il appartient au diable

By MnicaRex9

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"O inferno está vazio e todos os demônios estão aqui."- William Shakespeare Ou Onde Anne styles não acredita... More

Prólogo
Capítulo 1 - Brincar é bom, mas brincar com Zayn é melhor!
Capítulo 2 - Anne, não confie nele!
Capítulo 3 - Pensamentos ruins.
Capítulo 4 - A invocação!
Capítulo 5 - Se está no inferno sente no colo do diabo
Capítulo 6 - Não ande sozinho e não traga ninguém pra casa.
Capítulo 7 - Cuide das crianças harry.
Capítulo 8 - Cuidado com o que deseja.
Capítulo 9 - Os pesadelos voltaram.
Capítulo 10 - Mantenha a mente aberta.
Capítulo 11 - Não fale coisas feias na frente das crianças Louis!
Capítulo 12 - Bote a coleira no cachorro!
Capítulo 13 - O inferno está pegando fogo!
Capítulo 14 - Vamos logo!
Capítulo 15 - Não confie em ninguém.
Capítulo 17 - Olá, meu amigo.
Capítulo 18 - Luxúria também é um pecado.
Capítulo 19 - Boas e más companhias.
Capítulo 20 - Olhos de carvão.
Capítulo 21 - Fogo contra fogo.
Capítulo 22 - Sucessor.

Capítulo 16 - Um mostro em comum.

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By MnicaRex9

Um pequeno garotinho de lindos cabelos acastanhados, com bochechas cheinhas e coradas demonstrava tristeza em sua face, seus olhos azuis como o céu que exalavam a mais pura inocência, agora brilhavam com as lágrimas acumuladas, ele balançava em um balanço em um parquinho de aparência abandonada.

Solitário.

Ele, pelo visto, não possuía mais amigos do que sua própria sombra, sua fiel companhia, até por que não havia como se livrar dela. O menininho já cogitara a hipótese da mesma ser costurada sobre sua pele, porém aquilo não era verdade. Ele só não sabia disso, era algo complicado demais para explicar à uma criancinha que ainda não conhecia o mundo direito.

Não do jeito certo. Já que para ele tudo era bom, todas as pessoas eram boazinhas e alegres. Pobre garoto que não conhecia a maldade que o mundo transbordava. Ele não sabia que a exatamente três quadras dali duas garotas eram espancadas até seus corpos serem cobertos de sangue, para então, o bandido pegar suas bolsas e sumir com o dinheiro e documentos, deixando as duas garotas desacordadas sobre o cimento gelado.

Ou então, a mulher que segurava uma arma e apontava para a cabeça de seu marido que soava frio, mas ele... Ele tinha culpa no cartório, havia traído a própria mulher que se encontrava grávida e agora em um lapso de loucura a única coisa que ela queria fazer era explodir os miolos daquele vagabundo.

Mas, também havia o garoto que havia sido expulso de casa e agora fumava um baseado enquanto lágrimas escorriam sobre sua face, deixando um rastro doloroso. Ele não queria que fosse daquele jeito. Não pôde impedir. Iria ser preso... No final, ele era apenas um tolo que achava que a luz a sua frente poderia salvá-lo. Não havia salvação. Ela simplesmente não existia.

O garotinho estava tão concentrado em observar sua sombra enquanto balançava para frente e para trás, que nem notou o homem que se aproximava vestindo uma longa capa preta. Seus cabelos de coloração preta, fios brilhantes e grossos que faziam uma franja sobre sua testa, os lábios vermelhos como sangue e seus olhos tão profundos como o céu noturno. Ele possuía uma beleza estonteante. Em sua mão segurava um pirulito colorido e assim que se aproximou do garotinho fez a diversão do mesmo obter uma pequena pausa, enquanto segurava a corrente do brinquedo, levando o mesmo a parar bruscamente. O menininho levantou o rosto na direção do homem bonito e sorriu, quando o mesmo acariciou seu rosto.

- O que você faz aqui sozinho, doce? - perguntou, se agachando para ficar na altura da criança, que rapidamente notou o pirulito que ele carregava em sua mão.

- Eu... Eu não tenho amigos. Só tenho ele. - disse o menininho fazendo um biquinho e apontando para sua própria sombra. - Mas, ele é chato e só sabe me imitar. - o homem riu com a confissão do garotinho.

- Se esse é o único problema, então serei seu novo amigo, doce. - sussurrou o homem e naquele momento o pequeno Charles soube que agora, talvez não ficasse sozinho sempre.

- Sim, você quer balançar? - murmurou o garotinho apontando para o balanço vago ao seu lado. O homem direcionou seus olhos negros para o balanço e afirmou com cabeça, mas antes entregou o pirulito para o garotinho que abriu um grande sorriso, estendendo suas mãozinhas para pegá-lo. - Como é seu nome, amigo? - indagou com curiosidade enquanto levava o doce aos seus lábios róseos, degustando o mesmo, fazendo uma bagunça com o pirulito, melando sua boca e tingindo ela com as diversas cores que o decoravam.

