My Girl- JJ Maybank (Outer B...

By heyemori

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CANCELADA TEMPORARIAMENTE 1 & 2 temporada (completas ✅) 3 temporada (Andamento) "🏖 Os Outer Banks, o paraís... More

Characters and Notices
Cap um
Cap dois
Cap três
Cap quatro
cap cinco
cap seis
Cap sete
cap oito
Cap nove
cap dez
cap onze
Cap doze
cap treze
cap quatorze
cap quinze
Cap um. Seg Temp
Cap dois, Seg Temp
cap três, Seg Temp
Cap quatro, Seg Temp
Cap cinco, Seg Temp
cap seis, Seg Temp
cap sete, Seg temp
cap oito,Seg Temp
cap nove, Seg Temp
cap onze, Seg Temp
Cap doze, Seg Temp
Cap treze, Seg Temp
Cap catorze, Seg Temp
Cap quinze, Seg Temp
Cap dezesseis, Seg Temp
Cap zero, Terceira temp

cap dez, Seg Temp

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By heyemori

Topper estacionou o carro de frente para a sua cabana e nós descemos, assim que ele desligou o automóvel. Eu os acompanhei em passos calmos e então nós entramos quando ele destrancou a porta principal. Eu dei uma olhada em volta agradecendo por aqui estar mais quente do que lá fora e eu e Sarah apenas nos entreolhamos, antes de eu desviar o olhar indo para outro canto.

-Podem ficar aqui essa noite, estarão seguras. -Topper disse. -Nesse armário tem algumas cobertas e tem comida na geladeira também, se quiserem. -Sarah assentiu com a cabeça e eu me aproximei da janela, olhando a vista enquanto ela se sentava no sofá cama, acomodando-se. -Tem certeza que vocês duas estão bem? Vocês estão muito caladas...

-Estamos bem. -Sarah respondeu e eu cruzei meus braços, continuando a encarar a vista enquanto eu pensava no que aconteceu, ainda processando que o pai da minha melhor amiga havia tentado me matar, como o meu pai veio me avisando.

-Certo. -Topper falou. -Vou deixar vocês um pouco sozinhas então, volto mais tarde para ver se precisam de algo. -Sarah agradeceu o garoto que assentiu e saiu da cabana no mesmo instante que eu enxuguei as lágrimas que escorreram pelo meu rosto. A porta bateu e quando eu ouvi o som do carro se afastando, eu dei uma olhada em volta, indo até a primeira estante que encontrei e comecei a revira-la.

-O que aconteceu, Lya? -Sarah me perguntou e eu a ignorei, continuando a procurar por alguma coisa que eu ainda não sabia o que era. -Lya, o seu pescoço está... Com marcas de dedos, o que houve? -eu puxei a gaveta e assim que encontrei uma caixa com cigarros embolados, eu a peguei assim como o isqueiro ao lado.

-Parece que o Topper não é tão certinho. -eu resmunguei acendendo um deles e me escorei na mesinha com um abajur. -O que estava fazendo com ele? Não estava com a Wheezie? -ela limpou as lágrimas que escorreram pelo seu rosto e eu respirei fundo começando a fumar o cigarro de maconha, querendo que ele me fizesse dormir pesadamente assim que eu escorasse a minha cabeça em algo.

-Lya, o que houve? -Sarah me perguntou mais uma vez e eu a encarei.

-O que houve?! -eu perguntei de volta a ela. -Bom, o que houve é algo sério e fodido aconteceu e eu estou esperando amanhecer para ir até a delegacia denunciar o seu pai por tentativa de homícidio. -eu contei andando pela cabana e seus olhos se arregalaram com o que ela ouviu. -O psicopata do velho do seu pai apareceu na casa do John B quando os outros saíram e tentou me matar afogada na banheira. Foi isso que aconteceu, Sarah! -eu disse. -Ele estava completamente fora de si, assim como todo o resto deles e eu achei que eu iria morrer! -eu soprei a fumaça sem paciência alguma e respirei fundo, aos nervos com essa história. -Vou matar esse desgraçado, estou falando sério! Deixe ele vir que a próxima navalha que eu enfiar nele, será na garganta.

