CAPÍTULO OITO
quando você conta um segredo,
você morre
CORRENDO EM DIREÇÃO AOS BERROS, Blair se debruçou sobre a fileira de crianças em frente a um dos chalés, o pânico dominava seus rostos, bastava olhar para o espanto em seus olhos e em seguida para o mar de sangue que se arrastava até seus pés. Foi exatamente ali, naquela cabana, que finalmente puderam presenciar parte da crueldade prevista por ambas as Lanes hoje mais cedo. E não demoraria a piorar. Agora havia um garoto debruçado sobre a madeira e abaixo dele o líquido vermelho que saía de suas entranhas, próximo ao seu óculos quebrado.
── Aí meu Deus! Jeremy... ── a loira reconheceu, virando de costas, incapaz de encarar aquele cenário.
Watson tinha motivos de sobra para chorar e gritar agora, mas ela tentou agir o mais tranquilamente possível e ir de uma vez por todas ao encontro de Frankie, embora as lágrimas despencassem de seus olhos sem que pudessem ser contidas, foi quando sentiu uma mão segurar firme em seu braço, praticamente enlouquecendo de medo.
── Blair, espera! ── Nick a alcançou ── Vai com os outros, por favor! E vê se entra no ônibus! Faz o que eu tô te pedindo, tá legal?...
── Me solta, Nick! Como você pode ser tão egoísta? ── ela o afastou, o encarando com todo o ódio que já sentiu na vida ── Têm muitas crianças aqui ainda, sabia?
── E eu vou tentar salvá-las, ok? Mas preciso que fique com os outros!
── Não precisa me dizer o que fazer. Só me deixa em paz! ── tornou a caminhar atentamente.
── Eu sei que você tá confusa sobre nós... Mas eu ainda te amo! ── berrou, a seguindo.
── Que se dane! Se eu morrer essa noite, os seus problemas vão estar resolvidos de qualquer maneira! ── desabafou ── Só que se eu sobreviver, não se preocupe, eu vou ser o que você espera que eu seja. Sei lá, tipo, um contrato como você mesmo disse. Eu sempre fui a segunda opção pra tudo! Então por quê agora seria diferente? Isso sempre esteve tão certo, como a morte... ── respirou fundo e acelerou na direção em que todos estavam indo, o refeitório, era lá que se encontrariam e seria bom que a morena estivesse por perto.
── Blair... Blair, volta aqui! ── mas a voz do Goode ecoou sozinha na escuridão.
Ela caminhava pelas sombras, abaixada, observando tudo assustada, olhava para os rostos dos adolescentes, se perguntando: "onde será que ela foi parar afinal?". Contudo, o questionamento mal teve tempo de ressoar em sua cabeça e Frankie rapidamente apareceu, logo depois de sua sombra na árvore, cutucando seu ombro.
── Frankie?! Ah, que susto... ── se esquivou.
── Anda! Me ajuda a levar isso! ── a jovem lhe entregou sua mochila ── Conseguiu o mapa?
── É, bom, eu tive alguns problemas com ele... Mas, sim, consegui uma foto! ── sorriu, buscando reparar o quê a brincadeira de Alice havia causado, lhe mostrando a fotografia.
── Uma foto?! Eu não acredito! A minha mãe fez aquele mapa... Ele devia ser meu! ── trincou os dentes, sua expressão era a de alguém que claramente não teria medo de assassinar uma segunda pessoa.
── É, eu sei disso e eu sinto muito... Mas é o que temos. Vamos só lidar com os fatos! ── a chacoalhou ── O que tá fazendo escondida aqui?
── Escondida a plena vista, sem que ninguém suspeite... Nunca assistiu série policial? Porque eu aposto que é a sua cara gostar desse tipo de filme. ── Blair revirou os olhos ao escutar a menor dizer aquilo, ela meio que tinha razão ── O assassino é sempre alguém que tá por perto, às vezes é o melhor amigo do detetive, ou a esposa, ou sei lá, de repente é até o próprio pai. Mas ninguém nunca desconfia... Então é, eles nunca nos achariam tão perto!
── E o que você quer dizer com isso? ── a mais velha a acompanhou na caminhada.
── Ah, eu não sei se você notou, mas não vai caber todo mundo no barco, então eu espero que você não tenha contado pra um ser vivo que tivemos essa ideia! ── advertiu, cerrando os olhos.
── É claro que eu não contei! Tá maluca? ── a loira suspirou, um pouco aflita por entender que não conseguiria salvar a todos como gostaria ── Mas a gente podia esperar, só pra saber se, se alguém ficou pra trás, tipo, quem não couber no ônibus, pode...
