STOLEN [ INTERSEXUAL ] SARIET...

By steisboss

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Sarah e Carolline, gêmeas univitelinas, fisicamente idênticas. Durante muito tempo a conexão entre as duas f... More

DESIGUAIS
SEGREDOS
ALUCINADA
PERIGOSO
JOGO
INEVITAVEL
MEDO
CHEQUE-MATE
CONFIANÇA
TESTEMUNHA
A QUEDA
A BRINCADEIRA VAI COMEÇAR
INESPERADO
JULGAMENTO
ARRISCADO
MENTIRAS
ÚLTIMA CHANCE
NEGÓCIOS
RECOMEÇAR
PASSADO

CONFESSANDO

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By steisboss


OI MINHA GENTEEEEEEE
Tenho um recadinho. Eu adaptei os capítulos até aqui, mas essa fic na outra versão não é terminada, e a partir de agora eu vou definitivamente criar os próximos capítulos. As atualizações não vão ser tão rápidas, mas tentarei atualizar toda semana ok? Amo vocês.


POV JULIETTE

Encarei as duas pessoas a minha frente, as duas que por tanto tempo tentei evitar que se encontrassem. Sarah e Luísa agora me encaravam esperando que eu dissesse algo. O que eu poderia dizer? Era minha intenção que Sarah soubesse sobre Luísa, mas não estava nos meus planos que as duas parassem dentro do meu quarto sem que eu ao menos planejasse. Eu simplesmente odiava imprevistos.

Sarah parecia nervosa, o que me deixou nervosa também. Eu tentava ao máximo manter controle da situação, mas se tem algo que aprendi, é que quando o assunto é sentimentos, é muito difícil que você tenha controle. Eu estava com medo de que ela não entendesse o que eu e Luísa poderíamos contar a ela. Já estava claro para mim o poder que Carolline tinha sobre Sarah. Eu só queria que por um momento Sarah abrisse seus olhos para o que eu queria mostra-la.

- Eu... - Comecei, tentando novamente pensar em algo coerente o suficiente para dizer que não fizesse Sarah aumentar sua desconfiança em mim. - Eu sei que você não esperava por isso.

- Você e Luísa? É sério, Juliette? - Sarah disse, seu tom tomado de indignação. - Que porra você pensa que esta fazendo?

- Nossa, olha a sonsa do caralho. - Luísa sorriu ironicamente olhando pra Sarah e eu suspirei. Luísa era o ser mais irônico e sarcástico do mundo, o que me deixou receosa. Talvez não fosse o melhor momento para provocar Sarah. - Você sabe sobre nós duas, Sarah. Você foi até meu prédio dias atrás.

Vi Sarah ficar tensa. Talvez fosse muita informação para ela, e isso não era nem o começo. Talvez ela entrasse em choque ao saber que Luísa e eu sabíamos muito sobre todos seus passos.

- Juliette... - Sarah se voltou a mim, ignorando Luísa por completo. - Eu espero que você consiga me explic...

- Se você estiver disposta a escutar sem sair daqui tendo um ataque de pelanca. Se conseguir ser madura uma vez na sua vida. - Luísa se alterou e Sarah parecia estar perdendo a paciência.

- Eu não estou falando com você!

- Meninas, por favor! - Tentei dizer e as duas travaram uma guerra entre olhares. Não sabia como faria aquelas duas conversarem, pois se havia uma pessoa que realmente pudesse convencer Sarah sobre as nojeiras de Carolline, essa pessoa era Luísa. - Sarah, você precisa escutar o que Luísa tem a dizer.

- Por que eu acreditaria nela? Você não lembra o que essa ai fez? Ela é a mais errada nessa história! - Sarah exclamou irritada e Luísa soltou uma risada.

Respirei fundo e me levantei. Aproveitei que as duas tapadas estavam debatendo e fui até a porta tentando fecha-la tranquilamente sem ser percebida. Tirei a chave e coloquei no bolso. Sabia que se Sarah se irritasse iria querer ir embora, e infelizmente isso não poderia ser possível. Sarah só sairia dali quando estivesse em sua consciência tudo que sua irmã gêmea estava fazendo.

- Olha, eu devo ter feito algo terrível mesmo pra você me odiar. Sua irmã estupra mulheres e você passa pano. - Luísa cuspiu as palavras, tão tranquilamente como se estivesse em uma cházinho da tarde. Vi Sarah trincar os dentes. Estava pronta pra rebater, porém fui mais rápida.

