STOLEN [ INTERSEXUAL ] SARIET...

By steisboss

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Sarah e Carolline, gêmeas univitelinas, fisicamente idênticas. Durante muito tempo a conexão entre as duas f... More

DESIGUAIS
SEGREDOS
PERIGOSO
JOGO
INEVITAVEL
MEDO
CHEQUE-MATE
CONFIANÇA
CONFESSANDO
TESTEMUNHA
A QUEDA
A BRINCADEIRA VAI COMEÇAR
INESPERADO
JULGAMENTO
ARRISCADO
MENTIRAS
ÚLTIMA CHANCE
NEGÓCIOS
RECOMEÇAR
PASSADO

ALUCINADA

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By steisboss

OI MEUS CACTOS.
Esse capítulo tem um tombinho, pq sou assim, a dona da fábrica dos tombos. Espero que gostem.


SARAH POV

Após um certo tempo tentando me convencer acabei aceitando a proposta tentadora de Carolline. A mesma já tinha saído a uns 10 minutos e eu continuava tentando criar coragem de fazer aquilo. Não era qualquer garota lá, era Juliette. Era a menina que mais me chamava atenção desde que a vi pela primeira vez nos corredores do colégio. A única que me deixava tímida e retraida de verdade, que fazia minha mão suar e minhas pernas ficarem trêmulas de nervoso só por estar muito perto. Como era tentadora a ideia de ficar tão perto dela, era tudo que eu mais desejava, senti-la perto de mim de verdade, como eu sempre imaginava antes de dormir. Eu já tinha perdido Juliette para Carolline mesmo, não seria tão errado aproveitar a oportunidade, aliás, não era nada demais. Eu só iria me deitar com ela.

Abri a porta do quarto de Carolline, estava tudo escuro, só podia ver uma luz fraca vinda de trás das cortinas. Me esforcei para enxergar, pois estava sem óculos, andei devagar até a cama e pude enxergar Juliette deitada de bruços. Usava apenas um short cinza de algodão e um sutiã. Suspirei fortemente pensando em que diabos Carolline tinha na cabeça de me mandar ficar agarrada com a namorada dela quase semi nua. Carolline realmente tinha uma visão sobre mim completamente distorcida.

Tentei ao máximo não fazer barulho e nem me mexer muito para não acordar Juliette. Puxei o edredom que estava nos pés dela e cobri nós duas. Meu coração parecia que ia sair pela boca de tanta emoção, só de estar tão perto dela e também pelo medo dela perceber que era eu ali e não Carolline. Se ela visse apenas o meu rosto talvez não pudesse perceber. A maior diferença entre Carolline e eu era corporal. Carolline era mais forte e um pouco maior. De resto tudo em nós era praticamente idêntico, até a voz. Mas eu não queria arriscar, preferia que Juliette continuasse dormindo.

Me virei de lado e abracei seu corpo como Carolline me pediu para fazer. No mesmo instante soltei o ar de meus pulmões, minha mão chegou a esquentar só de encostar nela. O rosto dela estava virado pro lado oposto do meu, aproveitei para aproximar meu nariz de seus cabelos e aspirar aquele cheiro delicioso que Juliette tinha. Era viciante. Como Carolline poderia querer outra garota tendo Juliette? Ela era maravilhosa, fascinante. Os cabelos dela eram tão lindos e sedosos, macios. Eu queria tocar. O corpo dela, por Deus, era tudo tão minimamente perfeito, cada detalhe daquela garota. Eu nem podia acreditar que estava tão perto.

Me assustei quando Juliette virou de frente pra mim ainda de olhos fechados. Ela colocou a mão na minha nuca e deixou ali, manteve seus olhos fechados e ficou assim. Fiquei como uma maníaca a observando. Achei que não podia ficar mais boba por ela, mas depois de ver seu rostinho enquanto dormia, percebi que era possível sim. Senti minha mão formigar e por puro impulso a levei até o rosto de Juliette, eu não estava me aguentando. Passei de leve o polegar por sua bochecha e ela franziu a testa ainda dormindo, me afastei um pouco a observando se mexer. Ela finalmente parou e voltei a alisar seu rosto. Passei pela bochecha, subi para o nariz e deslizei o dedo até a ponta, subi de volta e alisei as sobrancelhas grossas dela. Desci até seu queixo, maxilar, subi novamente levando o polegar até seus lábios. Por Deus, eram prefeitos. Como um ser humano era capaz de ter uma boca tão convidativa quanto Juliette?

