Quem É Ela | Livro 1 | Conclu...

By Quartausamosrosa

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|Livro um da duologia Eles| {É preciso realizar a leitura na ordem para um entendimento melhor da história} ... More

Recados
Prólogo
Cast
1|Era Domingo
2|Isso é um erro
3|Quando nos conhecemos
4|Você não é metade do que ele dizia ser
5|Irresponsabilidade
6|Ele não me deixa dormir
7|Despedida ao Bar
8|Pizza?
9|O Jantar
10|Pobre lata de lixo
11|Dejavu com gosto de lembranças
12|O Lago
13|Uma noite longa
14|Adoradoras
16|Te trouxe flores
17|Sim, eu prometo
18|Se eu fechar os olhos
Epílogo

15|Ele tem nós dois, nunca estará sozinho

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By Quartausamosrosa

- Ok você sai eu espero, e quando ver vocês no jardim saio e vou pro meu quarto. - Magnólia repassa seu plano.

- Tem certeza mesmo que precisamos sair? - Sebastian a abraça.

- Já passa do meio-dia, é claro que precisamos sair Sebastian.

- Eu não vejo problema algum em continuar aqui. - Deposita beijos pelo pescoço dela.

- Hoje é minha folga. - Ela tomba a cabeça para trás sentindo os lábios quentes dele. - Eu vou aproveitar o resto do dia para ficar com Timy, e você... Bom sei lá o que você deveria fazer. - Magnólia se afasta rapidamente e ajeita a sua blusa.

- Vamos sair a noite, só você e eu. - Sebastian se aproximou mais e tentou levantar a sua blusa pela milésima vez. Mas a mulher deu um tapa em sua mão.

- Não existe você e eu.

- Vai começar tudo de novo não é mesmo? - O homem parecia decepcionado.

- Você precisa entender que não podemos ficar juntos Sebastian. - Magnólia pega sua bolsa do chão.

- Me recusou! - Tentou parecer complacente ao se sentar em sua cama e desviar os olhos para fora da janela.

- E como isso funcionária Sebastian? - Perguntou ao pegar sua bolsa no chão e colocá-la sobre seu ombro. - Vou te dizer como iria ser. - Ela mesmo respondeu e caminhou até parar de frente com ele. - As pessoas viram nos dois juntos e então os olhares tortos começariam "Nossa eles nem esperaram o corpo do falecido esfriar", "Eu aposto que eles estavam juntos desde antes",  "Sempre soube que ele cobiçava tudo o que era do irmão". - Magnólia recitava frase na qual tinha certeza que ouviria.

- Você não pode ter certeza. - Sebastian a interrompeu.

- Então chegaria a vez de Timóth. - Ela continuou. - Os amiguinhos da escola perguntariam o porque o tio dele namora com a mãe dele. As pessoas diriam a ele que a família dele é toda errada, até mesmo um pecado. Tem noção de quanta terapia ele teria que fazer.

- Ele é duas vezes herdeiro, pagar terapia não seria um problema. - Ele levantou suas mãos e as colocou em sua cintura. - E todo mundo precisa de terapia, é  como se fosse uma manutenção.

- As pessoas são cruéis Sebastian, ele já perdeu o pai. Não vou deixar que o machuquem e é por isso que entre você e eu . - Ela tornou a usar as palavras dele. - Sempre vai ser ele.

Magnólia se inclinou e depositou um selinho nos lábios dele. Sebastian fechou os olhos e aproveitou a sensação.

- Mas posso pedir a Jane para providenciar os papéis? - Questionou se levantando.

- Sim. - A mulher suspirou ao ajeitar a alça de sua bolsa em seu ombro. - Você pode, mas isso não significa que vamos...

- Eu sei. - Ele a interrompeu e se afastou.

- Sebastian!?

- Já vou, te vejo lá em baixo. - Depositou um beijo sobre a testa dela e saiu.

Magnólia sentiu algo apertando seu coração, as últimas falas do seu cunhado não foram ditas olhando em seus olhos.

A mulher se aproximou da janela com o cuidado de que ninguém a visse e ficou observando, esperando que o homem seu filho e sua sogra aparecessem no jardim, esse era o sinal que lhe indicava que ninguém a veria saindo do quarto dele. Sebastian acho que aquilo era um exagero já que seus quartos ficavam um do lado do outro. Mas ela não queria arriscar, e por isso insistiu até que ele concordasse.

Olhando pela janela ela via o quanto o dia estava lindo, e seus pensamentos vagaram. Na noite passada ela não deveria ter se rendido, deveria ter lhe dado as costas e ter se trancado em seu quarto enquanto mantinha o máximo que podia de distância. Magnólia pensou que todas aquelas discussões e brigas que tiveram no começo da sua convivência eram melhores do que o momento em que se encontravam agora.

Seu cunhado havia literalmente fodido com tudo, ela buscava saber em qual momento as coisas haviam mudado para ele, quando foi que toda aquela raiva que ele sentia começou a se transformar em desejo.

Logo Sebastian apareceu no quintal com sua mãe e Timóth, o coração da mulher palpitou quando pensou que teria que afastá-lo para que as coisas não ficassem mais sérias do que já estavam, vê-los la em baixo fez com que seu peito ardesse e Magnólia passou sua mão sobre sua pele.

- Eu gosto dele? - Se perguntou. - Eu... gosto... 

Voltou a repetir as palavras enquanto dava as costas a janela e caminhava até a porta.
Pela primeira vez ela parou para pensar no que senti e percebeu que tudo entre eles acabaram de ficar pelo menos 50% mais complicadas, ela fodeu com tudo.

Como se manteria distante se ela o queria por perto?

