UNWANTED, percy jackson.

By solwars

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[πŸ¦‹] ✧ ೃ༄*ੈ✩ 𝐔𝐍𝐖𝐀𝐍𝐓𝐄𝐃. fem!oc x percy jackson. π—‰π—ƒπ—ˆ!π–Ίπ—Ž π–Ώπ–Ίπ—‡π–Ώπ—‚π–Όπ—π—‚π—ˆπ—‡ plΓ‘gio Γ© crime. ... More

ଓ 𝐔𝐍𝐖𝐀𝐍𝐓𝐄𝐃
ଓ π†π‘π€ππ‡πˆπ‚
ଓ 𝐀𝐂𝐓 πŽππ„
𝟎𝟎. ππ‘πŽΜπ‹πŽπ†πŽ
𝟎𝟏. π‚π€ππˆΜπ“π”π‹πŽ π”πŒ
𝟎𝟐. π‚π€ππˆΜπ“π”π‹πŽ πƒπŽπˆπ’
πŸŽπŸ‘. π‚π€ππˆΜπ“π”π‹πŽ 𝐓𝐑𝐄̂𝐒
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πŸŽπŸ•. π‚π€ππˆΜπ“π”π‹πŽ 𝐒𝐄𝐓𝐄
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𝟏𝟎. π‚π€ππˆΜπ“π”π‹πŽ 𝐃𝐄𝐙
𝟏𝟏. π‚π€ππˆΜπ“π”π‹πŽ πŽππ™π„
𝟏𝟐. π‚π€ππˆΜπ“π”π‹πŽ πƒπŽπ™π„
πŸπŸ‘. π‚π€ππˆΜπ“π”π‹πŽ 𝐓𝐑𝐄𝐙𝐄
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πŸπŸ•. π‚π€ππˆΜπ“π”π‹πŽ 𝐃𝐄𝐙𝐄𝐒𝐒𝐄𝐓𝐄
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🌊 𝐀𝐂𝐓 π“π–πŽ.
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πŸ”πŸŽ. π‚π€ππˆΜπ“π”π‹πŽ 𝐒𝐄𝐒𝐒𝐄𝐍𝐓𝐀
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By solwars


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o lar dos (ingratos) deuses.

˚ˑؘ🦋 ⎯⎯⎯⎯ capítulo dezoito.

QUANDO aterrissamos no Campo Crissy, havia anoitecido há um certo tempo. O Sr. Chase desceu de seu aeroplano e foi recebido por Annabeth, abraçando-o com felicidade.

Eu me senti desconfortável, gostaria de ter esse tipo de relacionamento com minha mãe, apesar de tudo, a ver e poder abraça-la.

Por mais que prestasse atenção na conversa deles, também carregava Zoë para fora da carruagem com Thalia e Artémis. Nossa prioridade era dar conforto para a tenente, eu sabia que era a única coisa que poderíamos fazer.

— Pai! Você voou... Você atirou!... Ah, meus deuses! Isso foi a coisa mais legal que eu já vi! — Ela disse, animadamente.

— Bem, nada mal para um mortal de meia-idade, eu acho. — O homem murmurou, corado.

— Mas balas de bronze celestial! Como você conseguiu aquelas?

— Ah, bem. Você deixou umas armas de meio-sangue no seu quarto em Virginia, da última vez que você... foi embora. — Percebi Annabeth ficar envergonhada com a fala do próprio pai, e então percebi que ela não havia "ido embora" e sim, fugido. — Eu decidi derreter algumas para fazer cápsulas. Apenas um pequeno experimento.

Enquanto eu pegava algumas ataduras da bolsa de Thalia, ela e a deusa colocavam-nas no corpo de Zoë. Meus olhos não queriam derramar mais nenhuma lágrima, mas eu sabia que aqui até o raiar do dia, perderia muitas delas.

Quando não houve mais o que fazer, eu segurei a mão de Zoë e a apertei. Sua dor estava diminuindo, mas não era porque se curava, e sim porque ela estava perdendo sua consciência de pouco em pouco.

Pai... — Annabeth hesitou, ao longe.

— Annabeth, Percy! — Thalia interrompeu, sua voz soando urgentemente.

Eles se aproximaram, mas Thalia negou, não conseguiriam fazer nada para auxiliar. Não tínhamos néctar, nem ambrosia, não havia medicina que ajudaria. Zoë parecia cada vez pior, ela tremia e seu brilho se perdia entre a escuridão da noite.

