CAPÍTULO DOZE
o fim brutal do acampamento
POR DETRÁS DO ANTIGO CELEIRO, ÀS MARGENS DO RIO CHUCK SWITCH, Frankie Lane surgiu com a câmera fotográfica em mãos, dando um suspiro pesado que saiu de seus lábios impensávelmente, tendo a tênue certeza de que todo o esforço que fizera até ali valera a pena, mas acreditava que ainda teria medo do escuro por um bom tempo. O grupo que finalmente se aproximou dela foi alertado pela mesma sobre a conquista parcialmente bem executada, bastava olhar ao redor, em direção as águas cristalinas correndo sutilmente sob o píer e o barco a motor balançando preso a uma estaca, estavam muito perto de escapar.
── Blair, o que cê tá fazendo? ── Kurt a observou soltar Sheila, que se apoiou no solo, bastante abatida.
Caminhando até o celeiro, ela foi vasculhando com a lanterna em mãos e a câmera ligada, minutos antes devolvida pela shadysider, os pés trêmulos. O loiro simplesmente desistiu da resposta, correndo até o barco e colocando Eleanor sobre a tábua de madeira, piorizando salvá-la.
── Precisa de ajuda? ── questionou à morena que enchia o tanque desesperadamente.
── Não. Eu dou conta! Ajuda a vadia da Sheila, ou só deixa ela morrer atolada, ninguém nem vai sentir a falta dela. Eu garanto! ── sorriu, contendo o seu nervosismo, encarando as árvores, como se algo estivesse se mexendo por detrás delas, porém ignorando aquela possibilidade e se contendo a tempo, antes de pirar de vez.
A visão de sua mãe saindo do poço rastejando feito um ser maligno ainda continuava perturbando sua mente, em pensar que sonhou a vida inteira em conhecê-la, agora só queria esquecer daquele momento assustador. Infelizmente, tudo havia se perdido por culpa de Sarah Fier, mas ali estava ela de novo, lutando para retornar à Mary, chegar a salvo e contar como sobreviveu a maldição de décadas que sempre caía em peso sobre os shadysiders, decidida a rever Ziggy.
── O antigo celeiro dos Goode. ── Watson raciocinou, observando cada detalhe em volta ── Primeiro fazendeiros, depois caçadores.... Por último, comerciantes. Isso são... Velas? ── sentiu o sebo impregnado na madeira empoeirada, seguido pela visão de uma arma caída ao chão, a poucos centímetros de si, não imaginava encontrar aquilo num lugar tão afastado, era como se alguém já houvesse passado por ali ── Ei, boa! Uma espingarda... ── tocou na mesma, percebendo que era levemente manuseável e puxou o cabo verificando a munição, sorrindo de canto ── Uma bala. Beleza! É isso! ── e teve enfim a certeza de que aquilo seria tudo do que precisavam para deter qualquer coisa que ousasse ficar em seu caminho, caso a bruxa decidisse surpreendê-los, contudo exigiria uma perfeita precisão e prática.
O sunnyvale embarcou Sheila com muito esforço ao final, a qual sentou-se no chão, desmoronando, ela praticamente não se aguentava em pé e, pequenas bolhas começaram a se agitar abaixo do motor num círculo minucioso. Algo ao redor, caóticamente, fez Blair ranger os dentes, arrastando os sapatos e recuando lentamente, um alvoroço na parte exterior reverberou num minuto, a deixando pálida, a loira apenas correu para ver do que se tratava.
Kurt pressentiu o perigo chegando quando um som metálico ecoou na escuridão, talvez Lane estivesse correta, tudo estava estranhamente quieto até aquele torturante instante, forçando sua vista pela rasa neblina, ergueu as sobrancelhas rapidamente ao arriscar sobre o que vinha de lá, o medo entalado em sua garganta e a surpresa notória entre as rugas de sua testa e todo seu semblante, ele segurou firme no braço de Frankie que lançou o galão vazio sobre as tábuas do pier, as quais rangiam sem trégua, o encarando com ódio.
── Ei, Frankie... Aquela ali não é a sua irmã? ── apontou em um aviso trêmulo, seus cabelos voaram contra o rosto dele quando se virou, o coração tropeçou num silêncio devastador e sua voz fugiu.
O andar sedutor e as botas cruzando-se a cada pisada estreita jamais deixariam mentir, era exatamente Ruby quem avançava como num desses desfiles caros e esquisitamente risonha, sacou a navalha de uma de suas mãos, o sangue antigo entranhado nas unhas dela.
── Merda... ── a jovem desabafou.
Dando um passo a frente, seu primeiro pensamento foi correr e se enfiar no barco junto com os outros, mas algo paralisou seu calcanhar esquerdo antes que pudesse alcançá-lo, quem sabe o medo a impedindo de continuar. Arfou irritada, encarando o chão, um vulto negro apertou sua perna, a puxando violentamente, seu corpo se desequilibrou, colidindo contra a madeira abaixo dela que estrondou com o impacto, com certeza não foi a adrenalina que lhe deixara imóvel, ela sentiu braços robustos a apertarem. Chacoalhando-se, procurou manter o fluxo da respiração, feito um peixe sendo fisgado pelo anzol. Os tênis deslizaram pela borda arrancando farpas da madeira, tentando se manter sobre a ponte, inutilmente, já que sua silhueta afundou na água, imergindo rapidamente, foi aí que seu ar escapou.