Magnólia saiu do espaço pessoal dele e deu os três passos que eram necessários para chegar até a porta de madeira do seu quarto, a destrancou e finalmente seus pulmões se encheram de um ar puro, mas o aroma do perfume de Sebastian ainda se encontrava por perto, parecia estar empregando em sua pele. Ao passar pela porta ela jogou sua bolsa sobre a cama, os seus tênis ao lado de uma poltrona e então caminhou até o banheiro para finalmente tomar um banho de verde, já que o que haviam tomado mais cedo não deveria ser considerado como um banho.

De olhos fechados ela podia os ver, via as grandes mãos dele passando pelo corpo dela enquanto deixavam um rastro de espuma e eletricidade, a forma em como segundos depois os peitos dela estavam sendo pressionados contra o box frio e o corpo quente dele a invadia. A mulher passou a mão pelo rosto e tentou se livrar das lembranças da mesma forma que deixou a água morna leva-se seus pensamentos sobre a atual situação e suas preocupações.

Depois do banho a mulher se secou colocar uma roupa confortável e finalmente tomou coragem para sair do quarto, com os pés descalço e com os seus passos calmos ela seguiu para a cozinha pegou uma maça e ouviu as risadas de seu filho. A curiosidade a atingiu e ela seguiu o som para saber o que estava acontecendo, quando se aproximou do jardim viu que Sebastian corria atrás de Timóth.

Quando o garotinho viu sua mãe correu em sua direção e se segurou em suas pernas, enquanto tentava se esconder, o seu sorriso era enorme.

- Foge mamãe, o mostrou quer pegar a gente! - Ele gritou extremamente eufórico.

- Eu vou pegar esse garotinho e fazer sopa dele. - Sebastian disse com uma voz engraçada e simulou uma corridinha na direção dele.

Magnólia sentiu seu coração aquecido quando seu filho deu mais uma gargalhada eufórica e tentou subir em seu colo. Entrando na brincadeira ela o levantou e o abraçou então começou a correr. As gargalhadas aumentaram.

- Você não me pegaa! - Timóth fez gracinha se aproveitando da situação de estar protegido por sua mãe.

- Eei, volta aqui esse garoto é meu! - Seu tio tornou dizer com a voz engraçada e apertou os seus passos.

- Corre mamãe, corre!- Se movimentou no colo dela, como se os seus movimentos a fizessem ir mais rápido.

- Não vou deixar você pegar ele. - A mulher disse ao correr e olhar para trás então mostrou língua para ele.

- Eu vou fazer sopa de vocês dois. - Ele apertou os seus passos.

Eles correram por mais alguns cantos do jardim antes de Sebastian conseguir se aproximar o suficiente, quando ele estava perto abriu os braços e os pegou levantando-os do chão. As risadas tomavam conta do espaço, quem os visse com certeza seria tomado por emoções.

- Não! - Timóth gritou em meios as risadas.

Sebastian os soltou e então Magnólias colocou seu filho no chão enquanto tomava fôlego.

- De novo Titio.

- A mamãe precisa respirar primeiro meu amor. - Ela disse ao se sentar sobre a grama, e o homem a acompanhou.

- Vamos brincar de algo que não envolva correr. - Ele bufou, o ar também parecia fugir dos seus pulmões.

- A gente pode assistir filme!? - Perguntou batendo o dedinho em seu queixo como se sua ideia fosse a mais incrível de todas.

- Claro que podemos. - Seu tio disse se levantando.

- Ebaaaa, vamos mamãe. - Ele tentou puxá-la  pelas mãos.

- Ai! - Ela resmungou ao tentar apoiar o pé no chão.

- O que foi? - Sebastian se ajoelhou ao seu lado prontamente.

- Mamãe?

- Acho que pisei em algum espinho. - Ela disse ao olhar para seu pé.

- Eu vou Contar pra vovó! - Timóth saiu correndo seu tio e sua mãe riram.

- Viu. - Sebastian disse a encarando. - Agora eu sou só Titio, e não tio pesti ou tio Sebastian. Eu fui promovido a Titio. - Disse orgulhoso.

- Eu percebi. - Ela sorriu e desviou os olhos para procurar o maldito espinho.

- Ninguém vai machucá-lo, não enquanto ele tiver nós dois. - Voltou a dizer.

Os olhos de Magnólia buscaram pelos dele uma segunda vez, a expressão era calma, lhe passava confiança parecia que ele tentava lhe dizer que sempre estaria ali para eles. Sebastian não disse mais nada, pois sua mãe logo se aproximou com seu neto, e então a mulher procurou e retirou o espinho que lhe incomodada, por um momento ela desejou que todos os seus medos fossem tirados dela de forma fácil, assim como ela havia retirado aquele espinho.

- O que aconteceu? - Elen perguntou.

- Não foi nada. - Magnólia sorriu. Seu cunhado lhe estendeu as mãos e ela apoiou para se levantar. - Foi um espinho, a partir de agora nada de correr descalço pelo gramado ok? - Disse para Timóth e Sebastian que também estavam descalço.

- Ok, agora vamos ver o filme?

- Siim!

Magnólia estava feliz por ver o seu pequeno feliz, e isso bastava.

Durante o tempo em que viram filmes enquanto comiam pipoca e tomavam sorvete. Magnólia se perguntava dê o porque Sebastian estava ali, ela disse que passaria o dia com seu filho, mas, porque ele também decidiu que passaria um tempo com eles? Bom ela queria acreditar que ela também poderia ser um dos motivos pela qual ele estava ali. Mas também sabia que o homem provavelmente tinha mais coisas para fazer ao invés de ficar jogado no sofá enquanto seu sobrinho lhe perguntava sobre cada movimento que os personagens faziam.

De qualquer forma, fosse por ela ou por seu filho, não importava porque aquele era um momento feliz e ela gostava de telo por perto, mesmo sabendo que não deveria gostar e tendo a certeza de que nunca poderia dizer isso a ele. Ela não queria correr o risco de ver o ego dele inflado.