── Pode ir se foder! Eu não ligo. ── retrucou, estalando os dedos ── Blair, acorda! A terra tá te chamando! Têm um assassino a solta, então não age como se nada tivesse acontecendo. Você não é a merda da mulher maravilha ou qualquer super heroína de bosta dos quadrinhos, por isso não tente bancar a espertinha. Só, sobrevive! Tá bom? ── ela assentiu, um tanto impressionada com seu discurso, retomando o raciocínio ── Anda, vêm! A gente tá no caminho certo, bom, pelo menos, por enquanto. Só me segue. E tenta ficar viva...
Era um pouco difícil de se orientar para a sunnyvale, as árvores pareciam tão iguais vistas assim de perto, como se quisessem confundi-la de propósito. Mas Frankie era realmente uma boa líder e orientadora, ela estava fazendo o possível para seguir as linhas através da foto que, para ser sincera, não estava em seu melhor estado.
── Olha só isso... ── Blair paralisou, lançando a luz circular da lanterna sobre um tronco ── "Ele é mau..." ── recitou a frase quase ilegível talhada ali.
── O quê? É sério? ── Lane retornou um passo atrás, verificando a escrita ── Ah, valeu! Seja quem quer que for que escreveu isso. Eu nem prestei atenção que o Thomas Slater pirou na batatinha! ── ironizou, com os olhos fixos na madeira ── Fala sério, como conseguiu ler essa merda? Tá apagada pra caralho! Parece que foi escrita há séculos... Vêm, e não fica se distraindo com essas merdas!
Abaixo do solo por onde pisavam, havia um túnel, ou melhor dizendo, diversos túneis. Caminhos entre pedras que levavam a lugares misteriosos, alguém tomou conhecimento deles. Se olhasse bem através da pouca luz do lugar, enxergaria Alice e Cindy que estavam prestes a desvendar uma nova saída, as duas não haviam morrido, como Blair cogitou ao sair correndo da floresta, pelo contrário, conseguiram escapar graças aos caminhos secretos no subsolo. Agora lutavam para se manterem vivas, encarando uma das situações mais desesperadoras de suas miseráveis vidas. A Berman deixou um sorriso escapar ainda que tímido, algo fez sentido ali, enquanto segurava o caderninho de Mary e analisava as pilastras a sua volta.
── O símbolo, ele se divide aqui, quatro vezes, que nem essa caverna. É igual! Olha, é que nem na citação ao lado... ── apontou, incentivando que a loira entendesse o que estava imaginando com aquilo ── Aqui diz que quando a bruxa cortou a mão amaldiçoada, ela talhou no solo a baixo a sua marca... A marca da bruxa!
── Pera, o quê? A bruxa que fez essa merda? ── Alice pareceu confusa.
── Os colonos disseram que foi ela! Não... Não importa. O que importa é que esse símbolo é...
── Um mapa! ── a outra completou, com os olhos cobertos de determinação.
Então algo ecoou do fundo do lugar.
── Escutou isso? ── Cindy se virou ── Tem um espaço bem aqui na frente. Todos os caminhos levam a ele! ── avisou.
Ambas avançaram receosas a fim de investigar melhor, pois era o único jeito de voltarem ao acampamento.
O vento estava violento na superfície, como um prenúncio de que não demoraria a chover. Frankie e Blair haviam prosseguido o bastante, mas não o suficiente, sequer conseguiam enxergar a serraria ou o antigo celeiro, abandonado por décadas, ele ficava bem mais próximo ao rio, o que significava que haviam andado apenas um terço do percurso, mas Lane já se sentia exausta, ela estava ferida por conta da surra covarde que levou.
── Olha, tem certeza que estamos no caminho certo? ── questionava a loira, um tanto ansiosa.
── Eu sei o que eu tô fazendo. Não sou tão idiota quanto pareço... ── Frankie comentou, percebendo que a primeira estava chateada e, não parecia ser com ela, mas ainda assim, se preocupou ── Vai, me conta! Por que cê tá tão triste?
── Não sei. Talvez, deve ser porque tem muitas pessoas sendo assassinadas pelas minhas costas e não pude trazer ninguém comigo por que não teria espaço o suficiente? ── ironizou, mas sabia que havia muito mais desgosto guardado em seu coração, por motivos que não se ligavam a esse.
── Eu não me importo com eles. Isso me torna meio psicopata? ── se preocupou.