-LYANNA! Ele ainda é o meu pai... -ela disse e eu a encarei.

-Mas, ele é um doido da pedra. É pessoa mais desnaturada que eu já vi... Quem tenta matar adolescentes, por um acaso? -eu perguntei a ela.

-Bom, comigo não foi diferente. -ela se explicou. -Rafe tentou me afogar em um tanque. Só não me matou porque o Topper apareceu e me salvou... Por isso eu estava com ele. -eu a encarei incrédula, sem acreditar.

-Chega dessa história de que ele é doente... Ele precisa ir para a cadeia. Ele só não tentou te matar uma, mas duas vezes Sarah! Duas vezes! -eu disse em um tom alto. -Eu vou até a delegacia amanhã e espero que você vá comigo, caso contrário, vou chutar o seu traseiro e nunca mais vamos nos falar, colega. -eu me joguei na poltrona ao canto e ela se calou, começando a chorar enquanto abraçava uma almofada. Eu soltei um suspiro revirando meus olhos ao perceber o que saiu da minha boca e respirei fundo. -Desculpa, estou puta, minhas palavras estão saindo involuntariamente.

-Eu não estou chorando por causa disso! -Sarah disse em um tom alto ao me olhar. -Eu estou chorando porque essa é a minha família! Por mais que eu sinta ódio e raiva de tudo o que eles estão fazendo, eu cresci perto deles! O meu pai sempre foi o mais amoroso e eu e o Rafe brincávamos juntos todos os dias depois da escola e fazíamos festa do pijama! Eles podem ter sido sempre as pessoas ruins para vocês, mas eles já foram bons para mim! E isso é confuso para caralho! Ao mesmo tempo que eu quero ir denuncía-los, eu sinto que eu não posso fazer isso, porque a Wheezie é a mais inocente de todos! E se meu pai for preso, a Rose e o Rafe, o que restará dela?! Para onde ela irá?! E o que ela vai pensar de mim por ter os tirado dela?! -ela me perguntou chorando e minhas vistas embaçaram, o que me fez pegar outro cigarro para acender. Eu estava odiando essa merda e minha cabeça estava fudida.

-Eu não contei isso para ninguém, mas o meu pai me procurou no dia em que o John B foi preso. -eu contei encarando a chama alaranjada do isqueiro aceso e ela me olhou. -Ele achava que o seu pai podia tentar algo contra mim e veio me alertar disso. E acha que ele pode tentar fazer algo contra ele também. -as lágrimas escorreram pelo o meu rosto e eu respirei fundo, as enxugando no mesmo instante. -Eu queria estar com o meu celular agora para ligar para ele e ver se está tudo bem. Se ele está em casa e se ele está bem, mas eu esqueci aquela droga na hora de fugir do seu pai. Por favor, Sarah, não vamos esperar tempo o suficiente para que o meu pai seja a próxima vítima disso. Porque quer saber? Ele me internou em uma clínica psiquiátrica por achar que eu estava precisando de ajuda, e agiu como um idiota por conta de ameaças, mas ele também me criou. Nós tivemos muitos momentos bons juntos e eu o amo. E eu não quero que ele morra... Não assim e não por causa disso. -ela fungou assentindo enquanto enxugava os seus olhos e eu me levantei, indo para a varanda. Eu me sentei na cadeira encarando o céu estrelado e encostei minha cabeça na parede, enquanto pela janela, eu via que ela havia se deitado na cama para dormir. Eu respirei fundo sentindo um nó na minha garganta e soltei um suspiro, antes de fechar os meus olhos, torcendo e pedindo para que meu pai estivesse mesmo bem, uma hora dessas.

Cerca de uma hora depois que eu entrei novamente na cabana, eu olhei Sarah dormindo no sofá e fechei a porta a trancando com a chave na maçaneta. Eu caminhei em direção a poltrona a curvando um pouco para trás e peguei uma coberta, antes de me deitar para dormir um pouco também. Eu me ajeitei fechando os meus olhos e soltei um suspiro, me entregando ao sono que não demorou muito para aparecer.