O rapaz saltou num ato de aflição, procurando ajudar a jovem. Cambaleando sobre o pier e avistando uma sombra trêmula pulando do fundo do lago para a superfície, junto ao reflexo pálido de Lane. Não possuía rosto, era como uma sombra mortífera, forte o bastante, estava se equilibrando em pé apesar da profundidade do rio. Kurt caiu para trás, assistindo o homem se achegar ao reflexo da luz de uma das lanternas, notando uma máscara medonha do outro lado o encarar friamente, como se atravessasse sua alma, O mascarado imediatamente tornou a se concentrar em sua presa, Frankie. A morena teve seu corpo puxado para baixo, as mãos esganando sua garganta, a sufocando, cada vez mais perdendo a visão e consciência. O homem por detrás da máscara negra e pontiaguda não possuía razão, estava mais para algum dos enviados da bruxa, como Ruby que, assobiava mansamente enquanto continuava sua caminhada impecável, quase alcançando Kurt. Ele nem ao menos se importou com o risco, se lançando em meio a shadyside e o desconhecido possuído pela bruxa, mergulhando e acertando um soco de direita no assassino, o qual não fez efeito de primeira. E tornou a empurrá-lo com toda a força de seus braços.
Frankie estava muito debilitada para reagir, o líquido fresco adentrando suas narinas e passando por suas veias finas, seu corpo cada vez mais leve, seus ossos pesados como blocos de tijolos desinfileirados. O barco balançou agressivo mais uma vez perto de onde estavam. E mesmo abatida, Sheila abraçou a pequena Eleanor porque, naquele momento em que viu sua vida fugindo por seus lábios, a distância entre as cidades já não lhe importava mais e todo o orgulho só cabia fora de seu peito de maneira que não queria carregar nada daquilo consigo, a sunnyvale separou as pernas, tentando manter o equilíbrio com o movimento, embora considerasse aquilo impossível.
Um barulho de tiro ressoou na escuridão, Blair apareceu, agitada e com o peito estufado, prendendo o ar, a testa completamente suada e a arma em punho, assistindo a bala rodopiar lentamente e acertar o peito de Ruby que deslizou para dentro do rio junto aos outros. Foram muitos anos assistindo seu pai e Nick na caça, até que aquele ato cruel servira de alguma coisa, pensou. Apesar de forte, o loiro sabia que seus braços não aguentariam segurar o assassino do lago por muito mais tempo, ele era esquisitamente hábil no interior do rio. O outro estava ficando cada vez mais lento pela força da água e consequentemente cansado, arranhado e com sangue nos lábios, a sensação de que a morte viria para acompanhá-lo manipulou todo seu corpo, querendo fazê-lo desistir de socar o mascarado que o empurrava para o fundo, quase batendo a cabeça contra a estaca acidentalmente, seu sofrimento não lhe importava, contanto que sua amiga estivesse a salvo e todos ao redor sobrevivessem, mas isso não significava que ele não estivesse com medo.
Watson disparou até a beira do rio, ao largar a arma na grama sem qualquer munição, segurando firme nos dedos de Frankie, apoiou seu corpo mole contra o dela e a arrastou sobre o pier, sua respiração incontrolável, mas a da shadysider totalmente nula, a garota engoliu em seco, não estava em seus planos perder a mais nova daquela maneira, ela havia ingerido água em excesso, então só restava uma coisa a ser feita.
── Não, Frankie! Eu não vou deixar você morrer... ── ela carregou a garota até a grama, olhando para trás por um segundo viu seu amigo acertar o capanga da bruxa com uma pedrada, ele a arrancou debaixo de seus pés onde o seu tênis ficara preso e afundou mais uma vez, nadando até a outra parte desesperado, uma braçada por vez e o coração agitado ── Kurt! ── gritou preocupada.
Seus lábios se mexeram, sua cabeça se apoiou sobre a terra, exausto, Kurt fechou os dedos e apertou o solo, arrastando o corpo robusto para cima novamente, aquela coisa ainda se movimentava dentro do Chuck Switch, o perseguindo e uma gosma negra se entrelaçou aos cilindros de madeira no píer, sem que percebessem. A loira retornou seu olhar a Lane, o peito subindo e descendo descompassado, se inclinou sobre seu rosto e apertou o nariz da morena, entreabrindo seus lábios e encostando sua boca contra a dela, soprando desajeitada dentro deles, transmitindo o ar rapidamente para que recuperasse o fôlego. Ela não acreditava que tinha forças o suficiente para fazer uma massagem cardíaca, mas qualquer coisa naquele momento se fazia necessária para trazer alguém tão especial de volta. Repetiu mais uma vez, rápida, as mãos trêmulas seguravam Frankie, que parecia não reagir de jeito nenhum.
