificamente, você.

O impulso que me faz levar uma das mãos até sua cintura é o mesmo que me faz ceder à vontade e puxar seu cabelo todinho pela nuca, tombando sua cabeça para devolver em seu ouvido e com o pirulito ainda na boca:

— Queria minha atenção, não queria?

Totalmente entregue, ele responde: — Uhum.

— Conseguiu.

Park fecha os olhos e mantém sua cabeça inclinada e seus fios presos entre meus dedos, sorrindo safado enquanto sente a música e também a precisão do meu toque tão firme.

No fundo, eu tenho medo que ele escape.

Feito estrelas no céu e chama ardente, seus olhos se abrem e faíscam desejo, encarando os meus tão de perto. Em seguida, sem aviso prévio algum, Jimin simplesmente abre a boca, empurrando a língua levemente para fora para roubar o pirulito da minha boca com a mão livre, chupando-o devotamente.

Meu corpo todo retesa, eu travo. Em puro deleite, respiro fundo quando pressiono sua cintura e assisto sua encenação barata, perdendo-me de mim mesmo e deixando-me levar cada vez mais pelo desconhecido. Eu o quero, e preciso admitir.

Ninguém nunca me bagunçou tanto. Park é pura confusão, ele me joga para fora da minha zona de conforto e me mostra que talvez meu verdadeiro lugar seja exatamente ali. Fora dela.

E especificamente, pelo menos por essa noite, ao lado dele.

Seus fios escuros encontram-se colados pela testa devido ao suor, e nem assim consigo me sentir menos atraído. Na verdade o efeito é contrário. Ele desperta ainda mais atração.

Não consigo me desprender da imagem caótica dos seus lábios grossos envolvendo o pirulito e sua língua passeando por ele enquanto suas íris estão presas em mim. Com as pupilas dilatas, Jimin faz aquilo de me encarar como se eu fosse seu mundo novamente.

É o olhar que me assusta, mas não ouso me mover, tampouco deixar de olha-lo.

Então percebo que ele está todo mole, dengoso, alterado daquele jeito gostoso em que sentimos a música nas mínimas notas, e o mundo ao redor um pouco menos doloroso e cruel.

Ele está feliz e é injusto demais estragar isso.

Ao mesmo tempo ele precisa ser cuidado, e mesmo duvidando que seja eu a pessoa certa para fazer isso, não consigo nem disfarçar o quanto quero fazer.

— Jungkook...— Jimin diz baixinho, um som quase inaudível, encostando o rosto na curva do meu pescoço sem malícia alguma. Como se pedisse carinho, ele continua com a voz meio doce e embolada: — Fome...

— Quer comer algo?

— Uhum. E sede.

— Você dançou muito, deve estar cansado. — Concluo sorrindo pequeno, mesmo que ele não consiga visualizar devido à posição, deixando que minha mão alise seu cabelo num carinho despretensioso.

— Eu me diverti muito! Você se divertiu? Eu estou bêbado, tá? — Agora ele levanta minimamente a cabeça apenas para me olhar de perto, tão inocente e lindo. — Fiquei preocupado de você me detestar ainda mais, Jungkook-ssi... eu sei que não queria vir, mas não consigo te levar para sair como Hyunjin faz e...

— Ei? — Chamo, preocupado. — Do que está falando?

— De nada. — Jimin ri um pouco perdido, decidido a finalizar o assunto como se ainda restasse um pouco de consciência, mas soltando sem querer: — Ele pode te dar muitas coisas, mas sou eu quem gosta de você.

Perdido e totalmente confuso, pressiono um pouco mais seu corpo pequenino e o puxo para mim, apoiando meu queixo em sua cabeça, tentando entender meus próprios sentimentos e meu coração tão confuso após sua fala.

Em consequência disso, ele me abraça ainda mais forte.

Tudo é tão, tão, tão confuso.

— Por que você disse isso? — Pergunto baixo sem a intenção de faze-lo ouvir, mas sou pego de surpresa quando ouço:

— Ao contrário de tudo que já sentiram por mim, meus sentimentos por você são verdadeiros.

