SWEET EPIPHANY | Bucky Barnes...

By DixBarchester

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A cultura define Epifania como "revelação ou entendimento repentino", um segundo de clareza mental onde, de r... More

★☆ INTRO ☆★
★☆ MÍDIA ☆★
00 • WORLD OF HEROES
01 • STORMY EYES
02 • EPIPHANIC CERTAINTIES
03 • LITTLE BRIDGES
04 • LITTLE FLIRTING
05 • TRUST ISSUES
06 • COMFORT ZONE
07 • WAR ZONE
08 • TRUTHS THAT HURT
09 • WELCOME TO MADRIPOOR
10 • CHAOS IN MADRIPOOR
11 • BEAUTIFUL MESS
12 • KILLING ME SOFTLY
13 • GOODBYE MADRIPOOR
14 • SAVE SPACE
15 • CIRCUS OF FRENEMIES
16 • THE FLAG SMASHERS
17 • LONG NIGHT
18 • LITTLE LOVE BUBBLE
19 • THE FORGE
20 • HEALING TIME
21 • ROAD OF HAPPINESS
22 • BACK TO NEW YORK
24 • THE WORST DAY...²
25 • THE FORGE PRISONERS
26 • THE GREAT TRAP
27 • THE GREAT EPIPHANY
28 • READY FOR COMBAT
29 • BITTERSWEET ENDING
30 • SWEETEST FAMILY - Epilogue

23 • THE WORST DAY...¹

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By DixBarchester

Hello! Cheguei bem de surpresinha mesmo!

Seguinte, o capitulo estava ficando muito grande, e já que amanhã é meu niver, resolvi dividir e postar hoje como um presente pra vocês (sim, eu faço aniversário, vocês ganham presentes... desconfiem) 

Então, a primeira parte vem hoje e a outra dia 30 mesmo. Lembrando que esse não conta na regressiva pro fim da fic, porque no planejamento estava como um só, ainda faltam 5, mesmo depois desse. 

Outra coisa importante: esse capitulo contém GATILHOS EMOCIONAIS, eu diria para ansiedade, mas prefiro deixar mais geral, porque tem outros pormenores na narrativa, leiam com calma. 

Se vocês quiserem, "Chasing Cars" do Sleeping At Last está ali na mídia, indico ela depois do primeiro corte, mas não é obrigatório não. 

É isso.
Boa leitura!

— Eu vou querer um desse e um desse. — Caroline Hills apontou o balcão expositor da cafeteria.

Ela estava particularmente bonita naquele dia, uma calça escura e uma blusa verde de tecido fino. Feltz não entendia a fascinação da mulher com aquela cor, mas o fato é que sempre havia algo verde no vestuário de Caroline. E ficava incrivelmente bem nela...

— E o senhor? — O homem atrás do balcão perguntou, atraindo a atenção do agente.

— O mesmo pra mim. — Feltz respondeu.

Logo ambos os funcionários da Forja estavam sentados em uma pequena mesa no canto da cafeteria. Feltz havia pedido um expresso duplo e Caroline um suco de framboesa. Ele estava um pouco mais nervoso do que deveria, algo inapropriado e curioso para alguém que já estivera em dezenas de missões perigosas.

Sabia que não devia estar ali, sabia que aquela aproximação com a Doutora Hills era contra tudo que o trabalho exigia, porém foi natural demais para ser evitado. Encontros no elevador, conversas tolas no refeitório, olhares cruzados no fim do expediente. E naquele dia eram apenas duas pessoas que trabalhavam juntas e saíram para o lanche. Não era um encontro nem nada assim...

Além disso, Feltz poderia alegar que era tudo parte de sua missão, que era sobre se aproximar de seu alvo para averiguar se Caroline estava mesmo cumprindo os acordos de confidencialidade. Mesmo que ele já soubesse tudo que precisava sobre ela.

A Doutora era extremamente dedicada na Forja, depois seguia direto para casa, esperava o ex-marido trazer a filha deles e então ficava com a garota pelo resto da noite, havia uma pequena variação disso nos finais de semana, mas no geral ela era constante, tinha uma rotina sólida e não conversava com Brooks sobre seu trabalho.

E Feltz sabia disso porque Emma havia mandado grampear o telefone e a casa.

Ele passou a odiar aquela missão, passou a questionar tudo aquilo em sua mente bem mais do que deveria. Ainda era incerto o exato propósito da Diretora Kennedy. Mas não podia ser bom, nunca era.

— Minha filha adora esses. — Caroline comentou casualmente, mostrando o cupcake e o croissant que eles haviam pedido.

Feltz instantaneamente decidiu que podia tirar ao menos uma hora de folga daquele trabalho maldito e viver uma vida normal.

— Sério? Como ela é? — Ele perguntou interessado, logo depois de dar um gole em seu café.

— Ela é incrível. — Os olhos de Caroline brilharam de orgulho. — Ela se chama Olivia e tem oito anos. É a garota mais inteligente e adorável do universo, e... — Parou por um instante e riu de si mesma. — Eu estou sendo uma mãe babona, não é?

— Não. — Feltz sorriu enquanto negava. — Eu suponho que você esteja sendo apenas uma ótima mãe. Olivia tem sorte. — Ele provou um pedaço de croissant. — Sorte e bom gosto pelo que parece, isso é ótimo.

Caroline abriu um sorriso bonito e desviou os olhos para o próprio prato. Feltz lamentou que ela tivesse parado de falar da garota, por algum motivo gostava de ouvir mães falando bem de seus filhos ou filhas. Era o oposto completo do que Emma fazia sempre, nunca ouvira a mulher tecer um único elogio honesto nem a Cameron, que ela jurava amar tanto, e muito menos à Makayla que era a definição de "pessoa non grata" para a diretora Kennedy.

— E a sua mãe, como ela é? — Caroline perguntou de repente, ainda mantendo uma conversa casual.

Era uma pergunta boba, porém Feltz se sentiu um tanto desconfortável. Não era um detalhe de sua vida que gostava de compartilhar com os outros...

— Normal... — Disse simples, movendo os ombros em displicência e bebendo um gole de seu expresso.

Se sentiu horrível, era estranho até, afinal parte de seu trabalho era exatamente mentir para as pessoas. Desde o começo estava mentindo para Caroline de certa forma, escondendo todo o tipo de coisas dela. Então foi curioso notar que não se sentia bem fazendo tudo isso com ela.

— Na verdade, eu não conheci a minha mãe. — Ele comentou com os olhos focados em seu croissant mordido.

Não se lembrava de ter dito aquilo em voz alta para ninguém, quer dizer, claro que seus empregadores sabiam, porque afinal era o tipo de informação fácil de obter para quem tinha os meios para isso. Porém o próprio Feltz nunca havia falado sobre aquele fato com ninguém antes.

E por que estava falando para Caroline? Nem ele sabia ao certo, talvez tenha pensado que, dentre todas as mentiras que era obrigado a contar para ela, havia essa pequena verdade que ele e apenas ele poderia contar. Não parecia uma compensação justa, porém justiça nunca foi mesmo o forte de Scott Feltz.

— Oh... — Caroline soou constrangida. — Sinto muito, eu não sabia e só...