- Vocês precisam parar com essa discussão! - Me alterei e as duas voltaram sua atenção a mim. Seria difícil, mas eu conseguiria. Sarah odiava Luísa por achar que ela era a errada na história com Carolline. Luísa não suportava Sarah por acha-la irresponsável de encobrir os erros de Carolline.

- Quer saber? Eu vou embora. Vocês duas que se explodam! - Sarah falou nervosa pegando suas coisas. Suspirei fortemente e cruzei os braços. Luísa me encarou um pouco apavorada, mas me mantive tranquila. Aliás, por sorte tinha uma cabeça pensante ali, e era a minha.

- Mas que porra... - Ouvi Sarah dizer assistindo-a tentar abrir a porta, que eu obviamente tranquei. Já esperava com isso.

- Sarah, melhor se sentar. Tenho uma historinha pra te contar. - Luísa falou de forma tranquila, agora parecendo estar destinada a realmente colaborar. Sarah virou e me encarou, apenas assenti, a incentivando a ouvir.

- Você prometeu ontem que se eu te provasse tudo sobre Carolline você ficaria do meu lado. - Lembrei a ela, que desviou o olhar do meu, parecia pensativa. - Deixe-me tentar pelo menos. Nos escute. Depois pode fazer o que quiser. Mas se lembre, se ficar do lado de Carolline, vai estar contra mim.

Sarah parecia estar tendo uma guerra interna. Eu sabia que era difícil pra ela, Carolline era sua irmã gêmea, as duas tinham uma conexão. Eu a entendia. Mas ela precisava saber a verdade. Vi Sarah caminhar até a cama, ela se sentou de frente para Luísa e respirou fundo.

- Estou ouvindo. - Ela falou e soltei o ar preso no meu pulmão. Sarah ia nos ouvir, era tudo que eu precisava. Luísa me encarou e eu a incentivei assentindo com a cabeça. Ela se voltou a Sarah que parecia tensa.

- Bom... - Luísa começou, parecia nervosa. - Eu realmente estou fazendo isso por Juliette. Essa história me trás lembranças que me doem todos os dias. - Luísa falava e Sarah estava séria. - Sei que a história que você sabe é que eu brinquei com o seu coração e o de Carolline, mas isso não aconteceu.

- Aconteceu sim. - Sarah a interrompeu, sua voz com firmeza. Me aproximei da janela e acendi um cigarro. Aquela conversa seria longa, ainda mais com Sarah na defensiva.

- Eu fiquei com Carolline sim e depois quis ficar com você. Por Deus, quem não tem fetiche de ficar com gêmeas? Depois que soube, tudo que eu mais queria era um ménage. - Luísa sorriu e vi que Sarah se segurava pra ficar séria. Revirei os olhos. Era só o que me faltava. - Você e Carolline são maravilhosas, e me desculpa, eu quis mesmo pegar as duas.

- Você mentiu até o seu nome. - Sarah lembrou.

- Sim! Eu sei. Eu não tinha intenção de ter nada sentimental com nenhuma das duas. Era mais putaria mesmo. E Carolline sabia. Quando te conheci disse a ela que tinha fetiche de ficar com vocês duas juntas, e depois daí veio a obsessão dela por mim.

- Peraí... - Sarah a interrompeu de novo. Parecia confusa. - Está me dizendo que Carolline sabia de mim desde o inicio?

- Ela sempre soube. Sua irmã não tinha interesse nenhum sentimental em mim até saber que eu tinha ficado com você. Eu quis parar de ficar com ela e a chamei pra conversar. Abri o jogo. Falei que estava gostando de você e iria parar de ficar com ela. - Luísa falava e Sarah tinha o olhar perdido, parecia mais confusa que nunca.

POV SARAH

Confusão. Era o que definia minha mente naquele momento com aquelas informações. Luísa parecia estar falando a verdade. Se aquilo fosse real, Carolline manipulou completamente a situação para parecer que eu roubei a namorada dela. Sendo que isso não aconteceu. E ela sabia que não. Mas me fez pensar todos esses anos que ela tinha mágoa disso.

- Sarah, isso não é nem o começo. - Juliette começou falando calmamente. - Você precisa se acalmar e escutar. Sei que as coisas estão se encaixando. Mas isso realmente não é o pior. - Juliette se sentou ao meu lado. Eu estava completamente perdida e nem era o começo ainda? Por Deus, eu estava com medo do que pudesse ouvir.

