Just a Year - (COMPLETA)

Por alexia-macedo

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Rebeca mora em São Paulo e está no último ano do ensino médio. Tudo que ela quer é apenas aproveitar esse últ... Más

Sinopse
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6 (bônus)
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25 (Especial 6 mil leituras)
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 29
Capitulo 30
Capitulo 31
Capitulo 33
Capitulo 34
Capitulo 35
Capitulo 36
Capitulo 37
Capitulo 38
Capitulo 39
Capitulo 40
Capitulo 41
Capitulo 42
Capitulo 43
Capitulo 44
Capitulo 45 (Final)
EPILOGO
Agradecimentos
Novidades para os leitores!

Capitulo 32

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Por alexia-macedo

Meu coração está disparado e posso vê-lo pulando pelo decote da blusa que a Babi me obrigou a usar. O preto as blusa ressalta minha pele branca e meus cabelos, que agora estão quase ruivos. O batom vermelho e o olho esfumado me fazem olhar para o espelho e não me reconhecer em nenhum momento. Ao mesmo tempo em que fico admirada pela transformação que a Babi conseguiu fazer em mim eu me sinto perdida por trás de tanta coisa no rosto e tão pouca roupa no corpo.

Ajusto a saia do vestido um pouco para baixo, mas não adianta muito. Não posso dizer que estou vulgar, já que eu sei que a Babi é a definição de bom gosto e zero vulgaridade, mas não posso deixar de me sentir... Estranha.

Abro a porta do banheiro e tento me manter firme em cima do salto que a Babi me emprestou. Assim que entro no quarto ela está terminando sua maquiagem. Ela está simplesmente maravilhosa com sua minissaia e blusa soltinha.

É incrível ver como alguém consegue ser tão segura e vestir roupas tão curtas sem achar que está gorda demais ou que está mostrando demais. Se duas pessoas nos verem nesse momento notará perfeitamente quanto estou nervosa só pelo tanto de vezes que já mexi no meu vestido e passei a mão pelo cabelo.

- Você está irreconhecível! – Ela me olha enquanto joga o batom e um lápis na bolsa prata.

- Eu sei. – Passo a mão pelo vestido novamente para me assegurar de que tudo está no lugar certo.

- Vamos? – Ela pergunta enquanto sai do quarto e desliga a luz me deixado no escuro e sem nenhuma alternativa a não ser respirar fundo e tentar não cair de quatro no chão.

As portas do elevador se abrem e escuto um pequeno barulho saindo pelas frestas das portas, já que por essas paredes quase barulho algum é transmitido. A Babi aperta a campainha no mesmo momento em que eu penso em dar meia volta, tirar essa roupa ridícula e aproveitar minha noite vendo Titanic e chorando.

Mas antes que eu possa fazer qualquer coisa a Cecilia abre a porta. Ela está com um vestido prata solto e com as costas nuas. Seus lábios estão vermelhos e seus cabelos bagunçados propositalmente. Ela me olha de cima a baixo e solta um suspiro de zombação que faz meu coração acelerar (ainda mais) e meu estomago embrulhar.

A sala clean e organizada que conheci se tornou uma verdadeira balada. A música alta invade meus ouvidos e eu juro que posso sentir a vibração da música em mim, como se fosse algo capaz de mudar meu humor e meu jeito de ser. E pela primeira vez na noite eu consigo me sentir bem em não ser eu mesma.

Quando olho para o lado a Babi já não está mais comigo e sim dançando. As luzes azuis e vermelhas passam por ela e pelo meu rosto, fazendo com que eu fique franzindo meus olhos. Tem mais gente do que eu imaginei que esse apartamento fosse capaz de suportar e o barulho faz com que eu fique um pouco tonta.

- Quase pensei que você não viesse. – A voz do Brian irrompe o barulho da música e todo o resto parece ficar mudo quando sua boca encosta de leve na minha orelha e seu hálito com cheiro de álcool e menta aquece meu rosto.

- Por quê? – Pergunto e solto meu lábio. Não fazia ideia de que estava apertando tanto ele.

- Isso importa? – Ele vem para minha frente e segura minha mão. – Você está aqui agora, não está? – Ele grita para que eu possa escutá-lo e meu coração dispara junto com a música.

