Quem É Ela | Livro 1 | Conclu...

By Quartausamosrosa

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|Livro um da duologia Eles| {É preciso realizar a leitura na ordem para um entendimento melhor da história} ... More

Recados
Prólogo
Cast
1|Era Domingo
2|Isso é um erro
3|Quando nos conhecemos
4|Você não é metade do que ele dizia ser
5|Irresponsabilidade
6|Ele não me deixa dormir
7|Despedida ao Bar
8|Pizza?
9|O Jantar
11|Dejavu com gosto de lembranças
12|O Lago
13|Uma noite longa
14|Adoradoras
15|Ele tem nós dois, nunca estará sozinho
16|Te trouxe flores
17|Sim, eu prometo
18|Se eu fechar os olhos
Epílogo

10|Pobre lata de lixo

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By Quartausamosrosa

Em 1988 uma mulher passava pelas portas de um hospital maternidade prestes a dar à luz a sua filha que mais tarde ela decidiu intitular de Magnólia. No momento em que estava no colo de sua mãe com os olhos semi abertos porque ainda tentava se acostumar com a claridade do mundo, a pequena garota sentiu que seria a pessoa mais amada desse universo, talvez porque essa tenha sido as palavras da sua progenitora. Porém, não teria como um recém-nascidos de algumas poucas horas de vida se lembrar disso, da mesma forma que ela também não sabia o que a vida ou o destino chame como quiser, preparava para ela.

Por anos a garota foi realmente amada, mesmo que o seu pai tenha dificuldades para demonstrar tal ato, porém sua mãe sempre estava lá, cuidando, ensinando, aconselhando, e claro, amando. Magnólia era uma garota inteligente, que desde nova era curiosa, uma garota de opiniões e determinada, dona de uma personalidade única, desde que se entendeu por gente lutava por seus princípios e raramente se deixava ser comandada. Betty, sua mãe, costumava dizer que aqueles eram atributos na qual ela havia herdado dela, e insistia em dizer a filha para que ela continuasse sendo igual quando crescesse, pois, ela tinha certeza de que a filha se tornaria uma grande mulher. 

- Quando crescer se torne uma mulher repleta de integridade. - A mais velha disse enquanto penteava os cabelos da sua filha que agora tinha sete anos.

- O que é integridade? - Questionou, pois, ainda não havia se deparado com aquela palavra em nem um outro momento da sua vida.

- Quando for mais velha vai descobrir meu amor, mas agora está na hora de dormir. - Naquela noite a jovem dormiu pensando nas possibilidades do que àquela palava significava.

Com 15 anos ela tentava se lembrar de momentos em que passara com o seu pai, mas a garota só conseguia se lembrar de sempre ouvi-lo dizendo aos quatro quantos de que ela era mal criada, mimada. Não existia uma lembrança se quer de estar brincando com ele no grande jardim que tinha em sua antiga casa, ou em volta da piscina onde ela nadou poucas vezes, de assistirem a um filme juntos... Nada. Por mais que ela tentasse, só conseguia ver imagens do homem que sempre estava vestido de terno e gravata, sempre trancado ao escritório, lhe dirigindo palavras apenas no momento em que ela fazia algo em que ele julgava ser irritante e errado.

Ela não se recordava nem mesmo do último presente de aniversário na qual ele havia comprado com as suas primeiras mão e lhe entregado desejando os parabéns. Pois, o último presente que ganhou em nome dele, ela tinha certeza de que sua mãe quem havia comprado, era uma corrente de ouro 22k com uma medalhinha no formato do símbolo do seu signo, junto vinha um cartão  com a frase  'Parabéns, amo você' impresso, porém a assinatura era a dele, e ela sabia que sua mãe quem havia lhe entregado e pedido para assinar.

