Unforgettable

By semnexo

11.7K 673 76

Uma polícia recentemente formada que trabalha com um atraente tenente. Uma miúda aventureira e que não poupa... More

Bodies without soul
Saída sem sucesso. Corrida com regresso?
Mera coincidência?
'Just Friends'?
Feelings? Of course not...
Good morning sunshine
I'm on fire!
"Tem um bom dia Jack!"
Trabalho com prazer
'Love's a game, wanna play?'
Have a nice day!
Saudade.
Again?
Ajuda sem êxito
Encontro matinal
Intrometidos têm pouca sorte
Heaven and Hell
Uma questão de pormenores
'Hard' party
"Tipo, um encontro?"
The date
Isolados
"Já temos resultados"
Festival
Jennifer, a assassina
Surprise!
Ciúmes?!
'Menina Jennifer'
'Agente James'
Let's go to the beach?
Estudo Acompanhado
Really?!
Fode-te Bruce!
Adeus Bruce!
Cinema bebé?!
Normal day
Queima das Fitas
Graduação
Prom
Admirada Jenny
Uma manhã
Croissants e fruta
White Party
Bebidas a mais
Saturday
Bloody sunday
The end
'Before you fall in love with me'
Hello Vegas!
És um cavalheiro!
Amigos de longa data
Vegas Night
3º dia em Vegas
Portuguese party
Um ótimo 'bom dia'
Male dance
Fuga inevitável?!
Última noite
Viciada?!
'Diz-lhe que sim'
Nota de Autora Inicial
Nota de Autora Final

No matter what, run

1K 28 0
By semnexo

      Não há nada mais chato do que estar na cama, irrequieta, sem dormir e sem companhia. O despertador ainda não tinha tocado e não conseguia estar mais na cama. Eram 5h30 e se eu fosse um aparelho eletrónico podia afirmar que estava com a carga total. Estava a amanhecer e a decisão de me levantar para fazer algo não tardou. Comi uma peça de fruta e reparei que o tempo estava ótimo para ir correr. Fui até à casa de banho e lavei a cara com água fria como sempre fazia desde pequena pois ajudava-me a despertar e ativar todos os meus sentidos. Preparei-me para a corrida e, com os fones e o casaco na mão, escrevi num post-it "Fui correr. Para a próxima fiquem menos tempo acordados e podem vir comigo. Também te adoro El!" e colei-o na porta do frigorífico. A Eleanor e o Thomas quando acordassem certamente iam à cozinha.

Ao sair de casa vesti o casaco corta-vento e comecei a correr sem destino ao certo. Fazia-o várias vezes, deixava-me ir, de música ligada a percorrer a cidade e a mudar a minha vida. Observava cada rosto, objetos ou paisagens e captava sempre algo novo, como se fosse a primeira vez que estivesse neste mundo cruel. Refletia e organizava o dia ou então relembrava-o e fazia uma lista das coisas boas e das coisas a melhorar.

O meu corpo encaminhou-se para uma rua com um ambiente mais pesado – como Eleanor gostava de chamar – uns sem-abrigos abrigos debaixo de cartões, uns toxicodependentes caídos à beira das seringas contaminadas, uns vigilantes de olhar fixo e desconfiado sobre mim. Várias eram as pessoas que diziam para não passar ali, que não devia, e eu questionava-as repetidamente se seriam aquelas pessoas inferiores a nós ou se eram os questionadores mais estúpidos que os habitantes das ruas frias. Argumentavam mediocremente e eu sorria em desaprovação.

De todas as vezes que visitei ambientes menos agradáveis apenas fui submetida a comentários sujos e ásperos. Nunca se aproximaram, talvez porque quem anda assim, destemido, é bem mais insano e perigoso que qualquer outro individuo.

As minhas pernas começaram a doer quando avistei o mar da calçada e alguns madrugadores, ou mesmo corredores, começaram a aparecer.