── Blair, corre! ── o rapaz começou a acelerar em sua direção, a expressão angustiada, sabia que não tinham muito tempo.
── O quê? Não, Kurt! Eu não vou deixar a Frankie! ── assegurou, olhando assustada para o pier, onde a silhueta de Ruby tornava a se formar, como se nada pudesse pará-la.
── Eu fico com ela! Precisa salvar as garotas! ── ele então chegou mais perto, ajoelhando-se ao seu lado.
── Kurt...
── Anda! ── o mesmo segurou em seu braço, a levantando, e, por um minuto encarou a pessoa que havia se tornado sua melhor amiga de uma hora para outra com os lábios brancos, totalmente sem qualquer sinal de vida e depois assistiu o desespero de Eleanor, tão pequena e frágil, Blair se perdeu no olhar meio avermelhado do velho amigo como se a decisão que precisava tomar a estivesse matando dentro de si ── Alguém tem que puxar o motor! Vêm... ── o sunnyvale se curvou, alcançando sua serra elétrica a alguns passos do corpo da shadysider, a impulsionando.
Quem sabe fosse a última vez que o visse.
Blair se precipitou, desejando experimentar um pouco do que o adolescente parecia sentir por ela, apertando a cintura do mais alto, esticou seus pés e colou seus lábios contra os dele, seu corpo se apoiando sobre o peito do garoto, Kurt paralisou por dentro sentindo sua língua encaixar perfeitamente na dela e suas mãos automaticamente agarraram os fios loiros e longos da sunnyvale, retribuindo o beijo rápido e voraz, mas terno, uma paz diferente invadiu seu ser, aquilo o tranquilizou, talvez tivesse esperado a vida inteira por aquele momento.
── Traz ela de volta! ── apertou seu queixo e se afastou naturalmente, o cheiro de morango e alecrim disfarçado entre o sangue e o suor, o deixou um tanto mais leso que de costume.
Kurt, no entanto, se concentrou, reativando a serra e estreitando os olhos claros pela beira do rio, o monstro deslizou pelo solo, o qual saiu de dentro daquele ambiente úmido, fazendo com que o jovem mordesse as bochechas tenso ao extremo, seu corpo anestesiou naturalmente ao se dar conta de que o assassino alto e misterioso não atacava apenas dentro da água. Se preparando, bradou forte quando este avançou contra ele, as mãos do mascarado se juntaram, prontas para lhe darem um soco, mas o sunnyvale deslizou pelo barro, desferindo o objeto cortante contra sua barriga na lateral, a lâmina transpassou o monstro, o partindo ao meio e fazendo seu corpo cair em duas partes, a gosma negra que voou dele impregnou no cabelo perfeito do adolescente.
Blair apertou os passos pelo pier e escutando o pressentimento ruim de seu coração, automaticamente se deu conta que mesmo que seus tênis fizessem barulho ao correr próxima da jovem possuída, tentando chamar sua atenção, ela não a atacaria, entendendo que Ruby estava concentrada somente em Ellie, a pequena era a única shadysider disponível no momento e pela informação que Nick lhe dera anteriormente, aquilo a deixou bastante amedrontada e furiosa.
Watson segurou seu pescoço, num piscar de olhos, ela avançou contra Ruby, pulando em cima de suas costas, interrompendo que chegasse até o barco que já balançava agressivo pelo vento e agitação feita pelas pessoas ao redor, correndo o risco de virar. Os dedos encaixaram ao entorno de sua jugular e pressionando seu cabelo para trás, desmanchou o penteado bem feito, cutucando suas pupilas, tentando desistabilizá-la. Elas caíram no espaço mais estreito a frente, o galão vazio imergindo dentro da água, com os olhos negros feito a noite se apossando de toda sua região ocular, Lane cravou a navalha sobre a coxa esquerda da loira que tombou para trás, seu corpo se contorceu quando ela retirou o objeto, a enleando entre suas coxas, planejando depositar um novo golpe e, assim o fez, a de cabelos escuros atacou seu braço esquerdo, o qual usou imediatamente para se defender, os olhos azuis de Blair se espremeram, derramando lágrimas, a aflição fazendo seu coração titubear entre uma batida e outra, sua criança em sua barriga parecia lutar também.
Então ela escutou os passos de Kurt acelerando, como se sua vida dependesse dele mais uma vez, porém não conseguia acreditar que o mesmo chegaria a tempo, Blair sentiu um gosto metálico em seus dentes, talvez sua boca estivesse cortada, agora tremia ao tentar afastar a navalha afiada de seu pescoço, o sangue escorrendo de seu pulso se desmanchava, era semelhante ao dela, a ferida aberta ardeu no fundo de sua alma, como centenas de agulhas lhe perfurando.
No centro do acampamento, correndo pela grama baixa a frente do refeitório, Cindy, Ziggy e Alice ainda tentavam escapar, o assassino que tomou forma e as perseguia enquanto saltavam pela varanda era Billy Barker, morto em meados de mil novecentos e vinte, a Berman de cabelos mais escuros, no entanto, logo percebeu que Alice não conseguiria acompanhá-las no ritmo frenético em que andavam por conta de sua perna quebrada, insistindo para que ficasse:
── Alice! Se esconde, rápido! ── incentivou ao olhar para trás e ver o taco de beisebol girando nas mãos do garoto.