Agora sim sou pego de surpresa pelos pensamentos que se estendem por minha cabeça.

Pelo que Jimin já passou? Ele já sentiu algo por alguém? Alguém já o amou?

Minha vontade de cuidar aumenta ainda mais, porque talvez ele tenha sido como eu por toda a sua vida: solitário.

De formas diferentes, em mundos e situações distintas, mas no fim, tão igual.

— E olha, eu sei fazer gostoso, tá? — Park solta aleatoriamente, alcoolizado, suplicando para que eu lhe de atenção de alguma forma. — Você sabe...

— Vou te levar para comer.

— Me leva pro banheiro, Jungkook-ah... vamos, eu quero te beijar...

— Jimin, não. — Ao mesmo tempo em que tento acalma-lo, seguro suas mãos, impedindo-o de me tocar, consequentemente afastando-o.

— Por que? Você não quer?

Com medo de Park entender isso como uma possível rejeição, explico rapidamente: — Você está alterado, não é certo.

— Mas...

— Nem adianta, teimoso. — Não consigo não sorrir, seus olhos suplicantes me matam assim tão cheios de dengo e pirraça.

É por isso e sem pensar que resolvo fazer o que faço à seguir.

Entrelaçando meus dedos nos seus, guio seu corpo tão leve pelo álcool até o banheiro, mas não é para fazer o que ele tanto quer.

— Você me trouxe! — Jimin exclama assim que percebe onde estamos, mas seu semblante se torna inicialmente confuso logo em seguida.

Eu não vou beija-lo em uma cabine suja de um banheiro qualquer depois de uma noitada. Não vou fazer o que tantos devem ter feito anteriormente, porque ele não merece isso.

Eu vou cuidar, porque é o mínimo que alguém minimamente interessado em Jimin deveria ter feito. Cuidar desses seus olhos tão expressivos que pedem por carinho, do seu corpo já exausto de tanto dançar e da sua barriga roncando porque talvez nosso jantar tenha sido sua única refeição do dia.

— O que está fazendo, Jungkook?

— Quietinho. — É a única coisa que digo ao encosta-lo na pia, de frente para o grande espelho, ligando a torneira automática enquanto puxo todos os seus fios de cabelo para trás, exibindo sua testa.

Enquanto Jimin tenta compreender o que está acontecendo, molho minha destra na água um pouco fria, tirando o excesso para finalmente direciona-la à sua testa, retirando o suor pouco à pouco. Segundos depois faço o mesmo por sua nuca, tentando amenizar o calor insuportável que ele sente depois de ter dado um verdadeiro show na pista de dança, e seus olhos não desgrudam de cada ato meu.

Quietinho, ele assiste seu corpo ser tratado com cuidado, apenas cuidado, porque não quero fazer o que ele acha que merece. Park já demonstrou ter ficado com muitos caras, principalmente enquanto estava bêbado, e talvez essa seja sua única percepção de diversão e merecimento. Mas não, ele merece muito mais.

Essa carinha que ele faz no espelho é cruel demais, seu silêncio é pior ainda. Talvez esteja processando tudo, mas o álcool e as emoções bagunçadas não deixam.

Quando levanto sua camisa até a altura do peitoral e tento não dar muita atenção ao seu corpo tão bonito e único, molho minha mão novamente e deslizo-a parte por parte do seu abdômen, sentindo cada textura, cada músculo e cada contração. É como se um simples toque meu bagunçasse todo o seu juízo.

Atrás do seu corpo, continuo encarando seu reflexo porque talvez esse momento seja o mais íntimo de todos, mesmo sabendo que nossos corpos já tenham se tocado sem barreira alguma.

Perco a noção do perigo quando seus olhos se fecham, e lentamente ele encosta a cabeça em meu ombro esquerdo, dando-me permissão para terminar isso como se confiasse em mim até mesmo de olhos fechados. Literalmente.

— Jimin-ssi? — Eu sussurro pouco tempo depois, extasiado pelo seu cheiro. — O importante é você ter se divertido.

— Obrigado. — Quieto e distante, é a única coisa que ele diz.

