Sunlight: O Encontro do Sol e...

By tinyuwji

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Há seis anos, em uma pequena cidade do interior, havia dois melhores amigos correndo um atrás do outro pela p... More

「Prólogo」
O encontro do Sol e da Lua ₊˚✧
「Capítulo: Um」
「Capítulo: Dois」
「Capítulo: Três」
「Capítulo: Quatro」
「Capítulo: Cinco」
「Capítulo: Seis」
「Capítulo: Sete」
「Capítulo: Oito」
「Capítulo: Nove」
「Capítulo: Dez」
「Capítulo: Onze」
「Capítulo: Doze」
"Lótus Negra" e o prodígio do clube de vôlei ₊˚✧
「Capítulo: Catorze」
「Capítulo: Quinze」
「Capítulo: Dezesseis」

「Capítulo: Treze」

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By tinyuwji

— Vem cá — Disse chamando a atenção de Connor — Açúcar e Jazz foram realmente a sua aposta para diminuir a nossa vontade de te matar?

— Talvez... Pelo menos você não parece mais alguém que irá me estrangular com as próprias mãos — O professor se levantou do piano, pegando uma pequena caixa de cigarros que estava no bolso interno do seu blazer preto — Bem... Como foi o seu primeiro dia de aula, Pietro? — Ele perguntou me oferecendo um cigarro.

— Em qual sentido? — O refutei pegando um dos cigarros. Ele era um bom observador.

— Comente sobre as suas aulas e os seus colegas de classe, primeiro — Connor disse retirando um cigarro da caixa e a guardando.

— Foi tudo normal... Eu acho.

— Só isso? — Ele colocou aquela cigarrilha entre os lábios e pegou um isqueiro.

— Já havia conhecido o colégio e as aulas foram bem chatas, então até aqui está tudo no seu lugar. Mas eu conheci muita gente hoje. Normalmente, eu mal faço amigos nos lugares, acredito que seja algum tipo de energia que o Harry transmita.

Connor acendeu o isqueiro e o aproximou de mim. Com aquela cigarrilha entre o dedo do meio e indicador, a aproximei daquela chama e levei o cigarro em direção aos lábios após um tempo. Connor apenas aproximou o isqueiro do seu cigarro e o guardou em seguida. Acredito que já faz quatro dias que fumei pela última vez, então estava suplicando por esse cigarro. O homem, antes de soltar a fumaça pela primeira vez, abriu janela para que aquela brisa levasse consigo o cheiro do tabaco.

— O Harry tem esse poder — Ele comentou — Ele parece um pouco com o Andrew nesse aspecto.

— Você acha?

— Sim... Apesar das personalidades contrárias.

— O Harry tem a sua fama pelo colégio. Pude perceber isso andando ao seu lado por apenas dez minutos.

— O Andrew também é famoso pelos corredores. Ser algo sociável dá nisso — Connor se sentou ao meu lado, colocando novamente o cigarro entre os lábios — E como foi encontrá-lo depois de todos esses anos?

— Sinto como se estivesse vivo.

— Você não sentia que estava antes?

— Meu mundo perdeu as suas cores assim que ele foi embora — Lhe expliquei olhando na direção do jardim do colégio — Encontrá-lo hoje foi um pouco assustador, na verdade. Talvez já estivesse acostumado com aquele mundo cinza.

— Foi assustador ter ele voltando para a sua vida? — Connor perguntou.

— Não é isso... Eu estava com medo no início, por vários motivos, e quando finalmente lhe vi debaixo daquela enorme pessegueira, hesitei por um momento.

— É normal hesitar, Pietro... Vocês ficaram quatro anos separados.

— Meus pensamentos ainda estão uma bagunça — Comentei soltando um pouco de fumaça pelos lábios.

— Imagino...