── Não. Tá maluca? Eu vou com vocês! ── chacoalhou a cabeça, tentando vencer o seu cansaço, continuando a correr com leves pulinhos.
── Não. Não vai! ── Cindy se decidiu, indo de encontro a ela, enquanto Ziggy as aguardava batendo os pés no chão e com um olhar de incerteza, empurrando o peito da loira, a Berman a assistiu cair no chão entre o vão da madeira que sustentava a escada, por detrás da mesma, enquanto o garoto morto passava por ela. Parecia focado em um único ponto, já que ele a ignorou por completo, ainda que bastante escondida. A adolescente naquele exato segundo associou os passos violentos do mesmo, os quais estavam indo de encontro a sua irmã, imaginando que ele a queria, que estivesse justamente indo atrás dela, seu coração apenas congelou com a possibilidade.
A tomando depressa por um dos braços, voltaram a acelerar, elas foram com as pás entre os dedos decididas a encontrarem o corpo de Sarah Fier, Alice gemeu de dor, vendo as garotas sumirem no horizonte, gritando o nome de Cindy alto, temendo não ter a chance de revê-la e com um pouco de raiva por ela ter feito aquilo, apesar de já ter lhe explicado todos os seus motivos, mas a loira jamais compreenderia aquele sincero sacrifício.
A árvore continuava no mesmo lugar de sempre, como se as olhasse de longe querendo dizer algo e ali estava Ziggy Berman outra vez, sem ar e desesperada, como hoje mais cedo quando a capturaram, o suor frio escorrendo por suas têmporas e aparentemente, a bruxa queria tornar a fazer aquilo: prendê-la e arrancar todo o sangue de seu interior. Os cabelos voando ao vento e as silhuetas pulando na escuridão entre a claridade prateada da lua, as irmãs que apareceram e se juntaram aos pés da triste árvore se debruçaram diante do solo, um misto de curiosidade e apreensão pairou ao redor.
── É aqui? ── a ruiva arqueou as sobrancelhas.
── É! Continua cavando... ── Cindy foi fundo, sua pá era bem maior e ela não pararia até que encontrassem uma resposta que pudesse enfim salvá-las.
── Eu achei alguma coisa... ── contudo foi a pá de canteiro de Ziggy que tocou em algo, um barulho seco de alguma coisa sólida impediu que o objeto entrasse mais denso na terra.
Sua irmã encostou os joelhos no chão, largando a pá, fincando as unhas na terra escura e arranhou o solo apressadamente, até sentir o mesmo que a mais nova, um material pesado, entretanto, não parecia nada com o cadáver que esperavam encontrar, ela puxou uma pedra mediana de dentro da cova, que resistia ali, soprando a poeira velha acumulada nela pelo tempo, uma frase visível revelou-se gravada em uma caligrafia nítida e assim pode finalmente lê-la:
── A bruxa vive pra sempre! ── passou os olhos ligeiramente, sentindo uma pontada no estômago, completamente perdida.
── A bruxa vive pra sempre... ── Ziggy releu boquiaberta, a respiração irregular e o gosto amargo da dúvida no fundo de sua língua foi a corroendo lentamente ── Cindy, o quê significa?... Cindy?! O quê... ── insistiu com a garganta completamente seca.
── Eu não sei... ── confessou, seus lábios trêmulos ao assistir a esperança lhes dando as costas.
── Onde ela tá? Cadê o corpo?! ── se perguntou, afobada.
── E-Eu, eu, eu não sei! ── Cindy entrou em pânico de fato.
Ambas olharam em volta num segundo ao sentirem uma aproximação em massa, elas estavam certas, vinham de todos os cantos, cada ser humano de bem possuído pela bruxa, como na maldita canção de ninar, as encurralado no centro.
── Por aqui... Vêm! ── tentou achar uma nova saída segurando na mão da outra, porém a verdade é que não havia uma, nenhum caminho no qual pudessem escapar. Seu cérebro localizava-se numa região em branco, o olhar arregalado por não conseguir pensar em absolutamente nada, sentindo a faísca da confiança se apagar em seu peito. Então se lembrou de sua bolsinha que caíra próxima a cova, abaixando-se, retirou num puxão a mão decepada da Fier de dentro dela, em seu último pedido implorou pela vida da ruiva, a estendendo no ar e jogando de leve próximo a suas sandálias ── O que você quer, Sarah Fier?! É isso o que você quer? Então pode ficar! Só deixa a minha irmã viver! Deixa a minha irmã viver!! ── gritou com um nó impedindo a passagem de saliva na traquéia. Virou mesmo realidade a probabilidade de que todos eles perseguiam Ziggy, Cindy finalmente confirmara aquilo. Quando iniciaram o dia jamais imaginaram que terminariam ali, mas já que os fatos não podiam ser alterados, a mais velha cogitou a única saída possível para aquele instante ── Você sangrou no osso, é você que eles querem! Se prepara pra correr... ── assentiu, olhando no fundo de seus olhos e de acordo com seu plano aquela seria a última vez que faria aquilo. O desespero que se fez presente neles, mas o que mais lhe reconfortava é que ela jamais esqueceria do brilho terno de quando os viu pela primeira vez. Além disso, como poderia? Há algum tempo atrás, na verdade, há cerca de uns dezesseis anos, estava tão feliz por poder dizer que ganhara uma irmã como tanto desejava e contar a todos que conhecia sobre a tal novidade. O tempo passara muito rápido, só se dera conta disso naquela pequena fração de segundos.