- Você não vai dormir? - Juliette perguntou do nada e meu peito chegou a doer com o susto, mas continuei parada sem saber o que dizer. Ela estava acordada, mas que diabos eu iria fazer...

- Shh... Só estou te fazendo carinho. - Sussurei para que ela não visse diferença na minha voz.

- Eu não vou transar com você. - Juliette falou ainda de olhos fechados. Eu sorri a observando, parecia um neném. Carolline devia pressiona-la para fazer sexo e por um momento senti vontade de socar minha irmã por ser tão estúpida.

- Tudo bem. Eu não quero isso. - Falei baixo alisando a nuca dela que franziu a testa.

- Você bebeu? - Juliette perguntou de forma divertida e eu sorri. Ela levou sua mão a minha nuca também passeando sua unha de leve fazendo todos os meus pêlos se arrepiarem. Respirei fundo fortemente ao sentir um pontada no meio das minhas pernas. Eu tentava ao máximo me controlar, mas todas as vezes que Juliette chegava perto de mim o desconforto dentro da minha cueca era agoniante. - Eu tô muito chapada, caralho.

- Tenta dormir. - Falei e ela se aproximou mais. Estávamos deitadas frente a frente e nossos corpos estavam quase colados. Eu estava começando a suar com aquela proximidade toda. Nem o ar condicionado do quarto conseguia conter o calor que meu corpo sentia quando eu estava perto de Juliette. Era algo muito além do que poderia ser explicado, mas aquela mulher tinha um efeito fora do normal sobre mim. E nós mal tínhamos contato físico, a simples presença dela me deixava alucinada.

- Não quero dormir. Vem cá. - Ela me puxou pela nuca e no mesmo instante me afastei quase que bruscamente. Me levantei um pouco de olhos arregalados, meu coração parecia que ia sair do peito de tão rápido e forte que estava batendo. Ela queria me beijar, estava achando que era Carolline ali, o que eu iria fazer agora?

- Ju, você está bêbada e chapada. Tenta dormir e amanhã conversamos. - Eu tentava dizer e agora estava sentindo os lábios dela no meu pescoço. Juliette Freire estava com os lábios em mim. Meu Deus. Fechei os olhos respirando rapidamente. Meus braços perdendo a força onde eu o sustentava e fui deitando devagar novamente. Juliette alisava minha barriga enquanto eu sentia sua língua quente molhando meu pescoço.

No segundo seguinte ela virou minha cabeça de forma brusca e não tive tempo nem de raciocinar, seus lábios já estavam sobre os meus em um encaixe perfeito. Aquilo era tão errado e tão gostoso ao mesmo tempo. A puxei para cima de mim e agarrei seus cabelos com força enquanto a apertava contra mim. Ela gemia na minha boca e chupava meus lábios cada vez que eu empurrava meu quadril contra o dela. Eu já estava ofegante, sem fôlego, mas não queria largar os lábios dela. Eu queria aproveitar que eu podia toca-la, que eu podia te-la pelo menos naquele momento.

- Meu Deus! Você está tão diferente hoje. - Juliette falou meio ofegante e fiquei quieta. Estava morrendo de medo dela perceber que não era Carolline ali. Desci minha mão por suas costas e fiquei alisando sua bunda enquanto mexia meu quadril contra ela. Juliette fechou os olhos e me beijou de novo, agora com o quadril inquieto se movendo contra mim. Agarrei sua bunda com força e puxei mexendo-a para cima e para baixo. Eu não estava conseguindo me controlar, Juliette era muito boa. O cheiro dela estava me levando a loucura, aquele beijo, aqueles gemidos baixos. Eu desejava tanto aquela mulher que não conseguia pensar em nada além do que estava acontecendo ali.

Juliette ficou roçando em mim com força e até parou de me beijar quando pareceu ter gostado do que seus movimentos estavam lhe causando. Ela enfiou o rosto meu pescoço e ficou ali se movendo para cima e para baixo esfregando sua boceta na minha ereção. Minha mãos estavam grudadas na bunda dela a acompanhando em seus movimentos. Meu membro vibrava violentamente e eu sentia que podia gozar a qualquer momento só com ela se mexendo daquele jeito em cima de mim.