Eles assistiram a dois filmes e se empanturraram de doces, Timóth estava eletrônico e vez ou outra pulava de um sofá para o outro enquanto tentava fazer alguns golpes de luta. A empolgação era tanta que ele resmungou e começou a chorar quando sua mãe o chamou para tomar um banho, e o choro só cessou quando seu tio disse que daria banho nele. Magnólia ficou meio contrariada, mas acabou cedendo, a noite já estava chegando e o garoto precisava de um banho, pois ele estava todo açucarado e ela sabia que seria uma questão de tempo até que ele apagasse de sono e cansaço.

Após escolher um pijama para o pequeno, Magnólia aproveitou que seu cunhado estava com Timy e então foi tomar um banho rápido. Quando terminou notou que eles ainda não haviam voltado e por isso foi até o banheiro procurá-los e ao se aproximar ela não sabia se ficava intrigada ou apaixonada. Intrigada pelo fato de ter uma jarra de suco enchendo de água ou apaixonada pela forma na qual o homem escovava os dentes do sobrinho.

- Sebe, você não pode começar a chora quando sua mamãe te chamar para tomar banho. - Sebastian dizia. - Ela fica triste quando isso acontece, é por isso que você tem que obedecer ela.

Timóth estava sentado dentro da banheira, em baixo do chuveiro a jarra de suco estava cheia de água, Sebastian tinha todo um cuidado os dedos dele seguravam as bochechas do garotinho enquanto com a outra mão ele escovava, ela achou graça, pois ele abria a boca e fazia caretas enquanto escovava os dentes do pequeno que molhava todo o banheiro enquanto brincava com uma vasilha e uma colher. Depois de terminar o homem o ajudou a enxaguar a boca e então mandou que ele tombasse a cabeça para trás, Timóth obedeceu e então Sebastian pegou a jarra que estava cheia e com cuidado foi jogando todo o conteúdo sobre a cabeça do menino deixando que a água leva-se toda a espuma do sabão para o ralo.

Eles não a viram ali e por isso ela voltou para o quarto silenciosamente e esperou que terminassem, poucos minutos depois Sebastian apareceu com o seu sobrinho no colo todo enrolado em duas toalhas, enquanto caminhava ela podia o ouvir.

- Precisarmos comprar um roupão com uma toca para você, assim não corre o risco de tomar friagem quando sair do banho. - Ele esfregava a toalha na cabeça do garoto, e Magnólia sorriu com a aparente preocupação dele.

Quando Sebastian a viu sentada sobre a cama parou de falar lhe deu um sorriso e colocou o menino sobre a cama.

- Prontinho.

- Obrigado! - Se preparou para comer a trocá-lo.

- Tudo bem... bom eu vou indo, agora quem precisa de um banho sou eu. - Ele apontou para sua blusa toda molhada. - Obedece à mamãe em. - Disse ao garoto que balançou a cabeça em concordância.

E então Sebastian saiu do quarto, mas um breve aroma do seu perfume permaneceu no ar e Magnólia fez questão de apreciá-lo. Após trocar Timóth ela apagou as luzes e se deitou na cama com ele, como eles haviam comido muita bobeira ela sabia que ele não iria querer jantar.

Os olhinhos de Timy demonstravam cansaço, mas ele não conseguiu pegar no sono, o pequeno rolava de um lado para o outro. Abraçava sua mãe e fazia carinho em seu rosto, mas nada de adormecer. Já Magnólia estava exausta, ela havia chegado de viagem  foi para o trabalho e quando voltou teve pouco tempo para dormir, passou o dia todo com Timóth então agora seu corpo pedia um descanso e uma boa noite de sono. Mas seus olhos se abriram de uma vez quando ela sentiu seu filho se afastando.

O garoto se sentou na cama pegou seu travesseiro e se arrastou até a beirada do colchão para descer.

- O que foi meu amor? - Perguntou se sentando.

- Vem mamãe. - Disse baixinho enquanto abria a boca de sono.

- Não meu amor está  na hora de dormir.

Ela protestou, mas já era tarde, Timóth saiu pela porta e ela não teve outra opção a não ser ir atrás. Seus pés cansados se firmaram no chão e a mulher o seguiu, quando viu seu filho abrindo a porta do quarto do tio ela pareceu retomar a consciência e tentou impedi-lo.

- Não...

- Titio?- Timy chamou ao entrar e sua mãe logo atrás.

- Ei, o que faz aqui em? - Sebastian perguntou ao passar pela porta do banheiro usando uma calça moletom enquanto vestia uma camiseta. Os olhos dele se desviaram do pequeno para ela. - Aah, oi!

Magnólia viu a cena e mordeu as bochechas.   Ela nunca se cansaria de ver o corpo dele.

- Vamos amor, seu Tio precisa dormir também. - Ela chamou, mas Timóth já estava tentando subir na cama.

- Ta tudo bem. - Sebastian se aproximou do sobrinho e o ajudou a subir.

- Vem mamãe. - Ele se ajeitou entre os travesseiros.

- Nós precisamo ir pro quarto amor. - Ela insistiu.

- Fica... - Sebastian fez sinal com a cabeça a chamando enquanto subia na cama. - Vem?

Magnólia se aproximou com um suspiro e se sentou na beirada. 

- Deita mamãe. - Timóth pediu.

- Não…

- Só um pouquinho. - Ele insistiu.

- Ta bem, mas só  um pouquinho e a gente  volta pro nosso quarto ok?

- Porquê? Eu quero dormir aqui com o Titio, ele deixa.

- Porque ele precisa descansar. - Magnólia tentou explicar.