── Não, Cindy! Não! Não... Não me solta! ── suplicou, praticamente se debatendo conforme aceleravam pela escuridão do pequeno campo, ao ver a Berman mais velha tomar a pá em uma das mãos, soltando seu braço lentamente, detestou a maneira fria com a qual seu corpo se distanciou do dela.
Ela a empurrou, tirando Ziggy do caminho de Tommy que vinha afoito numa corrida incessante, a respiração saltando de suas narinas como fogo ardendo em brasa. Apertou os lábios, ignorando a imagem dócil de Slater que reapareceu em sua mente, como se seu cérebro quisesse lhe lembrar do que eles poderiam ter sido sem a tragédia de fim de noite daquele verão. Empunhando o metal no alto, o girando perfeitamente, impulsionou o objeto prateado contra o saco de batatas ainda no lugar de seu rosto que virou agressivo com a forte pancada, como se sua silhueta estivesse prestes a cair no chão, Cindy pensou que fosse o suficiente para pará-lo, mas então foi surpreendida por um contragolpe instantâneo de seu machado que arrancou sangue de seu queixo e a atordoou, caindo aos seus pés e, batendo a cabeça com força no chão.
Ziggy se apavorou em meio a sua corrida, não conseguindo parar de olhar pra trás, onde sua irmã foi atingida, seu peito se partiu em uma avalanche de medo, culpa, solidão e raiva. Ela sentiu aquilo, a pior dor que já poderia ter passado e mal pode experimenta-la da devida forma quando uma mão firme agarrou seu corpo frágil, a rodopiando no ar e lhe virando em sua direção, a surpreendendo. Sentiu uma faca atravessar seu estômago, o cheiro podre de enxofre e sua visão limitada do rosto deformado do homem sobre ela que a apertava, ela gritou, mas sua voz não saiu. A faca deslizou dentro dela, o corte prático e cruel do assassino, tombando na grama, próximo ao corpo da mais alta que, recebeu uma nova colisão do machado, abrindo seu peito, rasgando a blusa pela qual tanto zelara o verão inteiro e mais do que isso, sua própria pele. A ruiva sentiu uma sombra cobrir seus olhos embaçados, o capanga assustador da bruxa a surpreendeu com uma nova facada na lateral de sua barriga, Harry Rooker, o antigo leiteiro, que depois de morto não parecia apenas ter prazer em distribuir golpes em suas vítimas, sempre que graças a Sarah retornava a vida, mas também, em saborear o sangue que jorrava de suas vísceras, passando a língua sobre os ferimentos.
── Nada, vai nos... separar! ── a de cabelos escuros murmurou agonizando, fraca e com os membros entregues a onda sombria de morte, sentiu seu sangue que aos poucos ficava mais frio espirrar em seu rosto, o coração palpitando lento, cada vez mais perdida dentro de si, mas o que verdadeiramente lhe pesou a consciência foi assistir sua irmã ao seu lado, sendo morta diante de seus olhos, Cindy soube que havia falhado, carregando a culpa de ter sido uma péssima irmã consigo, conforme fechava os olhos.
── Nunca mais... ── prometeu Ziggy, esbaforida. Os lábios foram secando-se vagarosamente, o ar falhando entre um intervalo e o outro, tentando o puxar de seu pulmão em vão, estava queimando por dentro, mas aos poucos, tudo foi ficando escuro e seu soluçar, se calou.
Os braços estendidos sobre o campo, elas tentaram se aproximar, sentir o derradeiro vestígio de calor humano, o contato final com a vida. Porém mesmo o tempo roubou a última chance de tocarem uma a outra, foi desumano ver a morte as embalando antes que pudessem encostar seus dedos, o último adeus, como numa sinfonia triste ou na arte filosófica de Michelangelo, o alcançar foi inevitável, não puderam se despedir. Morreram olhando no fundo dos olhos uma da outra, aceitando o destino nenhum pouco fácil de se aceitar. O clarão no céu esclarecia que estava definitivamente feito, sangue derramado como vingança, todos os assassinos ao entorno sumiram ao presenciar aquilo, como poeiras da forte neblina que começaria a se formar em todo o canto com o amanhecer. Uma tempestade chuvosa se iniciou, gotículas de água se manifestaram em meio a escuridão da madrugada, caindo das nuvens densas.