Sei que Jimin está naquele estado sonolento e gostoso que a embriaguez nos proporciona, mas não quero deixa-lo dormir sem comer algo.

Por isso, com toda a força que tenho, giro seu corpo até que estejamos frente à frente, sentando-o na beirada da pia com certo cuidado, finalmente recebendo seus olhos abertos e seu meio sorriso.

— O que quer comer? — Pergunto.

Sou surpreendido por sua palma quente segurando meu rosto com carinho, mas palavra alguma sai de sua boca. Ele apenas me admira silenciosamente, roçando o polegar por minha bochecha como ninguém nunca fez.

Meu laço mais forte é com Hyunjin, mas nem com ele consegui chegar à isso. É carnal, apenas para sanar vontades físicas tanto da minha parte quanto da dele. Nós nunca nos olhamos assim.

No meio das pernas de Jimin, deixo que meu instinto me leve à fazer o que tenho tanto medo. Aproveito o cuidado inesperado para encostar meu rosto em seu peito, fechando os olhos quando nos abraçamos apesar da diferença de altura por causa do local onde está sentado.

Eu o aperto como se ansiasse por esse abraço por todos os dias da minha vida, deixando que ele me faça cafuné e rodeie minha cintura com seus pés que anteriormente estavam balançando no ar.

— Eu gosto tanto de você, Jungkook... tanto, tanto...

— Por que, Park? — Meu questionamento escapa baixinho, como se tivesse medo. E tenho. — O que você vê em mim?

O que você vê em mim que ninguém nunca viu?

— Eu te detesto. — Jimin é sincero ao dizer, deixando um riso nasalado escapar. — Do fundo do meu coração, eu te detesto, e do fundo do meu coração, eu te admiro. Sabe aquela pessoa que admiramos em algum momento da vida e nos inspiramos? Seja alguém da família, algum amigo, algum ídolo ou algum personagem? Você é a minha pessoa, Jungkook.

Envergonhado depois de receber esse elogio tão típico de Park Jimin, solto:

— Aish, por que está dizendo essas coisas?

— Te deixei tímido, foi?

— Claro que não!

— Claro que sim! — Involuntariamente, sinto meu rosto ser afastado do seu corpo, afinal ele parece querer me olhar. — Sei te deixar bobinho quando quero.

É olhando no fundo dos seus olhos que afirmo:

— Eu te odeio com todas as minhas forças.

E sorrindo ele devolve: — Tudo bem, é recíproco.

Meu corpo resolve retrair quando Jimin apoia as mãos na pia para descer, ficando frente à frente, tão próximo. Sua ação seguinte me desmorona inteiro, porque ele apenas segura meu rosto e me beija a boca, mas não é nada intenso ou cheio de luxúria. É um selinho longo, sem língua nem nada, mas que me pega de jeito e me deixa todo mole em suas mãos.

Afastando-se minimamente de mim, ele sussurra:

— Obrigado. Obrigado, obrigado, Jungkook. Por tudo. Por ser você, e principalmente por me aceitar como sou.

— Jimin...

— Ninguém nunca fez isso.

Creio que sua resposta já seja suficiente para terminar de amolecer meu coração, então apenas puxo sua mão novamente, entrelaçando-a na minha para finalmente sairmos daqui, correndo até a saída. Ouço Jimin gargalhar devido à adrenalina, e é tão gostoso.

Antes de sairmos, dou uma última piscadela para Minji ainda no bar, observando seu sorriso vitorioso ao encarar nossas mãos juntas, fazendo sinal para que eu a ligue ou algo do tipo.

Doida, maluca da cabeça.

Eu com certeza vou ligar.

— Vem, Jungkook-ah! — Park grita correndo, trombando vez ou outra em algumas pessoas pela pista. — Corra comigo!

E eu estou correndo, correndo tanto que até me falta fôlego! Ele nem percebe quando conseguimos sair da boate, afinal parece muito animado, muito alterado, muito feliz! Jimin está radiante, seus olhos brilham e seu corpo quase desaba quando paramos de correr.

Agora, na área externa, visualizo um mini trailer com cachorro quente. Quando penso que talvez seja legal perguntar se ele tem interesse, percebo que já estou atrasado. Jimin sorri encarando o mesmo ponto que eu, e então avisa:

— Tem cachorro quente ali!