- Mas… Você deixa a mamãe dormir aqui Titio? - Timóth se virou para Sebastian e perguntou como se sua vida dependesse disso, e ele sorriu porque por ele, ela nem tinha saído daquela cama mais cedo.

- Claro que ela pode. - O homem se virou para poder encará-lo e se ajeitou. - Vocês dois podem.

- Sebastian! - Magnólia tentou reprimi-lo.

- Que foi? Eu não vou dizer não pra ele!  - Ele a encarou.

- Mas dai ele vai querer dormir aqui todo dia.

- Não vejo problemas nisso. - Disse despreocupado e se ajeitou mais uma vez.

Timóth que estava ali atento a conversa dos dois não evitou a comemoração.

- Ebaa! Vem mamãe vamos fazer sanduíche.

- Sanduíche? - Sebastian perguntou ao olhar para os dois e então viu os olhos de Magnólia vidrados em Timóth. - Meg? -  Chamou.

- Hm? - Ela respondeu piscando várias vezes seguidas e então o encarou.

- O que foi?

- Nada... é só que...

- A gente não pode fazer o sanduíche? - Timóth perguntou já demonstrando tristeza.

- Se... se o seu tio quiser. - Ela disse com muito custo.

- Vocês querem comer agora? - Ele perguntou e Timóth caiu na risada.

- Não é sanduíche de comer Titio. - Ele disse ainda rindo.

- Então o que é isso? - Sebastian voltou a perguntar.

- É assim. - Timóth se aproximou dele. - Vem mamãe.

Magnólia piscou mais algumas vezes então se rendeu e se aproximou dos dois. Ela viu a expressão de surpresa no rosto do homem quando Timóth deitou bem próximo dele, com cuidado ela também se aproximou e deitou colada ao seu filho, os olhos do rapaz ficaram perdidos e ele não sabia o que fazer. Então Magnólia levantou seu braço passou por cima do corpinho que se aconchegava entre os dois e o jogou sobre a cintura do homem, como se fosse o abraçar. Sebastian então intendeu o que era o tal sanduíche e se ajeitou abraçando-os de volta, os olhos dele se desviaram para seu sobrinho que levantou um de seus braços e começou a fazer carinho em seu rosto.

E de repente Sebastian havia ficado extremamente emocionado.

As mãos quentes dele começaram a fazer um leve carinho nas costas dela, e ela retribuiu o gesto. Não demorou mais que minutos para que Timóth fecha-se seus olhos e adormecesse. Magnólia depois um beijo sobre os cabelos do seu filho e então ousou olhar para Sebastian, que a encaravam, ela podia ver algo diferente nos olhos dele.

- Obrigado! - Ele sussurrou.

- Porquê? - Ela questionou.

- Por isso. - Moveu os olhos para o seu sobrinho. - De alguma forma você me trouxe o que faltava e eu nem se quer sabia que faltava algo... entende? É como se vocês fossem a parte que eu nunca cogitei ter na vida. Do nada eu sinto que alguma coisa foi preenchida, mas eu não sabia que existia esse espaço vazio. E eu não to falando da perda, porque eu sinto que ela ainda está aqui… Presente. Eu to falando de outro lugar vazia que foi invadido no momento em que coloquei os meus olhos em você.

Magnólia sentiu seus olhos arderem ela ia chorar se ele continuasse a fala.

- Eu entendi o que você quer dizer. - Sim, ela entendeu, mas não queria acreditar. - Não,  na verdade, eu sinto o que você quis dizer. - Engoliu o nó da sua garganta e se ajeitou. - Agora dorme... quando você acordar ainda vamos estar aqui. - Ela sorriu e então fechou seus olhos.

Quando Sebastian abriu os seus olhos e viu que era dia, a primeira coisa que fez foi olhar para o lado para ter certeza de que eles estavam ali. E porra eles estavam. Foi impossível não sorrir, porque não havia sido um sonho ou uma cena que ele criou em sua cabeça antes de fechar os olhos, aconteceu de verdade.

Seu sorriso só aumentou quando viu que seu sobrinho dormiu ainda entre eles, porém os seus pés estavam jogados sobre a barriga de seu tio e a cabeça próximo ao colo de sua mãe. Com cuidado para não acordá-los, o homem se levantou pegou seu sobrinho e o ajeitou próximo à Magnólia que mesmo adormecida se moveu e abraçou o corpo pequeno do seu filho. Antes de se afastar ele se aproximou e puxou o ar próximo à mulher sentindo o cheiro de flores vindo dela, ele queria beijá-la, mas sabia que se a tocasse ela provavelmente acordaria e ele não queria isso, na verdade, não queria nem se afastar para se arrumar e ir tomar seu café. Foi quando Sebastian percebeu que seria capaz de passar horas, até mesmo dias, parado os observando. Mas por hora ele teria que se contentar com o cheiro floral que ficaria preso nos seus lençóis para lhe embriagar na próxima noite. 

Sendo rápido e cauteloso Sebastian foi até  o banheiro com um dos seus ternos sempre bem alinhados e lá se arrumou. Ele acreditava que quando saísse do cúbico ainda encontraria Timóth e Magnólia dormindo, mas quando passou pela porta viu que só o seu sobrinho continuava ali em um sono tranquilo.

Uma pitada de frustração o atingiu porque parecia que a mulher sempre escapava por entre os seus dedos. E ele não era bobo, sabia que a partir do momento em que saíssem por aquela porta naquela manhã ensolarada as coisas voltariam a ser como eram antes, por isso ele queria prolongar o tempo que tinha ali com eles. Mas pela milésima vez ela o privava de momentos que poderiam passar junto.

Após assegurar que o pequeno não cairia da cama caso rolasse para os lados, Sebastian sai do seu quarto passando pela porta do quarto de sua cunhada e notando que ela não estava ali. A casa estava silenciosa e seus passos o levaram escada a baixo onde encontrou um cheiro de café, ao se aproximar da cozinha viu Magnólia de costas ainda vestida com a mesma roupa, a mulher segurava uma xícara de café em seus dedos e observava através da janela.