— Você não pode curá-la com magia? Quero dizer... você é uma deusa. — Percy perguntou à Artémis.

— A vida é algo frágil, Percy. Se as Parcas decidem cortar a linha, há pouco que eu possa fazer. Mas eu posso tentar. — Murmurou a deusa, parecendo abalada.

Quando ela tentou colocar as mãos na lateral do corpo da caçadora, ela a impediu. Zoë segurou o pulso da deusa, seus olhos encarando fixamente a mulher. Houve um momento que eu imaginei que nunca fosse ter com ninguém, uma espécie de conversa entre olhares que pareceu ter sido muito bem compreendida entre os lados.

— Eu... Servi bem a ti? — Zoë sussurrou.

— Com grande honra. A melhor de minhas ajudantes. — Disse a deusa com suavidade, a outra de sua mão acariciando os cabelos de Zoë.

— Descanso, afinal. — Ela disse baixo, sorrindo.

— Eu posso tentar eliminar o veneno, minha corajosa.

Mas eu sentia que não era o veneno de Ladon que matava Zoë, seu interior parecia muito mais quebrado do que apenas por isso. Foi o grande golpe de seu pai, ter a fúria de Atlas sob si era o que a estava matando.

Ela soltou a minha mão e segurou a de Thalia, eu soube que não poderia me envolver no momento delas e me afastei um pouco.

— Desculpe-me por termos brigado. Nós poderíamos ter sido irmãs. — Ela disse, sinceramente.

— É minha culpa. — Thalia disse. Seus olhos piscavam, ela evitava chorar como eu. — Você estava certa sobre Luke, sobre heróis, homens... Sobre tudo.

— Talvez não sobre todos os homens. — Murmurou Zoë. Ela olhou para Percy e sorriu. — Ainda tens aquela espada, Percy?

Ele tirou a espada de seu bolso, colocando a caneta na mão da garota. Ela a pegou, olhando para o objeto com brilho em seus olhos. Parecia satisfeita.

— Disseste a verdade, Percy Jackson. Tu não és como... Como Hércules. Sinto-me honrada por carregares esta espada.

Zoë é uma boa pessoa, apesar de seus defeitos, eu não me apeguei a isso. Seus olhares atravessados nas últimas horas não pareceram nada. Eu me senti magoada por não termos aproveitado o tempo uma ao lado da outra, mas eu aprendi muito com ela, com sua história. Foi a mais das espetaculares líderes.

— Phoebe... — Ela chamou e eu me aproximei. Sua mão voltou para apertar a minha. — Eu me enganei sobre você.

— Eu também sobre você. Queria ter tido mais tempo de...

Tudo bem. — Zoë sorriu pequeno, seu rosto aparentando estar mais cansado a cada minuto. Meu coração se partiu. — Tu não és como teu pai, assim como eu não sou como o meu. Só temos o mesmo sangue, e está tudo bem não cometermos o mesmo erro de sermos como eles... — Murmurou. — Mas Bianca... Eram meia-irmãs, não eram?

— Eu não tinha certeza...

— Sim... — Ela suspirou. — Eu lamento tê-la tratado mal, eu apenas... Tive medo de você se unir a Luke.

— Tudo bem, Zoë. — Sorri, apertando seus dedos entre os meus. — No fim, você foi uma boa líder em busca da sua deusa. Sua missão está completa, com êxito.

Um tremor correu por seu corpo enquanto ela sorria, e seu aperto em minha mão se enfraqueceu.

— Zoë... — Chamei.

Estrelas. — Sussurrou ela para si. — Posso ver as estrelas novamente, minha senhora.

Não consegui segurar as minhas lágrimas, como eu, a deusa deixou sua lágrima escorrer por sua face.

— Sim, minha corajosa. Elas estão lindas esta noite. — Disse a deusa, passeando suas mãos pelo cabelo da garota.

— Estrelas. — Ela repetiu mais uma vez.

Os olhos de Zoë se fixaram no céu noturno, e então seu aperto em minhas mãos se perdeu de uma vez. Suas bochechas perdiam a cor, ela não se moveu mais.

Eu engasguei com um soluço, apertando minhas mãos em terra no chão. Lágrimas rolavam por minha face. Quando voltei a olhar para cima, Ártemis pôs suas mãos em concha sobre os lábios de Zoë e pronunciou algumas palavras em grego antigo. Uma fina linha de fumaça prateada exalou dos lábios abertos de Zoe e foi parar nas mãos da deusa. O corpo de Zoë cintilou e desapareceu.