— Você jantou cachorro quente também. — Aviso sem muito ânimo, percebendo que sua alimentação está péssima ultimamente, mas nem tenho tempo de aguardar alguma resposta.

Correndo e me puxando, ele diz: — Vamos! Vamos logo, Jungkook!

E é assim que nos encontramos sentados no meio fio, comendo cachorro quente às três e cinquenta da manhã. Bem, ele está comendo, eu apenas observo, afinal não quero arriscar comer nada do tipo por causa da tatuagem.

Acho que o único momento em que Park realmente cala a boca é quando está comendo, e agora faz isso com tanta vontade que me perco observando-o por alguns segundos.

— Está uma delíxiiia. — Ele diz todo atrapalhado e com a boca cheia, quase arremessando o maldito pão em minha direção, dizendo: — Você quer?

— Não, obrigado.

— Só um pouquinho.

— Não quero, obrigado.

— Vem cá, vem. — Sou atacado com a comida que ele praticamente soca na minha boca, mordendo um pedaço afinal a fome já parece me vencer.

Ele é tão estúpido que chega a me encantar.

Devidamente alimentado, Jimin se aproveita da minha boa vontade e volta a se encostar em mim, dessa vez ao meu lado. É reconfortante saber que alguém encontra abrigo em mim, porque isso nunca aconteceu antes.

É que Jimin parece ter entrado em minha vida apenas para provar que não, eu não estava cem por cento certo de minhas decisões frias sobre relacionamentos e paixões.

Se antes eu tinha certeza de que não queria sentir nada por ninguém, hoje já não sei mais nada.

Não é justo me enganar dessa forma e dizer que não sinto nada quando meu coração bate tão forte só pelo simples fato de estarmos encostados um no outro. Eu também não posso me esquecer de como me senti confortável de contar sobre meu irmão, um assunto tão delicado e que sempre guardei tão bem apenas comigo e com os amigos mais próximos.

Park não tem ideia do que está fazendo da vida, e mesmo assim me auxiliou em uma crise de ansiedade e me fez rir assistindo seus filmes cafonas preferidos. Ele também presenciou minha tatuagem tão significativa, e me deixou desenha-lo na faculdade quando poderia estar fazendo qualquer outra coisa pela cidade tão grande.

Ele gosta de mim. Eu sei disso.

É que talvez isso tudo não de certo. Eu me conheço, sei que não levo relações afetivas muito adiante, e esse é meu medo. Eu quero magoar esse garoto? Quero me envolver ainda mais mesmo sabendo que provavelmente desistirei em alguma etapa do caminho?

Perdido em todas essas dúvidas, eu me esqueço de quem ele é. Esqueço do seu jeito manhoso de me encarar e dizer:

— No meu primeiro pagamento, te levarei para jantar. Vou retribuir tudo isso, eu prometo.

— Você não precisa fazer isso. — Minha resposta sai baixa e quase sussurrada, afinal a rua é silenciosa.

— Mas eu quero. — Insiste. — Sempre quis trabalhar e pagar algo gostoso para alguém que gosto.

— Compre algo legal pra você, ou quem sabe para a sua família...

Desviando o olhar, ele não demora à dizer:

— Jungkook-ah, eu acho que não tenho mais família.

Certo, isso sim me corta o coração.

É inevitável, seu corpo fica todo amuado e eu detesto conhecer essa versão de Jimin.

— Por que diz isso, hm?

— Eles não me atendem mais, e também não respondem minhas mensagens. — Sério, que crueldade essa tristeza presente em seu olhar. Nós nem ao menos estamos nos encarando e eu consigo sentir a dor que ele carrega ali. — Talvez, à essa altura do campeonato, já imaginem que fui preso, ou morando na rua e chapando o dia todo.

— É uma visão muito deturpada de quem você é, Jimin.

— Eles não me conhecem. Ninguém realmente me conhece, nem mesmo Hoseok.