- Sua irmã criou uma obsessão tão grande por mim que me perseguia até na rua. Ela fez sua cabeça para que achasse que você tinha ficado comigo sabendo que ela estava comigo. Mas eu e ela nunca tivemos definitivamente NADA. Ela me queria unicamente pra não "perder" pra você. - Luísa falava e tudo começava a se encaixar na minha mente.

- Carolline sempre repetia que eu sabia que você estava com ela, mesmo eu jurando que não sabia. - Expus o que se passava na minha cabeça.

- Sim. Sua irmã só não queria me ver com você. Eu dizia que te amava, que não queria ficar com ela. Carolline ficava agressiva. Dizia que nunca permitiria que eu ficasse com você. E ela conseguiu. - Luísa parou de falar e abaixou a cabeça. Realmente, na época sofremos muito. Gostávamos uma da outra, mas Carolline nos afastou. Eu não tinha mais sentimentos por ela e não pretendia ter mesmo depois de saber de tudo aquilo. Ela me encarou de novo e ficamos nos olhando por um tempo, lembrei de como ela já tinha sido importante pra mim, como era linda.

- Então... - Juliette falou, num tom que nos tirou de um completo transe. Por um momento achei que ela não estivesse gostando nada daquilo. Tive vontade de rir, mas me contive. Luísa respirou fundo, completamente desconfortável. - Termina de contar.

- Ok. - Luísa esfregou o rosto completamente nervosa e apertei os lábios. Eu queria rir. As duas estavam desconfortáveis. Luísa talvez por estar se lembrando de um velho sentimento, e Juliette por estar com ciúmes. - No dia em que tudo veio a tona e fui atrás de você naquele bar, eu queria te contar toda verdade. Queria que me ajudasse a tirar Carolline do meu caminho. Ela me ameaçava, me agredia. Eu quis te contar, você não deixou. Você tinha medo.

- Eu tinha medo porque eu gostava muito, e na minha cabeça você estava com ela. - Expliquei.

- Eu sei disso. Eu não te culpo. - Ela dizia olhando dentro dos meus olhos. Luísa estava sendo verdadeira. - Sua irmã sabia que eu ia atrás de você, todas as vezes ela me seguia e me impedia. Dessa vez no bar, ela nos pegou no flagra. E depois que vocês sairam de lá transtornadas, eu soube do acidente. Soube da história que ela contou que você provocou o acidente e por Deus, a maior mentira que ela poderia contar.

- Você também acha que não fui eu? - Perguntei. Infelizmente eu não conseguia me lembrar.

- Sarah, você quis levar Carolline pra casa. Vocês duas estavam bêbadas, mas você estava tentando cuidar dela. E é a cara da sua irmã provocar um acidente e arriscar a própria vida só pra te culpar depois. - Luísa falou e respirei fundo. Eu estava começando a pensar na possibilidade de Carolline ter mentindo pra mim por todos esses anos.

Joguei meu corpo pra trás na cama e fechei os olhos. Todos os momentos que ela me culpava pelo acidente vindo a minha mente. Todas as vezes que chorei por ela fazer merda e me culpar, como se ela fosse aquele lixo de pessoa porque eu a fiz sofrer no passado. Meu corpo esquentando de ódio. Era tudo mentira. No fundo eu sabia que não seria capaz de provocar um acidente. Meu ódio por Carolline só aumentava. Se a intenção de Juliette e Luísa fosse me convencer, estavam conseguindo.

- Eu sinto que se eu ver Carolline na minha frente, não vou pensar duas vezes antes de desfigurar seu rosto de tanta porrada. - Minha voz estava carregada de mágoas e ódio.

- Você precisa se acalmar. - Ouvi a voz de Juliette. Ela tocou meu braço e abri meus olhos me sentando novamente. - Nós vamos terminar de te contar e te dizer o que fazer. Bater nela é muito fácil. Ela precisa sofrer. Como já fez com várias pessoas!

- Várias pessoas? - Perguntei confusa. Quem mais estava envolvida naquilo?

- Depois do acidente sua irmã foi atrás de Luísa. - Juliette falou e encarei Luísa. Ela parecia perdida em pensamentos. - Acho que essa é a pior parte.

- O que ela fez? Me conta! - Segurei a mão de Luísa em um impulso. Podia ver sua feição mudada. Carolline devia ter feito algo horrível e eu queria saber, estava tentando lhe passar força. Fazia um carinho sútil em suas mãos, queria que ela se sentisse confortável pra falar.