Foi na noite daquele aniversário que ela descobriu quais seriam os seus planos de vida, em que ela não concordava e então começou a elaborar um plano para mudá-lo.  Naquele dia antes do jantar que sua mãe preparava, um visita chegou, um homem que a garota já havia visto algumas vezes em alguns retratos antigos, mas que ela via seu pai conversando frequentemente. Ele era diferente da fotos, agora já era um homem maduro e não um adolescente, mas ele foi legal com ela, mesmo que nunca tenham se visto ele trouxe para a menina um par de brincos com pedrinhas de diamante, desejou os parabéns e disse ter certeza de que ela realizaria grandes feitos na vida.

Não demorou para ela descobrir que ele não  era um cara tão legal quanto parecia ser, após o jantar ele se trancou no escritório junto de seus pais, de início ela não se importou, mas quando passou pela porta por pura coincidência, pois a mesma iria se deitar, ela ouviu sua mãe em um tom de voz na qual ela nunca havia ouvido antes.

- Cale boca.

- Betty. - Seu pai tentou falar.

- Calado, não posso impedir de fazer isso, mas as coisas vão acontecer da forma que eu quero. - Ela disse firme. - Amanhã vou conversar com ela e dizer que vamos mandá-la para o colégio.

- E o casamento? - O homem que ela havia acabado de conhecer questionou. 

- Ela vai saber só quando completar 18 anos. Não quero que ela passe os últimos três anos da sua vida se preocupando com um casamento com um estranho. - Voltou a dizer.

- Ele não é um estranho...

Magnólia passou longos minutos ouvindo a conversa dos pais. Quando ela subiu para o seu quarto a única coisa que ela sentia era.. Indignação, a sua mãe não havia feito nada para tenta mudar a situação, ela apenas concordou, concordou em mentir. Aquela não  era a mulher que lhe dava ótimos conselhos e dizia com clareza para que a filha seguisse seu destino sem deixar que as pessoas lhe digam o que fazer. 

Foi aí que a garota traço os planos de sua vida, no dia seguinte quando recebeu a notícia de que iria para a Suíça ela faz suas malas, não ouve se quer uma única palava de relutância. Nas suas malas ela levou consigo o colar que havia ganhado do pai, os brincos que ganhou de Benício, se despediu de sua mãe ainda não acreditando no que a mulher havia feito. E então começou os estudos no colégio para meninas. Ela voltou meses depois para as comemorações de fim de ano, mas no dia 2 de janeiro já voltava para o colégio, e assim foi nos últimos três anos.

E então o dia em que ela havia se preparado por tanto tempo chegou. Durante o tempo em que ia e voltava para a Suíça Magnólia levava consigo as joias de valor que ela sempre ganhava em datas especiais, lá ela as escondias de baixo do piso de madeira do seu quarto e aos finais de semana que as garotas podia visitar a cidade ela ia até uma joalheria e vendia as peças, assim ela fez por três anos. No dia em que voltava para casa pela última vez a garota que já tinha 18 anos, pegou a sua passagem de volta e trocou por uma passagem que a levava para a Inglaterra.

Ao chegar ela se desfez das suas malas e ficou apenas com uma pequena mochila que tinha somente o que precisava por alguns dias, o resto ela compraria com o dinheiro que conseguiu vendendo suas joias. Magnólia  embarcou para Londres logo em seguida,  ela sabia que se ficasse parada por muito tempo em um lugar os seus pais a achariam, ainda mais se ela usa-se o seu passaporte. Ao chegar na cidade a mesma foi até um banco e conseguiu abrir uma canta sem precisão de passar os dados pessoais, pois ela disse a gerente do banco que havia acabado de sair de um relacionamento abusivo e não queria que o ex a encontra-se. Feito isso Magnólia pegou o pouco que tinha e seguiu em busca de um lugar para se estabelecer, mas especificamente na periferia da nova cidade, ficar em lugares caros significava que logo ela seria encontrada. Ela pegou um transporte público e quando chegou na última parada, desceu e caminhou em busca de um lugar pra ficar, o tempo estava chuvosos e a mulher teve de se esconder a garota não podia arriscar ficar doente. Foi ai que ela conheceu o Scott, dono da oficina onde ela entrou as pressas para se esconder, de imediato ambos se deram bem, ele lhe deu abrigo, e lá ela viveu até o dia em que conheceu Christopher. 