— Tudo bem. — Ele moveu a mão em displicência. — Eu fui abandonado quando era pequeno na porta de um corpo de bombeiros. — Não deixou que a lembrança o puxasse para baixo e apenas colocou um pouco de humor na voz. — Pelo menos não foi no lixo, não é?

Caroline não riu da piada. Mas Feltz sempre achou aquele fato um certo alento. A mulher que tinha lhe dado à luz pelo menos se importou em abandoná-lo em um lugar seguro. Talvez esse fosse o sinal de que ela nutria um pinguinho de amor pelo menino...

Percebeu que Caroline estava ensaiando algo para dizer, porém os dois foram interrompidos pelo celular do agente vibrando sobre a mesa.

— Com licença... — Ele pediu, puxando o aparelho para ler a mensagem.

Novidades sobre o caso J.K.
É importante.

Era de um dos técnicos de segurança e monitoramento da Forja. O "caso J.K." era apenas um acrônimo prático para James e Kayla, B.M. parecia óbvio demais e aquele tipo de código era justamente para impedir que alguém decifrasse o assunto caso alguma conversa vazasse.

Uma equipe ficava sempre responsável por monitorar o paradeiro de Makayla e Bucky. Logo depois que a jovem saiu da Fundação Brooks — para o profundo desgosto de Emma — o casal havia se hospedado em uma casa de férias via Arbnb em uma pequena cidadezinha na Pensilvânia. Era ótimo que pelo menos Makayla ainda usasse pagamentos eletrônicos e esse tipo de coisa, porque se fossem depender de Bucky Barnes, que tinha uma mania chata de pagar tudo em dinheiro, eles nunca conseguiriam rastrear o casal.

Era do interesse da Orquídea que estivessem bem longe de Nova York, mas a julgar pela mensagem esse fato havia mudado... A Lua de Mel dos pombinhos devia ter chegado ao fim.

— Problemas? — Caroline perguntou, analisando a expressão de Feltz.

— Emergência no serviço. — Ele respondeu com a verdade, porém sem entrar em detalhes. A Doutora Hills permanecia sem acesso aos outros níveis da Forja. — Eu vou precisar ir, mas aproveite sua hora de almoço.

Feltz se colocou de pé, tirando a carteira do bolso e caçando uma nota de cinquenta, que era mais que suficiente para pagar a conta.

— Não, eu pago. — Caroline pousou a mão sobre a dele antes que o dinheiro fosse deixado na mesa.

Feltz observou esse movimento, preso no contato repentino como se ambos fossem polos opostos de um imã.

— Eu deixo você pagar a próxima, Carol. — Ele declarou, sendo ousado o bastante para usar um apelido. Pensou que isso faria a mulher se sentir desconfortável e se afastar, no entanto ela sorriu satisfeita.

— Combinado então, Scott. — Ela concordou, deixando que ele colocasse a nota na mesa.

Feltz desejou poder ficar mais, porque no fundo aquela promessa parecia incerta demais, Emma tinha planos para Caroline, e isso podia significar muitas coisas desagradáveis.

O agente deixou a cafeteria, teve que repetir a si mesmo que aquilo era trabalho apenas, que ele não podia sair por aí ajudando toda mulher bonita e simpática que conhecia, ainda mais quando ela era o alvo de uma missão pela qual ele estava sendo pago....

No entanto essas afirmações falhas não eram o bastante para apagar uma verdade difícil demais de engolir. Se algo acontecesse com Caroline Hills, então uma garotinha cresceria sem sua mãe. E Feltz sabia exatamente como era isso.

Deixou o assunto de lado quando chegou na Forja, seguindo direto para a sala de monitoramento e encontrando a equipe que já o esperava de forma ansiosa.

— O que aconteceu? — Ele perguntou, vendo que alguns documentos estavam abertos nas telas.

— Makayla Devinne deu entrada em um hospital de Nova York há algumas horas. — Um dos técnicos de segurança informou.

— Então eles voltaram... — Feltz respirou fundo, sem grande empolgação. Dias atrás um combate direto com Bucky Barnes parecia uma ideia empolgante, mas naquele momento era apenas burocracia chata de trabalho. — O que ela tem que precisou de um hospital?

— Foi por isso que enviei a mensagem de urgência. — O segurança falou, apontando uma das telas. — Acho que vai querer ver uma cópia dos exames.

É claro que os nerds já haviam conseguido uma cópia do prontuário médico da garota. Hackear o sistema de segurança de um simples hospital devia ser o tipo de coisa que aqueles moleques faziam para se divertir.

Feltz focou na tela onde um exame no nome de Makayla Devinne estava perfeitamente visível. O agente não precisou de grandes conhecimentos médicos para decifrar o que estava naquelas poucas linhas. Qualquer um conseguiria.

— Uau, isso foi bem rápido. — Ele comentou enquanto meneava a cabeça.

— Não é só isso, senhor. — O rapaz apontou outra das telas.

Feltz não conseguiu decifrar o que aquele novo exame significava, porém ele vinha acompanhado de notas pessoais da doutora responsável pelo caso, então foi impossível não entender a verdade...

— Envia isso pra mim agora mesmo. — O agente ordenou de forma séria.

Precisava falar com Emma Kennedy imediatamente.

Seguiu para sua sala privativa que ficava naquele andar, sentando-se atrás da mesa e fazendo a chamada de vídeo. Como a Diretora reagiria àquelas informações?

— Está ligando muito mais cedo que o horário padrão. Problemas com Caroline Hills? — Emma atendeu no segundo toque, sendo totalmente prática e pouco amigável.

Nada fora do normal dela.

— Não, ela continua sendo uma funcionária exemplar. — Feltz respondeu, notando o quanto a voz daquela mulher tinha passado a lhe irritar.

A parte boa de estar ali em Nova York é que ficava bem longe dela.

— Isso é quase um milagre, porque o povo dela é conhecido por não gostar muito de trabalhar, amam enfiar feriado em tudo. — Emma comentou com desdém, porque é claro que com Feltz ela não se importava em bancar a boa moça.

Algo dentro do agente se revoltou, fervendo em ódio genuíno, fazendo com que ele se desse conta que estava no limite de sua paciência.

— Na verdade os brasileiros são um dos povos mais trabalhadores, tanto é que os imigrantes que vem para cá são basicamente toda a nossa mão de obra braçal. E se colocar na ponta do lápis temos dez feriados nacionais eles apenas nove. Acho que os de lá são mais famosos porque somos chatos e eles são conhecidos por serem extremamente felizes e animados, além disso tem lugares bonitos demais naquele país pra aproveitar a vida, ou seja feridos muito mais icônicos certamente. — Feltz teve a audácia de retrucar, fazendo com que os olhos raivosos de Emma pousassem na tela pela primeira vez. — Infelizmente eles tendem a confiar nos políticos errados. Mas acho que norte-americanos também, não é?

— O que você quer, Feltz? — A mulher perguntou seca e irritada.

— Sua filha deu entrada em um hospital aqui de Nova York hoje, achei que gostaria de ver o resultado de alguns exames, vou enviar agora. — Ele informou, enviando os arquivos em seguida, enquanto analisava as expressões de Emma.