Ártemis se levantou, proferindo palavras de bênção, e então soprou em suas mãos unidas e liberou a poeira prateada para o céu. Suas cinzas voaram para o topo, então reluzindo, sumiram no ar.

Olhei para os céus, um tempo depois as estrelas pareceram mais brilhantes do que antes. Elas formaram uma constelação nova no céu, um padrão que soube imediatamente quem era. Uma garota com um arco, correndo através do céu.

— Deixe o mundo honrá-la, minha Caçadora. Viva para sempre nas estrelas. — Disse a deusa da lua.

Meu coração apertado não conseguia observar muita coisa, todos nós sentíamos o peso nos ombros de perder alguém importante. Artémis, mais do que ninguém. Ela estava tão transtornada que tremeluzia numa luz prateada. Meus olhos evitavam-na, eu não queria desintegrar caso ela se transformasse em sua forma divina.

— Eu preciso ir ao Olimpo imediatamente. Não serei capaz de levá-los, mas mandarei ajuda. — A deusa da caça e da lua disse para nós.

Não tinha esperanças de que ela o fizesse, na verdade, me apavorava a ideia de que ela poderia se atrasar para o conselho dos deuses. Não poderíamos ter passado por tudo isso para perdermos a batalha em seu fim.

— Você foi valente além dos limites, minha garota. — Murmurou Artémis, colocando sua mão sob o ombro de Annabeth. — Você fará o que é certo.

Seus olhos interrogativamente olharam para Thalia, ela não sabia bem o que fazer com a menina, e mesmo parecendo relutante, a garota sustentou seu olhar com a deusa. Com um pouco, o olhar de Artémis se suavizou e elas pareceram ter conversado entre si, por meio de olhares. Ela olhou para mim.

Zoë... Esteve certa. — Disse a deusa. — Consegue ser a melhor da prole de seu pai. Sacrificaria sua vida por seus amigos. Se você quiser, em breve, poderá se unir a mim e as outras garotas para a caça.

Eu não a respondi, mas meus olhos transmitiam uma certa dúvida. Poderia eu aceitar viver longe de todos os meus amigos?

— Você foi bem... — Artémis disse, e eu olhei para o meu lado. Percy me encarava. — Para um homem.

Ele abriu seus lábios para falar com a deusa, mas hesitou e então, sorriu pequeno.

Artémis subiu em sua carruagem, brilhando celestialmente. Nós desviamos o olhar, desintegraríamos se a víssemos em sua forma real. Tudo o que percebi fora um lampejo prateado e quando voltei a olhar, a deusa não estava mais lá.

— Bem. — O pai de Annabeth disse, suspirando. — Ela era impressionante; embora eu deva assinalar que ainda prefiro Atena.

— Pai, eu... Eu sinto muito que...

— Shh. — Dr. Chase murmurou, abraçando Annabeth. — Faça o que for preciso, minha querida. Eu sei que isso não é fácil pra você. — Ele disse, mesmo com sua voz falha, ele sorriu para ela com coragem, incentivando-a.

Eu olhei para trás quando ouvi barulho de asas gigantes batendo sob o ar. Meus olhos se arregalaram quando vi três Pégasos atravessarem a neblina e descerem na nossa frente, sem conseguir me conter, me aproximei do primeiro a minha frente. Ele era puramente preto.

— Uau, você é lindo... — Murmurei encantada, passando a mão por sua crina e ele relinchou. — Qual o seu nome, garoto?

— Blackjack! — Percy chamou a atenção dele, suas bochechas vermelhas.

O cavalo pareceu ter olhado para ele e Jackson pareceu entender o que ele dizia. Claro, filho de Poseidon, o deus dos cavalos também.

— Foi difícil. — Disse o garoto e eu percebi, então, que era estranho observar uma conversa onde você entendia apenas um dos lados. — Ah, ela é uma amiga.

Olhei para Percy, perguntando-me o que eles falavam sobre mim. Eu me afastei um pouco de Blackjack, indo para o lado do filho de Poseidon.

Ele disse que foi um prazer conhecer você. — Disse ele, e eu ri, murmurando que era um prazer conhecer Blackjack e seus amigos também. — Esses também são meus amigos. Nós precisamos chegar ao Olimpo bem rápido — Ele hesitou, seus olhos fixos no cavalo, escutando-o atentamente. — Fique tranquilo, ele não irá.