Ela começou a rebolar de um lado para o outro, já estava tomada pelo prazer e seus movimentos estavam um pouco afobados. Senti a respiração forte dela no meu ouvido e fechei os olhos com força movendo o meu quadril junto com ela. Escutar o quanto ela estava ofegante, as gemidinhas que Juliette estava dando no meu ouvido, eu não estava aguentando. Segurei forte nos cabelos dela com uma mão e com a outra pressionei em sua lombar, agora empurrando ainda mais meu membro contra ela. Senti seu corpo tremendo um pouco em cima do meu e repeti o ato várias vezes. Juliette ficou ainda mais ofegante e apertou com força o quadril no meu mexendo de um lado para o outro. Aquilo era loucura, mas estava tão gostoso. Ela soltou um gemido de novo no meu ouvido e mexi mais rápido sentindo meu membro bombear seguidas vezes, eu realmente ia gozar me esfregando nela. Ela começou se mover ainda mais enquanto gemia, não aguentei segurar mais e gozei na minha cueca escutando os gemidos dela agora mais altos. Eu estava fascinada por aquele som.

Juliette foi parando de se mover enquanto sua respiração normalizava. Respirei fundo fortemente e a coloquei deitada do meu lado. A menina estava mole, o que me fez sorrir. Se ela ficava assim com uma esfregada, imagina quando eu fodesse com ela. Franzi a testa com aquele meu pensamento, talvez esse dia nunca chegasse. Fiquei ali apenas alisando seus cabelos até que ela dormisse, o que não demorou muito para que acontecesse. Levantei da cama devagar e fui tomar um banho.

Aquilo com Juliette foi uma total loucura da minha cabeça. Ela era namorada da minha irmã e por mais que Carolline não a merecesse, era muito errado. Estava torcendo para que ela não comentasse sobre aquilo com Carolline. Sai do banho e resolvi ir pro meu quarto, não podia continuar alimentando aquele desejo em mim. Eu não teria Juliette, tudo que ela fez foi por achar que era Carolline ali, eu precisava me afastar dela.

...

A uns dez minutos eu estava na sala de aula de canto no colégio. Os alunos estavam entrando, não eram muitos, mas sempre se atrasavam. Juliette estava no canto da sala conversando com Bianca e Mari. Eu não conseguia parar de olhar pra ela, ainda mais depois da noite passada. A maior loucura que eu poderia ter feito. Meu maior medo era de Juliette comentar algo com Carolline, no momento não pensei nisso, mas se ela relembrasse da noite passada com Carolline eu estava ferrada.

- Bom dia pessoal. - O professor alto tatuado e barbudo entrou na sala mexendo em alguns papéis. Juliette e suas amigas vieram sentar e pra minha sorte, ou azar, Juliette se sentou do meu lado. Engoli seco e tentei disfarçar a tremedeira que me deu só de te-la tão perto. Seu cheiro invandiu minhas narinas novamente e fechei os olhos involuntariamente. Eu estava fascinada. - Sarah?

- Que? - Abri os olhos em um susto e todos estavam me olhando. Olhei para o lado e Juliette me olhava com um sorriso divertido no rosto, o que me fez sorrir também.

- Você está bem, Sarah? - O professor Bil perguntou e eu assenti meio desnorteada. Eu precisava me concentrar, estava hipnotizada por Juliette e estava agindo como uma perfeita retardada. Eu precisava ter controle sobre aquilo.

- Parecia que estava tendo um orgasmo ai, maluca. - Carla falou e a encarei fuzilando com os olhos.

- Oh meu Deus! Deveria comer uns chocolates, Sarinha. - Thaís falou e a olhei franzindo a testa assim como o resto da turma.

- E o que isso tem a ver? - Juliette perguntou e sorri novamente como uma idiota, mas balancei a cabeça rapidamente tentando não me parecer com uma trouxa de novo.

- É que tipo outro dia vi minha mãe falando na chamada de vídeo pra um cara que ia ter um orgasmo. Ai depois tipo perguntei a ela o que era e ela me disse que era tipo prisão de ventre. - Thaís falou e todos caíram na gargalhada, mas ela continuava séria sem entender. Carla brigava com os que estavam rindo dela. Eu diria que Thaís apesar de ter 17 anos, ela era bem atrasada em certos assuntos. Todos morriam de rir com ela.

- Tudo bem. Chega desse assunto. - Bil falou batendo palma para chamar nossa atenção. - Quero saber como está indo a lição da semana que vem.

- E qual seria a lição da semana que vem? - Mari Gonzalez perguntou e Bil suspirou forte coçando a barba.