Imaginou de tudo, menos que veria um sorriso ferino se formar nos lábios dela. O tipo de reação que a Diretora só exibia quando sabia que podia tirar vantagem de algo.

— Entregue esses arquivos para o Trask imediatamente, vai ser útil. — Ela ordenou decidida. — Vou pegar um avião agora mesmo, em algumas horas estou aí. Até lá monitore qualquer passo dela. Não a perca de vista.

Feltz sequer teve tempo de responder antes que a chamada de vídeo fosse encarrada. Ele puxou os documentos na tela outra vez e olhou o primeiro dos exames, teve um vislumbre do que viria pela frente... e não gostou nada disso.

— Você devia ter ficado na sua Lua de Mel perfeita, Kayla... — Ele disse para si mesmo, antes de sair para cumprir as ordens de Emma Kennedy.

★☆ • ★☆ • ★☆

Bucky Barnes atravessou a rua com o milkshake de chocolate em mãos, no bolso direito um presente escondido, afinal não era de sua intenção entregar nada antes de ser realmente aniversário de Makayla.

Depois do pequeno surto de minutos antes, ele estava mais calmo, o mais provável é que Sam estivesse alucinando e não houvesse bebê algum...

Tinha acabado de pisar do outro lado da calçada quando notou Makayla do lado de fora do hospital. Bucky foi tomado por uma percepção instantânea: ela não estava bem. Era algo na postura da jovem, na forma como ela parecia ansiosa, mesmo ali parada olhando o nada.

— Makayla? — Ele chamou e os olhos dela se moveram naquela direção de forma assustada. — Já acabou?

A jovem demorou alguns segundos para reagir, Bucky não entendia como alguém poderia parecer tão agitada e em choque ao mesmo tempo, mas era exatamente desse jeito que ele estava interpretando a reação de Makayla naquele momento.

— É... já. — Ela respondeu em uma displicência que pareceu nervosa e descontrolada. Se aproximando de Bucky para então tirar o copo de milkshake das mãos dele. — Obrigada.

Tinha algo errado. Barnes soube disso com uma certeza assustadora e inquietante, enquanto Makayla sorvia a bebida com os olhos longe.

— E...? — Ele a incentivou a falar, sentindo seu coração bater de um jeito incômodo dentro do peito.

As íris tempestuosas pousaram em Bucky por um instante, ele pôde ver um milhão de sentimentos indecifráveis nas microexpressões do rosto jovem, havia algo pesado e desesperador consumindo o brilho do olhar azul-cinzento que ele tanto amava.

Makayla abriu e fechou a boca duas vezes, como estivesse ensaiando as palavras, mas nada saiu de imediato...

— Eu estou... bem. — Ela disse finalmente, então desviou os olhos. — Podemos ir embora?

Saiu andando na frente, uma pasta de exames embaixo do braço direito e o milkshake na mão esquerda. Bucky sabia que Makayla estava mentindo.

Naqueles poucos segundos, enquanto eles alcançavam o carro e sentavam-se em seus lugares, a única conclusão lógica que Barnes encontrou foi que talvez Sam estivesse certo. Makayla estava mesmo grávida.

Tentou não se deixar tomar pelo choque ou pelo nervosismo, a reação dela era natural, certo? Era apenas uma jovem prestes a fazer vinte e um, claro que uma notícia dessas a abalaria, o próprio Bucky estava abalado afinal... Tudo que Makayla precisava era de um tempo para processar as coisas, tudo se resolveria.

Eles conversariam sobre isso quando ela estivesse pronta.

Bucky deu a partida e guiou até o petshop, pegando Pitico e pagando pelo serviço. Makayla recebeu o cãozinho com carinho, mas havia algo tão pesado e estranho nela, uma melancolia sufocante talvez... Bucky tentou se desfazer dessa percepção, podia ser apenas impressão. Vai ver ele estava projetando seus próprios sentimentos caóticos daquele momento nela.

Quer dizer, aquele silêncio sufocante era incômodo e pesado, não parecia natural entre eles, mesmo a estrada não trazia qualquer alívio. Mas era natural diante da situação, certo?

Bucky tentou se convencer disso, tentou domar as próprias emoções e reações, porém a cada segundo isso parecia lhe oprimir o peito, como um pressentimento péssimo que se instala em nossos ossos e nunca vai embora.

Por que tinha a sensação de que tudo estava desmoronando? Talvez o certo fosse acabar com isso de uma vez, trazer o assunto à tona logo, puxar rapidamente como se faz com um curativo grudado na pele.

— Princesa... — Bucky decidiu perguntar. Porém quando os olhos de Makayla encontraram os dele, tão transtornados e abalados, a coragem se esvaiu como água corrente indo embora por um ralo. — Pode me dar um pouco de milkshake?

— Claro. Claro. — A jovem entregou o copo no qual ela não tinha dado mais que dois goles.

Bucky sorveu o liquido pelo canudo, estava derretido e horrível, mas o que realmente lhe atingiu for a forma como Makayla apenas voltou os olhos para fora da janela, presa demais em seus próprios pensamentos para se importar com qualquer outra coisa além disso.

Ele respirou fundo, pedindo a si mesmo calma e paciência, enquanto seu coração parecia em pânico. E se Makayla o culpasse por aquilo? E se ela achasse que um bebê estragaria sua vida? E se isso simplesmente destruísse todo o sentimento que ela nutria por ele.

A realidade podia ser cruel e o amor nem sempre era o bastante...

Barnes apertou um pouco mais o volante entre as mãos, enquanto os dedos de Makayla se retorciam de forma nervosa sobre a calça jeans que ela usava. E se aquele fosse o fim dos dois?

— Eu não posso fazer isso... Não posso. — Ela declarou de repente quase como se estivesse sufocando. — Podemos voltar? Eu não quero viajar agora.

— Tudo bem. — Bucky assentiu, tentando não deixar o desespero tomar conta de sua voz.

A estava perdendo, era isso, não era?

Voltou direto para o apartamento de Makayla em Nova York, pensou em ir para sua própria casa, porém não imaginou que a jovem se sentiria confortável lá naquele instante. Bucky tentava manter sua mente focada apenas no momento presente, sem divagar sobre o futuro hipotético, sem tirar conclusões precipitadas sobre o silêncio claustrofóbico que estava separando os dois como um penhasco. Mas a verdade é que estava tão abalado que o mal-estar em seu peito era uma dor quase física.

E se ela o mandasse embora?

Chegaram no apartamento chique em Nova York e Makayla acenou para o porteiro, Bucky colocou o carro na garagem e os dois subiram e em silêncio, com Pitico na coleira.

Por que ela simplesmente não dizia logo de uma vez?

Makayla abriu a porta e Bucky pôde notar o quão trêmula a jovem estava. Eles entraram no apartamento, Barnes se lembrou que a última vez que havia pisado naquela sala foi quando eles brigaram e ele partiu depois de dizer coisas horríveis...

Parecia poeticamente trágico que exatamente ali fosse o lugar que marcaria o fim daquele relacionamento deles. Bucky sentiu um nó travar sua garganta. Não conseguia mais se imaginar sem Makayla, ela tinha preenchido a vida dele com tanta felicidade que nada mais parecia bom ou certo sem ela.

