Pov. Lynx Malfoy
Eu e Draco estávamos finalmente casados, e eu não poderia estar mais feliz. Apesar de tudo, ainda era Draco ali, o meu dragão, e nem mesmo os presságios de morte que rondavam nossas cabeças estavam conseguindo sobrepor essa chama que tinha se acendido no meu coração.
Eu o amava tanto, e mesmo nunca demonstrando todo o meu carinho e devoção, eu esperava que Draco pudesse perceber que eu daria a minha vida por ele e que não importava o que fosse acontecer, nossa família iria sair vitoriosa no final.
Mas, por enquanto, tudo estava saindo como planejado: nenhum sinal do lorde das trevas ainda, e todas as famílias importantes do mundo bruxo estavam no jardim nos aguardando, todos fascinados com a possibilidade de ganharem mais poder e fama.
Totalmente alheios ao grande espetáculo que acontecia por detrás das cortinas, espetáculo esse armado e comprado por Bart Lannister e Lúcio Malfoy, que tinham como atores principais eu e Draco; todo o resto eram apenas figurantes que serviriam como distrações e alívio cômico.
Então, eu saí desses pensamentos e me concentrei na minha imagem sendo refletida no espelho, logo me dedicando a observar com cuidado a maquiadora fazer pequenos reparos em minha maquiagem e em Vânia, que mexia em meu vestido para o momento da festa.
Draco estava divinamente sentado em uma poltrona próxima a mim, olhando para a janela que dava visão ao jardim da festa de casamento. Ele tinha um pequeno e quase imperceptível sorriso em seu rosto, como se estivesse contemplando algo que somente ele pudesse ver.
Ele era a personificação de um Deus, o homem mais lindo que eu já tinha visto, e hoje, esse mesmo homem tinha se tornado meu marido, único e exclusivamente meu.
Assim que eu estava completamente pronta novamente, todos se retiraram da sala, ficando somente eu e Draco, que logo se posicionou ao meu lado e me deu um rápido selinho.
— Um minuto para a nossa entrada — Ele disse, segurando a minha mão firmemente.
— Os cumprimentos dos convidados serão bastante entediantes — Falei, revirando os olhos.
— E ainda tem a nossa dança — Draco disse, me dando uma leve girada, o que me fez rir.
— Ainda bem que Vânia retirou aquela cauda; ela era pesada e seria muito difícil dançar com ela — Falei, alisando o vestido, na minha velha mania de querer tirar qualquer ruga do mesmo.
— Esse vestido te faz parecer uma divindade, sabia? — Draco fala com um sorriso safado.
— Então você está querendo corromper minha santidade, senhor Malfoy? — Pergunto, o abraçando, com um sorriso igualmente safado.
— Eu lamento, amor... Mas eu vou ter que te levar para arder comigo no fogo do inferno — Ele fala, me segurando ainda mais forte contra ele.
— Você falando assim não me parece ser tão ruim — Falo, fazendo um carinho em seu rosto.
— Com você, até o inferno pode se tornar um lugar agradável — Ele disse, me dando nosso último beijo, por enquanto.
Então, logo percebemos as portas começarem a se abrir lentamente, e então nós nos posicionamos corretamente de novo, porque os flashes das câmeras começaram a estalar no ar assim que eles nos viram.
E quando as portas se abriram totalmente, eu pude ver a decoração magnífica que o jardim estava ostentando; era tudo tão bonito e luxuoso que meus olhos com certeza estavam brilhando.
O jardim ostentava uma decoração francesa de inverno, muito bonita e elegante; as mesas estavam ricamente decoradas, e com uma precisão praticamente cirúrgica, que era bem a cara de Draco. Ele podia ficar bastante feliz e muito orgulhoso com isso, já que ele foi o grande carrasco de todas as decoradoras, mas valeu a pena no final; estava tudo impecável, ninguém poderia colocar defeito em nada.
Então, caminhamos elegantemente até nossa mesa de dois lugares, onde havia dois fotógrafos posicionados estrategicamente e um elfo doméstico muito bem vestido com a lista de nomes das famílias que estavam aqui para nos prestigiar. Ao todo, haviam duzentos bruxos ali, todos muito bem escolhidos e todos loucos para fazer mais algum negócio conosco. Eu e Draco já estávamos sentados há muito tempo, e de minuto em minuto, uma família era chamada para nos cumprimentar e nos dar sua graça; Draco estava completamente entediado, assim como eu também. Nossa única força era quando nós olhávamos e surgia um pequeno sorriso, porque tudo o que estávamos fazendo era extremamente necessário e importante.