- Me diz que vão se mudar para o meu quarto hoje mesmo? - Sebastian se aproximou e depositou um beijo em seu pescoço enquanto posicionava suas mãos sobre o corpo dela.

Magnólia não se assustou com a presença do homem, pois o cheiro do seu perfume se misturava ao cheiro do café deixando claro a sua aproximação, porém o agarre em sua cintura e o beijo deixado em seu pescoço sim, a assustou.

- Bom dia! - Disse se afastando e olhando para os lados, ela sabia que Luiza havia saído para buscar o pão, mas não sabia se Elen estava na casa.

- Não. - Protestou pelo afastamento dela. - Quero ter você perto. - Ele levantou uma de suas mãos e passou por entre os fios de cabelos dela. - Bom dia! - Disse após deslizar os dedos pela bochecha dela.

- Sebastian! Não faz isso. - Desviou seus olhos dos dele para encarar o líquido da sua xícara. - Nós já conversamos sobre isso... o final de semana acabou e agora temos que voltar a realidade e você sabe muito bem que não adianta insistir.

- Nunca vou desistir. - O homem afirmou ao pegar uma xícara e se servir.

- Você me cansa. - Ela revirou os olhos e deu um suspiro audível.

- Vou levar isso como um elogio. - Piscou para ela, e a mulher tentou esconder seu sorriso ao tomar do seu café. - Preciso que vá até à empresa hoje. - Disse dando um passo na direção dela, que entrou automaticamente em estado de alerta.

- Para? - Ela afastou se encostando no balcão.

- Precisamos conversar sobre os papéis da guarda e da herança do pirralho. - Tomou o primeiro gole do seu café e tentou não fazer careta para o amargor em sua boca.

- Mas pensei que só teria que assinar. - Magnólia levou uma de suas mãos até o mármore, Sebastian estava perto de mais.

- Claro que não, se vamos fazer isso vamos fazer direto. - Ele esticou o braço e a mulher apertou os seus dedos ao redor do mármore de cor marfim, o ar se prendeu em seus pulmões e o falo dele estar olhando diretamente em seus olhos não ajudava muito.

- Sebas... - Ela soltou o ar quando a mão dele passou direto por ela e pegou o açúcar que estava atrás de onde a mulher estava. 

- Sim? - Ele disse baixinho, enquanto ainda se olhavam.

- Bom dia!? - Eles ouviram a voz de Elen e Magnólia aproveitou para se afastar.

 Passou por Sebastian como se o homem venenoso.
 
- Bom dia! - Foi a primeira a falar enquanto colocava sua xícara sobre a mesa e se aproximava de sua sogra. - Oi meu amor. - Disse para Timóth que estava parado ao lado de sua avó enquanto coçava os olhinhos sonolentos.

- Bom dia! - Sebastian disse ao se aproximar da mesa.

- Titio a onde você vai? - Timóth perguntou ao olhar para o homem e ver que ele estava de terno.

- Hoje é segunda meu bem, seu tio precisa trabalhar. - Foi Magnólia quem respondeu.

- A gente não vai brincar? - Ele perguntou parecendo triste e se aproximou do homem que o pegou no colo.

- Sinto muito garotão, mas que tal assistirmos ao filme do capitão América quando eu chegar?

Magnólia revirou os olhos ao ver a empolgação do seu filhos no colo do tio, já que agora eles pareciam próximos e pasavam horas assistindo a filmes de super heróis. Logo ela se sentar para arrumar o leite do garoto e agora Elen também já estava sentada a mesa e observava tudo.

- Eu não tenho um escudo. - Timóth choramingou baixinho.

- E você quer ter um escudo? - Sebastian perguntou.

- Sim, mas a mamãe não quer me dar um - Ele disse em sussurro, nãoqueria que ela o ouvisse e chama-sesua atenção.

- Eii! Eu ouvindo isso. - Ela protestou e o garoto fez sinal de silêncio com os dedos. 

- No final de semana a gente  vai até a loja comprar um escudo igualzinho ao do capitão o que você acha? - Sebastian perguntou ao se aproximar de Magnólia e colocar Timóth sentado ao lado da cadeira dela.

- Ebaa! Eu vou ter um escudo. - Ele comemou levantando os braços mas logo os abaixo. - Titio?

- Sim? - Respondeu ajoelhado próximo a eles.

- A gente pode comprar alguma coisa pra mamãe? Não quero que ela fique triste. - Disse apontando o dedinho par ela que o olhou de boca aberta.

- Não me envolva nesse rolo de vocês não, e você rapazinho, deveria parar de pedir as coisas. Você já tem muitos brinquedos. - Colocou o leite e um pedaço de bolo na frente do menino.

- Claro que podemos, o que você acha que ela vai gostar? Uma bonecas? - Timóth riu e balançou a cabeça em negação. - Talvez flores, o que você acha?

- Siiim, e chocolate. - Ele tentou sussurrar no ouvido do tio.

- Já chega vocês dois, eu não quero flores. - Disse jogando um olhar sério para Sebastian que sorriu mais ainda. - E eu não quero chocolate, sei muito bem que você vai querer comer tudo seu malandrinho. - Cutucou a barriga de Timóth que riu alto. - Agora tome o seu leite e coma tudo.

- Acho que vamos ter que decidir o que comprar para ela quando estivermos só nós dois.. - Sebastian se levantou e piscou para o sobrinho que concordou. - Preciso ir, tenham um bom dia. - Disse ao pegar uma maçã e banana. - E você. - Voltou a olhar para Timóth. - Não se esqueça do que conversamos ontem. Obedeça a mamãe, não  queremos vê-la triste, queremos?

