− Vista-se. − Era única coisa que ouvia repetidamente, e que, como tudo que acontecia desde que entrei naquele prédio, não tive escolha a não ser obedecer.
E enquanto eu caia na enorme pilha de roupa que ainda tinha de experimentar, só conseguia imaginar que aquela maldita agência deveria, no mínimo ter a decência de não me matar de fome.
E que àquela hora, até eu estava ansiosa por aquele estúpido almoço.
(...)
− Você chegou cedo, chuchu... − Seokjin, já em uma das mesas de centro daquele restaurante chiquérrimo, se levantou ao me ver chegar, enquanto fingia, da forma mais descarada, que não havia uma meia dúzia de paparazzi nas mesas ao nosso redor.
− Já disse que não precisa fazer essa palhaçada na minha frente... − Falei murmurando e ainda mantendo meu sorriso forçado ao ir em sua direção.
− Eu estou sendo pago por isso, − Ele passou as mãos em minha cintura me envolvendo em um rápido abraço. − Não você. − Sua voz transpareceu sua arrogância enquanto ele sussurrava em meu ouvido, mas ele logo voltou ao seu sorriso meloso assim que se afastou de mim.
(...)
− Eu tô morrendo de fome!
Gritei assim que enfim conseguimos outra brecha e aqueles malucos nos deixaram a sós mais uma vez em um quarto de hotel. Afinal, que furo de fofoca seria melhor do que:
"Seokjin e amante foram vistos entrando junto em quarto de hotel."
Eles com certeza nos deixariam presos naquele quarto a tarde toda.
− Eu bem disse para você pegar aqueles pães de entrada e colocá-los na bolsa e depois ir comer no banheiro.
Jin falava ao tirar casualmente seu paletó, enquanto eu estava ocupada demais fuçando toda os armários daquela suíte por algo de comer enquanto o serviço de quarto não chegava.
− É obvio que eu pensei que estivesse brincado! − Ralhei. − Quem em sã consciência faria uma coisa dessa em um restaurante daqueles?! − Exclamei ao fechar mais outro armário vazio e corria para o frigobar. − Gente rica não come não? Ou só tem o hobby em fazer comida para formiga?
Estava tão ocupada em procurar se havia mais do que água gaseificada naquela minigeladeira, que mal notei que Seokjin praticamente se despia ao meu lado.
− Eles nunca deixam comida extra, sempre esperam que peçamos, para que saia mais caro. − Ele esclareceu, enquanto me observava bater com força aquele frigobar inútil. − Vou tomar um banho, − Anunciou, assim que o vi pegar uma toalha felpuda em uma das prateleiras. − Fique à vontade para pedir o que quiser.
− O que eu peço para você? − Falei mais alto, para que ele ouvisse do banheiro.
− O que eu quero comer eles não servem aqui. − Pude ouvi-lo responder dubiamente.
− Sobra mais para mim... − Dei de ombros, não acreditando que ele era tão seletivo mesmo com fome.
(...)
Tinha chegado a hora.
Minhas mãos suavam de nervosismo, pois mesmo com tanto tempo livre - do qual passamos horas sem fazer absolutamente nada naquele quarto de hotel, a não ser comendo e - tentando bolar um plano para resolver toda a bagunça do qual tinham me enfiado, eu ainda estava insegura.
Isso se devia boa parte porque, mesmo nós tentando prever cada mínima ação que faríamos naquela dita entrevista de imprensa, ainda sentia que Jin não havia me contado tudo, ou melhor, que ele estava me escondendo algum fato que eu deveria saber, eu sentia que sim!
Estava no corredor de entrada no palco onde o dito entrevistador estava fazendo as prévias para a nossa apresentação. Havia cinco pessoas a minha volta ocupadas demais - com meu cabelo, roupa e maquiagem - para notarem meu completo nervosismo.
Ainda esta manhã eu havia sentindo um pequeno gosto do que era ser uma figura pública, o que elas ganhavam tanto e a leve noção do que eles sofriam, e nem que fosse por apenas mais uma noite.... Eu duvidava muito que conseguiria aguentar isso com um sorriso no rosto.
Minhas mãos suavam, minha respiração estava desregular enquanto notava pelo script o quão perto estava para a nossa entrada.
Eu estava com medo.
Porém, repentinamente senti mãos macias segurem as minhas, olhei para o homem que estava ao meu lado, Jin estava lindo como sempre. Sorri nervosa para ele, enquanto apertava meus dedos nos seus, já era hora de nós entrarmos em cena.
Ouvi nossos nomes serem chamados e entramos em sintonia no palco, onde fomos atacados por flashes que por pouco não me cegavam sobre o caminho que andava. Pronta ou não, era nossa hora de brilhar.
(...)
As primeiras perguntas foram estranhamente comuns, contudo todas direcionadas para mim - onde eu nasci, qual era meu trabalho e formação - e no começo mais parecia que Jin era somente um personagem secundário posto ao meu lado, mas, logo veio perguntas mais relevantes, do que na verdade seria sobre o nosso suposto relacionamento e como nos conhecemos, coisa que, obviamente respondemos com as respostas prontas do qual os agentes de Seokin haviam formulado - algumas bem melosas e bregas do qual eu nunca em minha vida falaria, mas todos os entrevistadores pareceram satisfeitos com elas. Houve alguns momentos que Jin e seu agente me dava sinais para que eu encenasse como uma namoradinha apaixonada, e eu, por falta de opções, o fiz.
Todavia, depois de longos minutos com aquelas típicas perguntas de tabloide - onde eu somente tinha de sorrir e acenar feito uma idiota, quando na verdade, sentia vontade de vomitar ou dar uns tabefes naqueles repórteres - finalmente veio aquele questionamento, que ninguém conseguira prever, a pergunta que Seokjin tanto se desviou em nossos ensaios e se recusou a me conta diretamente quando estávamos a sós.
− Então, a pergunta que não quer calar, − o entrevistador da vez, exibindo seu sorriso deveras irritante, começou. − Qual a razão de vocês, ainda mais Kim Seokjin, que tem uma carreira sólida como ator e modelo, e tem sua fama estabilizada por ser uma das celebridades solteiras mais cobiçadas do país, resolver colocar sua carreira em risco ao relevar publicamente seu relacionamento? − E o entrevistador continuou a sorrir, como se isso diminuísse o peso que essa pergunta causava.
− Bom, isso que eu chamo de corte certeiro, sr. Yung. − Seokjin, habituado com aquela energia passiva agressiva, continuou tentando mostrar uma reação descontraída ao continuar a entrevista. − Respeito sua ousadia. − Soltou uma gargalhada forçada, mas repentinamente sua expressão se fechou.
Ao seu lado, ainda observava atentamente a cada um de seus movimentos, visivelmente curiosa com que falaria e se realmente cumpriria sua promessa de fazer algo ao meu respeito, e vi, pela primeira vez, como todos os que estavam a nossa frente - agentes, repórteres e fotógrafos - arregalarem os olhos quando Jin soltou sua primeira frase.
− A verdade é que eu cansei de fingir.
N/A: ouh ouh ouh que a giripoca vai piar! eu estava TÃO ansiosa para publicar esse capitulo que não estava aguentando esperar, acham que finalmente vai ter barraco? ah, como eu amo um barraco...
bom, ao menos alguma coisa vai ter, porque este é o penultimo capitulo do arco (sim, sim, se prepare) e eu estou longe de está mentalmente pronta para o próximo