Quando o meu corpo se relaxou assim como a minha mente, eu me mexi na poltrona sentindo a minha consciência voltar aos poucos enquanto eu ouvia passos rápidos caminhando pela cabana. Eu franzi o cenho abrindo meus olhos e me assustei ao ver Ward ao meu lado segurando um travesseiro. Ele o forçou contra o meu rosto começando a me sufocar e eu comecei a me debater ficando sem ar enquanto de algum modo eu tentava sair de lá.

Eu tossi dando um pulo na poltrona quando o meu corpo despertou, e eu me sentei assustada, olhando em volta e vendo que a cabana estava vazia. O meu coração batia aceleradamente com o pesadelo que eu tive e eu senti o meu corpo tremer, de puro pânico por eu ter achado mesmo que aquilo estava acontecendo. Coloquei a mão na minha cabeça, um pouco preocupada, e olhei Sarah dormindo tranquilamente enquanto o céu começava a clarear, mostrando que finalmente estava amanhecendo e era o início de um novo dia.

**

Topper dirigia sua lancha nos levando de volta para a casa do John B e eu estava escorada na beirada, olhando as paisagens e balançando a minha mão na água gelada durante todo o caminho. Eu e Sarah nos entreolhamos brevemente por não termos nos falado novamente durante toda a manhã e ao perceber que estávamos chegando, eu franzi o cenho vendo John B sentado no píer junto com Pope, Kie e JJ.

-Ele saiu? -eu perguntei sem acreditar e sem entender muito bem o que eu estava vendo. Sarah sorriu se levantando no mesmo instante e eu me entreolhei com o Topper, ainda surpresa com o que estava de frente para mim.

-John B! -ela disse. -Ai meu Deus, ele saiu! -ela se apressou em ir para a beirada da lancha e Topper a parou ao lado do píer. A garota desceu as pressas com a ajuda do namorado e os dois se abraçaram enquanto eu me levantava, para descer também. -Eu achei que nunca mais ia te ver de novo... O que aconteceu?

-Desistiram das acusações. -o garoto respondeu e eu sorri ao ouvir isso. Pelo menos tinha uma notícia boa para alegrar o dia. -Sou um cara livre agora. -ela riu o abraçando novamente e eu desci da lancha com a ajuda de Pope que me estendeu a sua mão para me puxar junto com Kiara.

-O que houve com você? Te procuramos por horas! -ela disse me dando uma olhada para se certificar de que eu estava bem. -Achávamos que algo tinha acontecido, tinha sangue no banheiro, você está bem?

-Hmm longa história, mas sim, eu estou bem... Eu acho. -eu respondi e JJ franziu o cenho, se aproximando de mim e afastando o meu cabelo para ver algo que ele percebeu no meu pescoço.

-O que diabos foi isso? -ele perguntou e eu apenas saí de perto por não querer falar disso agora, enquanto eles se entreolhavam sem entender. -Lyanna... -eu o ignorei e me escorei na pilastra, cruando os meus braços.

-Ela está pilhada... -ouvi Pope resmungando para o loiro.

-Sarah, eles estão atrás do Rafe. -John B disse e eu os olhei no mesmo instante ao ter ouvido o que o garoto falou. -Estão o procurando.

-Ótimo, porque ele está completamente louco. -ela disse me olhando rapidamente. -Ele me atacou ontem. Por isso, eu não voltei para cá. -a garota se explicou e eu fiz um barulho com a boca, surpresa por ela ter contado a eles.

-O que? -John B perguntou franzindo o cenho.

-Por acaso foi aquele idiota que fez isso em você? -JJ me perguntou e eu neguei em um gesto simples, enquanto ele revirava seus olhos, tirava o boné e andava de um lado para o outro. -Ok! Quem foi?! Me fala!

-Para que? Você se importa? -eu retruquei o provocando e ele respirou fundo.

-Hmm... Sarah está certa. O Rafe enlouqueceu mesmo. -Topper disse se pronunciando pela primeira vez. -Ele tentou afogar a Sarah, ainda bem que eu cheguei a tempo. -eu o olhei por alguns segundos e olhei para Pope e Kie.