Sei que essa conversa está se prolongando devido aos resquícios do álcool, mas não quero interromper Jimin que finalmente desabafa sobre seus laços familiares. Acho que ele vem segurando isso tudo por muito tempo, então apenas me calo e o ouço mais um pouquinho.

— Sei que sou encrenqueiro, problemático e todas essas coisas. Mas eu também tenho sentimentos, Jungkook. — Eu sei que tem, seus olhos esbanjam todos eles. — Eu também sinto dor, medo, amor...

— E o que você está sentindo agora?

— Agora? Bem... acho que felicidade, mas medo também.

— Medo do que?

— De não conseguir sair do lugar. De perder tudo isso de uma hora para a outra, porque no fim das contas sei que isso acontecerá.

Sei do que ele está falando. Meu peito carrega essa mesma preocupação. O que faremos quando os três meses se passarem? Ele apenas irá embora? Perderemos contato? Trataremos todos esses momentos especiais como um delírio passageiro?

— Eu gosto de acordar e saber que não estou sozinho. — Park confessa enquanto encosta o queixo nos joelhos dobrados, brincando com uma pedrinha da rua. — Gosto de saber que te encontrarei na cozinha e que nos xingaremos um pouco. Gosto do ônibus lotado, gosto de desfilar quando encontro Yoongi do outro lado da rua e gosto daquele emprego maldito naquela sorveteriazinha cafona.

— Você gosta dos meus amigos?

— Gosto. Gosto de ter irritado Namjoon quando quase roubei a conveniência que ele faz bico, gosto de como Yoongi sempre leva comida à mais e dividimos e gosto de como Taehyung me beijou e me deixou feliz naquela festa.

Ah, claro, precisamos lembrar que eles já se beijaram...

Sério, a trocação de saliva entre os dois foi tão demorada que meus olhos até se reviraram. Não que eu ligue, claro, tanto faz na verdade.

Mas nossa, cacete, demorou mesmo hein...

Foi um tantão de saliva e línguas e tudo mais. Não que eu tenha reparado. Eu mal olhei, na verdade.

— Vocês quase se engoliram em público. — Céus, que resposta mais idiota! Eu preciso pelo menos tentar disfarçar minha irritação, mas acabo soando ciumento sobre um assunto que não tenho interesse.

Mas e se eu tiver?

— Assim como você e Hyunjin.

— Que grande mentira.

— Que grande verdade, Jeon Jungkook. Assuma seus atos.

— E por que é que você reparou em como estávamos nos beijando?

É claro que ele me quebra com a resposta imediata:

— Porque eu queria estar no lugar dele.

Agora eu que suma do universo, né?

Um pouco constrangido, silencio qualquer fala que possa escapar da minha boca e evidenciar o quão desestabilizado fiquei.

E ele repara, óbvio, por isso seus lábios se alargam num sorriso quase evidente, mas bem pequeno mesmo. Eu sei que ele sabe que eu também queria estar no lugar de Taehyung quando ele o beijou em seu colo, é por isso que está sorrindo bobinho.

Bom, que se dane, nós nos beijamos naquela noite da mesma forma. Fizemos até algo à mais. E foi gostoso. Nossa, foi mesmo...

Agora tentarei não me prender a essas lembranças pois adivinhe: ficará ainda mais constrangedor se meu pau ficar duro bem aqui.

Desculpa o palavreado.

— Aquela festa foi a coisa mais aleatória que eu já me enfiei, e olha que já me enfiei em vários lugares. — Park explica sério, mas feito uma criança da quarta série ele começa a rir do que disse.

E eu, caindo em sua brincadeira, respondo:

— Em que tipo de lugares você se enfiou especificamente?

— De todos os tipos, mas tem um que eu quero tanto...

Ah, o flerte. Lá vamos nós de novo.

— Você está dando em cima de mim, Park? — Questiono como se não soubesse a resposta.

— E onde mais eu gostaria de me enfiar?

Santa mãe de deus. Pai misericordioso.

Talvez eu esteja suando.

— Você não tem vergonha de ser descarado assim? — Devolvo incrédulo.

E mais incrédulo ainda ele responde: — Espera, do que você acha que estou falando?