O barulho também reverberou nas docas, a fina garoa cobrindo o rosto sofrido de Blair que se esforçava para se manter viva. Ruby aproximou o objeto perfurante das veias de seu pescoço, porém seus braços perderam a força quando o som de algo se partindo intercalou ao do trovão, foi o rosto da Lane possuída sendo atingido pela serra desligada, se quebrando para trás, a qual foi arremessada com toda força contra seu queixo, que fez mesmo Kurt ficar boquiaberto com sua ação, fixando seus olhos contra os da loira caída acima das tábuas.
── Caralho! Eu soquei uma mulher... ── coçou a nuca, desajeitado.
── Isso não conta se ela for uma morta-viva! ── a sunnyvale levantou-se as pressas, revirando os olhos.
── Tá legal, mas... Anda logo! E não olha pra trás! ── o garoto berrou, notando o buraco escuro em sua nuca se encaixando perfeitamente mais uma vez ao resto do corpo, aproveitando para afundar a cabeça dela ou o que sobrara da mesma, dentro do Chuck Switch, proporcionando tempo a primeira.
Watson apenas o obedeceu, Eleanor ainda esticava os braços em sua direção no colo de Sheila, a qual encontrava-se desacordada, não a segurando corretamente. Sorrindo para a pequena, ela se ajeitou no banco, concentrando-se em puxar a corda do motor, que parecia se aquecer aos poucos. Uma segunda puxada, até que sua mente viajou entre a batalha travada próxima ao seu corpo, Frankie estava desmaiada e o monstro mascarado se reconstruindo a beira da água, arrepiou sua pele de forma desagradável. Não olha pra trás!, a frase de Kurt vibrou em sua cabeça, ela sentou rapidamente sobre a tábua, tomando a direção, o barco arrancou com bastante potência, Blair fez um pequeno sinal para que Ellie permanecesse quieta onde estava, ela tinha que se concentrar na direção, a câmera ainda permanecia em seu pescoço, a observando num instante, se recordando das provas que havia encontrado. As cidades nunca mais seriam as mesmas, não depois das provas que tinha em mãos, todos enfim acreditariam na maldição de Sarah Fier e que, ela com certeza era real.
O vento soprava agressivo conforme lágrimas desciam de seu rosto, Blair ainda em pânico não conseguia reagir, não ao pensar que tivera de deixar Frankie naquele ambiente devastador para salvar Watkins, e também havia Kurt, o qual ela nunca pensou que seria corajoso aquele ponto. Soprou, juntando os lábios, tentando manter o controle da respiração, firmou os olhos no horizonte onde fazia uma curva, sumindo da vista de quem estivesse em terra firme. O rapaz sentiu sua mente embaralhar quando uma mão mais firme agarrou seu pescoço por trás, o fazendo soltar Ruby, a qual reagiu rapidamente, se reconstruindo e agarrando a navalha velha. Ele sentiu que encontrava-se em paz de alguma forma, Blair estava em segurança agora, o que de fato lhe importava.
Era possível ouvir as sirenes das viaturas acelerando pelas rodovias chegando mais perto do acampamento, diante do refeitório do mesmo, uma sombra se estendou sobre o corpo de Ziggy, os passos acelerados do garoto falharam quando a viram imóvel, era Nick Goode, irreconhecível com a luz pesada da madrugada, quem sabe fosse o sangue ou sua expressão tão intrigante, de certa forma havia medo ali, ver a pessoa mais marcante de seu verão morta em seus braços, o apavorou.
── Ziggy... Ei, ei, ei! ── encostou em seu rosto leve ── Não me deixa!... ── murmurou como se ela ainda pudesse ouvi-lo, colocando uma de suas mãos sobre a outra, juntando ambas acima do peito da ruiva, as pressionando ── Anda! Anda! Respira...
Seu esforço para reviver a campista de madeixas ruivas, sob a árvore da forca, era perceptível em sua expressão apavorada. De alguma meneira ele se importava, olhando para dentro de si sabia que não poderia viver sem ela. A respiração frenética na escuridão, se inclinou, forçando seu ar para dentro dos lábios da garota desfalecida, ele não sabia exatamente o que fazer, por mais que já houvesse recebido diversas instruções daquilo, o sentimento o estava cegando naquela hora. Contudo, os cílios de Ziggy movimentaram-se lentamente, a brisa quente evaporando de suas narinas, a cor retornando lentamente em suas bochechas, os olhos se arregalando e os ombros subindo e descendo, sua respiração voltou mais forte, num longo suspiro que chamou a atenção de Nick, um sorriso vasto junto de um alívio instantâneo se manifestaram em sua expressão. Berman encarou suas pupilas, ela se sentia estranha, já que era praticamente uma morta-viva.