- Como você quer que seja meu nome? - perguntou o homem e por um pequeno lampejo o garotinho pensou ter visto seus olhos mudarem do preto total para o cinza. Qualquer outra criança teria ficado com medo desde o primeiro momento que botara os olhos naquele homem, notando que seu olhar era diferente dos outros. Totalmente escurecidos, mas aquilo apenas chamou mais ainda a atenção do garotinho que agora balançava suas perninhas enquanto segurava o doce colorido.

- Que tal... Humm, deixa eu pensar... Lucius? - o garotinho exclamou pensativo, porém quando virou para observar o homem que antes balançava no balanço ao seu lado, ficou surpreso ao não encontrar ninguém, no entanto decidiu ignorar voltando sua atenção para o pirulito, lambendo o doce e dando impulso para voltar a balançar no brinquedo.

O vento batia em seu rosto durante o percurso que o balanço fazia, e agora o garoto tinha um sorriso no rosto enquanto esticava uma de suas mãos na tentativa de tocar o céu, obviamente não obtendo sucesso. Esticou mais ainda sua mãozinha, contudo acabou perdendo o equilíbrio e antes que pudesse fazer qualquer coisa para impedir o baque, era tarde demais. E o garotinho já possuía um corte em sua testa e a roupa suja de lama.

Mas, a pior parte não era essa, já que o garotinho dos olhos azuis não sentia a dor que deveria sentir, ele apenas sentia nojo da lama que contornava seu pequeno corpinho. O nojo logo deu espaço ao desespero quando sentiu a pele gelada que rastejava sobre suas pernas as contornando e apertando com tamanha força que a única coisa que o garotinho conseguiu fazer foi gritar em plenos pulmões, um grito estridente de puro terror e desespero. Ele não queria abrir seus olhos e olhar para baixo, estava com medo do que pudesse ser. Então, apertava seus olhinhos com extrema força.

Moveu suas mãos na direção de suas pernas e apertou a pele gelada e lisa, ele sentia escamas conforme movia suas mãozinhas, sentiu um novo aperto, agora em seus braços e então abriu os olhos olhando para baixo mesmo não querendo o fazer.

Cobras. Cobras pretas. Ele estava cercado delas.

Elas surgiam das lamas e se rastejavam em direção ao seu corpo. O contornando e dando apertões em seus membros, levando os mesmos a adquirirem uma tonalidade vermelha.

Os olhos da criança, demonstravam tantos sentimentos com fervor. Mas o principal era o medo. O garotinho chorou. O garotinho gritou. Mas ninguém o ouvia... Ninguém o ajudava, nem mesmo seu novo amigo. Aquele qual Charles não fazia ideia de seu paradeiro. E foi quando o garoto sentiu os dentes pontiagudos envolver sua carne que o grito se tornou maior.

Então, Charles acordou.

O menino suava frio e o colchão estava molhado por seu desespero. Ele conseguia sentir seu coração bombear o sangue tão rápido, que sentiu medo de sua caixa torácica quebrar-se. Suas mãos agarravam o lençol arduamente, levando os nós de seus dedos ficarem brancos pela força que impunha em sua ação.

Sua respiração estava desengonçada enquanto ele sentia um nó em sua garganta como se alguém estivesse apertando seu pescoço, o sufocando. Seus olhos passeavam pelo cômodo buscando certeza que tudo não passara de um pesadelo, e logo encontrando sua certeza. Ele estava em seu quarto, nada havia mudado. Cada coisa estava em seu lugar. Não haviam cobras no chão ou em sua cama.

Ele se sentou sobre sua cama ainda com as mãos apertando os lençóis, e então sentiu as lágrimas descerem por sua face. Ele estava chorando.

Era oficial, Charles era um medroso. Um garoto crescido chorando por um pesadelo idiota.

Não se sabe ao certo quantos minutos ele continuou na cama com seus olhos vazios, mas assim que o som do despertador se fez presente, o mesmo acordou de seu choque limpando o rosto com as costas de suas mãos e se levantando com as pernas bambas.

Caminhou até o banheiro e decidiu tomar um banho para se livrar de todo aquele suor que estava deixando seu pijama colado sobre seu corpo. Estava nojento. Nunca que iria contar ao seu pai sobre aqueles pesadelos.

Três anos depois.

Alí estava o pequeno garotinho, agora com seus sete anos, brincando com seu irmãozinho três anos mais novo de Pega Pega. Freddie parecia feliz correndo pela neve enquanto seu irmão o perseguia, contente de poder brincar fora daquela casa, aquele lugar o assustava, ele podia jurar ouvir Charles falar sozinho antes de dormir, e seu pai Louis sair silenciosamente durante a noite, até mesmo ouvir passos no andar de baixo, caminhando da cozinha a sala e da sala pra cozinha.

Ele já ouviu Charles falar com alguém de voz grossa, ele apostava ser homem, mas nunca tinha coragem de abrir os olhos pra ver com quem seu irmão falava, tinha medo. No entanto, não era surpreendentemente estranho um garotinho de quatro anos ter medo de um homem desconhecido, ele era só uma criança afinal.

