Coração Negro | Thomas Shelby

By inbangtsx

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Em 2021, Gale Brown durante uma reportagem é misteriosamente transportada para o ano de 1922, em Birmingham... More

Le jour mystérieux.
Dans une réalité parallèle.
Droits des travailleurs.
La cible de Billy Kimber.
J'ai tué un homme.
Je veux retrouver ma vie.
Il l'aime toujours.
Tueur.
Je te veux.
Tu es de la famille.
C'est un au revoir ?
Une mauvaise idée.
Peaky Blinders Nuit.
Le retour.
Content de te revoir.
Mariage en difficulté.
Le vrai temps.
Déjeuner en famille.
Je ne suis pas une pute!
Une nouvelle destination.
Retour en ville.
Il reste encore du temps.
Se réveiller.
Tu ne me perdras pas.
Fuir avec moi?
La fin et le début de nous deux.

Accords et propositions.

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By inbangtsx

Já faziam alguns minutos que eu estava encarando a parede em minha frente ainda tentando entender como eu havia ido parar em mil novecentos e vinte e dois, onde não existia celulares, câmeras como as de Matteo e muito menos uma cidade de Birmingham moderna.

Estava há dias presa no passado, sem saber onde ir ou o que fazer para voltar ao meu ano. Tudo indicava ter sido a pedra brilhante, mas eu não tinha ideia de como tê-la novamente, já que desapareceu quando explodiu em minhas mãos.

Por sorte consegui arrumar um canto para dormir enquanto não conseguia voltar ao meu ano em um lugar não muito agradável, um bordel no fim de uma avenida e a dona do local disse que como eu não era uma prostituta, eu poderia ficar só se a ajudasse com a limpeza do quartos e na recepção. Não vi outra escolha, nenhum outro local me acolheria, então resolvi ficar enquanto não descobria como ir embora. As mulheres que trabalhavam lá eram em sua maioria amigáveis e à noite, depois do trabalho, nos reuníamos no grande salão para beber, cantar e dançar. Algumas noites eu contava histórias da minha vida normal e elas pensavam que era algum tipo de história inventada por minha imaginação e adoravam. Também comecei a perguntar sobre Anabella Lewis nas ruas, na esperança de encontrá-la perdida lá, mas ninguém a conhecia.

As três batidas na porta me acordaram dos meus pensamentos. Estava divagando muito ultimamente.

— Entre! — exclamei.

Paige colocou o rosto no espaço da porta entreaberta e olhou para mim antes de sorrir. Ela era uma das mais simpáticas ali, sem falar na beleza. Seu cabelo era preto e seus olhos verdes, o que lhe dava um belo contraste.

— Vamos abrir em dez minutos, a senhora Tomlinson está te chamando para ajudá-la a receber os pagamentos — disse ela e eu assenti — Aliás, hoje é um dia especial — ela piscou e saiu sem me deixar entender o que iria acontecer.

Não conseguia colocar em minha cabeça como ela era tão feliz fazendo um trabalho tão imundo como aquele. Os homens que costumavam frequentar ali eram de péssimas índoles.

Terminei de me vestir com um vestido azul claro que me deram e penteei meu cabelo ao redor dos ombros. Finalmente, coloquei saltos que não eram muito altos e saí do meu quarto no andar de cima. Estar apresentável era uma das regras do estabelecimento.

A senhora Tomlinson estava claramente perdida quando cheguei no caixa, os homens já formavam fila na porta para poderem ser atendidos pelas mais bonitas. Aquilo me dava náuseas, mas eu não tinha outro jeito de sobreviver ali se não fosse morar no bordel. Ninguém abrigaria uma desconhecida em sua casa.

— Deixe isso comigo, senhora — disse colocando minhas mãos em seus ombros e a afastando do caixa.

A senhora Tomlinson devia estar na casa dos setenta anos e suas mãos já não correspondiam ao seu cérebro e às vezes ela ficava confusa com tanto dinheiro, deixando os homens passarem a perna nela.

— Obrigada, Gale — sorriu amavelmente e saiu dali me deixando na frente de todos os homens imundos e pervertidos.

Organizei uma fila com muita dificuldade e fui receber o pagamento, dando-lhes os ingressos para entrar no estabelecimento em troca. Vez ou outra ouvia piadas sobre mim, mas preferia não levar a sério. Dentro do local, mulheres dançavam, entregavam bebidas, sentavam nos colos dos homens e saíam com eles minutos mais tarde. Era uma loucura que eu nunca imaginei que passaria ou veria pessoalmente.

Quando o bordel lotou e fechamos as portas para ninguém mais querer entrar, contei as notas e moedas e coloquei-as numa caixinha de madeira, deixando-a debaixo do balcão.

Uma mão masculina surgiu sobre o balcão mostrando-me quatro notas na minha frente e olhei para cima, congelando instantaneamente ao ver o homem que tentou me matar no meu primeiro dia ali me olhando estranho. Caramba, ele se lembrou de mim.