── Você é totalmente louca, se quer saber! ── ela riu, vendo a outra se divertir com a frase.
── Me conta algo que eu não sei... ── sacudiu a cabeça.
Watson abaixou os olhos, nervosa, não queria envolver uma adolescente tão boca suja e provavelmente fofoqueira naquele assunto que nem dizia respeito a ela. Mas o que iria fazer? A cena ainda não saíra de sua mente, mesmo que não fosse a coisa mais importante no momento, era a única com quem podia compartilhar aquilo.
── Tá legal!... ── ela decidiu levar a frase ao pé da letra ── Eu vi o Nick e a Ziggy, se beijando...
── O quê?! ── a morena parou, anestesiada. Já Blair franziu a testa, a encarando com estranheza pelo tom com o qual sua voz se manifestou, como se fosse algo extremamente pessoal para a mesma.
── Eu vi o Nick e a Ziggy juntos, eles tavam se beijando!... ── repetiu.
── Se beijando? ── seus ombros amorteceram por último e um nó inexplicável se formou em sua garganta ── Tá de sacanagem!
── O quê foi? Por que cê ficou tão zangada?
── É que... Nossa, que merda! ── ela bateu os dedos contra a lateral da cabeça, detestando admitir a possibilidade que circulava por ela ── Eu e a Ziggy... Nós também nos beijamos hoje mais cedo. Foi tudo muito rápido e intenso e, eu pensei que ela tivesse gostado, juro que por um momento eu pensei. Mas tava na cara que ela só fez isso por pena...
── Se foi isso mesmo, então o Nick também só ficou comigo por obrigação. ── ela concordou, após um intenso silêncio.
── Por que nós somos tão fodidas nessa coisa de amor, hein Blair? ── Frankie desacelerou um pouco, o peso de um coração partido era muito para se carregar em uma velocidade tão alta.
── Talvez seja um bom sinal, talvez isso queira dizer que vamos sobreviver a essa noite. ── mais uma vez, Blair tentou encarar o lado positivo da coisa ── Sabe, tipo sorte no jogo e azar no amor, quer dizer, a vida é um jogo, um grande jogo!
── Que se foda! ── extravasou, sentindo sua perna falhar no passo seguinte, se desiquilibrando ── Aí, merda! Essa porra tá doendo pra caralho!
── O quê? A sua perna? Acha que tá quebrada? ── Watson se agachou, fazendo com que a jovem se apoiasse contra seu corpo, a sentando próxima a um amontoado de pequenos gravetos e folhas secas.
── Bom, eu tô conseguindo mover, então acho que não. Mas com certeza o músculo tá tensionado... ── Blair foi se levantando, para espanto da outra ── Pera! Pera aí... O que tá fazendo?
── A gente não devia "não parar?" Tipo, têm um assassino atrás da gente, foi você mesma quem disse.
── Não tá "atrás da gente". Ele tá no acampamento, não finge que não tá escutando... Tá distante o bastante agora, mas ainda dá pra ouvir os gritos!
── Pode não me lembrar, por favor? ── Watson apertou os braços.
── Me empresta a mochila? ── pediu e a outra cedeu, aproveitando para lhe entregar a câmera ── Toma aqui! Tem um pouco de água aqui dentro, se não se importar, vou beber um pouco agora...
── Tá, tudo bem, vai em frente! ── a sunnyvale sorriu, aproveitando para sentar-se de frente para a morena ── Já te disse que sou uma ótima babá? Posso te levar no colo se quiser...
── Idiota! Você não aguenta nem um graveto... ── debochou.
── Tá dizendo isso só por que não tenho muitos músculos? ── ela ergueu os bíceps, fazendo com que Frankie gargalhasse ── Eu posso te surpreender, viu?!
── Não. Eu prefiro não pagar pra ver!.. ── assentiu, bem-humorada ── Então, que tal eu te contar um segredo?
── O quê? Não! Num filme, sempre que alguém conta um segredo para outra pessoa, essa pessoa morre. Você quer que eu morra por acaso? ── cruzou os braços, enquanto juntava os lábios.
── Não. Claro que não. ── riu, coçando a perna ── Só achei que essa era a hora apropriada, pra tipo, confessarmos todas as coisas ruins que fizemos durante a vida ou algo sombrio que nos atormenta, porque talvez a gente não tenha mais chance. E vamos levar isso pro túmulo...
── Você pode começar, não consigo pensar em nada no momento. ── Blair engoliu em seco.
── Fala sério! Você é tão santinha e perfeita assim? Ah, claro, como pude me esquecer? Me perdoe, Blair imaculada! ── a reverenciou.