- Carolline me procurou diversas vezes depois daquele dia. Tive que me mudar pra fugir dela. Eu tinha muito medo. - As lágrimas já desciam em seu rosto. Seu tom carregado de mágoas. - Mas ela me achou. Eu estava sozinha voltando de uma festa. Ela parou o carro do meu lado. Eu tentei correr, Sarah. Mas ela me pegou. Largou o carro lá e foi me puxando para o meio da floresta. Eu tentei relutar, tentei gritar. Carolline me agrediu até que eu não tivesse mais força para enfrenta-la.

- Meu Deus! - Me levantei da cama me sentindo agoniada. Eu queria mata-la.

- Sarah, calma! - Juliette se aproximou.

- Não vou conseguir escutar isso. - Eu estava nervosa. Muito. Eu tinha um demônio dentro da minha casa. Minha ficha começava a cair e eu estava tremendo de nervoso. Aquela filha da puta.

- Carolline me arrastou pro meio do mato. Começou a dizer coisas, algo sobre ela estar doente por minha culpa. Que eu ia pagar pelo que fiz a ela. Carolline me batia e dizia que eu iria pagar por não ter ficado com ela de boa vontade, que ficaria forçada então. - Estava ouvindo aquilo e a cena se formava na minha cabeça me deixando agoniada. Segurei a maçaneta da porta e comecei a puxar me sentindo completamente descontrolada.

- Abre essa porta! - Gritei puxando com força. Juliette entrou na minha frente.

- Por favor! Não faça nada antes de ouvir tudo. Por favor! - Ela quase implorava, mas eu queria a cabeça de Carolline numa bandeja. - Escuta! Olha pra mim... - Juliette pediu segurando meu rosto. - Você não pode estragar tudo. Por favor!

Respirei fundo, tão forte que senti meu peito doer. Encostei na parede e enfiei a mão no meio dos meus cabelos. Mas que inferno Carolline causou? Que diabos estava naquela cretina? Desgraçada. Filha da puta. Eu só queria gritar, xingar, acabar com sua vida.

Encarei Luísa e ela chorava. Estava me encarando. Parecia esperar eu me acalmar para continuar. Juliette parecia preocupada comigo, estava aflita. Eu precisava ter calma. Estava mais que provado que elas não eram minhas inimigas. Luísa não errou. Luísa era vítima. Eu só queria ter tido noção disso antes.

- Ela te forçou, não foi? - Perguntei a encarando e ela assentiu.

- Sarah, sua irmã a estuprou no meio da floresta. Luísa apagou depois de sua irmã a acertar com uma paulada na cabeça. - Juliette falou um pouco agoniada. Eu não conseguia acreditar. - A intenção dela era acabar com a vida de Luísa. A deixou lá pra morrer.

- Meu Deus! - Agora não consegui mas segurar. As lágrimas explodiram nos meus olhos. Era demais pra mim. - Como sobreviveu? - Perguntei, ainda muito agoniada com tudo aquilo.

- Eu a achei. Estava fazendo trilha e a encontrei nua. Estava com a cabeça ferida, vários hematomas pelo corpo. - Juliette dizia e eu encarava Luísa. Ela não merecia ter passado por aquilo.

- Eu acordei no hospital quase dois meses depois. Fiquei em coma. Ninguém sabia o que tinha acontecido, mas Juliette ficou lá, mesmo não me conhecendo. - Luísa contava e agora Juliette chorava também. - Fui questionada do que aconteceu e não contei. Me falaram que fui agredida e estuprada. Eu sabia daquilo, mas falei que não me lembrava. Quando sai do hospital contei tudo a Juliette. Ela me acolheu. Criamos uma amizade. Contei sobre você e Carolline.

- Quando Luísa me contou eu disse que vocês estudavam na minha escola. E que Carolline já tinha feito isso com outra amiga minha. - Juliette falou e eu estava quieta tentando processar aquelas informações.

- Que amiga? - Perguntei.

- Thaís. - Juliette falou e meus olhos arregalaram. - Ela embebedou Thaís em uma festa e teve relações com ela dormindo. Camilla que estava no mesmo quarto me contou, depois contou a Thaís. Resolvemos não espalhar, nem contar a Carla. Era muito capaz que ela matasse Carolline. Thaís mal sabe andar na rua sozinha. Foi uma covardia. Ela tentou isso com várias garotas, várias. Estuprou também outras meninas, que eu sei são duas, que ela pegou na rua. Mas ninguém tem coragem de denunciar.