- Para os que faltaram ontem, na semana que vem vamos cantar músicas feitas para ex. Músicas sobre términos. Coisas assim.

- Olha, você não vai me fazer ouvir Marília Mendonça. - Falei e começou uma breve discussão entre os alunos ali que gostavam da Marília. - Meus amores, nada contra ela. Só me da gatilho.

- Estou preparando "De quem é a culpa". - Juliette disse com a mão levantada e logo abaixou. - Então já escolhi a minha.

- Ok, pessoal. Quero que discutam sobre suas músicas favoritas e indiquem músicas um para o outro. Até segunda que vem quero que todos já tenham se apresentado. Vocês tem o fim de semana todo para pensar - Bil nos avisou e assentimos. Eles fizeram uma rodinha e começaram a falar sobre o assunto. Ajeitei meu óculos no rosto e fui até Bil, eu preferia ter a opinião do professor sobre isso. Ou talvez eu só quisesse me afastar de Juliette um pouco. Ela não saía do meu lado nem um instante e estava ficando realmente difícil de aguentar.

- Talvez eu possa cantar "penhasco" ou "recaída". - Sugeri a Bil enquanto olhava as letras das músicas pelo celular.

- Você vai cantar e tocar? - Bil perguntou e assenti.

- Sendo assim, "Quarta Cadeira" ficaria perfeita na sua voz. - Juliette surgiu do meu lado do nada e quase pulei com o susto. - Desculpa, não quis te assustar.

- Isso, acho que essa ficaria perfeita, Sarah. - Bil se levantou sorrindo. - Ajude ela, Juliette. Vou ver os outros alunos. - Bil saiu dali e foquei minha atenção no celular. Por Deus, que diabos Juliette queria perto de mim?

- E então? O que achou da ideia? - Ela perguntou abaixando um pouco a cabeça pra olhar meu rosto. Estava próxima demais de novo e meu estômago estava gritando.

- Vou ensaiar essa. Obrigado pela dica. - Peguei os papéis em cima do piano e voltei a me sentar, dessa vez em outra cadeira ao lado de Mari. Olhei para Juliette e ela parecia pensativa. Eu não queria ser grossa, mas precisa manter um distância saudável dela.

Passamos o resto da aula conversando e discutindo sobre nossos cantores favoritos como todos os dias. Eu gostava dessa aula, pois era a que mais podíamos discutir sobre o assunto em pauta. O sinal finalmente tocou e sai disparado da sala, fui até o meu armário completamente atenta, pois sempre tinha um engraçadinho pronto para pregar uma peça. Eles implicavam as vezes comigo quando Carolline não estava perto. Minha irmã era praticamente a pessoa mais popular daquela escola por simplesmente ser a unica garota que jogava no time de futebol. Ninguém mexia comigo quando ela estava perto, mas no momento nem sinal dela. Pra minha sorte a professora Roberta estava ali perto, ela estava vindo na minha direção, mas parou ao ver alguém atrás de mim.

- Olá. - A pessoa me cutucou e me virei. Era Mari Gonzalez, amiga de Juliette.

- Oi Mari. Como vai? - Tentei parecer simpática, Mari era linda. Nós mal nos falávamos, mas as vezes fazíamos alguma lição juntas na sala de aula, mas nada além disso.

- Eu sei que você toca alguns instrumentos... - Ela falava enquanto eu colocava minhas coisas no armário. - Queria saber se você poderia me ajudar a ensaiar a música pra lição da semana... - Pediu e fechei a porta do armário. Encarei a professora que estava parada próximo a nós duas, mas fingia não estar prestando atenção. Ela me encarou e senti medo daquele olhar. Ajeitei meu óculos no rosto e engoli seco.

- Ahmn... É claro. - Respondi a Mari e a professora foi saindo dali. Ela passou do meu lado e por pouco que não esbarrou no meu ombro. Ela parecia estar puta da vida, mas isso passou despercebido por Mari.

- Legal, então. - Mari falava e Juliette apareceu do nada do lado dela. Eu já estava começando a suar. Todo mundo resolveu aparecer do nada. - Depois podemos ir ao shopping se quiser. - Mari falou e Juliette quase se engasgou com a água que bebia.