── Deixa de ser idiota!
── Mas cê tá mesmo pronta pra ouvir? Eu nunca contei isso pra ninguém, pode se sentir honrada se te ajudar. ── iniciou.
── Depende do que for...
── É um segredo de família. Acho que você entende bem disso. ── agitou as sobrancelhas.
── É sombrio o bastante pra me aterrorizar mais do que eu já to? ── sentiu um frio percorrer todo seu corpo.
── Pra você, não. Mas pra mim foi, na verdade, até hoje ainda é. ── ela umedeceu os lábios, como se precisasse de fôlego para seguir com as palavras, os olhos negros contra os azuis vívidos de Blair que se mantinham curiosos, havia um buraco em seu peito, aquilo seria difícil de admitir ── É que... Bom, eu, eu não sou filha da Mary!
── O quê?! Como assim? Você é adotada? Frankie, eu... ── a cabeça de Blair havia se embaralhado com aquela informação.
── Não. Eu não sou adotada! ── interrompeu rapidamente ── Na verdade... Eu sou filha da Ruby. Sim, a Ruby Lane, a mesma assassina dos jornais, aquela que devia ser a minha irmã mais velha. Pois é, essa Ruby. Só que ela é a minha mãe! ── seus olhos embaçaram por um instante, haviam muitas lágrimas escondidas há tanto tempo brigando para saírem em uma única vez, ela coçou o canto dos cílios, encarando o vazio, se lembrando de quem realmente era ── Meu nome é Francesca Lane, eu nasci em sessenta e três. Dois anos depois minha mãe matou o meu pai e se matou, um crime que todos da cidade ficaram sabendo. Eu e a minha avó achamos que ninguém precisava saber, porque a Ruby também não queria que soubessem sobre mim. As pessoas não encaravam o status de mãe solteira numa boa e até hoje ainda é assim. Além disso, ela tinha o sonho de ser cantora e era muito jovem. Ela não queria ser mãe! Mas a minha mãe, quer dizer, a Mary, me disse que ela sempre me amou muito. A Ruby me confiou a minha avó, ela sabia que não tava preparada pra isso e sabia que a Mary cuidaria de mim com muito amor. A gente teria sido uma família muito feliz, mesmo que ela nunca quisesse me assumir como filha... Só que essa maldita bruxa estragou tudo! Eu só queria uma chance, sabe? De ter conhecido ela. De ter conhecido os meus pais! ── seu olhar furioso e revoltado retornou num minuto sem qualquer aviso prévio, finalizando ── É tudo por culpa da porra dessa maldição!
── Eu sinto muito... ── era tudo o que a loira podia dizer depois daquela confissão ── Eu entendo ela, de verdade! E também entendo você...
── Eu não. Quer dizer, eu não consigo sentir nada a respeito disso até hoje. Como você encara que seus pais morreram dessa forma? Por culpa da Sarah Fier? Eu sempre estive amaldiçoada... Essa cidade é um caos, e hoje, tá acontecendo de novo! ── estalou os dedos entre si.
── Eu sei, é bizarro! Mas você não é a sua mãe... Você não tá amaldiçoada. ── segurou sua mão ── Ei, você tá sendo a minha guia turística nesse show de horrores! Não desiste ainda, tá?
── Eu não quero que ela me perca, Blair. Eu sei que foi difícil pra ela perder a Ruby, entende? ── Frankie sentiu um frio em seu peito ao pensar na Mary.
── Eu vou fazer de tudo pra te tirar viva daqui. Pode acreditar! ── confirmou, com um semblante decidido.
Ela enxugou as lágrimas, balançando lentamente o pé para ver se a dor melhorava. Um pequeno estalo como o crepitar do fogo foi ouvido, ambas analisaram o ambiente ao redor, mas não parecia ser nada. Lane estava curiosa a respeito da vida da garota mais importante de Sunnyvale, por isso decidiu perguntar.
── E o seu?
── O meu o quê? ── Blair franziu a testa, um pouco aérea.
── Qual é o seu segredo? Qual foi a coisa mais terrível que já fez? Sei lá, tipo, sujou os dentes de batom enquanto flertava com o chato do Nick Goode? ── Frankie sugeriu, fazendo com que ela começasse a rir.
── Quem dera... ── suspirou, nervosa, seus olhos se abaixaram instantaneamente, algo a atormentava ── Eu tô pensando aqui comigo, se eu morresse essa noite, todos os meus problemas estariam resolvidos...