Antes que eu perceba eu estou sendo arrastada para o local onde tem mais gente e copos. Só então percebo que a maior parte das pessoas ali já é maior de idade. Já senti vontade de perguntar diversas vezes para o Brian porque ele está tão atrasado com relação aos estudos, mas ele mesmo me respondeu em uma das tardes em que estávamos estudando.

Segundo ele, seus pais viajavam muito quando ele era pequeno e por isso acabou tendo que repetir dois anos, que foi quando seus pais resolveram se fixar em um só lugar. Há poucos anos atrás ele morava justamente em São Paulo, mas então eles se mudaram novamente para o Rio e estão aqui até hoje.

Algo ocupa minha mão e percebo que não é mais a mão do Brian, mas sim um copo com algo completamente suspeito. Como estou no meio de várias pessoas e é impossível sair do bolo, resolvo dançar com o copo na mão mesmo, mesmo sem nem saber dançar, deixo que a batida das músicas tome conta de mim como o álcool faz até que eu já não esteja mais pensando, só me movendo.

Assim como as luzes passavam antes pela Babi, agora elas passam pelo Brian e quase alguma dela se encontra nele e em mim nossos olhares se cruzam os cantos das bocas se suspendem como um sorriso, fazendo com que meu corpo inteiro entra em alerta.

Eu fecho meus olhos enquanto uma nova música começa e quando volto a abrir ele já não está mais olhando para mim, mas sim no outro canto. Braços longos passam pelo seu pescoço e o prende. As unhas vermelhas aparecem como garras em sua camisa branca. Assim que o rosto e o cabelo loiro da Cecilia aparecem eu sinto meu coração despencar no corpo e seu olhar venenoso me fere.

É incrível ver como eu fico em uma festa. Como tudo parece acelerar e de repente fica em câmera lenta. Como o barulho é ensurdecedor e no minuto seguinte tudo parece ser apenas luz e silencio.

Aperto o copo de plástico que está em minha mão e antes que ele quebre eu resolvo virar seu conteúdo na boca. O liquido desce e eu sinto queimar um pouco. Nunca em toda minha vida eu ingeri álcool. Nem mesmo vinho na ceia de natal. Nem uma gota sequer.

Viro-me e procuro a Babi que aparentemente desapareceu. Enquanto ando mais alguém coloca uma bebida na minha mão. Que eu viro sem nem pensar. Parece que desde o momento em que entrei aqui meu cérebro parou de raciocinar e eu estou sendo movida a música e emoções conturbadas.

Avisto o cabelo vermelho vinho da Babi do outro lado da enorme sala que parece ter ficado maior e menor de um minuto para o outro. No mesmo instante que dou dois passos em sua direção minha perna parece virar apenas gelatina e tudo gira um pouco.

Resolvo parar na parede e respirar fundo. Sinto que estou em algum brinquedo radical de parque de diversões e tudo gira. Quando volto a abrir os olhos às coisas parecem ter voltado ao normal e vejo cada pessoa como uma única e não duas de cada, como antes.

Um resto de bebida está no copo e quando tento dirigi-lo até minha boca para voltar a dançar alguém esbarra em mim fazendo tudo derramar no meu vestido. Olho para cima e vejo a boca da Cecilia abrir em um sorriso enquanto ela diz algo como um "desculpe" em um sorriso debochado. Ao virar as coisas sinto uma fúria crescer em mim. Algo que parece que esteve guardado durante os últimos e que finalmente explodiu.

Avanço em suas costas puxando-a pelo vestido. A única coisa que eu não esperava era que sua alça soltasse em minha mão. Seu olhar de raiva e surpresa escorre por mim, do cabelo as pontas do salto prata que calço e fazendo todo o percurso de volta.

Antes que ela avance em mim, meu instinto biológico me faz vomitar em cima dela no exato momento em que se vira.

Antes que eu perceba eu estou no chão e meus cabelos estão presos em suas garras vermelhas e metade do pessoal está em nossa volta. A música parou e meus gritos ecoam pela sala e em seguida os da Cecilia, quando passo para cima dela e prendo seu cabelo em minhas mãos. Antes que eu possa dar o tapa que esperei o ano inteiro para dar alguém me puxa de cima dela e em seguida o Brian ajuda ela a se levantar.