- Não titio, eu prometo que vou tomar banho quando ela pedir. - Timóth disse rapidinho.

- É isso ai, vejo vocês a tarde. - Passo por sua mãe e depositou um beijo sobre os cabelos grisalhos dela.

Sua mãe e seu sobrinho o observaram se afastar, enquanto Magnólia se mantinha firme em terminar o seu café e não desviar os olhos até o homem de terno azul. Ela precisaria ter a conversa séria com ele...
- Agora me diga, o que é que está acontecendo? - Elen perguntou parecendo plenamente.

- O que?

- A queriada, não tem como esconder isso. Eu vi! - Elen disse.

- Vo-você viu?

Magnólia engoliu seco, sua sogra havia os vistos? Mas que eles tiveram tonto cuidado, como ela ainda os viu? 
Automaticamente a mulher pensou que talvez eles não sejam tão bom em disfarçar quanto pensavam ser, prova disso era a cena que Sebastian havia acabado de fazer.

- Isso não é algo que se esconde por muito tempo, mas quando abri a porta eu não acreditei no que via, tudo ficou confuso e eu pensei que fosse um erro. -Elen dizia séria. E a mulher sentada ao seu lado sentiu uma pontada em seu peito.
As coisas estavam pior do que pareciam ser, pois sua sogra havia acabado de dizer a palavas na qual ela repetia em sua mente o tempo todo. "UM ERRO"  e de alguma forma ouví-las em voz alta machucava mais que em pensamentos, é claro que ela chamaria aquilo de erro. E ela estava certa.

- Eu... eu sei! - Abaixou a cabeça. - Não  deveria ter cedido. - Confessar em voz alta fazia seu peito doer. - Mas eu juro que não vai acontecer nada parecido outra vez, já até pensei em uma solução Timy e eu vamos nos mudar.. E eu já te disse antes você sempre será bem vinda para nos visitar. Mas acredite em mim. As coisas vão ser melhores se nos afastarmos, eu deveria ter feito isso no início. 

Os olhos de Magnólia começavam a lacrimejar, as suas mãos de repente ficaram trêmulas e frias e a fomo se esvaiu.

- Não acho que isso seja necessário, na garagem tem espaço suficiente para quantos carros você queiser comprar e memso se não tivesse eu mandaria contruir uma nova. Mesmo que eu ache isso um absurdo porque temos muitos veículos a sua disposição. - Elen levou a sua xícara até sua boca e bebericou o líquido amargo. - Não vou deixar que se mudem por uma bobeira, aqui é o lugar de vocês e sempre vai ser.

No mesmo instante Magnólia levantou seus olhos e encarou sua sogra. Mas do que ela estava falando? De um carro... e não de Sebastian? Sim o carro que ela havia comprado e mandado entregar. A mulher suspirou e rapidamente secou suas lágrimas.

- Por um instante eu pensei que...

- Que? Pensou que eu faria caso por você ter comprado um carro? - Ela sorriu. - Claro que não queria. - Pegou na mão de Magnólia que estava sobre a mesa e reparando nos dedos gelado. - Mas eu agradeceria se me esclarecesse como vai fazer para pagá-lo já que sei que o seu salário no pub não é tão alto, obviamente quero saber isso para deixar claro que se precisar de algo, eu ficaria feliz em ajudar.

- Realmente nós precisamos conversar. - Magnólia suspirou e sorriu. 


  

Magnólia observou o seu vestido vermelho que por algum motivo parecia mais justo ao seu corpo do que conseguia se lembrar, em seguida ela calçou seus saltou também vermelho pegou sua bolsa a colocou sobre os ombros para então ver o conjunto completo do seu reflexo no espelho. Ela estava bem vestida.

Não que pensasse que se vestia mal nos outros dias, mas como ela iria até o local de trabalho de Sebastian uma necessidade de se vestir bem a dominou. A mulher não queria se vestir para ele, ela tinha uma desconfiança de que não importava o que usa-se, ele sempre gostaria. Porém, ela queria se vestir para as outras pessoas na qual sabia que estariam lá, pessoas bem trajadas e de nariz empe.

Ao confirmar que sua aparência estava aceitável Magnólia saiu do seu quarto desceu até a sala e deu um beijo em seu filho que assistia desenhos na enorme TV, com calma ela caminhou até a cozinha onde escutava as vozes de Luiza e Elen que preparavam o almoço enquanto jogavam conversa fora.

- Já vou indo, vejo vocês mais tarde. - Informou ao se aproximar.

- Tente trazer Sebastian para casa, assim vocês podem nos acompanhar no almoço. - Elen disse.

- Vou tentar, se precisarem me ligue ok? - Respondeu ao pegando uma garrafa de água na geladeira e saindo para a garagem.

Depois do café da manhã. Magnólia, Elen e Timóth foram até o jardim. Lá enquanto o garotinho brincava Magnólia contou a sua sogra tudo o que já havia contado ao seu cunhado. Como esperado Elen não reagiu de forma rude ou negativa, mas se desabou em lágrimas quando a mulher lhe contou sobre a convivência que teve com Christopher em Londres, o que fez com que sua sogra a cobrisse de perguntas. Aquela era a primeira vez que ambas conversavam sobre o passado da garota e ela se sentiu feliz em poder dividir aquilo com a mulher mais velha.

 Sentia que um terço do peso que carregava nas costas havia evaporado, pois, agora algumas coisas estavam as claras e Elan sabia de onde Magnólia vinha.

O caminho até o prédio onde Sebastian trabalha foi relativamente tranquilo, em pouco tempo a mulher já estava com o corro parado no estacionamento subterrâneo do lugar e ao caminhar até o elevador ela constatou a quantidade de veículos de luxo estacionados ali e um frio desnecessário correu por sua espinha.