Avistei um rapaz moreno, como tantos outros pensei eu, a vir na minha direção. Sorri gentilmente – ou como incentivo, porque não é fácil fazer maratonas - e ele sorriu também. O meu olhar percorreu-o e o meu cérebro ordenou que sorrisse novamente. Ele era atraente e tinha um dos sorrisos mais bonitos que já vi. Olhei para trás e abrandei, ele fez o mesmo e assim a corrida matinal tornou-se num dos momentos clichês dos romances em que as duas personagens principais criam ligações sem sentido. Piscou-me o olhou e prosseguimos. Agora tinha direção, o apartamento onde morava, e ia acompanhada com a imagem do rapaz na minha mente. O seu sorriso era contagiante e verdadeiro, de quem está bem com a vida, o seu aspeto saudável e o cabelo rebelde.

Ao abrir a porta questionei-me acerca do porque de um rapaz daqueles estar a correr tão cedo. O corpo não se tonificava sozinho nem sem trabalho mas existem ginásios e com certeza que ele poderia frequentar um em vez de se sujeitar ao clima e ainda ter a oportunidade de conseguir uns bons engates.

- Bom dia! – Declarei ao ver o casal no sofá - Dormiram bem? Ou devo dizer, correu bem a vossa noite?

Desapertei o casaco e encaminhei-me até eles. Thomas, o jeitoso namorado da minha amiga, respondeu sem hesitar e a gargalhar.

- Bem como sempre!

- Devias de arranjar qualquer coisa para gastar energia – Eleanor expos a sua ideia após ver o meu sorriso vital.

- Achas que nós íamos perder uma noite de prazer só para ir correr? - O rapaz interrompeu a namorada que o fulminou com os olhos.

- Ah, esquece, tens o Bruce! – A jovem gargalhou ao terminar o seu raciocínio e eu limitei-me a revirar os olhos.

O Bruce não passa de um jovem com necessidades às quais eu posso dar uma ajuda. Não digo que seja um passatempo mas também não é nada mais do que um amigo com benefícios.

- Sabes o que eu acho, devias assentar, ele é bom rapaz. – Eleanor voltou a falar quando ia a sair.

Ele não é bom rapaz.

- Prefiro seguir o meu instinto. – Respondi, com um sorriso um pouco forçado e voltei a mover-me até ao quarto.

- Tu e o teu estúpido instinto! –ela praguejou e eu suspirei já longe do seu alcance.

Obrigada Eleanor por insultares umas das coisas boas que eu sei que tenho.

As horas passaram sem que desse por isso. Mason, o típico britânico pontual, já me esperava mal sentado e acompanhado de uma cerveja. Sorriu ao ver-me do lado de fora do café e chamou a empregada loira para me servir e ele poder comentar futuramente o quão boa ela era.

- Devias de ter melhor postura, isso não é nada sexy... - Foram as minhas primeiras palavras para o loiro mal sentado.

- Sem dúvida que as tuas saudações são as melhores.

Continuou a gargalhar levando as pessoas à nossa volta a observar-nos.

- As pessoas precisam de sorrir mais, já viste como nos olham?

- Nem toda a gente tem motivos para sorrir Jenny. Sabes que há...

O loiro começou com o seu discurso monótono acerca da lamentável sociedade e eu não escondi o meu desinteresse. Não é que isso não fosse importante, contudo, se nos limitarmos ao meu lado da vida nunca seremos verdadeiramente felizes e coisa que eu aprendi é que pensamentos positivos trazem coisas positivas.

Ao notar que analisava o moderno papel de parede, demasiado colorido, de braços cruzados ele suspirou e deu-me um toque no pé. Olhei-o, como ele pretendia, e sorri-lhe com um ar doce.

- Tenho uma prenda para ti. – Esticou uma pen preta para o meu lado da mesa. – A nova temporada de Anatomia de Grey e Mentes Criminosas.