Um pouco distante dali, as águas no rio se acalmaram e como um meteoro se chocando contra a terra, o corpo pesado de Kurt caiu sobre o pier. Os seres monstruosos a sua volta desapareceram, como se a maldição houvesse cesado, pelo menos no instante, seu nariz largo bateu no chão e os olhos abertos paralisados encaravam Frankie ainda gelada, acima do chão amaldiçoado de Shaydisde, sendo envolvida por sons de agitação distantes em meio ao Nightwing. Suas mãos apertaram as tábuas, empurrando seu corpo para cima, os olhos tornaram a remexer variados e o ar ainda leve lhe deu um motivo para se colocar em pé, ele não havia sido atingido, o sunnyvale estava bem apesar da noite caótica que enfrentara, mas ele ainda possuia a promessa que fizera a Blair em mente: salvar Frankie. Correu com os pés pisando em falso, o macacão ensopado praticamente se soltando de seu corpo, ele tropeçou no barro, mas seguiu, deslizando próximo a shadysider.
Sim, ele estava apavorado, por um instante o curso de adrenalina que vagava em suas veias se apagou e, o frio que começou a controlar seu sangue o fez se lembrar de todas as mortes, de cada pessoa ensanguentada que vira, ter a tal responsabilidade de salvar alguém em suas mãos o deixou nervoso, muitos seres humanos jamais estariam prontos para aquilo, ele não estava. Mesmo assim, juntou as mãos no centro de seu peito, fazendo força sobre o corpo pequeno de Frankie que balançava ao ritmo desajeitado da pressão que depositava com a força dos músculos de seus braços, havia se passado muito tempo desde o afogamento, pensando naquela possibilidade, ele se via num desespero nítido entre desistir ou proceder. Cerrando o punho, começou a socar seu peito, enquanto bradava para ela retornar, estava pensando em Watson agora, é, ele estranhamente andava pensando mais nela do que nele nos últimos tempos, Kurt sabia que a moça sofreria se ele não conseguisse trazer a Lane mais nova de volta.
O semblante pálido da morena o assustou, os braços enfraquecendo em uma mistura de cansaço e sofrimento. Era como se tivesse fracassado, mas ao curvar seus ouvidos escutou o som de uma água escorrendo, estava jorrando dos lábios da campista, as sobrancelhas se apertando. Ele levantou suas costas, fazendo com que se curvasse sobre o próprio joelho, terminando de cuspir toda a água em si, já que estava molhada de qualquer forma. Kurt mal acreditou, seus lábios se afastaram em alívio, Frankie estava viva, tossindo, procurando manter o ar estável dentro de si. Cada gota d'água pingando de seu cabelo, sua mente ainda embaralhada, a garganta ardendo e o corpo tremendo de frio, mas agora havia pulsação e vida, afinal, promessas foram cumpridas. No fim das contas, Frankie retornaria para sua mãe Mary.
── Já acabou! Acabou! ── o sunnyvale a alertou, dando leves soquinhos em seu ombro esquerdo, a incentivando. Entretanto, ela o encarou com bastante medo, movimentando a boca e parecia que, além do ar faltando sua voz também não quisesse sair ── O que aconteceu? Consegue falar comigo? Aí, caramba! ── ele desistiu da resposta, desabando sobre a lama, exausto ── Vou te levar até a ambulância. Só espera!
Frankie tornou a olhar para o lago, o reflexo assustado, engolindo em seco, se dando conta que sua mãe havia de fato desaparecido. Então supôs que era aquilo que Sarah Fier fazia com todos os já assassinados pela maldição, trazia eles de volta, da maneira mais macabra possível.
Na parte detrás da ambulância, parada numa das estradas de terra do acampamento, as luzes azul e vermelho se movimentavam refletindo no corpo vulnerável estendido sobre a maca, aquela era Ziggy, bastante assustada e atordoada, ainda com todas as manchas de sangue sobre seu corpo, pensando a respeito do que passara.
── Ei! Qual é o seu nome? ── a voz de um dos socorristas trouxe seu cérebro disperso para o local onde verdadeiramente se encontrava, era estranho, o soro em sua veia, o som alto de buzinas, a luz forte cegando seus olhos frágeis ── Olha pra mim! Qual o seu nome? ── ele repetiu.
── Ziggy...── sacudiu a cabeça e respondeu fraco.
── É Christine. É Christine Berman! ── Nick interrompeu, ao lado do homem de luvas transparentes, a ruiva então firmou sua visão, o reconhecendo, admirada ao vê-lo tão perto.
Um nova identidade, o garoto considerou. Para que a mídia e todos a deixassem em paz, para que anos depois ninguém descobrisse que Ziggy havia sobrevivido.
── Cadê a minha... Cadê a minha irmã? ── a pergunta ainda reverberava em sua mente, ela não havia visto quando ou se a mesma fora tirada do campo, teve até a leve impressão de que desmaiou do trajeto até ali.
Ziggy se perdeu no silêncio do Goode, como se ele não tivesse boas notícias ou algo realmente reconfortante a dizer, seu rosto deslizou, buscando por informação e muito provavelmente se sentia preparada a se levantar dali, mesmo nas condições em que se encontrava, só para ir atrás de Cindy. No entanto, a ruiva a viu e, apertou os dedos, entrando em negação, desistindo da ideia, olhando para o semblante sem vida da mais velha numa maca semelhante a sua há alguns metros de si. Havia mais alguém ao lado dela, os cabelos curtos e loiros junto do rosto curvado, Alice estava caída ao chão, em prantos. Um senhor de jaleco se aproximou, tocando no pano branco acima do corpo da Berman.
