Megan
-Não grita, capeta - Julie falou, sonolenta.
-Capeta vai ficar é com medo do que eu vou fazer com vocês, se não saírem da minha cama.
-A gente tá indo, calma aí - Leonardo acordou.
-Calma aí nada, sai agora os dois daí - falei e me aproximei da cama. Coloquei uma das minhas mãos na costela da Julie, e outra na coxa. E então empurrei ela da cama, levando Leonardo junto - agora sim. - passei a mão no meu lençol, alisando-o - agora, rala peito os dois daqui, que eu vou trocar de roupa.
Os dois saíram bufando e revirando os olhos, absurdo, eu saio e meu quarto vira quarto de motel.
Abri meu guarda-roupa e encarei minhas roupas, eu não faço ideia pra onde aquele diabo vai me levar.
Coloquei uma legue cinza com listras brancas da Adidas, um moletom também cinza da Adidas, e um tênis branco do Big Hero.
Peguei minha bolsa e coloquei: uma escova de dente, perfume, outra muda de roupa (caso a gente vá em um lugar mais formal), minha carteira e meu celular.
Sai do quarto, passei pela sala e vi Julie e Leonardo conversando animadamente na cozinha, passei pela porta, e fui em direção ao carro de Iam.
-Demorou bastante hein - ele falou assim que eu entrei.
-Peguei seu irmão transando com a minha prima - falei com cara de bosta.
-Credo, não fala mais nada - deu a partida no carro.
Nós atravessamos uma parte da cidade em um silêncio mortal, eu não sei o que se passava na cabeça do Iam, mas na minha só se passa uma coisa: fizeram sexo na minha cama mano. Vou precisar tacar fogo nos lençóis.
Peguei meu celular e conectei no rádio do carro, vi Iam me olhar de soslaio com cara de bunda, mas ignorei. Cliquei na playlist aleatória e deixei a música Breathe, Lauv tocar.
Eu amo essa música, e ela me dá uma vontade avassaladora de pular de paraquedas.
Sem paraquedas.
Mas eu ainda sim, gosto dela. É tipo o Iam, eu odeio e amo ao mesmo tempo, mais odeio do que amo, mas da pra suportar.
Depois de um tempo, eu dormi, acordei de repente e olhei em volta assustada.
-Você tá me levando pro meio do mato, pra me matar e me desovar? - perguntei olhando para o Iam.
-Como você descobriu? Volta dormir pra você não ver o caminho - ele tampou meus olhos
-Sai fora mané - tirei as mãos dele dos meus olhos - chalé? - falei olhando para a vista.
-Não, penhasco. Não tá vendo não?
-Vai cagar Iam - saí do carro e ele também - por que você me trouxe pra um chalé?
-Na verdade, eu vim pegar uma coisa aqui. A nossa parada final não é o chalé - ele começou a andar em direção ao chalé.
Ele tinha um formato de triângulo, tanto o telhado como a estrutura, cobrindo todo o lado do chalé com ele.
Sua parte da frente era composta por vidro, dando toda a visão de dentro do chalé, na parte de baixo, e de cima, tem uma varanda.
E embaixo da varanda de cima, várias lâmpadas amarelas ficam penduradas, dando um ar mais retrô.
Ele ficou um tempo lá dentro, então decidi entrar, só pra ver como é. Entrei e logo vi Iam na cozinha, mexendo em algumas gavetas.
-Você tá fazendo uma bagunça do cão aqui - falei chegando na cozinha.
-Depois eu que vou ter que arrumar mesmo - ele deu de ombros sem parar de fazer o que fazia.
-É seu? - subi no balcão que fixa na cozinha.
-Era do meu pai, mas ele deixou pra mim. Todo final de semana eu venho aqui.
-Então por que quando você me ofereceu carona, você não tava aqui?
-Eu estava voltando, tinha algumas coisas da escola pra resolver - ele virou pra mim e piscou.
-Então você provavelmente não terminou - soltei uma risada nasal.
-Eu tinha coisas mais importantes a fazer - ele parou de procurar e se virou pra mim.
-Sério? Eu não - dei de ombros.
Ele se aproximou e ficou no meio das minhas pernas, e por conta de eu estar em cima do balcão, nossas alturas eram quase as mesmas.
-É mesmo?
-Sim, sabe como é. Eu estava a procura de uma boate, e conheci a toca do capeta.
-Minha casa você já conhecia, você não conhecia minha cama.
-Nem seu pau - falei e ele sorriu.
-Verdade. Eu fui apenas voltar pra casa pra terminar de corrigir algumas coisas dos alunos, e voltei com um dos alunos.
-A sua aluna preferida, é claro - passei meus braços pela sua nuca.
-Não tenha dúvida - ele falou com os lábios perto dos meus.
Sendo a pessoal impaciente que sou, sem muita demora, beijei seus lábios macios, e no mesmo instante ele correspondeu.
Sua língua pediu passagem, e eu deixei, invadindo minha boca ferozmente. Suas duas mãos desceram para a minha cintura e a apertaram.
Minhas pernas enfraqueceram um pouco e eu soltei um leve gemido em seus lábios. Ele se afastou e encostou nossas testas, deixando nossos narizes se tocando.
-Puta que pariu - ele cochichou.
-O que foi? - franzi a testa.
-Acho que eu viciei no seu beijo - ele falou e eu sorri.
-A gente nem se beijou tanto assim - afastei nossas testas.
-A gente pode resolver isso agora mesmo. - ele puxou minha nuca, e selou nossos lábios novamente.
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Continua...
O Chalé