— Eu... — Ele tentou dizer alguma coisa, algo que consertasse tudo, mas não encontrou nenhuma palavra boa o bastante. — Eu vou cuidar do Pitico.

Makayla assentiu de forma apática e caminhou até o sofá, deixando que seu corpo caísse no assento enquanto ela colocava a pasta com os exames na mesa de centro e encarava aquilo como se fosse uma sentença de morte.

E era, Bucky pensou de forma fúnebre, era a sentença de morte para o amor deles...

Cuidou de colocar água e comida para Pitico, até o cachorro parecia um tanto melancólico, deu uma xeretada na casa, mas logo foi procurar Makayla no sofá e deitou com a cabeça no colo dela, como se soubesse que uma tragédia estava prestes a destruir toda a alegria dos últimos dias.

Barnes podia ter feito as coisas mais rápido, porém a verdade é que ele protelou tudo de propósito, como se estivesse tentando adiar o inevitável, enquanto escolhia um lugar bom o bastante para colocar as coisas de Pitico. Como se isso fosse mudar alguma coisa.

— Bucky...? — Makayla chamou de repente e ele parou onde estava. A voz dela parecia embargada, como se estivesse chorando. — Eu...

A frase ficou sem fim, Barnes caminhou naquela direção devagar enquanto a jovem se levantava do sofá e seus olhos se encontravam. Ela estava devastada...

Naquele instante de completo desespero e dúvida, Bucky pensou que talvez fosse um bom sinal que Makayla estivesse tão abalada, os olhos vermelhos e cheios de lágrimas contidas podiam indicar que ela não queria fazer aquilo, que não queria terminar com ele de verdade e que talvez ainda houvesse como resolver as coisas.

Talvez ela ainda o amasse o bastante, certo?

Makayla abriu a boca de novo, como se estivesse ensaiando as palavras que diria a seguir, mas Bucky cruzou o espaço entre eles rápido demais, segurando o rosto da jovem com ambas as mãos.

— Não faz isso... — Implorou com a voz embargada e um nó na garganta. — Não termina comigo, por favor.

Makayla franziu as sobrancelhas e moveu a cabeça de forma confusa, mas não teve tempo de dizer nada.

— Seja o que for, a gente pode consertar, eu prometo. Qualquer coisa que você quiser eu faço. Só não me manda embora. — Os olhos de Bucky estavam cheios de lágrimas e seu coração batia apertado, mas cada palavra era a mais pura verdade. Uma verdade que doía demais naquele momento. — Eu não posso viver sem você, Princesa.

Algo no que ele disse com tanta angústia e sofrimento, fez com que Makayla se movesse de forma desesperada, segurando as duas mãos de Bucky.

— Sim, você pode. — Ela assegurou com lágrimas escorrendo de seus olhos. — Eu juro por Deus que você pode. Se você realmente me ama não fala algo assim de novo nunca mais, por favor.

Bucky não sabia o que dizer, estava confuso e assustado. As palavras de Makayla tinham tanta ou mais angústia que as dele. Soava de verdade como uma despedida, mas ainda assim transbordava amor em cada sílaba.

— Você pode sim viver sem mim, meu Amor. — A jovem repetiu, pousando ambas as mãos no rosto de Barnes, parecia imperativo para ela que ele entendesse isso.

— Mas eu não quero. — Bucky respondeu de forma honesta. — Foi você, Makayla, você me mostrou que a vida vale a pena, sem você eu não quero nada desse mundo.

— Não diz isso... — Ela respondeu com a voz embargada. — Você merece viver, Bucky, merece tudo de melhor que o mundo tem pra te dar, comigo ou sem. Eu te amo demais pra te ouvir falar assim, por favor.

Barnes sentiu um alívio invadir seu peito. Se ainda havia amor, então ainda havia um jeito.

— Me desculpa se eu fiz alguma coisa de errada... eu juro que... — Ele não conseguiu terminar.

— Você nunca fez nada de errado, Bucky. Você foi perfeito, sempre, desde o primeiro dia. E você me fez a pessoa mais feliz do mundo, muito mais do que eu jamais pensei que poderia ser. — Makayla afirmou com convicção. — Você me salvou de todas as formas que uma pessoa pode salvar a outra. Você já entrou na minha vida me salvando e é só isso que você tem feito desde então. Eu nunca vou ser capaz de agradecer o bastante por isso.

Bucky respirou fundo quando os lábios femininos tocaram os seus devagar, o alívio tomando conta de seu peito, um segundo apenas, antes que Makayla se afastasse um pouco. Ele pousou os olhos nela, preso ali por uma infinidade de instantes, algumas certezas ficando turvas em sua mente. Será que estava reagindo de forma exagerada?

— Então por que eu sinto que você está se despedindo de mim? — A pergunta de Barnes fez com que a jovem se afastasse um passo, suas íris tempestuosas marejadas e um desespero palpável em cada microexpressão.

Ela colocou a mão nos lábios para conter um suspiro estrangulado pelo choro que parecia se forçar para sair de seus pulmões. Outro passo para trás, ela pegou a pasta de exames sobre a mesa e a entregou para Bucky, foi perceptível notar o quanto estava tremendo, abalada demais para que ele conseguisse se acalmar.

Bucky abriu a pasta, o primeiro papel foi algo que ele decifrou rapidamente, o "positivo" ali não deixava dúvidas...

— Você está grávida. — Ele declarou, e sua voz tinha um tanto de amargor. — Então eu estava certo, você simplesmente não quer ter uma família comigo.

Ele tentou compreender, tentou encaixar o desespero de Makayla naquilo, tentou aceitar que ela podia escolher não quer uma família, mas ainda assim... isso não se encaixava.

— Bucky... — Makayla pousou a mão sobre a dele, o choro tão estrangulado em sua garganta que mal era possível distinguir as palavras. — Olha o resto das coisas, por favor.

Ele franziu as sobrancelhas, seus olhos gélidos encontrando as tempestades cinzentas por um segundo e ele soube, com uma convicção assustadora que fez o desespero se espalhar por cada poro de seu corpo. Nada daquilo era sobre o positivo no teste de gravidez.

Ele tirou o primeiro papel da pasta, analisando os outros exames com atenção, mas eram imagens que não faziam tanto sentido para quem nunca havia estudado medicina.

— Eu não entendo o que nada disso quer dizer. — Ele declarou, e de certa forma era verdade, mas bem lá no fundo Bucky já sabia o que significava. Ele só não queria admitir para si mesmo ainda... Ele não podia.

— Eu tenho um tumor cerebral. — Makayla revelou encarando o chão, incapaz de conter as lágrimas que rolavam livres por seu rosto. — Um tumor que não estava lá seis meses atrás quando eu fiz uma bateria de exames depois que voltei do blip. Um tumor que não estava lá um mês atrás quando eu entrei no laboratório do Doutor Nagel... — Ela soluçou, a dor misturada com revolta em cada uma de suas palavras. — A médica disse que nunca viu nada assim em trinta anos de carreira, é como se o meu cérebro estivesse comendo a si mesmo. Ela não faz ideia de como eu ainda estou de pé, não com essa evolução super rápida do tumor, não com todas as áreas que ele atingiu... Ela não entende, mas entender é inútil nesse instante...