De certa forma, ele sentia familiaridade com o homem, embora só conhecesse sua voz, talvez fosse acostumado com sua presença, não tinha certeza, mas sabia que de algum modo o homem os vigiava, e Freddie não parecia surpreso, assim como Charles não parecia assustado sempre que ele aparecia, por isso nunca contava pra ninguém sobre o homem da voz grossa, e seu irmão também não parecia desposto a falar.

Charles não tinha amigos na escola, nunca se interessou por alguma garota, nunca falava com estranhos, odiava lugares muito lotados e não gostava de ficar sozinho com Louis, embora fosse muito próximo de Harry, e por incrível que pareça nunca parecia se sentir sozinho, sempre sorrindo pras paredes e brincando com o vento. Louis uma vez o pegou brincando de cabo de guerra, o tecido do lençol que era usado na brincadeira parecia flutuar no lado oposto a que seu filho mais velho puxava, como se alguém puxasse do outro lado, mas quando Louis tentou dizer ao seu marido Harry só riu e disse que ele devia estar imaginando coisas. Tomlinson nunca mais brincou da brincadeira com nenhum dos filhos novamente, embora Freddie não entendesse o porque.

Charles dificilmente se machucava, Harry podia contar nos dedos quantas vezes ele já chorou, mas diferente de si Freddie vivia se acidentando, caindo da escada, ralando o joelho, se cortando em cacos de vidro, aparecendo com marcas de queimado em sua pele, se afogando na banheira e até mesmo sendo encontrado prezo dentro da geladeira. Louis já até pensou ter sido Charles, considerando que Freddie só tinha dois anos na época e crianças não eram loucas ao ponto de quebrar vasos e pisar em cima por livre e espontânea vontade.

Harry por outro lado não acreditava que Charles pudesse tentar algo contra Freddie, mas Louis não quis ouvir, Charles foi mandado para um convento onde estudaria até contemplar seus seis anos de idade, visto que tinha quatro na época. Misteriosamente teve que voltar antes do fim do ano depois de encontrarem cinco crianças crucificadas no trepa-trepa infantil igual a imagem de Jesus Cristo. Todas as suas vísceras estavam a mostra, tinha sangue, tripa e órgãos espalhados por todo o brinquedo, o cheiro então nem se fala... era tão, mas tão nojento!

Seus braços estavam amarrados no brinquedo com as suas próprias tripas, seus rostos estavam completamente desfigurados, mal dava para identificar cada um. Os olhos estavam arrancados deixando um enorme e assustador buraco negro em seus rostos. 

Depois disso muitos pais tiraram seus filhos do convento, incluindo Harry, afirmando não ser mais um lugar seguro pra crianças, embora as freiras tentassem os convencer de que não existia lugar mas seguro. Depois de Charles voltar para casa Louis se manteu estranhamente afastado, e Freddie misteriosamente parou de se machucar. Harry no entanto estava mas preocupado com a saúde mental de seu filho, que parecia alheio a toda a situação, mesmo tendo dito que seu pai só castigou os meninos malvados que implicavam com sigo.

Harry preferiu não contar pra Louis a última parte e Freddie não lembrava, por na época ser muito novo, assim decidindo esquecer essa parte da história.

- MENINOS! - gritou Georgia, os chamando com um aceno de mãos pra que voltassem para casa. - vamos entrar, já está começando a nevar e daqui a pouco os outros chegam do mercado. Ernest e Doris já estão lá dentro, venham me ajudar a preparar a mesa pro café.

- JÁ ESTAMOS INDO! - responde Charles, no mesmo tom. Georgia se afasta, começando a andar em direção a casa com a intenção de se aquecer, enquanto o menino de olhos azuis olha pra seu irmão mais novo que já esfregava seus olhinhos com as costas da mão, quase dormindo em pé. - vamos indo Freddie, antes que você pegue um resfriado e o papai brigue comigo.

Charles pega na mão de seu irmão, que se solta de seu aperto e estica os braços em sua direção, pedindo colo.  Suspirando fundo decidido a ceder aos encantos de Freddie ele segura em baixo de suas axilas e o ergue do chão, afastado seus pés aquecidos por meias de homem de ferro e tênis minúsculos do chão gelado coberto por um cobertor de neve, começando a caminhar na mesma direção em que Georgia havia seguido. 

Vendo Freddie dormir com a cabeça encostada em seus ombros e braços presos em seu pescoço, Charles sorri e acena em direção ao homem parado ao longe, que assistia a tudo com um pequeno sorriso culpado no rosto e mãos escondidas nós bolsos do casaco.

Charles esperava que ele brincasse com sigo mais tarde.

Não esqueçam de votar e comentar!

Oi, meus amores. Por milagre, dessa vez eu não demorei pra atualizar!!!✋🏻😌

Esse capítulo teve uma parte muito importante da história e um pouquinho mas sobre o Charles. 🤭🔥

E então?! Já estão montando suas teorias??? Me contem que eu quero saber! 🖐🏻😅

Até a próxima, não desistam de mim! ❤️

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