-Ward apareceu por aqui ontem quando vocês saíram. -eu contei e eles franziram o cenho. -Foi ele que fez isso, tentou me afogar na banheira e só me soltou porque eu o cortei, o sangue no banheiro era dele. Então eu corri para a estrada e encontrei os dois.

-Ele fez o que?! -Kiara me perguntou arregalando os seus olhos e eu assenti para confirmar que era verdade. -Sarah, me desculpa, mas essa loucura já passou de todos os limites... Isso não pode continuar assim, digo... Vai parar quando morrermos?

-Eu sei... -Sarah disse em um tom baixo.

-Acho que te devemos uma então, não é Topper? -John B perguntou a ele, quando percebemos que ele continuava por aqui.

-Tudo bem. Alguém tinha que salvar as namoradas de vocês, não é? -ele perguntou provocando ao revezar o olhar entre JJ e John B e eu apenas abaixei o olhar, encarando o meu all-star.

-Eu me salvei sozinha, Topper Topper. -eu disse cruzando os braços.

-E engraçado você dizer isso, porque ela não é apenas a minha namorada, né? -John B perguntou olhando para Sarah, que sorriu para mesmo. -Conte a ele. -ela abriu a boca para falar e eu franzi o cenho me entreolhando com Kie, que fez uma cara confusa para mim.

-Eu estou com ele. -Sarah disse quando voltou a olhar para o Topper e eu fiz uma cara estranha, assim como todos por isso não ter soado da maneira que John B esperava.

-Entendi... -o garoto disse e riu com o que ouviu. -Não estava claro o bastante antes, mas está agora. Todos aqui entenderam? Ela está com ele. -o loiro ironizou.

-Acho que está na hora de você ir. -JJ disse cortando o assunto, antes que as coisas piorassem.

-Sim, está mesmo. Eu já vou. -ele respondeu.

-Topper. -Sarah falou indo até ele. -Obrigada. -eles se abraçaram me fazendo arquear uma sobrancelha e me entreolhar com os outros que estavam sem entender o que havia acontecido nesse último minuto.

-Claro. Fico feliz que esteja bem. -ele disse retribuindo o gesto. -Você também, Lya. Se cuide. -eu dei um aceno simples sem dar muita moral como sempre e ele foi embora com a lancha, fazendo todos nós ficarmos alguns longos segundos em silêncio. John B se virou na minha direção e eu sorri para o mesmo, indo para abraçá-lo e aproveitando para mudar o rumo da conversa.

-Tudo bem? -eu perguntei olhando os hematomas em seu rosto da surra que ele levou de um dos policiais e ele assentiu, assentindo de volta.

-Sobrivevendo. -ele respondeu retribuindo o gesto e eu sorri.

-Que bom que está de volta. -ele sorriu para mim dando um tapinha na minha cabeça e eu ri fraco devolvendo na dele enquanto andávamos até a sua casa junto com os outros.

**

Eu estava deitada na rede presa contra a árvore, encarando o pôr do sol e ligando pela milésima vez no celular do meu pai, que não me atendia. Eu soltei um suspiro pensando em ir até a minha casa e olhei quando ouvi passos se aproximando. Eu ergui a cabeça para olhar quem era e ao ver JJ vindo na minha direção, eu revirei meus olhos e voltei a encarar a tela do meu celular, esperando por algum sinal de vida do homem que estava me causando preocupações e provavelmente uma linha de expressão na minha testa. A rede se mexeu, balançando quando ele se sentou ao meu lado e eu o olhei brevemente, antes de desviar o olhar, aguardando ele dizer o que queria.

-Está tudo bem? Está aqui a tarde toda... -ele disse. -Achei que iria ficar com a Sarah já que o irmão dela pode ser preso a qualquer segundo.