Magnólia estava parada em frente a um hotel de luxo por cerca de uns 20 minutos,  ela se perguntava se realmente deveria entrar. Talvez dar as costas e voltar para casa fingir que esse reencontro nunca havia acontecido fosse a melhor forma de resolver esse problema que chegava, mas não, ela não podia fazer isso, não podia fugir como havia feito a anos atrás. 

A mulher sabia que esse dia chegaria, ela estava preparada para esse momento, mas com uma diferença. De todas as formas que ela imaginava esse encontro com o passado, Christopher, seu marido, sempre estava ao lado dela lhe apoiando e ajudando a lhe dar com o homem.  Mas agora ela se via no escuro, Scott e Chris  eram os únicos que sabiam da sua vida passada e agora ambos não estava ali. 

Respirando fundo pela quinquagésima vez enquanto estava parada em frente ao hotel de vidros fume, ela deu o seu primeiro passo em frente, não dava mais para adiar. 

- Bom dia em que posso ajudá-la? - A recepcionista perguntou ao notar sua presença,  porém seus olhos estavam presos a tela do computador.  

- Uma pessoa está me esperando. Benício Zemo. - Disse com asco. 

- Só um segundo. - Pediu ao pegar o telefone e após discar um número. 

- Ele sabe quem eu sou, diga que estarei esperando no restaurante.  - Magnólia não esperou uma resposta vinda da mulher,  logo ela voltou a caminhar sentido ao grande salão que tinha mesas espalhadas e alguns hóspedes tomando o café matinal.  

Cerca de 10 minutos se passaram e nada do homem chegar, a paciência da mulher que já não existia estava esgotada, ela estava os seus dedos em nervosismos, a falta de informações a castigava. O que ele fazia aqui? O que ele iria querer? Pois, ele não havia aparecido em sua casa por coincidência, ele queria confronta-la, se não, porque pediria um jantar com a presença dos familiares. 

- Confesso que já estava com saudades! - A voz de Benício tirou Magnólia dos seus pensamentos.  

- O que você quer aqui? - Ela estava com pressa, quanto antes fosse para casa melhor.  

- Calma, tudo irá se resolver no seu tempo.  - Respondeu se sentando de frente a mulher.  

- Tempo? Eu não tenho tempo para você.  

- Porquê? Vai fugir outra vez? - Perguntou demonstrando ironia e chamou o garçom.  

- O que eu faço com meu tempo não diz

respeito a você. 

- Me vê dois cafés por favor.  - Pediu ao homem que saiu de perto da mesa, estranhando a forma na qual a mulher respondeu ao homem.  

- Se não vai me dizer, eu vou embora.  - Fez menção a se levantar.  

- Sim, você vai, mas após me dar o que é  meu. - Agora o homem havia mudado, não estava mais para brincadeira. 

- Eu não tenho nada seu. 

- Sim, você tem... - O garçom trouxe o café e logo ele voltou a falar. - Que filha ingrata você é, sumiu. Deixou rastros até Londres, então se escondeu feito agulha no palheiro. 

- Você e meu pai eram loucos, não ia acertar um casamento arranjado. - Ela disse ao se encostar sobre a cadeira e cruzar suas mãos em seu colo.

- Quando descobriu? - Ele perguntou e bebericou da sua xícara.  

- O Quê? Que você queria me casar com o seu filho, que é o meu primo, e que também é mais velho que eu para continuarmos mantendo a família pura? Então, descobriu no dia em que você chegou. - Ela respondeu seca. - Ah me esqueci da parte em que esse casamento também assegurava que todo o nosso dinheiro continuasse na família. - Finalizou com um sorriso falso.  

- Uau, e você esperou 3 anos para poder fugir? Porquê? 

- Menor de idade, sem dinheiro, vocês iriam me achar. E o tempo leva a perfeição.  - Respondeu. Não importava o quanto conversavam em nem um momento ele dava a intender o que realmente queria.  