 Antes das grandes portas de metal se abrirem para revelar o andar onde o escritório do seu cunhado ficava, ela respirou fundo cinco vezes e tomou coragem de seguir em diante.

- Olá! - Disse Jane ao se levantar de sua mesa quando notou a presença da mulher.

- Oi! O Sebastian...

- Ah sim! Ele me disse que viria. Vem te levo até a sela dele. - A mulher era sorridente e simpática, o que fez com que Magnólia relaxasse brevemente.

- Obrigado Jane. É Jane mesmo né? - Ela não se recordava muito bem do nome da mulher na qual havia visto uma única vez por breves horas.

- Sim. - Respondeu ao se aproximar de uma enorme porta. - E o seu é Magnólia, nunca vou me esquecer por ser um nome meio incomum. - Sorriu. - Ah! Antes que eu me esqueça, Sebastian pediu que eu reserva-se uma mesa para vocês almoçarem, você tem alguma preferência? - Perguntou ao colocar suas mãos de dedos finos na maçaneta prateada da porta.

- Hm... - Magnólia pensou por um instante. - Hoje estou a fim de comer pizza. - Finalizou.

- Pizza? - Ela pareceu espantada e confusa. - Será que pizzarias fazem reservas? - Questionou mais para si mesma que para a mulher parada ao seu lado.

- Não se preocupe com isso, conheço uma aqui perto. - Era mentira.

Magnólia não costumava frequentar muito aquela parte da cidade.

- Tudo bem!

Jane deu dois toques na madeira e abriu a porta. Colocando-se parada ao lado dela e dando passagem para Magnólia que entrou e colocou seus olhos no homem sentado atrás de uma mesa de vidro com os olhos fixados na tela do seu computador não notando a presença delas.

- Oi! - Ela disse e no instante em que sua voz tocou os tímpanos dele a atenção foi desviada para o lugar de ontem vinha.

Os olhos dele sorriram quando a viu.

- Meg! - Ele se levantou.

- Posso pedir que chame os meninos? - Jane perguntou.

- Sim, diga que estou os esperando. - Sebastian respondeu sem se quer lhe lança um olhar.

Sua secretária fechou a porta e os deixou sozinhos, no mesmo segundo Magnólia sentiu o peso do ar ficando mais denso, os olhos dele correram pelo corpo dela e lá estava aquele frio na espinha junto do calor no meio de suas pernas, ela não se cansava de sentir isso.

- Deus eu poderia pegar você agora em cima dessa mesa! - Sebastian sussurrou ao se aproximar, o cheiro vindo dela parecia o hipnotizar.

- Não vim aqui para realizar seu fetiche de transar na mesa do seu escritório. - Colocou as mãos sobre os ombros do homem quando ele a agarrou pela cintura e trouxe seu nariz para o vão entre o pescoço e a clavícula dela. - Me solta Sebastian.

Protestou após ter aproveitado do breve toque em sua pele.

- Você nunca vai pensar em nós? Nunca vai nos dar uma oportunidade?

Ela o encarou por um tempo e se afastou, no começo a mulher pensava que não importava quantas vezes ele dissesse que queria estar ao lado dela, ela sempre diria não. Porém, Magnólia começava a duvidar da sua resposta caso ele continuasse a insistir.

Mas dessa vez não foi preciso dizer nada, porque quando ela abriu a boca para dizer que talvez dois toques foram dados na porta e ela voltou a realidade. A porta se abriu e por ela passou Chad, Téo e Perteson, ela já havia os vistos na noite do jantar e sabia que eles eram seus advogados e sócio.

- Magnólia! -  Chad disse.

- Oi!
   
- Uau, você está mais bonita do que eu me lembrava. - Peterson disse ao beijar a mão da mulher e se sentar sobre o sofá que ela não havia percebido existir ali.

- Pet... - Sebastian o repreendeu.

- Seu idiota. - Téo disse ao amigo. - Boa tarde! Não liga para ele.

- Oi! Meninos. - Ela respondeu com um sorriso, eles realmente pareciam uns moleques.

- Vem, pode se sentar aqui. - Seu cunhado posicionou a mãe em suas costas para guiá-la até sua cadeira e mais uma vez ela sentiu o frio na espinha.

- Obrigado! - Sussurrou ao se sentar.

- Bom, vamos começar? - Chad perguntou.

- Claro. - Sebastian disse parado em pé ao lado dela.

Magnólia não sabia o quanto Sebastian havia contado-lhes, mas imaginava que ele não escondeu nada, pelo menos não em relação ao seu passado.

- Pelo que Sebastian nos disse você quer fazer uma doação de bens em vida? - Téo perguntou, e agora a atitude de moleque havia sumido.

- Sim. - Ela respondeu ao desviar os olhos para Sebastian, sim, ele havia contado sobre o passado dela.

- E quanto a guarda do seu filho, nos podemos colocar o nome de Sebastian na certidão do garoto o que o tornará um pai socioafetivo. - Peterson disse, e a mulher percebeu que o rapaz parecia mais sociável quando estava sendo um brincalhão.

- E como isso impedirá que meu tio tente tomar a guarda do meu filho caso algo aconteça comigo? - Magnólia deixou seus pensamentos de lado e focou no motivo dê o porque estava ali.

- Nem um juiz daria a guarda de uma criança para um parente sanguíneo, mesmo que seja um parente distante, se a criança tiver um pai socioafetivo presente na vida dela. - Peterson responde.

- Existem casos em que o pai socioafetivo conseguiu a guarda definitiva do menor, mesmo que o pai biológico mantenha uma presença na vida da criança com visitas feitas quinzenalmente. - Téo completa.

- Ok, então vamos fazer isso. - Por dentro Magnólia se sentiu mais segura.