- Eu a vi tentando isso com você e Mari. - Lembrei e minha cabeça doeu só de relembrar a cena de Carolline tentando fazer aquilo com Mari e Juliette.

- Sarah... - Luísa se levantou e veio até a mim. - Nós conversamos com pessoas. E 90% das que já ficaram com sua irmã, quando negavam, ela tentava forçar. Entenda o meu ódio e o de Juliette. A Ju me achou na floresta, ela me achou em um estado deplorável. Ela viu tudo o que passei pra me recuperar disso. Eu não sei o que houve na vida de Carolline, em sua infância, mas sua irmã é doente. É uma psicopata. Ela se excita ao ver pessoas sentindo dor, quanto mais a pessoa nega, mais ela se excita. Isso é doentio! Precisamos parar ela!

- Eu quero fazer isso! Quero parar ela. Vocês não deixam! - Me exaltei me sentindo nervosa. Eu só queria Carolline em minhas mãos.

- Só bater não é o suficiente. Ela precisa tomar um baque, entende? Precisa sofrer! E depois vamos ter todas as provas pra colocar ela na cadeia. Mas ela precisa sofrer antes. - Juliette dizia e parei pra pensar. Queria ter a paciência de esperar pra dar o bote em Carolline. Mas eu não era muito paciente.

- Eu entendo que vocês querem se vingar. Agora eu também quero. Mas sério, eu não tenho estômago pra isso. Igual Juliette tem de passar horas com ela. - Falei um pouco nervosa. Minha cabeça deu um estalo. Aquela era um dúvida minha. - Aliás, porque você está namorando Carolline?

- Melhor não falarmos disso agora. - Juliette respondeu um pouco nervosa.

- Por que não? - insisti.

- Esse não é o assunto.

- Como não? - Estava começando a me irritar. Tinha algo e ela não queria me falar.

- Sarah... - Luísa entrou no meio dos meus questionamentos a Juliette. - Não era nossa intenção ter você do nosso lado. Nunca foi. - Luísa falou e Juliette suspirou forte. O que aquilo queria dizer?

- Então era parte do plano de vocês que eu me fudesse também? - Perguntei.

- Sim.

- Claro que não. - Juliette falou, respondendo quase que perfeitamente junto com Luísa.

- Isso não importa! - Luísa falou novamente.

- Pra mim importa. Ela disse que não fazia parte do plano me envolver. - Encarei Juliette esperando que ela dissesse algo. Ela parecia ter medo. - Acho melhor eu ir embora. E podem ficar tranquilas, eu não vou dizer nada. Só preciso pensar.

- Acho que você e Juliette precisam conversar sozinhas. - Luísa segurou minha mão. Juliette fechou a cara e olhou pra qualquer canto. Era nítido o desconforto dela toda vez que Luísa interagia comigo. - A minha parte eu já contei. Acho que ela precisa te dizer umas coisas também. Sem mentiras entre nós daqui a pra frente.

- Ok. Que ótimo. Vamos Sarah, eu te levo em casa. - Juliette pegou as chaves do carro e passou no nosso meio, fazendo minha mão soltar de Luísa. Ela abriu a porta e saiu.

- Huuuum, alguém tá com ciúmes. - Luísa sorriu e fiquei a encarando. Tinha me esquecido como ela era linda.

- Ela não precisa ter ciúmes. - Falei pegando minhas coisas. - Mas é divertido. - Sorri me aproximando. Parei de frente pra ela que ficou me encarando. - Eu sinto muito. De verdade. O que precisar eu estou aqui.

- Obrigado. - Luísa falou baixo ainda me encarando. A puxei devagar e a abracei. Só queria que ela sentisse que aquilo realmente me destruiu por dentro.

- Podemos? - Soltei Luísa num susto. Juliette estava na porta. Mais séria que o normal. Estava realmente puta. Segurei para não rir. Aquilo realmente não era necessário.

Desci as escadas com Luísa e Juliette atrás de mim, o clima estava estranho. Eu estava com várias coisas na mente depois de tudo que soube. O que Carolline fez foi nojento. Sempre achei que havia algo de errado com ela, que ela era uma escrota repubinante, mas não tinha noção do quão longe ela pudesse ir.

Também estava pensando sobre Juliette. Até onde eu entendi, no início, fazia parte de seu plano que eu caísse junto com Carolline, mas por que? O que eu fiz para que elas quisessem se vingar de mim também? Eu precisava de respostas.

