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Vicenzo
Matei a desgraçada da Martina Bonanno, foi muito satisfatório, mas infelizmente não consegui nenhuma informação útil. Já o Russo me rendeu boas informações... Estou sem tempo para o outro Russo, quero começar providenciar minha viagem a Rússia o mais rápido possível.
Entro na sala e desfiro um tiro na cabeça dele.
— Estou sem paciência para Figlio di puttana! (Filho da puta!)
Encaro Matteo e falo.
— Nem que eu coloque fogo na Rússia inteira, vou encontrar Amanda, Nikolay e todos os Bratva que estiverem envolvidos conheceram a soberania da Máfia Italiana.
— Vou providenciar os detalhes da viagem agora mesmo Vicenzo, logo Amanda estará de volta.
Aceno em concordância e começo a caminhar em direção a saída do galpão, olho para minhas mãos e minha camisa ensangüentada, no mesmo instante vem Amanda em minha mente... Se algo assim acontecer com ela jamais me perdoarei... Começarei uma guerra sem precedentes por ela e meu filho.
Já no carro olho as horas, são quase 6:30h da manhã, Amanda desapareceu por volta das 22:00h, em um jato serão por volta de 8 horas até a Rússia... A essa hora ela já deve estar em território Russo.
Não sei descrever tudo o que estou sentindo neste momento, raiva, medo, dor... Minha vontade é gritar, mas não posso ser fraco, tenho que manter o foco por ela, me descontrolar agora não vai ajudar em nada.
Me vem à mente o momento em que ela saiu para ir ao banheiro... No caminho ela olhou para trás e sorriu para mim! Voltarei a te ver Amanda... Não permitirei que aquela seja nossa última troca de olhares.
Já em casa subo rápido as escadas e vou para o banho, me visto no closet, pego as malas que Maria preparou para mim e Amanda e começo descer as escadas.
Maria me aguarda no primeiro andar.
— Vicenzo seu pai espera por você no escritório.
Não esperava que ele viesse até aqui... O que ele quer?!
— Maria peça para que um dos soldados leve as malas até o carro.
Sem esperar a resposta de Maria começo a caminhar em direção ao escritório.
Entro e ele está parado em frente ao aparador de bebidas com um copo de uísque na mão.
— Vicenzo me informaram que 4 jatos estão sendo preparado para uma missão de resgate na Rússia.
— Sim, um dos Russos que capturei falou que Amanda foi levada para Rússia, não posso perder tempo, cada minuto que ela está nas mãos dele são cruciais.
— Não me sinto confortável em você ir até a Rússia pessoalmente... Por que você não envia somente os soldados e Matteo para liderar a missão? Você será o futuro Don, não pode se expor desta maneira.
— Mas é justamente por esse motivo que eu irei, Matteo e os demais seriam mortos assim que chegassem no território Russo sem a minha presença... Já eu sendo um Capo e futuro Don, pois sou seu filho, não sofrerei um ataque facilmente, uma vez que eles sabem com quem estão lidando, teriam medo de uma retalhação... E caso você tenha esquecido eles estão com a minha mulher grávida.
Ele baixa a cabeça parecendo apreensivo.
— Eu sabia que a sua resposta seria essa, então já providenciei os melhores soldados para acompanhá-lo... Se algo acontecer com você saiba que aniquilarei toda a Bratva... Você é meu único herdeiro.
— Eu não esperava menos de Don Carlo Gambino.
Começo a caminhar em direção a saída.
— Volte vivo Vicenzo!
— Eu voltarei! Tenho um plano.
Já estou a caminho da Rússia, são 8:00h da manhã, fazem 10 horas que Amanda está nas mãos de Nikolay... Só de imaginar tudo o que ela deve estar passando fico possesso!
Matteo fala comigo chamando minha atenção.
— Vicenzo você tem que tentar dormir um pouco... Passamos a noite acordados, temos que aproveitar o voo para dormir, pois chegando na Rússia não vamos parar até encontrar Amanda.
— Vou tentar!
.....
Desembarcamos na Rússia 16:40h seguimos para o hotel The Ritz-Carlton, em Moscou... Assim que chegamos no hotel damos continuidade ao meu plano, precisamos encontrar Bóris Petrova.