── Do que cê tá falando, que problemas? ── Lane se assustou pela forma como ela disse aquilo, justo Watson que costumava ser tão alegre e pensar positivo.
── O Nick não me ama! Ele não vai gostar de saber que, que... ── sua voz enfraqueceu, deslizando seus dedos sobre os olhos ── Que... Eu tô grávida!
── Grávida?! Você só pode tá de brincadeira! ── os lábios da mais jovem se abriram e seus olhos saltaram, ela jamais podia imaginar aquilo, porém ainda assim, considerou tudo muito estranho ── Blair, é melhor eu te explicar uma coisinha, ciência básica, tá? Eu sei que você acabou de dizer que ficou com o Nick Goode hoje. Mas não funciona assim, essas coisas não se descobrem no mesmo dia...
── Não foi a nossa primeira vez! ── a loira fungou, se lembrando de como tudo começara, parecia perfeito e incrível, agora tava literalmente na merda.
── Pera aí! ── Lane mordeu os lábios ── Então, quer dizer que a santinha de Sunnyvale...
── É, eu fiz sexo, cacete! ── retrucou, envergonhada e nervosa ── Com o garoto que eu achei que me amava, há dois meses atrás, mas tá na cara que eu tava enganada. Depois disso, ele começou a me evitar, por sorte, me encontrei com ele nesse acampamento. Mas eu não tive coragem de contar pro Nick... Ele não vai querer essa criança, Frankie!
── Eu não sabia, Blair! Me desculpa... ── era a primeira vez que a shadysider se importava tanto com uma outra pessoa.
── Não, tudo bem! Pode me chamar de burra se quiser, porque eu sei que fui mesmo! ── se abraçou, tentando conter toda a ansiedade ── O meu pai vai me matar e o Nick, talvez ele vai dizer que o filho nem é dele! Eu tô entre a cruz e a espada, não tem saída... E como você mesmo disse, as pessoas não tratam mães solteiras de uma forma muito amigável... A minha vida já acabou!
── Olha, cê sempre diz que temos outra escolha, outra chance. E talvez tenha outra saída... ── a voz doce de Frankie invadiu seus pensamentos, lhe dando esperança ── Se você quer mesmo essa criança, então vai ter que lutar por ela! E isso inclui sobreviver a esse inferno...
── Ah, Frankie... ── seus olhos se direcionaram a sua barriga, com uma ternura inexplicável ── Eu quero sim. Eu quero muito essa criança. Eu a amo mais que tudo! Eu faria de tudo pra protegê-la desse mundo tão cruel e insensível...
── Então ela tem muita sorte por ter você! ── assegurou, contente, tinha certeza de que aquela criança teria o que já mais teve, a chance de uma mãe biológica ao seu lado. Mas o som de um curto estalo se manifestou novamente, chamando a atenção delas ── Escutou isso?
Blair se levantou primeiro, apertando os olhos entre as sombras do ambiente.
── O quê é?
── Eu não... ── mas a voz pacífica de Frankie foi interrompida pelo barulho do mato atrás de si despencando.
Estalou de novo, estava sendo sugado para dentro da terra, Watson se desesperou quando notou que Lane não conseguiria sair dali, a garota se desequilibrou, suas mãos estavam sobre aqueles galhos secos que foram caíndo, um por um, assim como seu corpo que foi puxado para dentro do buraco escuro e frio. A loira correu, tentando alcançá-la e puxar seu braço, mas foi tarde demais, quando se deu conta, apenas um grito ecoou pelos ares e a shadysider finalmente sucumbiu, não dava para ver nada. Ela se inclinou, havia uma espécie de pedras velhas em torno do buraco coberto por folhas. Tudo o que conseguiu fazer naquele instante foi gritar, desesperada:
── FRANKIEEE!
₍ 001 ₎ Oie gente, cheguei!
Eu sei que esse final ficou
bem confuso, mas prometo
que no próximo cap vai tá
tudo explicadinho. Já tivemos
algumas revelações nesse
episódio e daqui a alguns caps
essa fic provavelmente vai
tá finalizada e finalmente
poderemos partir para a outra
etapa da história. E eu confesso
que tô mega ansiosa pra começar
a escrever sobre 1666 e o final de
1994. Espero que tenham gostado
do capítulo! Vejo vocês na próxima! ♡♡
₍ 002 ₎ Não esqueçam de
favoritar e comentar. E, me
digam o que acharam do cap
aqui!
₍ 003 ₎ Tô ansiosa pra trazer
mais capítulos, então nos
vemos em breve. Bjnhs! ♡