-Perfeitamente bem. -eu respondi. -E não, ela não está falando direito comigo e eu não estou falando direito com ela por conta do que aconteceu ontem. Não acho que ela esteja esperando a minha companhia para isso. -ele assentiu e tirou o boné da cabeça enquanto um clima estranho se instalava por não termos falado mais nada. Eu o olhei vendo que ele encarava o pôr do sol e respirei fundo voltando a encarar a vista também.

-Eu sei que eu vim sendo um cuzão, ultimamente... -ele começou e eu ri com um pouco de deboche, percebendo que ele estava mesmo iniciando essa conversa bem agora. -Eu sei! Mas, eu não estava pensando direito. Tinha maneiras melhores de dizer tudo e dizer o que estava acontecendo, mas eu estava com raiva de tudo o que aconteceu. -eu assenti mostrando entender e continuei a encarar a luz do sol alaranjada, que deixava tanto o meu cabelo quando o dele de uma cor mais para o dourado. -Me desculpa pelo modo que eu disse tudo e pelo modo que eu agi. Foi idiota e sem noção e o meu problema é que sinto tudo demais, de uma forma muito exagerada e louca. Eu achei que você tinha morrido debaixo daquela arvóre e quando eu soube que você ficaria bem e que tudo não havia passado de um susto, eu surtei, porque o que eu havia sentido tinha sido extremamente real. O medo, o pânico e o desespero. Então quando você apareceu aqui e estava bem, eu quis te afastar por medo de passar por tudo aquilo de novo vivendo nessa bagunça que a nossa vida está. Você estava bem e eu não estava, sabe? Por causa da ansiedade e enfim... Eu não estava sendo eu, eu estava fora de mim. -as minhas vistas embaçaram e eu assenti mais uma vez, mostrando que eu estava o ouvindo, mesmo que eu não tivesse o olhando. -É assim que eu sou e você conheceu essa parte de mim, essa parte que sente medo de tudo, da pior maneira e eu não queria isso. Então, esse sou eu agora pedindo desculpas por tudo o que eu disse e fiz. -eu escorei minha cabeça para trás e soltei um suspiro enquanto ele passava a me olhar, analisando o meu rosto. -Eu sei que você está brava e magoada comigo e eu estava bravo e magoado com você, mas você podia falar alguma coisa. -eu me virei olhando em sua direção e pisquei algumas vezes, analisando o seu rosto, que se mantinha com uma expressão neutra. -Qualquer coisa, Lya...

-Eu sei que tinha um pedido. -eu disse e ele franziu o cenho. -Eu sei que havia, JJ. Mas, agora estou perguntando a você... Havia?

-Esses fofoqueiros... -ele resmungou e eu dei de ombros. -Mas, havia. Em Charleston, quando eu fui atrás de você no banheiro. Eu iria sugerir. -eu assenti mostrando ter entendido e mordi minhas bochechas. O silencio voltou e nós voltamos a olhar a vista, sem dizer mais nenhuma palavra. Eu abaixei o olhar para a sua mão que continha alguns anéis e respirei fundo, colocando a minha por cima.

-Que bom. -eu disse depois de um tempo e ele me olhou.

-LYANNA! JJ! -nós ouvimos Kiara gritando e nos levantamos no mesmo instante. -Precisamos ir, aconteceu alguma coisa com o pai do Pope! -eu franzi o cenho sentindo o meu coração acelerando, e nós saímos correndo para ir ver o que havia rolado.

**

-Avise se eu apertar muito. -eu disse colocando uma bandagem na testa cortada do homem, sentado na minha frente, após eu limpar com cuidado o galo que saia sangue.

-Obrigado, querida. -ele falou e eu sorri para ele sem mostrar os dentes.

-Pai, o que foi que aconteceu? -Pope perguntou a ele.

-Eu devia imaginar. O cara chegou quando eu estava fechando, me pegou de surpresa. -ele explicou e eu e JJ nos entreolhamos brevemente, por termos a nossa conversa interrompida e sem a chance de se resolver de vez. -Ele me derrubou, colocou o joelho no meu peito e ficou me perguntando daquela chave do desenho que você me mostrou, filho. E, só para constar, eu não disse nada a ele. -eu franzi o cenho não entendendo muita coisa, por eu achar ter perdido a conversa quando eles mencionaram essa tal chave. -Você a encontrou?