- Vocês vão sair? - Ela perguntou espantada e ficamos olhando pra cara dela. Não entendi aquela reação. Ela pareceu perceber seu exagero e se recompôs. - Quer dizer... Você não me falou nada, Mari. Babado, vai sair com minha cunhadinha. - Tentou disfarçar e segurei o sorrisinho que eu queria da. Por um instante Juliette pareceu frustrada em saber que eu iria sair com Mari. Mas talvez fosse coisa da minha cabeça.

- Tudo bem, Mari. Pega meu número com a Ju e a gente combina melhor. Preciso ir. - Apenas acenei com a mão sem olhar para as duas e fui em direção ao campo de futebol.

Eu gostava de ver o treino deles. Na verdade eu gostava de ficar de olho caso minha irmã fosse ter uma convulsão. Como ela teve um ataque no dia anterior, eu achava melhor que ela não treinasse, mas Carolline era teimosa e eu não conseguia convence-la.

Fiquei sentada observando o treino deles me sentindo completamente preocupada com aqueles empurrões que davam nela, estava vendo a hora dela começar a se debater ali. Eu não podia evitar de me preocupar, o maior medo dela era de isso acontecer na frente de alguém, eu queria pelo menos estar por perto caso acontecesse. O treino finalmente acabou e Carolline veio na minha direção tirando sua camisa ficando só de top.

- Fala ai rascunho do capeta. - Ela bagunçou meus cabelos e se sentou do meu lado.

- Se sou rascunho do capeta você é a xerox do rascunho. Somos gêmeas, idiota.

- Boa. - Bateu na minha mão e começou a rir. - Veio me ver treinar? Que bonitinho.

- Vim. Eu gosto de futebol. - Tirei o óculos do rosto para coçar os olhos, só não queria olhar pra ela e entregar que estava mentindo. Eu nem gostava de futebol.

- Você mente muito mal. - Carolline falava e coloquei o óculos de novo para encara-la. Ela não sabia, mas na verdade eu mentia muito bem. - Você só tem medo de eu ter um ataque epiléptico.

- Minha preocupação não é bonitinho? - Cutuquei-a na barriga e ela quase deu um pulo rindo.

- É bonitinho, mas eu não preciso de babá. - Eu apenas assenti. Ela não gostava de ser tratada como uma pessoa que leva uma doença, eu entendia, mas as vezes minha preocupação era maior. Nem todo mundo sabe como agir quando isso acontece, mas eu já estava acostumada e sabia cuidar de Carolline quando acontecia. - Como foi hoje?

- Legal. A Mari me chamou pra sair.

- A Gonzalez? - Perguntou espantada e eu assenti. - A Mari amiga da Juliette? - Assenti novamente e ela parecia não acreditar. - O que você fez? A ameaçou com uma arma?

- Nossa, Carolline. Você é tão engraçada, deveria fazer stand up. - Ela começou a rir e eu revirei os olhos.

- Achei legal isso. Vai pode usar essa sua pirokinha.

- Pirokinha dois centímetros maior que a sua. - Lembrei e ela revirou os olhos me fazendo rir.

- Aqui é 17cm de muita orgia. - Eu assenti e ela me encarou. - Aliás, se quiser umas dicas sobre sexo eu posso te dar. - Sugeriu e arqueei as sobrancelhas sorrindo. Aquilo só podia ser gozação.

- Eu estava pensando nisso. - Tentei ficar seria, mas era quase impossível. - A Mari falou comigo e já veio você na minha cabeça, pensei "A Carolline podia me dar umas dicas sobre sexo, acho que a Mari quer me dar". - Falei ironicamente, mas isso passou despercebido por Carolline.

- Sério? Caraca, eu posso ajudar. Você tá muito tempo sem fazer, não é? Eu te ajudo. Não é tão difícil. - Ela falava séria e eu assentia prestando atenção.

- É. Meu gigante tá dormindo a muito tempo. Você vai ser essencial, Carolline.

- Não entendo, ela nunca me chamou pra sair. Por que chamou você? - Perguntou confusa e revirei os olhos.

- Você namora a amiga dela, Carolline.

- E dai? Nem antes disso. Eu sou muito mais bonita e popular. Todo mundo aqui já quis ficar comigo. Eu sou maravilhosa. Por que ela escolheu você?

- Nossa! Sol, abaixe, pois Carolline vai subir. - Eu falava e ela parecia pensar em um motivo para Mari não ter escolhido a ela. - Vai ver a Juliette já queria você faz tempo e disse a ela.