Makayla ergueu a cabeça, seus olhos focando em Bucky, enquanto ele sentia que o próprio chão desabava ao seu redor. Aquilo não podia estar acontecendo...

— Eu estou morrendo, amor. — A frase dita em voz alta soou como uma maldição. — Nas palavras da médica. "Dias, se eu tiver muita sorte mesmo".

Bucky não conseguia se mover, Makayla escondeu o rosto nas mãos tentando limpar as lágrimas, e ele simplesmente não podia mover um músculo, toda sua vida estava desabando como um castelo de areia no meio de um terremoto. Todos os seus sonhos, desejos e esperanças pareciam estar sendo arrancados dele de uma só vez, repentinamente...

Não era como lapsos de consciência no meio da tortura, gelo e sangue da Hydra. Não era descobrir que havia perdido décadas sendo explorado, controlado e usado como arma. Não era olhar no espelho e não reconhecer a si mesmo. Não era ver o melhor amigo indo para um passado feliz. Não era estar sozinho e amargurado. Era pior. Infinitamente pior.

— Isso é tão fodido. — Makayla soluçou em um misto de raiva e desespero. — Eu passei tanto tempo querendo morrer e quando eu finalmente... quando eu finalmente quero viver... — Ela não conseguiu terminar, chorava demais pra isso. Tentou se recuperar, engolindo o nó em sua garganta e limpando as lágrimas de forma brusca. — Mas acho que é minha culpa, não é? Eu ferrei com tudo tentando me livrar daquelas habilidades. — Ela riu de forma amarga. — E agora eu não tenho nem os meses necessários pra... gestar um bebê.

Foi incapaz de continuar, o choro saindo de seus pulmões em trancos violentos. Bucky chorava também, tremendo, desejando que aquilo fosse apenas mais um pesadelo do qual ele acordaria repentinamente. Não podia ser real.

A dor era física, como se seu coração estivesse sendo arrancado do peito, era paralisante, ele não conseguia processar, estava em choque. E podia entender agora toda a reação de Makayla durante o caminho, podia sentir na pele o impacto daquela notícia. Compreendeu porque o teste de gravidez acabou ficando em segundo plano.

Na verdade, naquele instante o teste positivo só deixava tudo pior e mais dolorido...

— E é, eu nunca pensei em ter um bebê... — Makayla gesticulou enquanto andava de um lado para o outro desesperadamente, cada palavra carregada de angústia, desespero, raiva e dor excruciante. — E talvez eu nem quisesse um, porque olha só pra mim, eu sou muito fodida. — Ela riu seca em meio as lágrimas. — Eu não sei se seria uma boa mãe, não sei se eu queria ser uma mãe, mas eu queria poder sentar e pensar nisso com calma, queria que minha decisão valesse de alguma coisa, porque o que eu sei é que, se existe alguém nesse universo com quem eu cogitaria ter uma família.... ter um filho... é com você Bucky Barnes, só com você. Eu nunca te mandaria embora, seja o que fosse, um bebê ou dez, nós daríamos um jeito, juntos. — Ela focou os olhos nele, seu rosto jovem coberto de lágrimas. Não era justo, merda. — Mas isso... Não podemos consertar isso...

Bucky não soube de onde conseguiu forças para se mover, cortar a pouca distância até Makayla foi como correr uma maratona de cinco dias, mas ele finalmente a tocou, suas mãos deslizando pelo rosto feminino, a segurando com cuidado e carinho.

— Hey, olha pra mim. — Pediu, tentando controlar o desespero na própria voz — Você está errada, vamos consertar isso, Princesa.

Ele tentou colocar toda a convicção que tinha nessas palavras e de alguma forma aquilo lhe ajudou a ver a coisa de forma mais ampla, mesmo que Makayla chorasse ainda mais naquele momento.

— Eu passei anos desejando morrer e parece que meu desejo finalmente foi atendido. — Ela disse aquilo de forma tão dolorida que Bucky a puxou para seus braços, a acolhendo de forma protetora. Era seu mundo todo ali naquele abraço.

— Vamos resolver, sim. — Ele repetiu com um pouco mais de certeza, enquanto sua cabeça trabalhava freneticamente em uma solução. — Não importa o que eu tenha que fazer, pra quem eu tenha que pedir ajuda, Wakanda, o cara verde super inteligente, o mago que solta faíscas pela mão, qualquer um. Vamos dar um jeito nisso.

Bucky assentiu para si mesmo enquanto abraçava Makayla ainda mais forte. Era isso, eles viviam em um mundo cheio de pessoas extraordinárias, alguém daria um jeito, ainda mais se aquela maldita doença inexplicável viesse de um efeito colateral do soro daquele cientista maldito. Shuri saberia o que fazer, ela sempre sabia.

— Apenas não desista. — Ele segurou o rosto de Makayla entre as mãos para que seus olhos se encontrassem. — Somos você e eu, entendeu?

Ela balançou a cabeça de forma afirmativa, um sorriso mínimo surgindo em seus lábios. Bucky a beijou de leve, a puxando para seu abraço outra vez.

— Você não vai pra lugar nenhum. Nós vamos ficar bem. — Ele disse em voz alta, como um mantra, para convencer tanto Makayla quanto a si mesmo. — Vai dar tudo certo.

Claro que estava apavorado, claro que suas emoções eram um caos completo naquele instante, mas Bucky sabia que tinha que permanecer firme por Makayla, parte da luta contra uma doença era não desistir. Ele seria a fortaleza dela se fosse preciso.

Foi abraçado mais forte, um choro compulsivo cortando o corpo da jovem com soluços angustiados.

— Me desculpa não ter te contado logo... — Makayla pediu com a voz descontrolada. — Eu estava muito assustada. Eu só... eu sei que é tudo minha culpa... eu... eu não queria mentir ou te deixar triste, nem te fazer pensar que...

— Shii, Shii. — Bucky acariciou as costas dela carinhosamente. — Tudo bem, Princesa, já passou. Nada disso é sua culpa. Eu entendo. Vai ficar tudo bem.

Como podia ter duvidado do amor deles? Como podia ter perdido tanto tempo fazendo conjecturas inúteis? Deixou a insegurança falar mais alto e falhou em ver que algo muito mais grave estava acontecendo. Mas não falharia desse jeito outra vez...

Deixou que Makayla ficasse em seus braços por quanto tempo ela precisasse, apenas acariciando as costas e o cabelo dela suavemente, até que todo o choro desesperado fosse embora.

É claro que o próprio Bucky também queria parar por um instante e colocar toda aquela angústia e temor para fora, seu coração estava batendo disparado sem descanso, mas ele sabia muito bem que não era hora de dar vazão para os próprios sentimentos e preocupação latente. Era o momento de cuidar de Makayla e de focar em resolver aquilo.

Quando as coisas se resolvessem Bucky abraçaria sua garota com alivio e daí sim tiraria um tempo para lidar com tudo aquilo que o destruía por dentro. Não podia paralisar de medo, porque era exatamente isso que o deixaria mais perto de perder Makayla.

E isso não podia acontecer de jeito nenhum...