O elfo chamou mais uma família, e dessa vez eram os Zabini, o que fez eu e Draco nos animarmos novamente; os pais de Blásio ostentavam muito orgulho e felicidade, com certeza estavam orgulhosos de Blásio. Ele era nosso amigo íntimo e, graças a ele, eles foram convidados para o nosso casamento e para qualquer outra festa ou jantar que fôssemos dar, e o status da família deles com certeza tinha se elevado, já que estavam sendo fotografados conosco.
— Estamos muito felizes com o casamento de vocês, senhor e senhora Malfoy — Blásio fala com um sorriso sincero.
— Obrigado, Blásio. Espero que a festa e tudo aqui esteja do seu agrado e, claro, da sua família também — Draco fala de modo contido.
Não poderíamos fazer piadas no momento; cada um de nós tinha uma máscara e regras a seguir. Todos nós tínhamos que formar alianças, e era o que estávamos fazendo.
— Está tudo perfeito, ficamos muito honrados com o convite, senhor Malfoy — O senhor Zabini tomou a frente agora.
— Tenho certeza que sim. Blásio é um grande amigo meu e de minha esposa, então não poderia estar de fora da lista de convidados — Draco fala solícito.
— Está muito bela, senhora Malfoy... Espero poder tomar um chá com você e a senhora Narcisa Malfoy em breve — A senhora Zabini fala com um brilho no olhar, enquanto me cumprimentava.
— Obrigada. Assim que possível, podemos marcar um chá da tarde. Tenho certeza de que Narcisa ficará muito contente com esse encontro — Falo com um sorriso simpático.
Então, ambos acenaram com a cabeça e se retiraram, assim que o tempo deles chegou ao fim.
Um longo tempo depois, a última família foi chamada e fez seus breves cumprimentos a mim e a Draco, que os respondemos com as graças dos Malfoys.
Então, pudemos finalmente relaxar. Draco e eu logo tratamos de tomar um pequeno gole de champanhe, fazendo assim ficarmos mais tranquilos.
— Estou impressionado, realmente conseguimos decorar todos os nomes da lista — Draco fala casualmente, olhando para todos nas mesas.
— Não só lembrar o nome, como os podres de cada um que estão aqui — Falo, rindo de forma contida.
— Assim... Essa foi a melhor parte — Draco fala também rindo.
— A família Campbell está muito irritada; eles tinham a esperança de você se casar com a filha mais velha deles — Falo, olhando de lado, segurando o riso.
— Nem em um milhão de anos; aquela garota poderia me quebrar ao meio, ela se parece com o Crabbe — Draco fala, fazendo uma expressão de nojo.
— Você é péssimo — Falo, rindo da sua expressão.
— Não quanto à família Adams, que são os únicos convidados a não usarem roupas caras, para aparentarem não terem dinheiro, assim não pagarem as dívidas que têm com a família Parkinson... Mas darem à nossa família uma grande contribuição, para se manterem ao nosso lado em qualquer situação — Draco diz com claro deboche.
— E o senhor Evans Wood, que trai a senhora Wood há dez anos com a senhora Milton — Falo, rindo.
— O senhor Belmonte tem disfunção erétil — Draco fala também, rindo.
— Temos muitos segredos aqui — Falo, tomando uma taça de água.
— Mas nenhum deles sabe os nossos — Draco fala, segurando as minhas mãos.
— Draco, nem nós mesmos sabemos os segredos da nossa própria família — Falo de modo sério.
— Isso em algum momento vai mudar, mas agora, o que importa somos nós dois e tudo o que precisamos fazer — Ele fala baixinho.
— Sim, eu sei — Falo, apertando a sua mão.
Então, voltamos a olhar todo o ambiente, procurando descansar um pouco; mas logo uma organizadora nos avisou que em cinco minutos entraríamos na pista de dança.
Eu e Draco apenas suspiramos; dançar não era o nosso forte, e estávamos cansados pelo tanto de pessoas que tivemos de cumprimentar.
As pessoas ao nosso redor pareciam animadas; todos estavam tendo conversas formais e estavam usufruindo do champanhe caro e das comidas requintadas.
Ao longe, eu pude ver Severus tirando fotos com alguns senhores; do outro lado, papai também estava tirando fotos e conversando. Lúcio e Narcisa estavam mais próximos de nós, mas não menos ocupados; eles conversavam com um casal de bruxos que vieram do Brasil e tomavam conta da empresa de mineração do papai lá. O senhor Barnes queria algumas propriedades aqui, então papai prontamente apresentou Lúcio para ele, já que éramos todos família. Assim seguia nosso monopólio: papai e Lúcio sempre monopolizando a todos e criando uma barreira de famílias bruxas e muitos galeões ao nosso redor.
