A Princesa de Illéa

By VittoriaBitencourt

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Katherine Schreave, filha de Amberly e Clarkson Schreave, precisa se acostumar com a ideia de que 35 garotas... More

Prólogo
Capítulo 1 - Aniversário de Maxon
Capítulo 2 - Sorteio e chegada das Selecionadas
Capítulo 3 - Ataque rebelde
Capítulo 4 - Jornal Oficial de Illéa
Capítulo 5 - Sessão de fotos
Capítulo 6 - Reunião dos primos
Capítulo 7 - Contando a verdade para Leah e Aria
Capítulo 8 - A Elite
Capítulo 9 - Chegada das famílias das Selecionadas
Capítulo 10 - Halloween
Capítulo 11 - Confissões
Capítulo 13 - Ameaças reais
Capítulo 14 - Preparações para as delegações da Alemanha e da Itália
Capítulo 15 - Saindo do armário
Capítulo 16 - Marcas
Capítulo 17 - Irmão Protetor
Capítulo 18 - Aposta
Capítulo 19 - Noivas
Capítulo 20 - A Volta de Maxon
Capítulo 21 - Novo ataque
Capítulo 22 - Perda
Capítulo 23 - Herdeiro de Illéa
Capítulo 24 - Mãe e Filha
Capítulo 25 - Anel
Capítulo 26 - Dia da Condenação
Capítulo 27 - Coragem
Capítulo 28 - Dias de meninas
Capítulo 29 - Anúncio do noivado
Capítulo 30 - Felizes para sempre
Epílogo

Capítulo 12 - Punição

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By VittoriaBitencourt

Quando acordo no outro dia, Celeste já havia saído. Ela provavelmente esperou eu adormecer para voltar para seu quarto. Me sento na cama, com um sorriso no rosto lembrando dos acontecimentos de ontem. Meus pensamentos são interrompidos, pois logo Leah e Aria entram, elas parecem bem preocupadas, então eu também fico preocupada.

- O que foi? - eu pergunto, olhando de uma para a outra.

- Kat, você precisa se arrumar e vir conosco. - Leah diz, tentando soar o mais tranquila possível.

A situação me deixa tão nervosa que eu esqueço que não estou usando roupa nenhuma por conta de ontem à noite. Mas todas estão tãoo preocupadas com a situação, por mais que eu não saiba o que é, que ninguém comenta nada sobre minha nudez.

Minhas criadas pedem para que eu me vista de preto. É aí que meu nervosismo só aumenta. Alguém morreu? O que aconteceu?

Me visto o mais rápido possível e acompanho as duas até lá embaixo. Chegamos no foyer do palácio, e então me conduzem até a parte de fora. Estranho, não têm quase eventos na área externa. Me junto com meus pais e meu irmão, todos também usam preto. Maxon está com o rosto muito sério, nunca vi ele assim antes.

Não dá tempo de perguntar o que está acontecendo, somos conduzidos para onde uma multidão está, um palanque foi posto no meio das pessoas. Logo depois de nós, as Selecionadas chegam. Há apenas cinco. America, Natalie, Celeste, Elise, e Kriss. Onde está Marlee? Será que ela foi mandada para casa depois de ontem? Eu sei que depois da festa alguma delas sairia, mas nunca pensei que fosse Marlee, afinal ela é a favorita do público.

Eu percebo imediatamente quando a reação da multidão muda, antes estavam todos ovacionando tanto nós da família real, como as meninas da Elite, e então começam as vaias.

Quando vou procurar o motivo de toda essa comoção, encontro. Guardas puxam um dos soldados por correntes até o palanque. Suas roupas estão imundas, e seus lábios sangram. Atrás dele está Marlee, ainda usando a fantasia de anjo da festa de Halloween, mas agora está sem as asas, sua roupa está igualmente suja. O soldado e Marlee sobem no palanque, e então um homem de máscara começa a falar.

- Marlee Tames, - o homem anuncia. - uma das selecionadas, filha de Illéa, foi encontrada na noite passada em um momento de intimidade com este homem, Carter Woodwork, membro de confiança da Guarda Real.