Quando a jovem se acalmou um pouco Bucky a levou para o quarto e a fez se deitar, pedindo que ela descansasse, principalmente porque o choro e todas as emoções das últimas horas haviam feito com que ela tivesse uma crise de enxaqueca, coisa que Barnes já não tinha certeza se era apenas dor de cabeça mesmo, ou um indicio de que tudo estava piorando.

A verdade é que queria levar Makayla de volta para o hospital, mas ela se negou, porque lá a médica já havia deixado claro que só podiam fornecer opções paliativas. Não havia tratamento para o que ela tinha, porque ninguém sabia o que era... E já que Makayla estava "bem" — palavras dela mesma — então não havia motivo para ficar naquele lugar deprimente.

De toda a forma, fez com que ela prometesse que eles iriam para o hospital caso ela sentisse qualquer coisa de diferente, até lá Bucky focaria em encontrar ajuda de alguém inteligente o bastante para lidar com aquilo.

Makayla acabou dormindo, sua respiração indicando o quão exaustos os pulmões dela estavam de tanto chorar. Ela não merecia nada daquilo...

Bucky queria ter ficado ali, abraçado na mulher que amava como se isso fosse o bastante para parar o tempo e impedir qualquer coisa ruim de acontecer, porém ele sabia muito bem que essa ilusão era traiçoeira, por isso se colocou de pé para dar alguns telefonemas.

Antes de ir encarou o rosto de Makayla, seus olhos inchados e sua pele avermelhada pelo choro, isso partiu ainda mais o coração dele... Não era justo.

Pitico subiu na cama devagar, se ajeitando bem perto de Makayla e apoiando a cabeça na barriga dela. Ele sabia, é claro que sabia... Bucky acariciou as orelhas do cachorro, e deixou o quarto com lágrimas nos olhos.

Ele se sentou no sofá, o celular já em mãos, mas antes de procurar pelo número tirou um segundo para respirar fundo. Logo ali em sua frente os exames de Makayla sobre a mesa, imagens que ele não sabia decifrar, mas que ditavam um destino cruel... Estendeu a mão e alcançou a folha mais simples, o teste curto com uma palavra em vermelho: Positivo.

Uma lágrima pesada escorreu por seu rosto. Pela manhã Bucky era um homem cheio de incertezas, questionando se teria capacidade de ser um bom pai, porém essas perguntas pareciam tão incoerentes e fúteis naquele instante.

Bucky simplesmente soube que, se falhasse, ele perderia duas vezes...

Respirou fundo novamente, engolindo o choro e o desespero enquanto procurava o número em sua agenda, não sabia por onde começar, essa era a verdade, mas ele imaginou que não tinha tempo para desperdiçar, por isso escolheu a opção que julgou melhor. Que outro lugar no mundo seria mais evoluído e preparado para qualquer coisa do que Wakanda?

Seu único contato era Ayo, e ele sabia muito bem que não estava em bons termos com os Wakandanos depois de Zemo, ela havia alertado sobre ele ter que ficar longe do país de T'Challa por um tempo. Ou seja, de Ayo para Shuri seria um caminho longo, mas Bucky estava disposto a implorar se fosse preciso.

Pelo visto estava destinado a sempre dever a Wakanda mais do que seria capaz de pagar.

Ayo atendeu no segundo toque e é evidente que não passou para a princesa de seu país apenas porque um estrangeiro pediu com educação. Ele tentou explicar o que estava acontecendo de forma coerente, mas o simples fato de tocar no assunto fez com que sua garganta travasse.

— Eu entendo que você está preocupado com a sua namorada, mas Wakanda não é centro de reabilitação para pessoas brancas. Se ela tem um tumor vocês precisam de um médico e isso, pelo que eu saiba os Estados Unidos tem de monte, não é? — Ayo claramente não havia entendido a emergência da situação. E é claro que ela não estava errada, afinal eles não podiam acolher todo estrangeiro com problemas. Não era assim que as coisas funcionavam. —Além disso você não é alguém muito bem visto por aqui nesse momento, eu avisei, lembra?

Ela ainda tinha um tom calmo, e Bucky entendia cada argumento, mas não estava disposto a desistir não fácil.

— Eu sei Ayo... — Ele engoliu o nó em sua garganta. — Mas os hospitais daqui não tem a solução que a Makayla precisa. Eles sequer sabem decifrar o que ela tem. E se for preciso me colocar em praça pública pra que me linchem pelo Zemo eu não me importo, eu... Eu preciso de ajuda Ayo, por favor. Eu só...

Ele parou, tentando conter o choro e limpando uma lágrima teimosa, do outro lado da linha havia um sussurrar na língua materna de Wakanda e então silêncio. Estava prestes a chamar por Ayo para ver se ela ainda estava na linha, quando outra voz veio através do aparelho, mais grave, porém muito mais serena também.

— Lobo Branco...

Foi impossível não reconhecer quem era imediatamente. Só havia um homem no mundo capaz de transmitir sua realeza com duas simples palavras.

— Majestade. — Bucky cumprimentou surpreso. Jamais esperaria falar com o próprio rei T'Challa.

— Ah, já falamos sobre isso. Não precisa de tanta cerimônia, velho amigo. — O governante de Wakanda declarou em um misto de casualidade e simpatia.

— Eu... Eu... — Barnes não soube o que dizer.

Estava preparado para falar com Ayo ou com Shuri, mas T'Challa era um caso a parte, em toda sua estadia em Wakanda falou com o rei poucas vezes, ele era um homem ocupado e Bucky não gostava de impor sua presença mais que necessário. Abusar da hospitalidade daquele povo parecia extremamente errado.

Esse foi um dos motivos para que ele escolhesse se instalar longe do palácio, ajudando no campo da forma que podia, mesmo tendo um quarto de hospedes com as melhores mordomias disponíveis para ele. Não era Steve ou Natasha, não se sentia digno de caminhar por aqueles corredores confraternizando com o Rei.

Ainda assim lá estava T'Challa lhe chamando de velho amigo. Algumas pessoas tinham a realeza em todos os seus gestos mesmo.

— Ayo disse que está com problemas. — O Rei de Wakanda começou, vendo que Barnes não havia encontrado as palavras.

— Eu não queria pedir outro favor T'Challa, sei que não é de bom tom abusar tanto da boa vontade de Wakanda, mas... — Bucky foi interrompido enquanto respirava fundo para não deixar o desespero lhe abater.

— Lobo Branco... Ajudar um amigo em tempo de necessidade não é abuso. — T'Challa declarou pacificamente. — Se pudermos fazer algo por sua namorada, faremos.

Era impressionante o quanto aquele homem conseguia passar paz e força, mesmo com apenas algumas palavras, ainda que por telefone.

Bucky respirou fundo, sentindo alivio de verdade pela primeira vez naqueles últimos momentos.

— Muito obrigado, T'Challa, eu nunca vou esquecer disso. — Ele assegurou com a voz embargada.

— Não se preocupe com isso, Lobo Branco. — O Rei de Wakanda apaziguou. — Shuri vai falar com você agora.

Pela próxima meia hora então Bucky ficou em chamada com a Princesa de Wakanda, primeiro por telefone e depois por vídeo, quando ela analisou os exames como podia.