Draco e eu também fazíamos isso em Hogwarts, e agora faríamos em grande escala; era só mais um negócio de família, e eu não podia reclamar, e nem ia. Era necessário, e eu não ia me envergonhar de fazer isso; todos nós estamos sendo usados, todos nós estamos nos prostituindo aqui, só que vendemos partes diferentes de nós mesmos.
A família Malfoy vende suborno e mão de obra barata; a família Lannister vende politicagem e vendas ilegais ao mundo todo. Nossa família realmente nasceu para ser uma só; nós nos completamos até nos níveis mais baixos e sórdidos.
Não que pudéssemos nos orgulhar de tudo isso; só era algo ruim, mas necessário, e que garantiria nossa sobrevivência em um futuro completamente caótico.
Sou tirada dos meus pensamentos com Draco apertando a minha mão e falando que nosso momento chegou. Então, a orquestra aumenta o volume das batidas, e eu e Draco nos levantamos muito calmamente da mesa, ele saindo pelo lado direito e eu pelo lado esquerdo, vindo a nos encontrar bem no meio do caminho e juntando as nossas mãos.
Assim, começamos uma caminhada com muita graça e elegância para o meio da pista de dança; todos os olhares estavam sobre nós dois novamente, e eu já podia sentir a minha mão começar a suar.
— Estamos juntos, Lynx, relaxe — Draco fala baixinho, me passando confiança.
— Não me deixe tropeçar logo hoje — Falo com um pequeno sorriso.
— Eu nunca vou deixar você passar por isso sozinha — Ele fala, querendo rir.
Mas foi o suficiente para me acalmar; era só uma valsa. Eu e Draco já tínhamos feito isso antes, e na frente de várias pessoas, não seria grande coisa, a não ser pelo fato de ser meu casamento e eu não querer passar essa vergonha nesse dia tão especial, principalmente por ter tantos fotógrafos aqui.
A orquestra tocava uma sinfonia calma, e quando chegamos ao meio da pista, Draco me girou por todo o salão, como se estivéssemos nos mostrando para os convidados, e então paramos novamente no meio do salão.
Então a sinfonia mudou, e Draco passou a segurar a minha cintura com muita força e confiança, sempre olhando diretamente para os meus olhos, o que me fez esquecer completamente a todos ali e me concentrar em apenas nós dois e no que tínhamos que fazer.
Então, quando a dança terminou, continuamos colados um no outro, porque agora era a hora em que nós beijávamos na frente de todos.
— Eu te amo, Lynx Myrcella Malfoy — Draco fala em um sussurro baixo, fazendo meus pelos se arrepiarem e minha respiração ficar ofegante.
— Eu também te amo, Draco Lúcio Malfoy — Respondi com um pequeno sorriso.
Então, Draco posicionou sua mão em meu pescoço, e a outra serpenteou pelo meu corpo até chegar à minha cintura. Ele me pressiona para trás, apoiando por completo o meu corpo ao dele, e finalmente diminuímos nossa distância, até eu poder sentir seus lábios tão convidativos ao meu, onde eu finalmente pude sentir seu gosto frio e refrescante novamente.
O que fez aquele calor infernal queimar todo o meu corpo novamente e soltar um baixo gemido com o aperto forte que Draco me dava, ao qual eu também o provoquei puxando um pouco do seu cabelo da nuca.
— Não me provoque assim, amor — Draco fala, se distanciando minimamente dos meus lábios.
— Assim não seria tão interessante — Falo, olhando-o nos olhos.
Então, fomos nos afastando lentamente, e só quando terminamos, pude notar os vários flashes das câmeras nos fotografando furiosamente.
— Acho que fomos bem — Draco fala, me dando um beijo na têmpora, enquanto eu dava um pequeno sorriso para as câmeras.
— Aposto que sim — Falo, sorrindo.
Então, uma nova rodada de músicas se iniciou e todos os convidados foram entrando para a pista de dança, onde ficamos por mais algum tempo.
Depois, fomos caminhar por toda a extensão do jardim, conversando com os convidados e tirando novas fotos, inclusive uma com Severus, papai, Lúcio e Narcisa.
Essa foto seria a capa de vários jornais pelo mundo, a grande união da família Malfoy e Lannister, e também do único herdeiro da família Snape, que não só era padrinho do mais novo senhor Malfoy, como tinha sido convidado para ser padrinho do casamento também, e dos futuros herdeiros que os novos senhor e senhora Malfoy viriam a ter em um futuro muito próximo.