sinto muito, Bia . - Manuella disse com pesar. - A Rafaella não está mais aqui.....
POV NARRADORA
Era uma segunda feira. Atípica. Para Bianca mais um dia em que se atolaria em seu trabalho, com a intenção de sempre. Tentar se esconder da dor que a assombrava constantemente.
A empresária bem sucedida de 27 anos não era a mesma desde que sua namorada a abandonou há 4 anos atrás, sem lhe dizer o por que.
A Bianca que antes era conhecida por sua risada alta e contagiante, seus planos mirabolantes pro futuro, sua paixão e alegria exarcebada pela vida, não existia mais. Por mais que ainda encantasse todos a sua volta com sua simpatia e carisma, a carioca carregava tristeza em seu olhar. Uma certa frieza. Depois de Rafaella, Andrade nunca mais amou e nem permitiu - se a ser amada. Afastava todos que tinham outras intenções sobre a mesma.
Após a repentina "fuga" da mineira, Bianca por muitos e muitos anos a procurou. Ligava todos os dias, mandava mensagens, chegou até a contratar um detetive particular para contatar a mulher, mas nunca obteve sucesso.
Mas após 4 anos desgastantes, decidiu que não poderia se culpar pela partida de Kalimann. Então se mudou para São Paulo e se voltou 100% para sua carreira de maquiadora, deixando pra trás tudo o que lhe empacava de ter seu sucesso.
Menos Rafaella. Desprendeu - se da culpa, do medo, das lágrimas, de procurar o grande amor da sua vida, mas ainda assim não a esquecia.
Só recusava - se a lutar sozinha por alguém que nem conhecia mais.....
Rafaella ao contrário de Bianca, tinha uma vida simples. Vivia em uma pequena cidade dos Eua, com seu marido Daniel Caon e suas duas filhas gêmeas, Liz e Catarina que tinham 4 anos.
Kalimann era uma mulher um pouco reservada, porém muito acolhedora, estava sempre disposta a ajudar seus vizinhos. Possuía uma pequena loja de artesanatos feitos pela mesma, que aliás tinha muito talento.
Tinha uma vida calma e simples. Agradecia por ter encontrado Caon, que aos seus olhos era um homem extremamente charmoso, educado e se dedicava à família que haviam construído.
Mas seu coração ainda doía. Todas as noites chorava e pedia a Deus para proteger e olhar pela mulher de sua vida. Nunca esqueceria da carioca que lhe ensinou o que era amizade, paixão, conforto e principalmente amor.
Se arrependia amargamente de ter desistido, de não lutar por sua namorada. Mas nunca, em hipótese alguma arriscaria a vida de Andrade. Mesmo que isso fosse lhe custar seu coração, que só continuava batendo pelas duas garotinhas que havia gerado. Única coisa que a fazia se sentir mais perto de Bianca Andrade......