Nem a própria Shuri compreendeu de imediato como um tumor havia avançado tão rápido, era como se uma parte do cérebro de Makayla estivesse comendo a outra em uma velocidade assombrosa. A irmã de T'Challa não disse em voz alta, mas por seu olhar na tela ficou evidente que o caso era mais grave do que Bucky imaginava.

Infelizmente não havia nenhuma nave de Wakanda no continente naquele momento, mas Shuri ordenou que eles equipassem uma imediatamente, ela viria pessoalmente com alguns médicos e isso pouparia o tempo da viagem de volta, afinal Wakanda era distante e, um vôo comum levaria mais de 17 horas, portanto mesmo as aeronaves ultra rápidas e modernas não chegariam nos Estados Unidos antes da madrugada.

Bucky entendeu pelas decisões de Shuri que era uma corrida contra o tempo.

Todavia, ela logo estaria a caminho, apenas algumas horas separavam Makayla da tecnologia de Wakanda. Todo ficaria bem. Ele se apegou nessa ideia, sentindo um certo alivio ao ver a esperança logo ali.

Nunca seria capaz de agradecer Shuri e T'Challa o bastante.

— Bucky... — A voz da princesa veio tensa e Barnes a encarou na tela, angustiado por antecipação. — Um tumor é basicamente um câncer, algo que tem que ser combatido com altas dosagens de drogas medicamentosas, a famosa quimioterapia. — Shuri respirou fundo e pareceu sem-jeito. — Mesmo Wakanda talvez não esteja avançada o bastante para resolver isso de forma fácil...

Bom, de certa forma Barnes tinha noção de que não seria um simples estalar de dedos, porém a postura tensa da jovem do outro lado da tela deixava explícito que havia algo mais.

— O que isso quer dizer, Shuri? — Ele questionou, preocupado.

— É só que... dependendo da quantidade de remédios e do tratamento como um todo... — Ela parecia escolher as palavras com cuidado. — Não é aconselhável fazer tudo isso com um bebê no útero, pode ter efeitos colaterais que vão afetar a vida da criança pra sempre. — O desespero cru correu pelas veias de Barnes. Ele entendeu o que Shuri diria a seguir. — O mais seguro e correto é que... a gravidez seja interrompida.

O ex-sargento baixou a cabeça enquanto ouvia a princesa de Wakanda dizer que sentia muito. Um misto de emoções tomando conta dele. A perda era eminente e inevitável...

— Entendi. — Ele assentiu, tentando manter o controle. — Obrigado, Shuri, de verdade. Nos vemos mais tarde.

A jovem concordou e logo a chamava foi finalizada.

Bucky parou por um instante, o telefone abandonado sobre a mesa de centro, seus olhos perdidos em um ponto fictício. Tentou aceitar os fatos racionalmente, pensar de forma lógica, Shuri era a pessoa mais inteligente que ele conhecia e ela com certeza sabia o que estava falando... Porém, que merda de lógica havia naquilo?

O celular vibrou e os olhos de Barnes automaticamente pousaram na notificação acesa na tela. Era o Sam...

E aí papai?
Já está com o positivo nas mãos? 
Posso comprar o champagne?
(sem álcool pra mamãezinha é claro)

Bucky passou a mão no rosto, um nó dolorido se formando em sua garganta e uma lágrima pesada escorrendo de seus olhos. Qualquer força que ele ainda estava lutando para manter se esvaiu dele naquele momento, um choro angustiando escapando de seus pulmões.

Nada daquilo era justo...

Talvez fosse um castigo divino por todo o rastro de sangue que o Soldado Invernal havia deixado pelo caminho. Devia ter duvidado de toda aquela felicidade, devia saber que a tragédia era o único final possível.

Respirou fundo tentando se controlar, principalmente quando ouviu sons vindos do quarto indicando que Makayla havia acordado.

— Por quanto tempo eu dormi? — Ela perguntou sonolenta, enquanto entrava no cômodo em que Bucky estava e ele rapidamente limpava as lágrimas.

— Menos de uma hora. — Respondeu, analisando a jovem com preocupação em busca de qualquer indicativo de que havia algo errado. — Como se sente? E a dor de cabeça?

— Tá aqui ainda, mas logo passa. — Ela tocou a lateral da cabeça e deu de ombros de forma desanimada.

Bucky se aproximou dela, sentindo seu coração apertar, ela parecia mais frágil de alguma forma, com os olhos vermelhos, alagados de tristeza.

— É, vai passar sim. — Ele assegurou beijando a testa dela carinhosamente. — Eu já liguei para Wakanda, Shuri está vindo pessoalmente buscar a gente. Ela vai cuidar do seu caso, vai dar tudo certo.

Os olhos tempestuosos encontraram as íris de Bucky de forma imediata e surpresa.

— Quer dizer que eles acham que eu vou ficar bem? — Ela perguntou com a cautela de quem não quer ter falsas esperanças.

Bucky sabia que aquele era o momento de ser honesto sobre tudo, incluindo as possíveis complicações com a gestação. No entanto ele foi simplesmente incapaz de dizer uma só palavra que pudesse causar qualquer tipo de dor em Makayla.

— Eles são o país mais rico e evoluído do mundo, tem os melhores médicos e a cientista mais brilhante do planeta. É claro que você vai ficar bem, é só uma questão de tempo pra eles descobrirem como lidar com esse tumor. — Preferiu focar nos pontos positivos de tudo aquilo. — Acho até que na própria nave isso já vai ser resolvido.

— Então eu vou... viver? — Aquela pergunta tão angustiada e esperançosa ao mesmo tempo fez com que o coração de Barnes se partisse em um milhão de pedacinhos. Não era justo que alguém como Makayla tivesse que passar por aquele tipo de dor e incerteza.

— É claro que vai. — Ele confirmou com toda a convicção que tinha, puxando a jovem para o seu abraço e escondendo o rosto nos fios castanhos dela. — Não vai se livrar de mim tão cedo. — Sua intenção era colocar um pouco de humor na frase, para que o clima pesado se dissipasse um pouco, porém talvez sua voz embargada não tenha colaborado tanto assim.

O casal ficou abraçado ali entre a sala e a cozinha por um tempo, silenciosos, presos em seus próprios temores e preocupações.

— Espera. — Makayla ergueu a cabeça de repente, como se tivesse acabado de se dar conta de algo. — Você disse "Shuri"? Tipo A Shuri, princesa de Wakanda? — Havia uma ansiedade quase infantil na voz dela. — Eu vou conhecer uma princesa de verdade?

Bucky sorriu fraco, acariciando o rosto dela devagar. Nunca amaria ninguém como amava Makayla Devinne.

— E provavelmente o Rei, mas nem pense em se apaixonar por ele. — Tentou fazer uma piada em tom descontraído e acabou ganhando um sorriso capaz de colocar um pouco de paz em seu coração.

— Nossa um Rei... — A jovem declarou em falso deslumbramento. — Acho que a gente devia rever a coisa do relacionamento aberto.

— Nem pensar. — Barnes decretou enquanto ela ria, puxando o corpo feminino para seus braços novamente.

Ambos voltaram a ficar em silêncio, como se nenhum deles tivesse a força de vontade necessária para manter qualquer assunto casual ou sustentar o clima divertido que era sempre tão natural entre eles.