Acenei para Luísa que se despediu indo até seu carro. Juliette abriu a porta do carro pra mim, me olhava sério me esperando entrar no carro. Ela bateu a porta com força, estava puta. Ela entrou e saiu dali arrancando com o carro. Ficamos quietas. Ela passava a macha do carro com um pouco de brutalidade. Eu não ousei olha-la. Juliette estava com ciúmes de Luísa, isso era óbvio. Se ao menos soubesse como estavam fortes meus sentimentos. Mas no momento eu só queria guarda-los. Tinha medo do que Juliette poderia fazer. Eu ainda não confiava, ainda mais depois do que ouvi.

- Vou te deixar aqui. - Juliette parou em uma esquina próxima a minha casa. - Não vamos dar chance da sua irmã nos ver juntas. - Eu a encarei e ela encarava o vidro do carro. Suspirei profundamente e continuei a encarando sem dizer nada, até que ela percebeu. - O que foi?

- O que você pretendia? - Perguntei me sentindo nervosa. Eu estava com medo. Medo do que eu sentia por ela.

- O que importa é que as coisas mudaram. Estamos do mesmo lado.

- Eu tenho direito de saber. - Falei sentindo meus olhos arderem. - Eu tenho sentimentos verdadeiros por você e sinto que essa porra é tudo parte do seu plano. Depois que ele acabar você vai embora e eu vou ficar sozinha. - Cuspi tudo que estava entalado em mim. Sentia as lágrimas escorrendo no meu rosto. Eu só queria ficar com ela. Só queria ficar com Juliette.

- Olha nos meus olhos... - Ela pediu e eu o fiz. - O que eu sinto por você é mais do que eu posso te explicar agora. Eu nunca senti, por ninguém. Se te contei tudo, se eu me arrisco aqui com você, é porque meu sentimento é maior que meu medo. - Ela dizia e sua mão segurou a minha. - Quando tudo isso acabar, será só eu e você. - Vi uma lágrima descer em seu rosto. Ela soltou minha mão e virou seu rosto pra janela. Parecia segurar muito para não chorar.

- Eu só queria ter te conhecido em outra situação. - Suspirei alisando seu braço. Ela estava chorando. Talvez eu devesse confiar nela.

- Eu não posso ficar aqui com você muito tempo. - Ela disse limpando o rosto. - Vá para casa. Eu prometo que vou te contar tudo. Mas me prometa que não vai me odiar. - Se voltou a mim. Me olhava com desespero. Era quase um súplica. - Porque se fizer isso eu não vou aguentar, Sarah. Diria que tudo que eu mais quero é que tudo acabe logo e que a gente suma pra bem longe.

- Eu não posso te prometer nada. - Admiti e a vi chorar mais. Ela também estava com medo. Respirei fundo e a puxei para perto. Eu definitivamente odiava ver Juliette chorando. A abracei com firmeza. Seu rosto em meu peito molhando minha blusa. - Mas eu prometo que se eu ficar com raiva vai ser momentâneo, pois não sou capaz de ficar nem mais um dia sem te ver. Nem te tocar. Você se tornou tudo pra mim Ju. - Ela se levantou para me encarar. - Não sei o que o futuro nos reserva, mas eu sei que todas as vezes que eu tentar fugir de você, vou falhar miseravelmente, pois estou completamente apaixonada por você.

Falei verdadeiramente, ela ficou apenas me encarando. Sabia que ainda tinha muitas coisas por vim, mas pelo menos agora ela tinha noção da intensidade que sua proximidade causou em mim.

Fui para a minha casa e me tranquei no quarto. Não tinha noção de quantas horas fiquei chorando. Por Carolline e toda aquela história, e por Juliette. Eu estava confusa, perdida. Minha vontade era largar tudo e sumir. Ir pra outro lugar e não contar a ninguém meu destino. Talvez fosse melhor a se fazer. Mas pra onde eu iria? O que faria pra sobreviver? Precisava pensar. Eu não iria conseguir suportar tudo aquilo.

Estava perdida em pensamentos quando meu celular vibrou, desbloqueei a tela e vi o nome "Juliette" na tela e 3 mensagens não lidas.

Juliette: Sarah?

Juliette: Precisamos conversar, amanhã se possível. Preciso que veja uma coisa também.

Juliette: Me encontra às 10h da manhã no apartamento de Luísa.

...

A teoria de vocês estava certa? Ainda tem muito o que ser revelado........

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