— Ainda não sei o que pensar sobre o dia de hoje. Tudo aconteceu rápido demais para acompanhar. Meu mundo sempre foi calmo e parado há mais de quatro anos e vê-lo se mover desta forma me assustou muito no início. Quando a Charlotte disse que eu parecia com o garoto que o seu amigo estava procurando eu pensei que fosse desmaiar... Talvez até antes disso. Após isso, tudo passou como se fosse um borrão preto, eu conheci pessoas, meus pensamentos vagavam entre o racional e o imaginário, e quando me dei conta, ele estava lá, parado debaixo daquela árvore me olhando como se estivesse prestes a chorar. Na hora em que finalmente lhe abracei, percebi que enfim tinha recuperado a coisa mais importante do mundo, mas quando Andrew retribuiu o abraço, os seus dedos eram como lâminas cortando a pele das minhas costas — Dei uma pequena pausa para respirar e pensar. Não sabia mais o que estava falando para Connor naquele momento — Minha mente não está conseguindo acompanhar tudo que está acontecendo ao meu redor... Eu estou no automático desde de manhã.

— Foi um choque enorme reencontrá-lo, então...

— Acho que sim.

— Sabe, Pietro... Eu conheço o Andrew há praticamente seis anos — Connor comentou, apagando o seu cigarro e chamando a minha atenção — Estudei o ensino médio com o seu irmão e o conheci quando a sua família estava de passagem pela capital. Naquela época, o Andrew tinha um sorriso maravilhoso, era revigorante vê-lo sorrindo e perguntando tudo que podia sobre a carreira que tinha decidido cursar. Você já deve saber que ele ama conhecer o máximo que pode de alguém que acabou de conhecer, não é? — Ele perguntou e eu confirmei com a cabeça — Comigo não foi diferente. Sabe, eu e o Ethan somos grandes amigos mesmo depois do colégio, tanto que fomos para a mesma universidade após a formatura, apesar de cursarmos coisas completamente diferentes. Quando tudo aquilo aconteceu, eu o ajudei a trazer o Andrew para Nouveau Port. Sabe... O pai dos dois queria levá-lo para o exterior primeiramente, mas o Ethan era contra tudo isso. Apenas imagine o psicológico daquela pequena criança vendo o seu querido irmão brigar com seu pai em relação a sua guarda — Connor respirou fundo, procurando as palavras certas.

"Nesses quatro anos, eu nunca vi o Andrew sorrir como ele sorriu hoje, Pietro. Se o seu mundo era cinza sem ele, então o mundo de Andrew era totalmente negro. O Andrew sempre tentou fingir que estava tudo bem, sempre tentou mostrar ao irmão que não estava mais se sentindo vazio, mas eu sabia que ele estava sofrendo... Tanto pela mãe quanto por se distanciar de alguém querido para ele."

O professor pegou gentilmente o cigarro que estava em meus dedos e o apagou. Enquanto o escutava, havia esquecido totalmente daquela cigarrilha e ela já estava prestes a queimar o meu dedo. Senti também algumas lágrimas caírem pela milésima vez apenas hoje.

— Vocês dois estão no automático nesse momento, Pietro. Mas coloque algo na sua mente agora, para quando você assumir manualmente o controle se si mesmo, lembrar-se... O Andrew precisa de você tão quanto você precisa dele.

Connor falava aquilo como se nos conhecêssemos há anos. As palavras daquele homem eram claras e objetivas, sendo ditadas por aquela voz sutilmente grave. Ele havia encontrado o meu pai há meses e fez o que pode para convencê-lo a me trazer para cá. O homem por trás de tudo isso era ele, o amigo de Ethan e alguém que Andrew afirmou ser como um irmão.

— Você assumiu o papel do Ethan? — Perguntei sorrindo enquanto enxugava o rosto.

— Pode-se dizer que sim — Connor gargalhou.

— Obrigado novamente por tudo, Connor.

— Eu já disse... Só encontrei o seu pai por um acaso — O professor levantou da janela — E os fiz esperar apenas por capricho.

— Calma... Por capricho?

— Espero que possamos ser bons amigos de agora em diante, Pietro Rossi — Ele ignorou tudo e estendeu sua mão — Não como professor e aluno, mas como dois amigos que fumam juntos e contam seus problemas um para o outro.

— Como você sabia que eu fumava? — Perguntei enquanto apertava a sua mão.

Ah... Eu conheço alguém com abstinência de longe.

— Então, você não vai falar absolutamente nada que eu fizer aqui para o meu pai, não é? — Olhei-lhe sorridente — Afinal, somos amigos agora.

— Fique tranquilo — O professor deu dois tapinhas nas minhas costas enquanto ria — Nunca faria isso.