Eu olhei para o pai de Annabeth, ele parecia boquiaberto olhando para os cavalos alados. Mesmo eu, que vivia no acampamento meio-sangue com muitos deles, me encantei com Blackjack, qual eu nunca havia visto nos estábulos — possivelmente porque eu nunca visitasse essa parte do acampamento.

— Fascinante! — Denotou Dr. Chase. — Mas que maneabilidade! Como a envergadura das asas compensa o peso do corpo do cavalo, eu pergunto? — Ele olhava com atenção, parecendo gravar cada detalhe. — Porque, se os ingleses tivessem esses pégasos nos ataques da cavalaria na Crimeia... O ataque da brigada da luz...

— Pai! — Annabeth interrompeu.

— Desculpe, querida, eu sei que você deve ir. — Ele sorriu para a garota.

Os dois se abraçaram, pareceu desajeitado, mas bem intencionado. Ela se virou pronta para montar em um dos Pégasos brancos, mas o Dr. Chase a chamou.

— Annabeth. Eu sei... eu sei que São Francisco é um lugar perigoso para você. Mas, por favor, lembre-se que você sempre terá um lar conosco. Nós a manteremos segura. — Ele disse, nervosamente.

Ela não respondeu, e eu me senti ligeiramente mal. Ela não queria prejudicar a sua família, apenas isso. Seus olhos estavam vermelhos quando ela se virou para nós, e seu pai pensou em falar mais algumas coisas, mas se calou. Ele acenou tristemente para nós, caminhando para o campo escuro.

Thalia, Annabeth e Percy montaram em seus pégasos e eu fiquei ao chão.

— O que há? — Thalia perguntou.

— Há apenas três cavalos... — Murmurei, nervosamente.

Hum... — Percy tossiu levemente. — Pode subir aqui comigo.

— O peso de duas pessoas não é muito para ele?

O filho de Poseidon olhou para o cavalo, suas bochechas se tornando rubras conforme eles pareciam ter uma comunicação entre si.

Eu não vou falar isso para ela. — Ele resmungou, suas bochechas vermelhas. — Ele disse que tudo bem.

Eu assenti, e Percy me estendeu a mão, segurando-me para cima das costas do Pégaso. Passei meus braços ao redor de sua cintura, o apertando enquanto olhava para trás.

Conseguia ver o Monte Tamalpais ao norte, ainda havia raios e trovões o rodeando. Conforme eu olhava para trás, nós sobrevoamos a baía e fomos rumos às colinas orientais, São Francisco se tornando apenas um brilho atrás de nós.

Eu observei Thalia cair exausta de sono nas costas de seu cavalo alado, ela estava tão cansada que dormiu em pleno ar. Não quis atrapalhar o momento de Percy com Annabeth, por isso encostei em suas costas e controlei minha respiração, esperando com ansiedade pelo sono.

Era óbvio que não viria, mas continuei quieta. Meus olhos fechados enquanto ouvia minha própria respiração e meu coração calmo em meu peito, acompanhando o ritmo de Percy.

— Seu pai parece ser legal. — Jackson murmurou para Annabeth.

— Eu acho que sim... — Ela concordou. — Nós discutimos por tantos anos.

— É, você disse.

— Você acha que eu estava mentindo sobre isso? — Annabeth o desafiou.

— Eu não disse que você estava mentindo. É só que... ele parece ser legal. E sua madrasta também. Talvez eles tenham, hum, ficado mais simpáticos desde a última vez em que você os viu.

— Eles ainda estão em São Francisco, Percy. Eu não posso viver tão longe do acampamento.

— Então o que você vai fazer agora?

— Eu não sei. — Ela disse, eu poderia sentir a indecisão em sua voz. — Mas obrigada por me resgatar.

— Ei, não foi nada. Nós somos amigos.

— Você não acreditou que eu estava morta?

— Nunca.

Houve um momento de silêncio, eu me arrumei sob as costas de Percy e senti um pouco do vento sob minha pele. Estávamos bem e vivos, após o fim da missão.

— Nem Luke, sabe. — Disse Annabeth hesitante. — Quero dizer... Ele não está morto.

— Annabeth, aquela queda foi bem feia. Não há como...

— Ele não está morto. — Ela o interrompeu, aborrecida. — Eu sei disso. Do mesmo jeito que você sabia sobre mim.

Eu entreabri meus olhos rapidamente, olhando para o mar de luzes abaixo de nós, estava amanhecendo.

— Phoebe... — Annabeth disse, mudando de assunto. — Como vocês se tornaram tão próximos?