Andrew está tentando rastrear Bóris, pois ele não está na sua mansão em Tverskoy.
Em paralelo, localizamos a casa do Capo Vladimir Ivanov, pai de Nikolay... Alguns homens são enviados para monitorar o local.
Matteo caminha até mim com dois copos de uísque, ele entrega-me um dos copos.
— Obrigado.
— Eles já sabem que estamos aqui, tem homens da Bratva nos vigiando.
— Ótimo, vamos até o restaurante do Hotel, quero que a notícia de minha presença aqui se espalhe logo... Andrew qualquer informação nos informe imediatamente.
— Assim que eu conseguir as informações entrarei em contato imediatamente Capo Gambino.
Eu e Matteo caminhamos em direção a porta, ao lado de fora cinco soltados fazem nossa segurança. Descemos até o restaurante do hotel onde somos muito bem atendidos, eu e Matteo sentamos em uma mesa com vista privilegiada, uma ótima vitrine... A essa altura toda a Bratva está ciente sobre minha presença aqui.
Eu e Matteo jantamos calmamente e bebemos... Inferno! Não aguento mais essa atuação, queria estar botando essa maldita cidade a baixo.
Olho as horas, são quase 7:30h, estou impaciente, será que Andrew ainda não conseguiu nada!
Finalmente ele entra em contato via comunicador.
— Consegui! Alguns Capos da Bratva, incluindo Bóris Petrova e Vladimir Ivanov, estão no que parece ser uma reunião em uma mansão em Basmanny.
— Certo!
— Também localizei possíveis cativeiros... Os soldados já estão verificando.
— Bom trabalho Andrew.
Encaro Matteo.
— Acho que já podemos subir... Acredito que um dos motivos da reunião seja minha visita a Moscou.
— Provavelmente, acho que a reunião não acabará tão cedo... Então podemos descartar a conversa com Bóris ainda hoje.
Vou para meu quarto, não estou conseguindo me controlar... cada minuto que passa me faz enlouquecer, já fiz tanto mal as pessoas, só de imaginar que algo assim está acontecendo com ela me deixa louco.
Chuto uma poltrona para longe, arremesso um abajur, estilhaçando ele contra a parede... Grito alto enfurecido!
Escuto barulho na porta, logo quatro de meus soldados estão no quarto.
— Capo Gambino está tudo bem?!
— Sim, podem sair.
— Desculpe Capo Gambino, pensamos que você poderia estar sofrendo algum ataque.
Eles saem rapidamente. Eu repito mentalmente para mim mesmo "não posso perder o controle... Eu vou encontrar ela!"
Minha noite foi uma droga, me sinto um lixo... Amanda deve estar passando o inferno, tudo porque eu não consegui protegê-la.
São 6:00h e eu estou aposto, aguardando qualquer informação... As visitas a possíveis cativeiros até o momento ainda não deram em nada.
Caminho até a suíte onde montamos uma equipe estratégica, quando entro no cômodo Matteo caminha em minha direção.
— Vicenzo parece que Bóris vai sair de sua mansão... Os carros dele estão sendo alinhados no portão principal, acreditamos que estão aguardando por ele.
— Ótimo, assim que tivermos seu destino, vou encontrar ele... Os soldados terão que esperar no carro, não permitirão minha entrada com soldados.
— Certo, eu vou com você.
— Não, eu vou sozinho... Ele não vai fazer nada contra mim.
— Como pode ter certeza disso?!
— Eu não tenho...
— Posso não entrar com você, mas irei com você até o local... E isso não está em discussão.
Matteo é teimoso e eu gosto disso... Ele é um irmão para mim.
— Certo, então vamos!
Estamos em 4 carros indo até o encontro de Bóris Petrova, um complexo de galpões afastados do centro de Moscou.
— Vicenzo, isso está parecendo uma armadilha.
— Tenho que arriscar... Amanda já está 34 horas nas mãos de Nikolay.
Finalmente chegamos no local. Nós paramos próximos ao galpão, meus soldados descem com armamento pesado, trazem em punho fuzis de assalto HK416. Eu desço em seguida.
— Podem esperar por mim aqui.