Suspirei aliviado e limpando superficialmente meus pensamentos.

— Ah sim, quem te falou sobre o Andrew está aqui no colégio, Pietro? — Connor perguntou enquanto caminhava para o seu piano negro.

— Eu não disse antes? — Me levantei, esticando os braços.

— Não prestei atenção...

— Foi a Charlotte.

— O que? — O professor me olhou surpreso — Como minha irmã te encontrou?

— Eu... Estudo na mesma sala que ela — Respondi um pouco confuso — Espera, vocês são irmãos?

— Você ficou na mesma sala que ela? — Afirmei com a cabeça e vi o professor suspirar enquanto passava a mão nos cabelos — Então foi por isso...

— Olhando agora... Vocês são parecidos.

Connor gargalhou e logo falou:

— Bem, ser bonito é de família.

Apenas suspirei enquanto pegava minha bolsa, que havia colocado próximo a janela mais cedo.

— Vocês devem fazer sucesso, então — Comentei.

— Sim... De formas diferentes, mas fazemos.

— Me pergunto como não reparei nisso antes...

O professor deu um sorriso vitorioso, o que agora, me faz lembrar do de Charlotte.

— Isso só fez as coisas ficarem ainda mais interessantes. Se você se encontrou com aquela idiota, provavelmente já deve ter conhecido a amada Martha.

— De fato, foi a primeira pessoa que Charlotte me apresentou.

— Então só falta o Liam para você finalmente conhecer todo o nosso grupo.

— Ele estuda aqui? — Perguntei.

— Não mais... O Liam terminou o ensino médio no ano passado. Agora ele está fazendo um intercâmbio no exterior, deve voltar em alguns meses — Connor se encostou no piano, cruzando os braços — E então, você saberá quais pessoas estiveram com ele durante todos esses anos.

— Me lembre de agradecê-los por isso depois.

— Lembrarei.

Connor Hughes era um homem alto. Seus cabelos longos presos em um rabo de cavalo simples davam um ar clássico ao mesmo. Enquanto falava com seus olhos de esmeraldas perdidos no horizonte, eu senti como se estivesse sendo puxado. Agora mesmo, ainda estou sendo puxado por ele. Connor não era um professor qualquer, nem um homem qualquer. Ele pensou nesse reencontro há muito tempo, mandando e-mails e mensagens para o meu pai de tempos em tempos. Ele havia assumido o papel de Ethan temporariamente, cuidando de Andrew do seu jeito. Acho que posso pensar o quanto quiser nisso, mas nunca irei entender o porquê das suas ações.

— Falta muito tempo ainda para o evento... Você já vai? — Ele perguntou pegando novamente a caixa de cigarros.

— Não, apenas irei pegar o meu caderno, na verdade — Disse lembrando que havia pegado a bolsa há um tempo.

— Fique à vontade para ler, descansar, escrever ou se quiser, tocar algum instrumento. Irei voltar ao meu mísero trabalho de professor — Connor caminhou até uma mesa que ficava escondida entre os violões.

— Pode me dar mais um dos seus cigarros? — Perguntei e o homem sorriu.

— Da próxima vez compre os seus, idiota — Ele jogou a caixa junto com o isqueiro.

Assenti enquanto pegava um cigarro e o acendia, jogando de volta para o mesmo.

— É um pouco estranho ter um professor que oferece esse tipo de coisa para seus alunos.

— Não me compare com aqueles mesquinhos.

— De fato... Você é diferente de todos que já conheci — Disse sorrindo, me sentando novamente na janela.

— Então eu cumpri o meu dever como professor descolado.

— Perdeu dois pontos comigo depois desse "descolado".

— Oh, desculpe! Efeitos colaterais dos livros.

Ri enquanto abria aquele caderninho com a capa vermelha. Aqui estavam escritas todas as minhas melodias e letras, acompanhadas com alguns rabiscos e páginas um pouco enrugadas. Eu folheei até uma página em branca e comecei a escrever algumas coisas que vinham até minha mente enquanto Connor gentilmente colocava uma playlist em uma caixa de som.

"O Andrew precisa de você tanto quanto você precisa dele.", essa frase foi o gatilho para uma coisa enorme. 

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