É tanto constrangimento que não cabe em mim, mas lá vai:

— De você se enfiar em...— Mim? Céus, é isso mesmo?

— No seu coração, Jungkook! Pervertido do cacete! — Agora ele gargalha, e tem razão.

Automaticamente eu virei a criança da quarta série, porque maliciei sua frase desde o início e no momento tenho certeza que meu rosto ganha uma coloração avermelhada bem humilhante.

É tanta vergonha que não cabe em mim.

Eu detesto esse garoto com todas as minhas forças.

Lindinho.

Meu deus. Eu acabei de elogia-lo aleatoriamente numa frase que nada tinha a ver com isso? O quão preocupante isso é?

E quando tudo parece não poder ficar pior, ele solta com tranquilidade:

— Então você quer que eu te coma, é?

Juro, eu vou sair correndo e deixa-lo aqui.

— Cala essa boca! Fala baixo!

— Não tem ninguém na rua, Jungkook. Então ficou com vergonha, foi? — Esse cinismo me mata.

Eu opto por nem responder essa idiotice, mas meu silêncio alimenta ainda mais sua vontade de me atazanar. Jimin ama chamar atenção.

Ele é sempre o espetáculo principal; tudo que faz, a forma como se veste e conversa chama atenção, capta reações ao redor e olhares de todos os tipos de pessoas. Ele nunca passa despercebido.

Entretanto, nesse momento de puro silêncio nessa calçada suja e do seu corpo levemente encostado no meu, sua forma de chamar atenção parece pura feito birra de criança. Ele apenas sussurra:

— Conversa comigo, Jungkook...

Levo certo tempo até encontrar uma resposta que se encaixe na situação: — Já estamos conversando.

— Conversa mais...

— Você é muito tagarela. Não tenho nada para dizer no momento.

— Ah, sim. Entendi. — E desanimado, ele completa de um jeito cortante: — Me desculpa.

— Pelo que, Jimin?

— Não sei. Estou com vontade de me desculpar. — Ou talvez seja o álcool falando, mas tudo bem, recebo seu desabafo. — Eu tenho dois extremos. O de odiar pedir desculpas por ser um orgulhoso do cacete e o de pedir desculpas à todo momento temendo soar inconveniente.

Tá, ok, talvez o papo seja sério mesmo.

Porra, Jimin, quase quatro da manhã, cara! Eu nem tenho neurônios mais...

— Eu sou inconveniente, não sou? Meu pai sempre me disse isso. — Sem me dar pausa para ao menos tentar rebater, ele acrescenta: — Que eu faço as coisas pra chamar atenção, que não sei conviver socialmente e que minhas roupas são estranhas.

— Jimin, não é bem assim...

— Essa é a parte da minha vida que grita para que eu me desculpe com tudo e todos. Vou explicar de um jeito que fique mais claro, mesmo estando terrivelmente bêbado. — Um sorriso escapa assim que ele se afasta um pouco para que possa se sentar de frente, me encarando diretamente. — Encheram tanto minha cabeça com essa merda toda que eu às vezes meio que acabo acreditando que sou assim. E então eu me desculpo. Aleatoriamente, sabe?

Isso é triste demais, e seus olhinhos murchos de sono me causam ainda mais melancolia.

— Então agora estou me desculpando com você por algum motivo que nem sei. Talvez por ter te arrastado aqui hoje? Talvez por estar morando na sua casa? Não sei... gostaria de jogar toda a culpa no meu mapa astral ou talvez em Mercúrio retrógrado, mas eu nem ao menos sei o que isso significa.

Agora sorrimos, e eu decido me sentar de frente também. Olho no olho, conversa sincera na sarjeta em plena madrugada e nossas fraquezas sendo expostas. Algo que nunca fizemos, mas que talvez seja bom fazer.

— Mercúrio parece estar sempre retrógrado, percebeu? — Inicio minha primeira observação, roubando um sorrisinho dele, o que é meu objetivo. — As pessoas estão sempre dizendo isso e jogando a culpa nele.

— Então vá se foder, Mercúrio retrógrado! — Ele grita bem tranquilo em plena madrugada, e eu faço o mesmo sem ligar para as consequências:

— Vá se foder, Mercúrio retrógrado!