Começo caminhar até a entrada do galpão que está sendo vigiada por 4 homens, me aproximo de um deles.
— YA zdes', chtoby uvidet' Bóris Petrova. (Estou aqui para ver Bóris Petrova.)
— I kto ty? (E quem é você?)
— Vicenzo Gambino.
No mesmo instante o homem passa a informação via comunicador.
— Vicenzo Gambino zdes'. (Vicenzo Gambino está aqui.)
Depois de pouco tempo o homem fala.
— Vy mozhete voyti, no snachala otdayte nam svoye oruzhiye. (Você pode entrar, mas primeiro nos entregue sua arma.)
Eu entrego minha arma e entro no galpão, logo avisto Bóris Petrova cercado por mais de 10 homens.
— Tenho que admitir Vicenzo Gambino, você tem culhões... Entrar aqui sozinho, eu poderia te matar agora mesmo.
— Sim, poderia... Mas não vai.
— Vicenzo Gambino, o filho do Don... Garoto arrogante, minha vontade é te matar agora mesmo, seria ótimo tirar de você esse seu ar de superioridade.
— Você sabe porque estou aqui, e a guerra que está por vir.
— A Bratva não tem nada a ver com as ações loucas e precipitadas de Nikolay.
— A Bratva não tem nada a ver? Eu discordo...
— Discorda?
— Sim, afinal a neta de um Capo da Bratva foi sequestrado... Vocês os "Bratva" deveriam estar movendo céus e terras para resgatá-la
Bóris Petrova parece estar irritado.
— Ela é uma bastarda que casou com um Capo da máfia Italiana... Não seja ridículo.
Levo minha mão ao bolso, no mesmo instante todos apontam as armas em minha direção, solto um riso presunçoso.
— Calma! É só uma foto antiga, minha arma está com vocês...
— Está é uma foto tirada em 1999 de Jennifer Cooper, a mãe da Amanda.
Bóris encara a foto com olhos arregalados.
— Não pode ser... Mas essa é Jennifer Petrova, esposa do meu filho Anton.
— Sim, ela mesma... Me parece que Amanda não é uma bastarda afinal, não é mesmo?
— Mas como é possível?
— Jennifer ficou grávida de Anton antes de casar com ele, quando ela viajou para a Rússia deixou a filha recém nascida aos cuidados da mãe, que mais tarde mentiu que o bebê havia morrido e a criou sozinha como Amanda Cooper.
— Então Yelena estava viva todo esse tempo?! Jennifer sempre falava dela... Eles tinham um quadro grande do bebê que teve poucos dias de vida...Uma menina com cabelos negros.
— Sim e agora ela está nas mãos de Nikolay.
Bóris começa a caminhar parecendo desorientado.
— Já fazer mais de 34 horas que ela foi sequestrada, ela está grávida... Se eu não conseguir resgatar ela, fique sabendo que vou dedicar todos os dias da minha vida para destruir a Bratva.
— Não preciso de ameaças, vou ajudar a resgatar ela... Nikolay vai pagar, pois eu já havia pedido para ele deixar a garota em paz... Eu deveria ter o matado naquele dia.
Fico aliviado, meu plano deu certo.
— Qual serão as providências? Cada minuto é crucial.
— Ontem fizemos uma reunião sobre isso, definimos que Nikolay não seria mais um membro da Bratva... Essa foi a forma que encontramos de distanciar o envolvimento da Bratva no sequestro da esposa de um Capo da Máfia Italiana, falamos que nos manteríamos afastados, e deixaríamos você vivo e livre para buscar por ela em nosso território, mas não ajudaríamos em nada com o resgate.
Ela para na minha frente.
— Mas agora tudo mudou, vou voltar a reunir-me com eles e declarar que minha neta foi sequestrada por Nikolay, exigirei que todos ajudem no resgate dela.
Ele passa as mãos no rosto parecendo nervoso.
— Voltaremos a nos encontrar, meus homens estarão a sua disposição... Meu braço direito Frans vai auxiliar na busca por ela, coordenando os demais homens e juntando informações.
Ele estica a mão e nos cumprimentamos com um aperto de mão, deu certo... A Bratva vai ajudar no resgate dela.
Viro as costas e começo a caminhar em direção da saída.