Mesmo com a esperança brilhando no fim do caminho, ainda havia um clima evidentemente angustiante pairando entre eles.

Makayla abraçou Bucky um pouco mais forte, escondendo o rosto no peitoral dele e respirando profundamente.

— Me desculpa te fazer passar por isso. — Ela pediu baixinho, a voz travando em sua garganta por um instante.

— Não é sua culpa. — Barnes assegurou, envolvendo os dedos nos fios castanhos dela como se isso fosse lhe passar algum conforto.

Makayla ergueu os olhos para encontrar os azuis gélidos.

— Eu te amo demais, nunca esquece disso, 'tá bom? — Declarou, tocando o rosto dele de forma carinhosa.

— Eu também te amo, Princesa. — Bucky respondeu, envolvendo os dedos femininos e depositando um beijo ali.

Eles se encararam por um instante, presos nas íris um do outro como quem mergulha em águas sagradas em busca de salvação.

— Todo mundo estava certo, não é? — A jovem comentou em tom triste e arrependido. — Eu nunca devia ter aberto mão daquelas habilidades. Olha só onde isso me trouxe... à beira de uma tragédia. E o pior é que te arrastei comigo.

Bucky odiou sentir a dor em cada palavra dela.

— Eu iria para qualquer lugar com você, Makayla Devinne, até para o inferno se preciso fosse. Não me arrependo de absolutamente nenhum segundo que passei ao seu lado. — Ele declarou convicto e apaixonado, segurando o rosto dela com ambas as mãos. — E você só fez o que achava certo naquele momento. Não pensa mais nisso, é passado, você vai ficar bem, é só isso que importa agora.

Makayla assentiu devagar, seus olhos enchendo de lágrimas que pareciam apenas emoção, não dor.

— Obrigada. — Ela agradeceu de repente e Bucky franziu as sobrancelhas.

— Pelo quê?

— Ah você sabe, por me amar, por cuidar de mim. — A jovem deu um sorriso suave. — Por me salvar daquela primeira vez e por tudo o mais que veio depois.

Bucky a puxou para mais perto e beijou-lhe os lábios de forma carinhosa e doce.

— Eu sempre vou estar aqui por você. Sempre. — Ele declarou ao se afastar, olhando no fundo dos olhos de Makayla para passar toda a veracidade daquelas palavras.

Ela sorriu, beijando os lábios dele outra vez, para então abraçá-lo como se aquele fosse todo o conforto que ela precisava na vida...

Bucky sentiu Makayla respirar fundo contra seu peitoral, quase como se ela estivesse reunindo toda a força dentro de si de uma vez só.

— O que acha que eu tenho que levar pra Wakanda? — Ela deu um passo para trás ao perguntar e foi possível perceber que estava se forçando para colocar um tanto de otimismo e descontração na voz.

Ela não queria estar triste. Não queria aquele peso todo. Bucky conhecia Makayla o bastante para ter certeza disso.

— Roupas leves, com certeza. — Ele afirmou, tentando o mesmo tom. — Mas eu arrumo pra você. Senta aqui.

A conduziu até o sofá, e fez com que se sentasse.

— Tudo bem... — Makayla se deu por vencida. Batendo no estofado para que Pitico se juntasse a ela. — Vou deixar você me mimar só um pouquinho.

Bucky tentou um sorriso que pareceu um pouco tenso demais, beijou a testa da jovem e logo se foi para o quarto puxando a mala que haviam trazido, afim de tirar algumas peças e substituir por outras.

Ele tentou se concentrar no que fazia, mas a verdade que não conseguia, sua mente corria por todas as preocupações, rodando em looping na conversa que tivera com Shuri. Precisava falar com Makayla sobre aquilo, seria melhor que ela não recebesse a notícia de repente.

Tinha acabado de se mover para sair do quarto quando ouviu a voz da jovem vir da sala:

— Acho que eu estou com fome... — Pelos sons ela tinha se levantado e estava caminhando para a cozinha. — A melhor parte é que a partir de agora eu tenho desculpa pra comer por dois e pra pedir qualquer gostosurinha a hora que eu quiser.

Aquele comentário tão simples e descontraído fez com que Bucky parasse onde estava. Incapaz de se mover. Se sentindo impotente e inútil. Makayla estava fazendo planos com um bebê que jamais chegaria a nascer... E ela parecia tão feliz.

E teria que ser ele a destruir essa felicidade quando contasse o que Shuri lhe falou... Barnes preferia levar cinquenta facadas no peito do que permitir que Makayla vivesse isso. Mas que escolha ele tinha?

Devia ter pensado melhor antes de dar esperanças a ela, jamais devia ter dito que Wakanda podia consertar tudo. Eles podiam consertar aquilo. Ninguém podia.

Se Shuri estava certa, e era a Shuri, então com certeza estava, então os mesmos remédios que salvariam Makayla, tornariam impossível levar aquela gravidez a diante...

Bucky falou que tudo ficaria bem. Mas isso era uma grande mentira.

— Com quem você acha que o nosso bebê vai parecer mais? — A pergunta descontraída veio junto com o som da geladeira abrindo.

Barnes apoiou na parede mais próxima, sentiu que tinha levado um soco na boca do estômago, levou a mão livre aos olhos para conter as lágrimas que lhe tomaram de uma só vez. O choro desesperado entalou em sua garganta. Não era apenas Makayla que perderia aquele futuro hipotético, Barnes também estava perdendo.

E era ainda mais difícil saber que aquela dor que dilacerava seu peito naquele instante logo também atingiria a mulher que ele amava...

— Eu espero que seja parecido ou parecida com você, meu pai dizia que eu nasci com cara de joelho... — A frase ficou sem fim, o barulho de várias coisas caindo na cozinha fez com que Barnes erguesse a cabeça no mesmo momento.

— Makayla? — Ele chamou preocupado, limpando o rosto rapidamente e seguindo naquela direção.

A única resposta foi o latir frenético de Pitico, mas nem o desespero evidente do cachorro preparou Bucky para a visão que ele teve quando colocou os pés na cozinha...

Makayla estava no chão, desacordada.

Correu até ela, o pavor tomando conta de cada célula sua. Totalmente trêmulo ele tentou encontrar um pulso e, mesmo o bater lento do coração da jovem, não deu qualquer alento a Bucky.

Teria que levar Makayla de volta para o hospital imediatamente... E só esperava que eles tivessem o necessário para cuidar dela até que a nave de Wakanda chegasse.

Era uma corrida contra o tempo de fato e, pelo visto, o relógio não estava ao lado de Bucky Barnes...



Então... e já dizia Taylor Swift "eu não sou uma garota ruim, mas eu faço coisas coisas ruins com você(s)" e com os personagens tbm... 

Alguém disse nos comentários, "bebê E tumor", queria dizer parabéns pra essa pessoa que acertou o nível da tragédia. Mas só pra constar, os sintomas não eram por causa da gravidez, isso é melhor explicado no próximo. 

Enfim... E agora hein? (lembrem que vcs não podem me matar, nem me ameaçar, nem me xingar - muito - porque basicamente daqui algumas horas já é meu niver kkkkkkkkk) 

Dia 30 eu tô de volta e a gente descobre. 

Beijos e até!

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