Eu nem consigo me conhecer fazendo algo tão infantil e irresponsável na calçada de alguém que provavelmente sairá daqui a pouco para nos xingar, mas pouco me importa. Gostaria de dizer que Park me desperta um lado ruim, irresponsável ou algo do tipo, mas não dá. Simplesmente não dá.

Ele me desperta o lado que nunca me permiti ter. E eu gosto disso.

Por isso eu suspiro um pouco antes de tomar coragem para dizer: — Você não precisa se desculpar por ser como é. Alguns vão odiar, outros vão amar, e de qualquer forma, gostando ou não, vão falar de você.

Mesmo surpreso, ele abre um pouco os olhos e responde baixinho: — Você é de qual time, Jungkookie? Ama ou odeia?

— Essa é fácil. Eu odeio. Eu realmente te odeio. Eu te odeio por inteiro. — Minha resposta não soa pesada, principalmente porque ele sabe que é pura birra.

— É um prazer ser odiado por você. Mas me diz uma coisa, me odeia mais que o Mercúrio retrógrado?

Sorrindo gostoso, sinto meu corpo tombar um pouco para a frente, e juro, não sei qual foi a última vez que me senti tão leve, rindo de algo bobo e sem sentido sem precisar me importar em como devo me portar ou algo do tipo. Somos eu e ele, roupas confortáveis, uma calçada suja e as estrelas cintilando no céu.

— Aparentemente Mercúrio causa problemas na minha vida, você também, então é um empate.

Primeiro ele sorri, mas sinto certa preocupação quando seus lábios vão se fechando gradativamente, tremendo aos pouquinhos como se estivesse à ponto de chorar. Automaticamente entro em desespero, e nem ao menos sei a razão disso.

— Jungkook...

— Você vai chorar?! Eu... digo, bem...— Meu corpo vai entrando em estado de alerta, e pouco à pouco tento me aproximar de alguma forma para descobrir o que está acontecendo. Não consigo toca-lo de fato, mas minhas mãos se aproximam do seu corpo, parando no ar, explicitando que eu realmente não sei o que fazer. — Jimin, eu disse algo ou...

— É que eu ouvi isso minha vida toda. Que causo problema na vida das pessoas.

Porra. Sério, porra, que grande fora!

O garoto desabafa comigo e eu resolvo fazer brincadeira com algo que ele acabou de dizer machuca-lo?

Ainda mais aflito, perco-me em pensamentos confusos e palavras que se embolam:

— Não, é que... foi uma brincadeira e...

— Eu sei! Foi involuntário, eu não queria me sentir assim, é que pegou em um ponto fraco e... sério, não se preocupe. Desculpa, sério!

— Pare de se desculpar, você não fez nada de errado.

— Certo, desculpa. Oh! Desculpa!

— Jimin-ssi!

Droga! Fofo do caralho...

Quanto mais conheço Jimin, mais me surpreendo com a naturalidade de um lado seu que nunca conheci. Agora ele me mostra suas cicatrizes, me deixa saber onde dói, e é muito diferente de quando desfila em casa e diz besteiras com alto teor sexual e piadas de péssimo gosto.

Por isso, e também pelos olhos castanhos mais doces de Seul, tento consertar enquanto ainda posso:

— Você não é um problema. Jamais seria.

E a resposta não vem propriamente dita.

Na verdade, a resposta me causa um sentimento confuso, porque vem em forma de um abraço apertado e sincero. Ele simplesmente escorrega seu corpo e quebra essa distância entre nós, me pedindo acolhimento enquanto some no meio dos meus braços.

Ele é pequenininho.

— Eu sei que é esquisito, mas ao mesmo tempo em que te detesto, você se tornou minha pessoa favorita no mundo. Depois de Hoseok, claro, porque ele já está num nível muito acima de vocês, meros mortais, em questão de gentileza e carinho.

Eu não consigo responder algo plausível, tampouco pensar numa resposta forjada.

A fala de Jimin me pega muito de surpresa.