Eu estou sem palavras. Meu coração para. Isso tudo porque uma das selecionadas teve relações com alguém além de Maxon... Então isso poderá acontecer com Celeste também? Bom, se antes eu já não estava tão confiante em contar a verdade para meu irmão agora é que eu realmente não estou.

- A senhorita Tames quebrou seu voto de lealdade ao nosso príncipe Maxon! E o senhor Woodwork roubou algo que pertencia à família real através de suas relações com a senhorita Tames! Temos aqui um crime de traição à família real!

Celeste está olhando para mim. Nossos olhares se encontram. Ambas chocadas e sem saber o que fazer diante disso tudo.

O soldado Woodwork é amarrado à uma armação por outro homem mascarado. Suas pernas e braços são esticados ao máximo. Marlee é forçada a se ajoelhar diante de um grande bloco de madeira posto ali. Amarram suas mãos, deixando as palmas para cima. Ela não para de chorar.

- É um crime para pena de morte! Mas, em sua misericórdia, o príncipe Maxon poupará a vida destes dois traidores. Vida longa ao príncipe Maxon!

A multidão repete "Vida longa ao príncipe Maxon!". Nós que estamos na primeira fila, família real e selecionadas, podemos ouvir tudo o que os dois dizem.

- Eu te amo, Marlee. - o soldado grita para ela. - Vamos ficar bem, eu prometo.

Ela está em choque, mas mesmo assim faz que sim com a cabeça.

- Marlee Tames e Carter Woodwork, vocês dois estão destituídos de suas castas. São os mais inferiores dos inferiores. São Oito!

A multidão comemora.

- E para infligir em ambos a vergonha e a dor que trouxeram à Sua Majestade, vocês serão açoitados com quinze golpes. Que suas cicatrizes lhes recordem dos seus muitos pecados!

Tudo isso não parece real. Parece que estamos na Idade Média, que tipo de nação usa como punição açoitamento?

Os dois homens mascarados tiram longas varas de um balde d'água. Eles agitam algumas vezes como aquecimento, e a multidão comemora antecipadamente.

- Não! - ouço alguém gritar. - Não!

Olho para tentar identificar quem é, é America.

- Maxon, Maxon, faça isso parar! - ela grita desesperada.

- Você precisa se sentar, senhorita. - o guarda perto dela diz.

- Maxon, eu imploro! Por favor!

- A senhorita está se arriscando.

- Saia de perto de mim!

Alguém consegue acalmá-la.

- Um! - um dos homens grita, e então a vara cai sobre as mãos de Marlee.

Ela geme alto de dor, enquanto o soldado Woodwork não faz nenhum barulho.

- Maxon! Maxon! - America grita novamente. - Faça isso parar! Faça isso parar, por favor!

Meu irmão fecha os olhos e engole em seco, obviamente ele ouviu os gritos dela, mas eu sei que ele não pode fazer nada naquele momento.

- Dois!

Eu estou angustiada em ouvir o choro de Marlee. Ela não merece passar por isso. Ninguém merece passar por isso.

- Três!

- Me solta! - America grita para o guarda. - MAXON!

- Cinco!

- Seis!

Ouço a voz de um homem gritando com o guarda que segura America. - Tire as mãos da minha filha!

America chuta o guarda, pula a grade e vai correndo até as escadas que dão para o palanque.

- Marlee! Marlee!

Ela é parada pelos guardas. America é arrastada dali até dentro do palácio. Tenho que ficar ali até a punição dos dois terminar. Assim que um dos homens mascarados conta o último número, quinze, eu saio dali e corro até o palácio, indo em direção ao meu quarto.

Sento em minha cama e cubro meu rosto com as minhas mãos. Eu tremo de nervosismo e ansiedade. O que aconteceu com os dois poderá acontecer comigo e com Celeste. Será que Maxon deixaria algo assim acontecer com sua própria irmã?

Não dá para pensar muito mais depois disso, pois a porta do meu quarto logo se abre novamente, e ninguém mais ninguém menos do que meu irmão entra. Ótimo, a pessoa de quem eu mais preciso nesse momento.

Sinto a cama afundar um pouco ao meu lado quando ele se senta. Não fala nada durante alguns segundos, acho que está pensando no que falar antes de qualquer coisa.