- Mesmo que seus bens estejam no nome de Sebastian alguém vai precisar ficar a frente dos negócios para representá-los. - Chad falou. - Você tem alguém de confiança que queira colocar nesse cargo?

- Sim. - Sebastian se pronunciou antes que ela abrisse a boca. - Ela! - Respondeu colocando uma de suas mãos sobre o encosto da cadeira onde ela estava sentada.

- O quê?

- Não acredito que tenha uma pessoa melhor que você para isso.

- Sebastian já estou passando tudo para o seu nome porque não quero nem um tipo de envolvimento com nada que foi dos meus pais. - A mulher se levantou. - Porque você pensa que eu vou quer um cargo desse.

- Só aceito se for você. - Respondeu.

- Você disse que sua única objeção era a guarda do Timóth.

- Sim, mas pensei melhor e você consegue, já me mostrou que sabe muito mais do que servir doses de whisky.

- Eu não quero Sebastian. - Ela sentia seu coração batendo forte, ele não podia fazer isso.

- Meg você disse que me ajudaria, esqueceu de suas palavras?

- Não, não me esqueci. Mas quando disse isso não significava que iria trabalhar na empresa. - Ela fez silêncio por um tempo. - Você não intende. - Caminhou até o canto da sala. - Essa merda toda tirou os meus pais de mim. Não quero ter ligação com esse dinheiro, eu só busquei por ele agora porque não posso ser hipócrita e egoísta. Tenho que pensar no futuro do meu filho. - Os seus olhos arderam  e ela não queria chorar na frente deles.

- Ei. - Sebastian se aproximou.

- Nunca vai acabar? Sempre vai estar aqui para me lembrar não vai? - As lágrimas rolaram.

Após descobrir sobre a mote dos seus pais,  Magnólia chorou até que seu corpo não aguentasse. Dias depois a dor continuou e foi ficando suportável à cada amanhecer novo, até que chegou um momento em que ela sabia que ali existia um vazio, mas esse vazio já não fazia as lágrimas pesadas rolarem por seu rosto.

Não até aquele momento.

Agora ela sentia o peso do vazio, voltar para o lugar que um dia pertenceu trouxe todas as lembranças e as sensações na qual ela havia perdido durante os longos anos longe dali. E agora tudo voltava sem se quer lhe dar o direito de controlar o que sentia.

- Não, não chora. - Seu cunhado segurou seu rosto e no mesmo instante ela passou os seus braços ao redor da cintura dele e segurou o tecido da camiseta dele com força em seus dedos.

Tal ato foi o suficiente para fazer com que os amigos do homem saíssem da sala os deixando sozinhos. Quando Sebastian notou que eles já não estavam mais presentes ali abraçou a mulher e sentiu o corpo pequeno dela se encaixar ao dele.

- Não consigo Sebastian. - Ela sussurrou. - Desde que voltei não paro de pensar neles, eu os perdi. Sabe o que é voltar para casa e encontrou um lugar abandonado e sem vida? - Ela soluçou.

- Eu não gosto de te ver chorando  - O homem limpou suas lágrimas.

- Então não me obriga a fazer isso.

- Escuta. - Ele deslizou as mãos pelos braços dela e quando pegou as suas mãos as posicionou uma sobre seu peito e a outra em seu rosto. - Ta sentindo?

Ela movimentou a cabeça em um sim ao sentir o coração dele pulsando forte como se estivesse na palama de sua mão.

- É por você. Cada batida pertence a você, e sabe o que isso significa? - Pergunto olhando nos olhos dela.

- Não. - Os olhos pareciam perdidos.

- Significa que sempre vou estar aqui, que você nunca mais vai estar sozinha, e que não precisar ter medo.

- Você tem que parar com isso Sebastian. - Lágrimas começavam a se juntar novamente na linha d'água nos olhos caramelos esverdeados de Magnólia.

- Agora é a minha vez de dizer que não consigo! - O homem sussurrou.

Sebastian secou o rosto dela e ajeitou os cabelos dela fazendo o cheiro de flores vindos deles invadirem seu espaço.

- Se fizer isso vou ter que sair do bar.

- Sam consegue alguém para por no seu lugar, não se preocupa com isso. E eu aposto que por aí existe uma pessoa que precisa desse emprego mais que você.

Ela não podia discordar.

- E se ele vir atrás de nós quando descobrir que eu sou a representante?

- Vou garantir que ele não venha.

- Mas...

- Você não está mais sozinha. - Sebastian afirmou olhando nos grandes olhos dela enquanto segurava seu rosto com as mãos firmes. 

E de olhos fixos nos dele ela disse sim sem se quer sibilar uma palava.

Ele sorriu, a ajudou a se recompor, depositou um beijo demorado em sua testa, caminhou até a porta, chamou os seus parceiros, eles se sentaram, e continuaram a reunião que regeria os próximos passos da mulher. Quando ela saísse daquela sala, o seu filho teria o nome de dois pais no registro e ela se tornaria uma mulher de negócios.

Chegamos ao final de mais um capítulo.

E não só de um cpt. Informo a todos que estão me acompanhando desde o início, que estamos chegando ao final da história.
Eu pensei muito e não existe um sentido em continuar prolongando uma coisa que ao meu ver já esta óbvia. Sebastian e Magnólia se gostam. Então não tem sentido continuar enrolando esse fato.

Esse foi um dos motivos pela qual demorei a postar.

Acredito que a história vai se encerrar nos próximos 3 capítulos. Então peço que tenha um pouquinho de paciência com a demora para postar os capítulos.

Eu espero que gostem do capitulo de hoje.  Não esqueçam de votar, comentar e compartilhar. ❤

Amo vocês mil milhões ❤

Obs: disse que ia postar os personagens no meu Insta e ja postei 💗


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