— Quatro ingressos — disse ele e me aliviei em notar que no fundo ele não estava se lembrando de mim. Talvez só tivesse aquela cara de mau por natureza.

— Estamos com a cota máxima de pessoas lá dentro.

— Mais quatro não vão fazer a diferença. Quatro ingressos.

— Senhor, são as regras da casa.

Senti mãos delicadas encostarem em meus ombros e logo a senhora Tomlinson me afastar para o lado, tomando a frente dos negócios.

— Senhorita, esses clientes podem entrar e tudo para eles será de graça — sussurrou ela no meu ouvido — Agora leve-os para uma mesa vazia que está reservada perto de onde Paige está dançando.

Assenti e saí de trás do balcão convidando-os para me acompanhar. Estava sendo a primeira vez que eu estava entrando no salão naquele dia e tudo lá estava um caos, as pessoas já estavam se embebedando e ficando difíceis de aturar. Eu não conseguia entender por que eles tinham tudo em suas mãos de graça, mas eu ainda iria descobrir.

Percebi então que apenas três me seguiram quando se sentaram e fizeram seus pedidos. Fui ao bar e preparei seus drinques horríveis, então quando voltei para a mesa, a quarta pessoa já havia chegado.

— Para quem não tinha para onde ir, você está em um lugar bastante... agradável — disse Thomas me encarando com seus lindos olhos azuis. Olhos esses que me deixaram desnorteada por alguns segundos.

— Por sorte ainda existem pessoas legais no mundo — falei direcionando o meu olhar para Arthur.

— Sabia que eu te conhecia de algum lugar, espiã — ele revidou e deu um gole longo em sua bebida, acabando com ela de uma vez só.

— Deseja beber algo, Thomas? — indaguei ignorando o outro.

— Gin.

Saí da mesa e voltei ao bar, peguei um copo de vidro e coloquei a bebida nele. Quando estava pronta para voltar, Paige me encurralou.

— Você fala com os Shelby como se eles fossem qualquer outra pessoa, você é louca — disse ela segurando o riso.

— Por qual motivo eu teria que tratá-los com tanta formalidade como os outros tratam?

Eles eram o quê? Prefeitos da cidade?

— Gale, em que mundo você vive? Eles são os Peaky Blinders, ninguém fala com eles tão diretamente assim.

Por algum motivo, eu tinha ouvido esse nome quando estava estudando jornalismo, mas não conseguia lembrar onde e nem por qual motivo. Olhei para a mesa no canto e surpreendentemente peguei Thomas Shelby olhando para mim, ou ele queria a bebida logo ou eu não sabia o motivo da encarada.Seus olhos percorreram todo o meu corpo de cima a baixo.

— Só tome cuidado e seja mais educada, dê um passo em falso com eles e estará encrencada.

Balancei a cabeça e me desvencilhei de suas mãos. Sabia que eles eram donos de encrenca desde o primeiro contato que tive com eles. Deixei a bebida na mesa deles e saí sem dizer mais nada.

Lavei alguns pratos na cozinha e finalmente subi para o meu quarto novamente. O pior de morar ali era aguentar os gemidos vindos dos outros cômodos, mas me acostumei a colocar travesseiros na cabeça para abafar o som.

Empurrei a porta para fechá-la, mas ela foi segurada por uma mão masculina. Rezei diversas vezes para não ser um velho pervertido que estava me confundindo com uma prostituta e logo vi Thomas Shelby, então por um lado me acalmei, mas por outro as palavras de Paige ainda estavam frescas em minha memória.

— Então você está trabalhando nesse lugar — disse analisando o quarto — Achei que tivesse ido embora.

— Eu não estava brincando quando disse que não tinha para onde ir.

— Quanto você recebe aqui? — mudou de assunto completamente.

— Trabalhando? — perguntei e ele assentiu. — Não recebo nada além da moradia.

Thomas ergueu as sobrancelhas.

— Arthur ficou horas me falando que você era uma espiã, mas por algum motivo não acho que seja, na verdade você parece ser muito inteligente. Então eu tenho uma proposta, se aceitar vai receber um salário além de uma moradia só sua.

— Você está sempre cheio de acordos e propostas? — perguntei dando uma risada.

— Sim — disse ríspido e fiquei levemente sem graça. Onde estava seu senso de humor? — Quero que trabalhe para mim.

— Fazendo o quê exatamente?

— Tudo que eu mandar — colocou as mãos nos bolsos do terno. — É pegar ou largar, senhorita Gale Brown.

— Ainda sabe meu nome. — sussurrei mais para mim do que para ele.

— Como eu poderia esquecer? — e foi ali que eu morri e voltei de vergonha. — Não é fácil esquecer de uma mulher que não tem medo dos Peaky Blinders.

— Tudo bem, eu aceito sua oferta.

O que de tão ruim poderia acontecer? Eles pareciam ter muitos contatos na cidade, talvez eu também achasse uma pista para resolver o meu caso.

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