— Nós dividimos a estrada por um tempo, depois não e então, voltamos a dividir até aqui. — Ele disse. — Eu tinha uma certa dúvida sobre ela antes, mas... Bom, eu gosto dela.

Ela ficou em silêncio e eu tentei controlar meus batimentos, tanto quanto minhas bochechas rubras.

— Você se lembra da nossa conversa sobre defeitos mortais? No mar de monstros? — Annabeth perguntou, eu não consegui ver, mas poderia jurar que Percy assentiu. — O defeito mortal dela, Percy, é quase tão pior do que o meu, é estranho ela não o ter mostrado até agora. Ou que você não o tenha percebido...

— Você a conhecia?

— Phoebe quem me recebeu no acampamento, tínhamos a mesma idade, ela me ajudou em muito. Mas nós brigamos. — Disse. Essa era a parte encurtada da história, é claro. — Ela... Bem, ela me surpreendeu ao escolher vocês, e não Luke. Phoebe ainda pode ser a mesma garota de anos atrás, mas eu sei o quanto ela mudou.

Eu olhei para baixo, estávamos em Nova York, a alvorada se aproximava. Percy não a respondeu, e eles apenas ficaram calados por um longe tempo.

— Você é o cara, Blackjack... Er, o cavalo, quero dizer. — Hesitou Percy.

— Você não acredita em mim sobre Luke, mas nós o veremos de novo. Ele está com problemas, Percy. Ele está sob o feitiço de Cronos. — Disse a menina, insistindo.

Eu queria apenas que Annabeth se calasse. Era previsível sua queda por Luke, mas ele merecia morrer. Poderia ter sido ele, não Zoë, ou Bianca. Ele merecia mais do que qualquer um.

— Ali está. — Thalia interrompeu, ela apontava na direção de Manhattan, bem próxima de nós. — Começou.

— O que começou? — Percy perguntou.

Bem em cima do edifício Empire State, o Olimpo parecia uma ilha de luz resplandecente. Era como uma montanha flutuante brilhando com tochas e braseiros, palácios de mármore branco reluzindo no céu matutino.

— O solstício de inverno. — Ela disse. — O Conselho dos Deuses.

Eu olhei para o edifício novamente, havia trovões e relâmpagos rodopiando em volta de tudo. Me senti nervosa, lembrando da praga sob minha mãe, pensando se aconteceria comigo também.

Me agarrei em Percy, apertando-o ainda mais forte quando rodopiamos em torno do Monte Olimpo, buscando pousar com os pégasos.

Observei as ruas do lar dos deuses, ruas retorcidas e repletas de semideuses, deuses menores e espíritos da natureza. Havia flores, música e cantoria, liras e flautas de bambu, flores como jasmins, rosas e girassóis.

Fomos deixados no pátio externo, frente aos portões de prata. O reluzente salão branco dos deuses reluzia a nossa frente.

Eu desci das costas de Blackjack, acariciando a sua crina e sussurrando um agradecimento com felicidade, prometendo levar feno para ele, mesmo que não pudesse saber a sua resposta.

Os portões se abriram antes que pensássemos em bater, e eu apenas deixei Thalia ir a minha frente, logo após Annabeth e eu entrei ao lado de Percy, silenciosamente. Eu apenas escutaria, mas não via a hora de deixar o Monte Olimpo e ficar na minha cama, no acampamento meio-sangue.

Havia doze tronos que criavam a alusão de um "U" em volta de uma lareira principal, como os chalés do acampamento. Eu olhei para o céu, vendo as constelações, especialmente a mais nova entre eles — Zoë, a Caçadora.

Eles deveriam ter cinco metros de altura, seus assentos todos ocupados. Seus olhares se fixaram em nós, e eu engoli em seco. Poderia meu pai estar ali?

— Bem-vindos, heróis. — Artémis nos saudou.

— Moo!

Eu olhei para frente, lá estavam Bessie e Grover, Bessie estava nadando em volta alegremente, dentro de uma esfera de água. O sátiro estava se ajoelhando perante o trono de Zeus, como se tivesse acabado de dar um relatório, mas quando nos viu, deu um enorme sorriso.

— Vocês conseguiram! — Gritou alegremente. Ele começou a correr em nossa direção, mas se lembrou que estava dando as costas para Zeus, e olhou pedindo permissão.

— Pode ir. — O deus acenou, mas ele parecia não prestar atenção em Grover. Na verdade, eu tinha quase certeza disso.