Falou entediado e se eu não o conhecesse diria que é o inglês mais aborrecido desta cidade. No entanto, ao longo dos anos, descobri que ele é apenas um carismático loiro.

- És o maior, sabias? – Abracei-o em agradecimento e ele gargalhou com o meu ato.

- Elas sempre o disseram, mas, vindo de ti é muito mais fiável!

Mason tinha uma expressão maliciosa não deixando dúvidas para o duplo sentido da sua afirmação. Agradeci ao inabitual elogio e acariciei o pedaço de tecnologia. Um corpo delineado apareceu ao meu lado e pousou um café a minha frente e, depois de uma troca de sorrisos e olhares pouco profundos, encaminhou-se para trás do balcão. Revirei os olhos em desaprovação e levei a chávena branca aos lábios.

- Vais dizer que não é um bom partido? – Mason proferiu orgulhoso da sua escolha ao recostar-se.

Dei de ombros e lambi os lábios. O sabor amargo de café sem açúcar assolou-me novamente e eu sorri levemente. O loiro intercalava o olhar entre mim e a loira.

- Acho que devíamos mudar de café. – Expus calmamente. – Não tem boa música, o papel de parede é horrível e não é propriamente confortável.

Olhei-o, sabendo que ele detestava tanto este espaço quanto eu e apenas insistia em cá vir por causa da empregada loira de lábios vermelhos. Sorriu falsamente.

- Nem penses ir para um com um empregado jeitoso, não estou disposto a ouvir-te! – Barafustou coisas sem muito sentido e eu decidi interromper.

- E se tiver uma loira ainda melhor? Oh, esqueci-me, tu estás caidinho por esta!

Uma tosse aguda foi ouvida, a minha cabeça rodou nessa direção e um sorriso formou-se. Olá miúda que deixa o Mason ainda mais idiota! O loiro obrigou-se a sorrir embora estivesse constrangido e irritado com as minhas atitudes demasiado descontraídas. Ela pousou a conta na mesa, desta vez mais timidamente e afastou-se, mais uma vez, sem proferir uma palavra.

- Calada eras arte...- Comentou quase sem abrir a boca e manteve o olhar enfurecido sobre mim.

Copiava o número dele para o verso branco da conta enquanto palavras pouco elogiosas eram ditas acerca de mim. Peguei no dinheiro e deixei o loiro magoado nos seus pensamentos dramáticos.

- Jennifer! – A voz de Mason soou no café e um silêncio instalou-se instantaneamente. – Não faças isso.

Olhei para ele e sorri. Entreguei o papel à miúda com o meu melhor sorriso, paguei e voltei para a mesa. Devias ter sido mais gentil.

- Não sabes estar quieta pois não? – Ignorei a voz de Mason ao pegar nos meus pertences. – Nem imaginas a vontade de te matar...

Gargalhei.

- Tenho de ir. Vens? – Disse sem grande interesse.

Decidi não responder ao sensível rapaz e continuar com o meu sorriso e à vontade provocando uma maior irritação visivelmente engraçada.

- Isto não tem piada!

Voltei a rir e um suspiro de derrota foi ouvido.


***

Votem e comentem se vos agradar!



Continue Reading

You'll Also Like

17.2K 2K 32
Jeongguk desde pequeno tem paralisia do sono, que vinha e voltava periodicamente, onde nunca vira nada de estranho. O garoto associara os episódios a...
291K 35.8K 46
Após vários dias em coma, Malu acorda em uma cama de hospital, sem lembrar nada sobre seu passado. Sua única companhia - além de colegas de quarto es...
3.3K 497 13
Tommy e seu melhor amigo Tubbo ficam maravilhados ao saber que existe um lugar onde eles podem se 'esconder' durante todo o verão. Uma velha casa de...
46.5K 5K 17
Livro vencedor da categoria mistério do #GoldWinners. Faltando duas semanas para o término das aulas, um grupo de amigos se vêem em uma situação de r...