- Não tão perfeito, como pode ver, encontrei você. - Ele se vangloriou. 

- Encontro, porque eu deixei que me encontrasse. - Se inclinou e colocou os seus braços sobre a mesa. 

- Sabe... quando cheguei em meu irmão e lhe ofereci a proposta ele aceitou na hora. Já sua mãe, bom ela não concordou, suponho que tenha a ouvido do outro lado da porta. - Disse deduzindo que ela havia escutado a conversa de propósito.  

- Foi por pura sorte. 

- Que seja! - Não ligou para a defesa da mulher. - Como eu estava dizendo. Ela não concordou, mas era o melhor. Você era uma garotinha filha de um homem rico e poderoso, as chances de você se envolver com o filho do casario eram grandes, e então isso traria dor de cabeça para nós, e dai eu cheguei com a solução. - Contou, Magnólia ouviu atentamente. 

- E o seu filho concordou com isso? - Questionou. 

- Claro. Eu criei o meu filho para que obedecesse o pai, não fui um fraco igual o meu irmão. - A forma na qual o homem falava causava náuseas na mulher. - Com você não colégio para garotas nós podíamos controlar para que você não se envolvesse com qualquer rapaz filho de um faz tudo. O máximo que aconteceria seria alguns beijos com alguma menina da sua sala, mas dai você voltaria para casa e nunca mais veria a garota. - Completou.  

- Eu nunca aceitaria me casa. Isso é loucura,  cada palava que sai da sua boca parece um poço de insanidade.  - Retrucou.  

- Eu acredito que você não saiba o que tenha acontecido depois que você se foi? - Benício não se ofendeu com as palavras da mulher. - Pobre Betty, depois que perdeu sua única filha entrou em uma depressão profunda, se julgava pelo que havia acontecido..- Dizia como se estivesse se lamentado. - Não demorou mais que um ano e então ela finalmente se foi. - Magnólia sentia seus olhos arderem. - Após perder a filha e a esposa amada, seu pai também se deixou levar, o remorso tomou conta dele. Ele era um fraco mesmo. - A mulher apertou suas mãos ao ouvir o homem falando daquela forma. - Então uma noite ele exagerou na bebida e um acidente aconteceu, foi fatal. Eu sofri, sofri muito, pensei que a filha deles voltaria para casa, porém ela sumiu por quinze anos... - Olhou nos olhos da mulher que estavam vermelho e lágrimas se formavam. - Como eu disse, que filha ingrata você é.. 

Magnólia engoliu suas lágrimas, não deixou que nem uma caísse, não que ela não estivesse sofrendo com o que ouviu e a forma em que foi dita. Porém, ela não estava desinformada da forma que o homem pensava. Após se estabelecer na oficina de Scott, Magnólia passou a ir uma vez por mês em uma biblioteca pública, lá ela acessava a Internet e procurava pelo jornal local da cidade onde morava, como os seus pais eram importantes ela tinha certeza de que tudo sobre eles apareceriam nas manchetes. 

Foi assim que ela soube da morte de sua mãe, na primeira página existia uma reportagem sobre a família, dizia sobre o desaparecimento dela, falava das dificuldades que a mãe veio passando, mas também falavam coisas boas, como uma pequena lista de coisas que a mãe da garota Gostava de fazer. Junta a reportagem exista também uma foto de toda a família tirada quando a garota ainda não sabia do seu futuro, ela se lembrava daquele dia, seus olhos se encheram de lagrimas quando ela viu a foto de Betty, com um vestido da Chanel coleção de 95. Ela imprimiu a foto e voltou pra casa, naquele noite após seu choro cessar ela contou ao seu amigo, Scott o que havia acontecido na sua vida. 

No mês seguinte quando voltou a biblioteca Magnólia recebeu a notícia de que o seu pai também havia falecido, mas dessa vez na primeira página não existia uma foto da família feliz, e sim uma foto de um Mercedes-Benz aos pedaços abaixo das grandes letras em negrito. 