── Srta. Alice Hart? Nós precisamos levar sua amiga. ── aquele era Anthony Watson, o mais conhecido legista da região, nada mais e nada menos que o pai de Blair. Ele encontrava-se tão nervoso quanto os adolescentes, embora não aparentasse, temendo achar sua filha entre os cadáveres.
Sim, havia uma pilha extensa de corpos inocentes cobertos e sob a chuva que aumentava naquele início de dia.
── Vai pro inferno! ── a garota revidou, desolada, levantando o dedo do meio que logo desapareceu ao cobrir seu rosto.
Em alguma realidade distinta, Cindy ainda dançava com Tommy eternamente depois do jantar. Ela e Ziggy passavam horas no quarto conversando sobre diversos nadas e, Alice, bem... Alice a perdoava após muita relutância e as duas sempre que podiam, faziam planos para um fim de semana agitado. Mas não daquela vez, não naquela linha do tempo onde tudo se perdera, tão mesquinho, tão de repente. Como num pesadelo terrível que nunca se acorda, então aquela pessoa não está mais lá do seu lado, bom... Para Ziggy, aquilo foi pra sempre. Ela nunca mais veria Cindy de novo, se deu conta disso quando o corpo inerte dela fora coberto por um pano gelado.
── Foi ela... A Sarah Fier! ── desabafou ao príncipe de sunnyvale que a acompanhava com os olhos, sua respiração irregular ── A bruxa! A maldição... Ela é real! ── tentou convencê-lo, contando coisas que somente ela havia visto. Mas Berman logo notou que apesar de seu olhar de pena e paixão contida, o silêncio que emanou dele, acabou por lhe contar nas entrelinhas que o mesmo jamais acreditaria nela, ou apenas quisesse zelar pelo seu bom status na cidade. Ainda que houvesse confessado ser diferente de todos os outros, ele não era, a ruiva formulou em sua mente, decepcionada.
Assim que a campista foi colocada dentro da ambulância, Nick se afastou, mas ela continuou o encarando de longe, desejando que ele visse verdade em si e nas suas palavras. Quando as portas do veículo foram trancadas, o garoto ficou paralisado, encarando um ponto no vazio, a chuva inundando seus ouvidos abafados. Ela seria levada para o hospital e quanto a isso estava tranquilo, no entanto, tudo o que ocorrera e a voz de Ziggy com aquela informação ecoando em sua cabeça, o deixaram bastante inquieto lá no fundo.
── Que droga aconteceu aqui? ── a voz era grave, sentiu a aproximação de um homem, que fez com que o Goode observasse, se virando para ver. Era o mesmo policial de antes, aquele com um bigode volumoso e o cabelo repartido ao meio, como se estivesse despreocupado. O jovem sentiu no momento que, encontrava-se em suas mãos repassar o ultimato, decidir o que diria a respeito da tragédia. E além disso, ele ainda queria ser o xerife e obviamente proteger pessoas. Ter seu futuro garantido, não podia vacilar.
── O Thomas Slater... ── confessou, alternando pela resposta mais óbvia e racional ── Ele ficou louco!
O oficial apenas balançou a cabeça, como se não fosse nenhuma surpresa para ele, levando em conta o histórico dos shadysiders, aceitando aquela versão.
── Merda de shadysiders... ── Kapinski suspirou, atirando seu cigarro ao chão, enquanto lhe dava as costas.
Nick engoliu em seco, encarando o céu conforme a água ia cobrindo seu rosto, o sangue vivo em suas mãos e toda a marca deixada naquele lugar. Shadyside nunca mais seria a mesma, não diante do maior massacre que já vivenciara em toda a sua história.
₍ 001 ₎ Oie meu amores, voltei!
QUE SDDS QUE EU TAVA AH!! ♡
Depois de quase um mês, aqui
está o cap tão aguardado. Ele
deu um trabalhão, o maior que
eu escrevi com cerca de 6000
palavras, por isso peço perdão
pela demora, mas eu tava
trabalhando pra trazer algo incrível
p vcs! Já quero desejar um Feliz
Ano Novo atrasado!! E dizer que tudo
na minha historia tem um motivo e
pedir pra vcs paciência pq em breve
vai sair o 2 livro, mas antes... Ainda
temos um epílogo que vai ser soltado
em breve e alguns extras! Ent é isso...
Espero que tenham gostado do cap! ♡♡
E ah, quero deixar meu agradecimento
especial a safetysink, minha bff que me
ajudou a revisar esse capítulo e sempre
me incentiva! E a todos vcs meus leitores
amados que me acompanharam até aqui.
MIL VZS OBG!! AMO MT VCS! ♡♡♡
₍ 002 ₎ Não esqueçam de
favoritar e comentar. E, me
digam o que acharam do cap
aqui!
₍ 003 ₎ Tô ansiosa pra trazer
mais capítulos, então nos
vemos em breve. Bjnhs! ♡