- Acho que é isso. - Carolline respirou aliviada me fazendo revirar os olhos. Por essas e muitas que eu escondia tudo dela. - Quero te pedir um conselho.

- Fala. - Franzi a testa estranhando, ela nunca me pedia conselhos.

- Eu quero parar de trair Juliette. - Carolline falou olhando para o campo e arqueei uma sobrancelha. Que ótimo. - Quer dizer, eu gosto muito dela. Acho que posso controlar e ficar só com ela. Você acha que é possível?

- Claro que é. Do mesmo jeito que você tem a opção de trair, você tem a de não trair. Isso é uma escolha, você que decide errar ou não. - Falei de forma sincera. Por mais que eu gostasse de Juliette, eu precisava aceitar que ela era namorada de Carolline, e dessa vez eu não queria estragar as coisas, pois se minha irmã estava querendo realmente algo sério, era porque ela gostava. Eu teria que respeitar.

- Você tá certa. Eu posso aguentar um tempo sem sexo. Vou ser boazinha a ela, quem sabe Juliette não muda de ideia - Deu um empurrãozinho no meu ombro e revirei os olhos. Tudo pra ela se resumia a isso. Sexo. - Aproveitou ontem, não é? Agora é minha. - Carolline falou tentando ser sarcástica e fiquei a encarando séria. Aquele único comentário me fez sacar a história toda. Minha linda irmãzinha já estava se sentindo ameaçada. Era só por isso que estava resolvendo ficar só com Juliette. Eu deveria ter desconfiado. Queria saber o que a levou a aquilo.

- Não aproveitei nada. Ridícula. - Sorri tentando disfarçar. Carolline se achava esperta, mas enquanto estava vindo com a farinha, meu bolo já estava pronto. Será que Juliette falou algo a ela? Eu estava muito curiosa pra saber. - Preciso ir.

- Obrigado pelos conselhos, Sarah. - Carolline falou sorrindo e eu assenti. Eu poderia dizer "tá pra nascer mais falsa que ela", mas eu já nasci.

...

Já se passava das 23h da noite e eu estava com o violão na mão tentando fazer um arranjo diferente da música Quarta Cadeira que Juliette havia me indicado para a próxima aula de música. Pra minha sorte ainda tinha o final de semana todo para conseguir isso e ainda poderia ajudar Mari. Nós estávamos trocando mensagens o dia inteiro. Eu até estava gostando, ela parecia ser legal, não deixava o assunto morrer nunca e até me senti melhor em prender minha atenção em outra pessoa que não fosse Juliette.

Ouvi um barulho no andar de baixo e encarei a porta, Carolline devia estar chegando agora. Eu já estava preocupada, pois ela tinha ido a uma festa e isso significava que ela ia beber. A falta de responsabilidade dela me dava nos nervos e eu realmente queria não me preocupar tanto, mas era quase impossível. Me sentia na divida com ela já que 90% da culpa dela ser assim era minha.

Ouvi o barulho novamente e comecei a me preocupar. E se Carolline estivesse mal?Ela podia só estar com alguma garota lá em baixo. Mas a mesma disse mais cedo que não trairia Juliette mais. Eu queria saber se estava tudo bem, então decidi ir ver. Abri a porta devagar e parei perto da escada que levava até a sala. Arregalei meus olhos ao ouvir o diálogo entre Carolline e Juliette.

- Se você não me soltar eu vou gritar... - Ouvi a voz de Juliette e aquele barulho de novo, acho que ela estava tentando afastar Carolline.

- Confia em mim. Não vai doer. - Carolline falou e levei minhas mãos a cabeça. Que diabos aquela garota estava fazendo?

- Por favor! Eu já disse que não quero! Não estou preparada.

- Fica quieta. Você vai gostar. - Desci alguns degraus da escada em silêncio. Estava tudo escuro e torci pra que elas não me vissem ali. Juliette começou a se debater enquanto Carolline a pressionava contra a parede. Aquela cena fez meu sangue ferver, minha cabeça chegou a doer, minhas mãos formigando de vontade de arrebentar Carolline por ser tão nojenta. - Juliette, para de palhaçada. Você disse que me ama, vamos fazer isso, eu quero muito fazer com você.

- Qual a parte do "eu não quero" você não entendeu? - Juliette tentou sair dali de novo enquanto Carolline tentava abrir a calça. Minha irmã jogou Juliette contra a parede de novo e vi a mesma começar a chorar. Eu queria matar Carolline com minhas próprias mãos. - Me solta! Você não pode me forçar.