O FIM DE UMA FAMÍLIA, GRANDE EMPRESÁRIO MORRE EM BATIDA DE CARRO.

Mark Xavier morreu em um acidente de carro meses após a morte de sua esposa, o casal que a alguns anos informou as autoridades sobre o desaparecimento da sua filha que ainda não foi solucionado, deixa familiares e amigos… 

Após engolir suas lágrimas Magnólia olhou firme para os olhos do homem que jogou sujo ao tentar atingi-la com a morte dos pais. 

- Vou perguntar mais uma vez, o que você quer aqui? - Ela perguntou, mas agora ela já tinha uma ideia do que seria. E por algum motivo ela não estava surpresa. 

- Eu quero o que é meu por direito, o que é  da minha família. E que ficou com você porque o meu irmão era um tolo, fraco. - Ele acabou de tomar o seu café que já estava frio. - Todo o dinheiro ficou congelado, o maldito governo tomou posse de tudo, mas as coisas mudaram. Você está viva, pode reivindicar o que está no seu nome. - Magnólia sorriu ao ouvi-lo falar com todas as letras de que queria a sua herança na qual ela sempre soube ter, mas nunca fez questão de ir atrás. - A minha oferta é a seguinte, você entra na justiça toma posse de tudo, as casas, as empresas, é claro, obras de artes, tudo até do último grão de poeira que está sobre os móveis da sua antiga casa. Então você passa tudo para meu nome e então deixo você voltar com a sua vidinha de mãe e eu não líquido a empresa do seu cunhado, que não é cunhado né.  - Finalizou com insinuações. 

Magnólia que ainda sorria se levantou da cadeira, colocou sua bolsa em seu ombro e então levantou seu olhar ao homem que também se levantava. 

- Só por cima do meu cadáver. - Disse dando as costas e caminhando. 

- Ótimo, tenho um lugar bem ao lado da sua Mãe reservado para você no jazigo da família. - Disse em ameaça e Magnólia continuou caminhando sem lhe dar uma resposta se quer.  

Um acidente entre dois carros impediu que Sebastian pegasse o caminho que sempre fazia parar chegar ao seu trabalho, o novo caminho na qual o homem teve de pegar era mais longo por tanto mais demorado, e já faziam quase uma hora que ele estava no carro dirigindo.

A sua mente já estava cansada, pois ele não havia dormido durante a noite, a briga com sua cunhada havia lhe afetado, na verdade, todas as brigas afetavam, porém, ele nunca colocava o orgulho a parte. E agora estar pegando um caminho diferente para o trabalho lhe incomodava e a dor de cabeça que ele sentia só aumentava.

- Eu devo estar pegando por algo que fiz no passado. - Se lamentou sozinho, falar consigo mesmo estava se tornando um hábito. 

Enquanto resmungava parado no semáforo, Sebastian olhou para a calçada seus olhos percorreram o lugar com pressa, mas logo voltaram para ter certeza do que estava vendo.

Ele observou quando Magnólia passou pelas portas da entrada do prédio, Sebastian também viu quando ela caminhou plenamente até uma lata de lixo fixa no chão e parou em frente a mesma, de longe ele conseguiu ver os ombros da mulher se movendo como se estivesse suspirando, e então ela logo chutou o metal com força. Algumas pessoas que passavam por ela a olharam com estranheza, mas ela não pareceu se importar, depois de um segundo que ela havia chutado a lata pela primeira vez, ela voltou a chutar o objeto mais umas três vezes e então começou a dar pulinhos enquanto fazia caretas de dor.

Sebastian pensou em sair do carro e ir até ela para perguntar o que estava acontecendo, mas carros começaram a buzina desesperadamente para que ele saísse da frente já que o sinaleiro já estava aberto, o homem seguiu com o carro e procurou por lugares para estacionar,  mas quando olhou para trás antes de finalmente encostar ele viu sua cunhada esticando um braço e logo entrando em um taxi.

O homem passou o dia todo pensando no porque sua cunhada estava naquele hotel aquela hora da manhã, e o porque ela agredia a lata de lixo que só estava lá parada sem incomodar ninguém.