-Achei no apartamento antigo da vovó, como você mesmo disso. -Pope falou a pegando em seu bolso e a estendendo para o homem.

-Caramba, filho! Se tivesse me dado isso, eu não teria apanhado. -Heyward disse. -Porque eles querem tanto essa chave? Ela não vale nada.

-Sei lá. Primeiro eu recebi uma carta me chamando para Charleston. Então, uma ricaça me pediu uma chave que eu nem sabia que estava na família. -Pope disse.

-Nada disso faz sentido. -Kiara falou.

-Não fiquem aqui reclamando. Descubram! -o homem mandou.

-Não! Eu vou entregar logo essa chave para essa mulher... Isso não vale nada. -Pope rebateu.

-Não, não, não... Por acaso eu te ensinei a desistir fácil? -o pai dele perguntou e eu sorri de lado, me entreolhando com Kie quando Pope negou com a cabeça. -Eu não tinha pensado nisso antes. Admito. Mas, agora... Eu fiquei interessado. Eles disseram por que querem a chave?

-Tem algo haver com alguma cruz antiga. -Pope respondeu. -Acho que pode haver algum tesouro esquecido.

-Sabe com quem deve falar? -Heyward perguntou a ele, devolvendo a chave que estava em sua mão. -Com a sua bisavó.

**

John B dirigia a sua kombi recuperada pela estrada que cortonava a ilha e eu estava sentada na parte de trás com um espelho no meu colo e uma tesourinha em mãos. O meu cabelo estava partido de lado e eu cortava os pontos costurados na minha cabeça com cuidado, me distraindo para ignorar o clima estranho que estava nos rondando. Sarah e John B haviam discutido, Pope e Kie não pareciam muito felizes e eu e JJ não havíamos nos falado novamente assim como Sarah e eu. Cortei com cuidado outro ponto e puxei a linha presa, percebendo que havia ficado uma cicatriz bem fina.

-Não podia ter ido ao médico para retirar isso? -Kiara me perguntou, me encarando desde que eu comecei a fazer isso. -Seria mais seguro. Você nem sabe se podia tirar agora.

-Podendo ou não, já tirei quase todos. -eu respondi dando de ombros. -E para que ir ao médico se eu posso fazer? -perguntei a ela.

-Sabem, eu andei pensando... -Pope começou. -Acho que a Limbrey contou aquilo porque deixou escapar. "A chave leva á cruz de Santo Domingo".

-Eu posso ver? -JJ perguntou e Pope entregou a chave a ele.

-Deveríamos saber o que é? -Sarah perguntou e eu ajeitei o meu cabelo, prendendo uma bandana preta na minha cabeça como se eu fosse pirata e apoiando os meus pés no banco em seguida.

-Acho que é um artefato histórico de grande relevância. -Pope continuou.

-Chocante. -eu ironizei e ele revirou seus olhos, a pegando de volta das mãos do loiro antes que ele sumisse com ela.

-De acordo com a internet, foi um presente da Nova Espanha para o rei espanhol. -Kie disse lendo em seu celular.

-Nova Espanha? Tem uma velha? -JJ perguntou.

-Nossa, que presente exagerado! -Kie falou. -Olhem isso. Tem uma pessoa como referência. -ela virou o celular na nossa direção e eu olhei o desenho de uma cruz gigante. -A cruz foi considerada, na época, como o tributo mais extravagante das províncias. Foi perdida na costa das Bermudas em 1829.

-Está falando do triângulo? -JJ perguntou a ela ao se virar para trás. -Tudo de estranho acontece lá.

-O que uma chave achada no antigo apartamente da sua avó tem haver com isso? -eu perguntei ao Pope, que até então, estava olhando pela janela. -Onde entramos nessa história?

-Boa pergunta, eu não sei. -ele disse.

Nós deixamos o Pope no asilo em que sua avó agora morava e em seguida, fomos para uma lanchonete já que Kie estava com fome e havia mencionado isso durante todo o caminho. Ela abriu a porta assim que John B estacionou e ela desceu, sendo seguida por Sarah, que pelo visto não queria continuar nesse clima estranho aqui dentro nem comigo e nem com o namorado.