- Só quero te mostrar que é bom - Carolline tentava a todo custo segurar Juliette, mas ela se debatia. - Você está me irritando muito. - Ela bateu com força as costas de Juliette na parede e não aguentei mais. Desci as escadas correndo e Carolline quando me viu já se afastou de Juliette quase que imediatamente. Eu agarrei em sua camisa e a joguei contra a parede do outro lado. Eu estava com tanto ódio que podia mata-la.

- Você é tão nojenta que meu estômago está embrulhando só de ficar perto de você. - Bati com as costas dela na parede de novo e ela parecia assustada. - Querendo forçar a menina a fazer sexo, Carolline? A que ponto você chegou?

- Eu não ia fazer isso - Ela tentou se soltar de mim e a segurei com mais força.

- Não mede força comigo. Eu te arrebento aqui mesmo, e você bebeu, sabe o que pode acontecer. - Falei nervosa e a vi engoli seco. Ela parou no mesmo instante e ficou me olhando assustada. - Olha como deixou a garota. Isso que fez é horrível e espero que tenha noção disso - A soltei e Carolline no mesmo instante saiu dali tão rápido que nem percebi. Com certeza aquilo era medo de ter um ataque, mas dessa vez não me importei. Eu estava cansada das merdas que minha irmã fazia.

Olhei para Juliette e ela chorava de cabeça baixa. Estava toda encolhida em um canto e meu coração se partiu ao ver aquilo. Carolline realmente era uma sem noção. Eu não podia acreditar no que tinha visto. Juliette me deu as costas e saiu pela porta da sala. Olhei pela janela e vi que ela estava indo embora andando. Pensei em voltar pro quarto e deixar que ela se resolvesse depois com minha irmã, mas eu realmente não iria conseguir dormir sabendo que Juliette estava sozinha na rua uma hora dessa.

Corri no andar de cima e peguei um moletom cinza. Coloquei meus chinelos correndo e peguei as chaves do carro. Sai com ele dali rapidamente e a encontrei não muito longe. Fui parando o carro perto dela que pareceu se assustar, mas respirou aliviada quando viu que era eu. Ela ainda chorava.

- Entra. - Pedi e ela entrou rapidamente. O cheiro dela invadindo o meu carro, mas que diabos de cheiro bom.

- Obrigado, Sarah. Você é incrível. - Ela suspirou alto passando as mãos no cabelo e eu apenas assenti.

- Onde você mora? Precisa me explicar porque eu não sei.

- Eu não quero ir pra casa. - Disse e eu a olhei rapidamente. Ela estava seria e olhava para frente. Parecia estar mal mesmo. Tive vontade de distrai-la um pouco para se esquecer do que aconteceu, mas não sabia se era uma boa ideia.

- E pra onde quer ir?

- Não sei. Só não quero ir pra casa. - Eu apenas assenti. Sabia um lugar legal para leva-la.

- Se importa de subir o morro? - Perguntei e ela me encarou. Apenas negou com a cabeça e eu mudei minha rota acelerando o carro. - Ok, sei um lugar legal. Vai ser bom pra você se distrair.

- Vai demorar? - Ela perguntou e vi que enrolava alguma coisa na mão. Não podia acreditar que ela ia fumar dentro do meu carro. Eu odiava isso, mas resolvi não dizer nada. Aliás, era Juliette, ela podia tudo que quisesse.

- Talvez uns 20 minutos.

- Entendi. - Juliette deu um trago forte e eu ia acabar batendo o carro do tanto que olhava para o lado para observar tudo que ela fazia. - Por que não aproveita e me conta o que diabos aconteceu com você e Carolline? Ela me diz que você tem um passado e que hoje não se dão bem por causa dele. Eu queria saber o que houve.

- É uma longa história...

- Bom... - Juliette soltou a fumaça da boca pela janela e voltou a me encarar. O bom era que não tinha carros na estrada, ou estariamos mortas. Eu estava hipnotizada por ela. - Temos 20 minutos e o resto da noite pra você me contar. - Ela sorriu e juro que quase larguei o volante para beija-lá, mas me contive.

- Ok. Só não me odeie depois disso. - Pedi e ela assentiu se sentando de lado no banco para prestar atenção em mim.

...

Curiosos pra saber o que a Sarinha aprontou?

Acham que a Ju sabia que era a Sarah na cama com ela? kkkkkk

@twittaste_

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