A Babi vem em meu encontro me arrastando para o corredor que vai para o quarto do Brian e o banheiro. Nós estramos no banheiro e só então percebo que tem algo ardendo no meu rosto. A música voltou a tocar mais alta ainda, mas a porta abafa a maior parte dela.

- Meu Deus! – A Babi exclama assim que olha para meu rosto. Viro-me para o espelho e percebo que estou um bagaço. A maquiagem está escorrida e o batom está manchando boa parte do meu rosto. Mas o que me chama mais a atenção é um filete de sangue que escorre pela minha bochecha. Passo a mão e então percebo que foi a unha da Cecilia. – Acho que você entendeu um pouco errado o conceito de "tenha atitude".

Suspiro fundo e sento em cima da tampa do vaso escondendo meu rosto entre as pernas. Minha cabeça gira e parece que vai explodir. Sinto meu estômago embrulhar, mas duvido que reste alguma coisa dentro dele ainda. 

- Que merda que eu fiz? – Digo enquanto algumas lágrimas quentes escorrem pelo meu rosto. Levanto-me e olho no espelho. Sinto meu estomago voltar a embrulhar, mas sei que dessa vez não foi por conta da bebida. – Eu estou completamente ridícula.

No fundo da Babi franze a boca. Seu olhar é de pena misturada com um "desculpe". Mas ela não tem culpa de nada.

- Essa definitivamente não sou eu. – Digo enquanto passo a mãos pelo olho puxando o cílio postiço que resta e borrando ainda mais a maquiagem. Nesse momento eu estou o verdadeiro clone d'O Coringa. Eu vou embora. Desculpa de verdade estragar sua noite e se você quiser ficar tudo bem...

Minha voz começa a ficar confusa e eu engasgo diversas vezes até que a Babi me abrace. Só então percebo que estou tremendo. Beber é como ir do céu ao inferno em poucos passos. Em um momento você está elétrica e parece que seu coração é pequeno demais para tanta euforia, e então tudo acaba e uma depressão maluca de consome por dentro, como um ácido que corrói tudo.

- Não vou te deixar nesse estado, e muito menos vou curtir a noite enquanto você está desse jeito. – Ela me solta e então me puxa para fora do banheiro.

Tudo parece normal, e ninguém me olha estranho. É como se nada tivesse acontecido. Mas o problema é que eu sei que amanhã, ao acordar, eu serei o assunto em todas as conversas do pessoal da escola. E provavelmente eu serei noticia pelo corredor assim que as aulas voltarem, daqui a duas semanas. Como manchete de primeira capa.

- Fica aqui e, por favor, tente não vomitar. Vou tentar localizar minha bolsa que está perdida em algum lugar, mas já volto. – Ela me deixa apoiada na parede e então entra novamente.

Respiro fundo e sinto minha boca com um gosto ruim e algo quer subir novamente. Sento-me no corredor e tento deixar o enjoo para lá. Tudo que eu mais quero nesse momento é esquecer que esse momento existiu. Esquecer que existe Cecilia. Brian. Esquecer que eu existo e que fui idiota suficiente por fazer uma cena patética, digna de novela barata.

Ouço a porta abrir, mas estou cansada demais para levantar minha cabeça. Até que percebo que alguém se senta do meu lado. E a Babi me ajudaria a levantar.

- O que você está fazendo aqui?- Pergunto sem levantar a cabeça. Não tenho condição física e muito menos emocional para fazer isso. Sinto minha cabeça latejar ao passo em que minhas bochechas começam a arder. 

Ei leitoras! O que acharam do capitulo? Por favor, não deixem de comentar e votar. Sei que tudo anda muito parado e o pior é que eu não sei se terei mais tempo pelos proximos meses para postar!!! Eu sei, é uma droga, e peço desculpas, mas no momento existem outros assuntos mais importantes (vulgo, vestibular e entrar na faculdade). Espero que compreendam e não abandonem a história. Estou louca para saber o que estao achando, viu? Amei escrever ese capitulo! 

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