Ele acabou de dizer que sou sua pessoa favorita, e eu sei que mesmo sensibilizado por suas confissões dessa noite, ainda não me sinto capaz de carregar esse fardo. Infelizmente, Jimin me colocou num pedestal que não sou capaz de coloca-lo, principalmente por medo.

Eu tenho medo dessa aproximação toda, receio de cada confissão que me toca ainda mais o coração e pavor da direção em que estamos indo. Não é por querer, só é algo que está enraizado em mim.

Quando eu digo que não me apaixono, não é para soar feito um babaca que vive uma vida invejável de solteiro arrastando para a cama um por semana.

Não. Eu não me apaixono porque não sei amar, nunca me ensinaram.

Park Jimin parece não ter aprendido também, e isso é o que mais me preocupa. Nós não estamos preparados para isso, mas ao mesmo tempo corremos em velocidade absurda ao nosso único medo. O medo de nos entregarmos à alguém.

De corpo e alma, mas principalmente de alma.

Porém, mesmo não respondendo, não fica clima estranho. Jimin vai se desvencilhando de mim aos poucos, e faz questão de sorrir pequeno para que não fique tudo esquisito entre nós.

O que é muito gentil de sua parte, mas também não é justo.

Não é justo que ele se apegue à mim e se contente com o pouco que posso oferecer, contanto que tenhamos alguns momentos como os de hoje.

Não é justo que ele me nomeie sua pessoa favorita do mundo todo enquanto beijo outro cara e o levo para minha casa — que, por consequências das minhas últimas ações, por enquanto também é sua.

Posso não ser a pessoa mais romântica do mundo, mas sei compreender situações e essa é definitivamente uma situação que não quero levar adiante. Não quero machuca-lo, porque acho que as pessoas já fizeram isso muitas vezes com ele.

Não digo romanticamente, afinal Jimin não faz a linha namorador. Ele deve ter quebrado muitos corações por aí, isso sim. Mas eu sei que a situação com sua família já o machuca o suficiente, assim como sua busca exaustiva por um rumo nessa vida.

Não quero feri-lo ainda mais.

Por isso, dolorosamente ansioso, decido que à partir do amanhecer, me manterei o mais distante possível.

Não serei rude, manterei a educação e continuarei fornecendo tudo que ele precisar porque sei que ele está dando seu máximo na sorveteria.

Mas não posso lhe oferecer meu coração.

Dizem que é melhor cortar o mal pela raiz, certo? Então darei um basta no que nós dois tememos.

Mas por hoje, pelo menos nessa madrugada, continuarei ao seu lado, porque o seu abraço é o mais gostoso que recebi em anos, e seus olhos brilhando em esperança não devem ser apagados depois de um dia tão intenso como hoje.

— Mercúrio retrógrado que se dane, Jungkook, as coisas vão dar certo, e eu gosto muito de você!

E eu de você, Jimin. E ah! Esse sorriso me deixa tão triste...

É que não podemos ficar juntos. Não somos compatíveis.

Pelo menos não nessa vida.

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pois é família *emoji de zoiao* que tristeza nao é mesmo kkkkkkkkkk oi

prometi que voltava antes de acabar o ano e me atrasei só uns dias, ok? 😭 tudo bem com vocês? espero que tenham passado bem nas festas de fim de ano, que tenham comido bastante e se divertido.

próximo capítulo volta a ser narrado pelo Jimin, mas eu queria que vocês pudessem ter um primeiro contato com os sentimentos e pensamentos do Jungkook, afinal até então tinham visto tudo apenas pelo olhar do Mimi 🥺

quero deixar claro também que essa não será uma daquelas histórias que se tornam uma montanha russa onde os personagens dão um passo à frente depois brigam voltam a se odiar e dão três passos para trás. mesmo confusos e cheios de dúvidas sobre o amor e tudo que estão sentindo e mesmo se afastando, os sentimentos apenas crescerão. é isso, nossos nenens só precisam aprender a amar 🥺

até la muitos xingamentos, provocações e tudo que resume hellish hihi

pra alegria de vocês o próximo capítulo já tá quase pronto, então a próxima att não deve demorar. muitos beijos e se cuidem 💜

#whiskyroubado

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