-Você vem? -Kie perguntou e eu sorri sem mostrar os dentes.

-Divirtam-se. -eu falei e Sarah revirou seus olhos, batendo a porta da kombi, o que me fez apontar o meu dedo do meio para ela. Ela me fez uma careta apontando o seu de volta e eu respirei fundo. -Agindo feito uma sonsa. -eu resmunguei.

-Que bom que estamos todos nos dando muito bem hoje. -JJ ironizou e eu peguei o meu celular, para checar se havia alguma mensagem do meu pai ou alguma ligação perdida. -Se lembram de quando a vida era simples? -ele perguntou.

-Não. -eu e John B respondemos juntos e eu passei meus olhos pela minha caixa de mensagens vazia.

-Pensem comigo... O Ward ainda está solto e está com o ouro. -John B falou e eu o olhei. -E ele matou o meu pai.

-E está planejando fazer o mesmo com o meu, pelo visto. -eu completei me sentando direito. -E comigo. Por eu falar demais.

-E não vamos deixar isso passar. -JJ disse. -Porém, eu estou preocupado com você, cara. -ele falou ao amigo. -Parece que é você ou ele. Sabe com quem eu me preocupo também? Com a Sarah. -eu franzi o cenho me entreolhando com John B. -É o pai dela. Entendem o que eu digo? E o seu pai sabe onde ele estava se metendo ao ajudar o Ward, Lya.

-Por isso agora ele deve morrer? -eu perguntei a ele, não entendendo onde ele queria chegar com isso. -Por isso, tudo bem se o Ward tentar matar ele para proteger o Rafe? Uau JJ.

-Eu não disse isso. -o loiro respondeu se virando para trás para me olhar. -Mas, querem saber? Ela é a sua melhor amiga e sua namorada, não deviam estar colocando ela para escolher um lado ou tomar uma posição sobre isso.

-Ela sabe o que ele fez. -John B respondeu e eu respirei fundo.

-Não estou conseguindo falar com o meu pai desde cedo. Vou tentar ligar para ele. -eu abri a porta da kombi e saí, dando alguns passos na direção contrária da lanchonete e do automóvel estacionado. Eu cliquei no contato dele, me escorando em uma mesinha, e soltei um suspiro, esperando que ele atendesse dessa vez. Eu olhei para o lado vendo Sarah e Kie saindo da lanchonete com copos de refrigerante e desliguei a chamada, procurando o contato da minha mãe. Eu liguei para ela ouvindo a ligação chamando e quando caiu na caixa postal, eu me afastei mais alguns passos, pensando no que deixar na mensagem. -Oi mãe, sou eu, a Lyanna. Eu não sei que horas deve ser aí por conta do fuso horário então, me desculpa se for muito cedo ou muito tarde... Eu estou tentando falar com o papai desde cedo e não consegui, ele não está atendendo o celular e eu não o vi pela ilha também, então... Me avisa se falou com ele hoje ou se sabe de algo. Estou achando que algo pode ter acontecido ou que vai acontecer então é isso. Tchau. -eu enviei a mensagem e desliguei a chamada.

-LYA! -eu ouvi JJ me gritando e o olhei. -VENHA, PRECISAMOS IR! -eu assenti voltando para kombi e respirei fundo, entrando e fechando a porta. Eu e as meninas nos entreolhamos rapidamente e John B a dirigiu para irmos pegar o Pope.

-E então? -Kie perguntou assim que ele entrou, e nós o encaramos ao ver a cara que ele estava. -O que aconteceu?

-Bom, a coisa acabou de ficar mais pessoal. -ele respondeu e nós franzimos o cenho, nos entreolhando rapidamente antes de voltarmos a olhar para o menino, que parecia estar até um pouco pálido. -Se preparem para o que irão ouvir...

Cara olha que irônico, enquanto eu escrevia esse cap (que por sinal ficou uma merda) eu estou vendo Outer Banks dnv pela milésima vez

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