Já Magnólia passou todo o dia pensando em como se livraria do seu tio louco, ela não podia deixar que ele fecha-se contrato com Sebastian, também não podia chegar em seu cunhado e simplesmente pedir pra que ele não o fizesse, ambos já estavam brigados e obviamente ele iria querer um motivo pela insistência dela, e ela não poderia lhe contar o motivo.

Enquanto voltava para casa Sebastian pensava em como chegaria na mulher para perguntar o que ela fazia naquele local. Ele não podia simplesmente chegar e perguntar,  ela muito provavelmente não diria, na verdade, ele não sabia nem se ela iria respondê-lo já que a mesma havia dito na noite passada para que ele não falasse com ela. Porém, por sorte quando ele passou pela porta da sala, ela estava na sala brincando com Timóth que ficou todo feliz quando o viu se aproximar.

- Tio Pesti! - Correu para o colo do homem que jogou sua bolsa no chão e o pegou levantando o garoto a cima de sua cabeça. 

- E aí pirralho! - Jogou o garoto para cima uma vez. Magnólia se levantou de imediato quando viu a cena e Timóth deu gargalhadas.

- Di novo di novo! - Pediu enquanto ria, e Sebastian sorriu também, mas não fez quando olhou na direção da mãe do garoto que reprovava aquela brincadeira. 

- Melhor não. Mas eu tenho uma coisa pra você. - Disse ao colocá-lo no chão e então retirar do seu bolso a sua carteira. - Aqui pra você. 

- Porque você ta dando dinheiro pro meu filho Sebastian? - Magnólia perguntou ao ver Timóth agarrar a nota de cem e correr para a mesinha de centro da sala onde estavam suas canetinhas, nem ligando para a sua mãe e seu tio.

- Para ele comprar um brinquedo. - Sorriu alegremente, mas uma ideia se passou por sua cabeça e ele fez cara de surpreso. - Melhor, melhor eu posso levar ele até a loja de brinquedos. O que você acha pirralho quer dar um passeio comigo, na volta a gente pode ver as gatinh... Deixa essa ultima parte pra lá. 

- Você não pode dar dinheiro pra ele, não pode comprá-lo Sebastian.  - Ela bufou e ele sorriu.

"Ela ta fazendo aquilo com meu nome de novo" Ele pensou. 

- Eu só to tentando ser um bom tio. Relaxa um pouco o garoto me adora, não preciso comprá-lo Magnólia. - Disse ao se aproximar dela.

- O que você está fazendo Sebastian. - Ela deu um passo para trás.

- Nada ué. - Ele deu mais dois em sua direção. - Acho que vi você hoje.

- O quê?

- É. Perto do prédio Magnólia. - Disse ainda andando em sua direção. 

- Deve ter se enganado. - Ela respondeu esticando um braço e o mesmo parou deixando que a mão dela encostasse em seu peito, ela sentia seu peito subindo e descendo.

- Tem certeza? Porque a mulher que eu vi chutava uma lata de lixo. - Ele olhou para baixo. - E você está com o dedo enfaixado. - Voltou a olhá-la.

- Aaaa.. É, era eu sim. - A mulher que tinha a mão no peito dele abaixou o seu braço e deu um sorriso amarelo. - Eu fui procurar por uma.. Uma creche para poder por o Timóth, mas não estava achando e então fiquei frustrada e chutei a lata algumas.. Vezes. 

- Porque não pediu ajuda? Eu levaria você. - Deu outro passo, mas dessa vez ela não se moveu.

- Porque eu pediria, não preciso da sua ajuda Sebastian.

- Eu sou o tio dele, tenho direito Magnólia.

- Isso, você é o tio, e não o pai. - Sebastian engoliu seco.

- Não acho que você deva colocá-lo na creche. - Ele disse firme.

- O que você ta fazendo Sebastian? - Ela perguntou.

- Dando a minha opinião Magnólia. 

- Não, eu disse que não queria que você falasse comigo, porque pensa que pode se aproximar?