- Você sabe que não havia nada que eu pudesse fazer para evitar isso. - ele diz. - O máximo que pude fazer foi evitar a pena de morte.

Tiro as mãos do rosto e fico olhando para a parede na minha frente. Faço que sim com a cabeça. Eu sei que Maxon não faria isso tudo se a situação pudesse ser evitada.

- Os dois foram pegos por câmeras de segurança. De alguma forma as imagens foram vazadas. Não havia nada que eu pudesse fazer, tinha que aplicar alguma punição.

Balanço a cabeça novamente. Se Maxon não tivesse feito nada as coisas podiam complicar para ele.

- Já que estamos aqui, sozinhos, longe das outras pessoas, você tinha algo para falar comigo, não tinha? - Maxon vira o rosto para me olhar, eu ainda encaro a parede.

Eu respiro fundo e no segundo que faço isso, involuntariamente lágrimas começam a cair dos meus olhos. Isso o deixa preocupado.

- O que quer que você queira conversar comigo, sabe que eu nunca vou lhe odiar, tudo bem? - ele entrelaça minhas mãos com as dele, tentando me confortar. - Somos irmãos, não importa o que seja, não vou julgar.

- Maxon, depois do que aconteceu hoje, não tenho tanta certeza disso. - eu digo, fechando meus olhos e deixando as lágrimas caírem.

Ele pensa novamente no que vai falar. - Mamãe já sabe sobre o que quer que você vai me dizer, não sabe? Quando conversamos, pelo menos, ela parecia saber de alguma coisa que não sei.

Eu faço que sim.

- Se ela sabe e não lhe julgou, você não pode também confiar em mim? - ele pergunta, quase que implorando.

Respiro fundo novamente. - É algo que me dei conta muito recentemente. Algo que só fui refletir sobre depois de uma conversa com mamãe. Eu não tenho controle sobre isso, quero deixar isso claro, para você me entender.

Ele balança a cabeça. Maxon parece tentar adivinhar sobre o que eu estou falando. Ele continua em silêncio, só esperando eu voltar a falar.

- Sabe todas aquelas histórias de romance que você lia quando éramos menores? Que você sempre ria de mim por eu não gostar, por achar tudo tão clichê?

Meu irmão dá uma risadinha lembrando dessas memórias, me olha nos olhos, murmurando "sim", ainda confuso sobre o que eu estou tentando dizer.

- Eu percebi recentemente que o motivo de eu gostar não era por ser clichê, ou por eu simplesmente não gostar de romances. - eu dou uma pausa e suspiro, organizando meus pensamentos. - E sim porque eu nunca lia algum que representasse meus sentimentos, que me representasse.

Nesse momento eu encontro seu olhar.

- O que você quer dizer com isso, Kat? - ele pergunta.

Não sei se ele pergunta mais para confirmar sua teoria que recém formou, ou porque ele realmente não está entendendo nada do que eu estou falando.

- O que eu quero dizer é que eu só percebi agora que todas aquelas histórias que eu deveria relacionar comigo, que eu deveria me identificar, em que a princesa encontra um príncipe e os dois vivem felizes para sempre, eu na verdade nunca quis isso, pelo menos não com um príncipe.

Baixo os olhos para nossas mãos entrelaçadas. Não quero olhar meus irmão nos olhos nesse momento. Espero a ficha dele cair. Sinto sua respiração mudar ao meu lado, tentando assimilar tudo que eu disse.

- Kat... - ele fala, parece meio incerto. - Então você está me dizendo que você é... gay?

Suspiro antes de respondê-lo. - Lésbica, Maxon. Não há nada de errado em dizer lésbica. Mas, respondendo sua pergunta, sim, sou lésbica.

Paro de segurar sua mão, com medo do que ele esteja pensando. Ele não fala mais nada. Nós dois ficamos num silêncio quase que desconfortável.

- Por favor, fala alguma coisa. - eu digo, já começando a chorar novamente.

Ele respira fundo antes de falar. - Eu te amo, Kitty, não importa o que você seja, não importa de quem você goste. E quero que saiba disso, está bem?