Grover trotou até nós e eu, me escondendo atrás de Percy, não quis atrair o olhar dos deuses para mim. Os cascos do sátiro ecoavam contra o piso de mármore, Bessie fazia um estardalhaço na água e eu conseguia ouvir o fogo crepitar na fogueira.

Grover abraçou Thalia, Annabeth e, me sentindo excluída, recuei, mas isso não o impediu. Ele me abraçou também, alegremente. Então agarrou os braços de Percy.

— Percy, Bessie e eu conseguimos! Mas você tem que convencê-los! Eles não podem fazer isso! — Pediu ele.

— Fazer o quê? — Percy perguntou.

Não tivemos tempo para a resposta, porque Artémis nos chamou, seu corpo gigante deixando o trono e adquirindo seu tamanho humano. Uma jovem garota de cabelo castanho avermelhado, perfeitamente sossegada em meio aos Olimpianos. Não havia qualquer emoção em seu rosto.

— O Conselho foi informado dos seus feitos. — Ártemis nos disse. — Eles sabem que o Monte Ótris está se erguendo no Oeste. Eles sabem da tentativa de libertação de Atlas, e dos exércitos reunidos de Cronos. Votamos por agir.

Não parecia haver felicidade no plano, mas não houve protestos. Eu respirei aliviada, a missão valeu a pena.

— Ao comando de meu Lorde Zeus, meu irmão Apolo e eu devemos caçar os mais poderosos monstros, buscando atacá-los antes que eles se unam à causa dos Titãs. Lady Atena deve checar pessoalmente os outros Titãs para ter certeza de que eles não escapem de suas diversas prisões. Lorde Poseidon obteve permissão para liberar toda sua fúria no navio de cruzeiro, Princesa Andrômeda, e mandá-lo para o fundo do mar. E quanto a vocês, meus heróis... — Ela encarou os outros imortais. — Estes meio-sangues prestaram um ótimo serviço para o Olimpo. Alguém aqui negaria isso?

Eu olhei para cada um deles também, nervosamente. Nunca havia vindo para o Monte Olimpo, apenas uma vez há muitos anos atrás, mas a memória se tornou esquecida em minha mente — eu ainda era muito nova, foi em meu primeiro ano no acampamento, quando tinha esperanças de ser proclamada.

Zeus nos encarava em seu escuro terno risca de giz, sua barba preta limpamente aparada, e seus olhos faiscando com energia. Em seu lado, havia uma mulher muito bela, seu cabelo prateado trançado sobre um ombro e um vestido que cintilava cores parecidas com as das penas de pavão, Lady Hera.

Do outro lado de Zeus, estava Lorde Poseidon, eu soube imediatamente ser o pai de Percy porque todos diziam que seus olhos são idênticos, e eu pude comprovar observando. Ele tinha o rosto ressecado e bronzeado com uma barba escura.

Em seu lado, Lorde Hefesto com sua perna em um suporte de aço. Ele não era dos deuses mais belos, mas sua aparência não era tão ruim quanto imaginei, o deus tinha muitas cicatrizes, era verdade, e fogo tremeluzindo através de sua barba. Lorde Hermes estava vestindo um terno empresarial, checando mensagens em seu celular caduceu.

Apolo foi o único que acenou com a cabeça para mim, seu rosto parecia alegre em me ver, embora ele não demonstrasse muitas expressões, por causa de seus óculos escuros. Ele estava usando fones de iPod, mas mesmo assim levantou o polegar na direção de Percy.

Lorde Dionísio parecia entediado, enrolava uma vinha entre seus dedos. Já Lorde Ares estava em seu trono, olhando ameaçadoramente para Percy enquanto afiava uma faca. Eu quis rir quando me lembrei de minha mãe dizendo como o havia rejeitado.

No lado feminino da sala do trono, Lady Deméter se encontrava ao lado de Lady Hera. Seus belos cabelos escuros e vestida em roupas verdes. Em seu lado, Lady Atena, mãe de Annabeth, com seus olhos tempestuosos e o elegante vestido branco.

Já Afrodite estava ao lado, sorrindo para nós. Me lembrei de suas palavras sobre Percy em sua limousine, em Cloudcroft, e enrubesci.

Havia tanto poder naquela sala, e eu me senti extremamente tentada a perguntar se havia alguém ali que poderia ser o meu pai ou saber quem ele é, mas me calei.

Se ele quisesse que eu descobrisse sozinha, eu descobriria, mas não deixaria as coisas de qualquer maneira.

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