- Existem muitos nãos e mentiras nessa conversa. - Voltou a dar outro passo. 

- Sai Sebastian, não quero você perto de mim, não fala comigo, sai da minha cabeça por favor. - Pediu dando as costas e se afastando.

- Sair da sua cabeça, você pen..

- Uma vez me disseram, que depois que os filhos crescem as coisas ficam melhores, eles param de brigar, amadurecem. Mas olha só  vocês, brigando pela milésima vez. - Elen disse enquanto descia as escadas.

- Nós não estamos brigando. - Sebastian foi o primeiro a falar.

- A gente só tava...

- Brigando, querida. Essa é  a única coisa que vocês sabem fazer, brigar. - Ela completou a frase da sua nora. - Mas não vim aqui para puxar a orelha de vocês,  vim pedir para que subam e ajudem Luiza a arrumar as malas de vocês. 

- O que foi mãe, vai colocar a gente pra fora de casa agora? - Seu filho perguntou com ironia.

- Meu deus que tipo de mãe você pensa que eu sou. - Respondeu de imediato.  - O meu aniversário está chegando e eu quero comemorar com o meu filho, minha nora e meu neto, que, aliás está desenhando com canetinhas em uma nota de cem dólares.  - Completou olhando para o seu neto. 

- Timóth... - Magnólia o repreendeu.  - Eu disse pra não dar dinheiro pra ele Sebastian. - Correu para tirar a nota de dinheiro do menino. 

- Eu só estou tentando ser um bom tio. - Ele tratou de responder. 

- Mamãe olha uma flo. - Timóth disse sorridente enquanto lhe mostrava o desenho.

- Nós vamos passar alguns dias no haras da família. - Elen voltou a dizer na esperança de que eles não começassem a discutir mais uma vez.

- Eu não vou. - Sebastian foi o primeiro a recusar enquanto caminhava e parava ao lado de Magnólia.

- Tenho que trabalhar no bar também não posso ir. - Magnólia disse em seguida e devolveu a nota rabiscar para o homem. 

- Quando você e seu irmão eram crianças passamos por momentos incríveis naquele luga. Quero ter a mesma experiência com meu neto, então se apressem não quero sair tardiamente. Meu filho você dirige e Magnólia Sam te liberou por alguns dias.

- Mas..

- Você não pode me obrigar. - Sebastian interrompeu sua cunhada que balançou a cabeça em concordância mesmo que ela não tenha dito tal frase com a própria boca, ela nem mesmo sabia se teria coragem de afrontar sua sogra dessa forma.

Elen sorriu na direção de ambos e achou engraçado a forma em que eles se juntavam e paravam de brigar por concordarem em alguma coisa. Ela pediu internamente para que eles fizessem isso mais vezes ao invés de ficarem pelos cantos discutindo e depois fingindo que não se importavam, mas sempre ficando ansioso por terem discutindo, eles nem se quer tinham noção de como ficavam após as brigas, se eles ao menos pudessem se ver com os olhos de quem estava de fora. Talvez assim as coisas seriam diferentes. 

Magnólia e Sebastian se entre olharam com tédio estampado em seus rostos, no rádio uma música infantil tocava, o homem segurava firme no volante do seu carro, e Magnólia tentava esticar suas pernas sobre o painel do carro enquanto Elen estava sentada no banco de trás junto ao seu neto fazendo interpretação da música com um boneco de película nas mãos. 

- Tira o pé dai! - Tentou tirar as pernas da mulher do painel. 

- Me deixa em paz. E não encosta em mim. - Ela respondeu dando um tapa no braço dele.

- Ai. - Resmungou por resmungar.

- Sem brigas durante esses dias ouviram bem? - Elen interrogou.

- Ok... - Ambos disseram juntos e se entre olharam mais uma vez antes de suspirarem.

Cheguei com mais um capítulo,  espero que gostem. Esse ficou um pouquinho mais curto, porém logo volto com mais.

Me perdoem por fazer segredo de um passado tão simples.

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