Eu soluço, não consigo segurar o choro. Isso é tudo o que eu quero ouvir dele. Dou o abraço mais forte que posso, e ele me abraça de volta, deixando que eu continue chorando com a cabeça encostada em seu ombro. Ele passo a mão pelo meu cabelo, tentando me confortar.

Ao nos afastarmos, ele enxuga as lágrimas do meu rosto e o segura, olhando nos meus olhos.

- Sabe, agora as coisas fazem mais sentido. - ele diz. - Porque você nunca pareceu interessada em nenhum garoto, nem mesmo os que você tentou se relacionar.

Nós dois sorrimos um para o outro. Mas então eu lembro da outra parte da conversa, a parte em que eu preciso contar que eu estou me relacionando com Celeste.

Meu rosto se fecha. - Tem mais uma coisa que preciso contar.

Ele continua olhando nos meus olhos, mas eu olho para baixo.

- Por favor, me prometa que não vai fazer nada após eu dizer o que tenho para lhe dizer. - eu digo, olhando nos seus olhos por um momento, esperando sua resposta.

- Prometo. Faria de tudo por você, irmãzinha.

Volto a olhar para baixo.

- Eu e Celeste estamos juntas. - eu digo, de uma vez.

Parece que ele tranca a respiração.

- Maxon, você prometeu. - eu o lembro.

Ele pensa por um momento. - Não esperava por essa. - ele diz, sincero.

- Você entende porque eu não quis contar isso, não entende? Depois do que aconteceu com Marlee e o soldado Woodwork, não posso deixar que algo assim aconteça comigo ou com Celeste. - eu o olho nos olhos agora.

Seu rosto está sério. - Eu... Entendo. - ele diz, e segura minhas mãos novamente, parece certo de alguma coisa. - Vocês duas estão realmente juntas? Quero dizer, como um casal?

Eu faço que sim com a cabeça. - Estamos.

- E vocês duas se amam?

Sem hesitar, balanço a cabeça de novo. - Muito.

Ele suspira. - Tudo bem. Vou fazer de tudo para que nada aconteça com vocês, está bem?

Eu o abraço, grata por ele me entender, me aceitar, e querer me proteger.

- Só preciso pensar no que vou fazer agora.

Nos desvencilhamos do abraço. - Você já fez sua escolha, não fez, Max?

- É tão óbvio assim? - ele pergunta, corando um pouco por ter sido descoberto.

- Para os outros até pode não ser, mas para mim sim. Você sabe que puxei ser observadora da nossa mãe, não sabe? Eu vejo como você olha para ela.

Ele dá um sorriso, parece que lembrando de alguma memória. - O que você acha?

Eu viro um pouco a cabeça, confusa com o que ele quer dizer com isso.

- Quero dizer, o que você acha dela, da America?

Eu sorrio para ele. - Eu gostei dela desde a aposta de vocês. Ela é uma menina diferente, ela parece ser inteligente, sensata, corajosa, consigo ver porque você gosta tanto dela.

Ele parece orgulhoso, e também feliz por saber que eu aprovo sua escolha. Desde pequenos, a opinião um do outro sempre importou muito para nós.

- Mas isso não importa, o que eu penso sobre sua escolha não importa, nem mesmo a opinião do nosso pai nem da nossa mãe. A única coisa que importa é que seja alguém que você goste, que você ame, se você aprova essa escolha, então eu também aprovo.

- Obrigada, Kitty. - ele diz, sorrindo.

Ficamos um tempo em um silêncio confortável, pensando sobre o que acabamos de falar.

- Vou deixar Celeste aqui até o final. Depois que toda essa história passar vocês podem ficar juntas, podem anunciar a relação de vocês para o público, se é isso que você deseja. - ele diz, dando um tapinha em meu joelho.

- Muito obrigada, Max. Sim, não tem nada no mundo que eu deseje mais do que isso.

A conversa foi muito melhor do que eu esperava. Não tenho nenhuma preocupação agora, desde que nós duas mantenhamos nosso segredo no quarto, sem demonstrar nenhum afeto em público, tudo ficará bem. Mais tarde, depois que a Seleção passar, eu posso começar a me preocupar com meu pai, que com certeza desaprovará a nossa relação, mas isso não é uma preocupação para agora. 

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