Ao Teu Inferno | JM+JJK

By marlinhera

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[Volume l "sadfic"] Tentar se sentir embriagado por bebidas demais deixou de ser o forte de Lúcifer - Ou Jeon... More

Introdução.
Capítulo l
Capítulo ll
Capítulo lll
Capítulo lV
Capítulo V
Especial: Lúcifer e Azael
Capítulo Vl
Capítulo Vll
Capítulo Vlll
Capítulo lX
Especial: Ícaro, Taehyung e Cassiel
Capítulo X
Capítulo Xl
Capítulo Xll
Especial: Valak e Nini
Capítulo Xlll
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVll
Especial: Belial
Capítulo XVlll
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXll
Capítulo XXlll
Capítulo XXlV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Agradecimentos <33
Extra: De volta ao inicio
Volume dois!

Capítulo XXVll: O inicio do fim

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By marlinhera

"Os opostos se atraem, se distraem e depois se destroem"
— Autor desconhecido.

O som das árvores gritando ao vento era tudo que se podia ouvir na floresta.

E Yoongi preferia aquilo.

Amenizava a dor e qualquer substância em seu corpo que o fizesse lembrar daquele momento era deletada.

A solidão era casual com ele, afinal, ele jamais conseguiu fazer alguém permanecer ao seu lado por vontade própria.

E ele sabia de todo o mal que causava.

Mas não era por ele.

Ele pensava mais nos outros do que nele mesmo.

Yoongi por mais que digam que não, ele já foi alguém gentil, atencioso e amoroso com todos.

Ele era um exemplo a ser seguido.

Mas agora, sentado ali naquela cadeira de madeira e encarando o nada além da floresta e esperando o momento em que Hoseok bateria em sua porta e o surraria pelo o que havia feito, parecia bem mais interessante.

E aquilo não demorou a acontecer.

Mas longe do que Yoongi pensava, Hoseok chegou de forma calma, sútil.

Ele abriu a porta do quarto de Yoongi onde por muitas e muitas vezes fizeram amor de formas diferentes e necessárias e desejaram Taehyung ali, com eles.

Talvez em outro mundo.

Em outro lugar, onde eles pudessem ser felizes, eles seriam felizes.

Quem sabe casados e procurando por Taehyung da forma que procuram a si mesmos.

Hoseok um dia foi alguém muito sincero, e desejava voltar a ser.

Yoongi o destruiu de tantas formas possíveis que nem poderia contar. E o anjo sabia disso.

Yoongi destruía a si em todas as vezes que destruía Hoseok, em todas as inúmeras vezes que destruía Taehyung.

Eles eram tóxicos uns para os outros, e com todas as causas vindas de Yoongi.

Hoseok pensou muito, chorou mais ainda, antes de andar até ali. Antes de adentrar aquele quarto e encarar o corpo de Yoongi, pálido como sempre, sentado naquele cadeira, mais uma vez encarando o nada.

Mas Hoseok sabia que ele encarava pela primeira vez em tantos anos o céu. O lar de seu amor.

— Sabe Yoongi... eu poderia não ter vindo aqui, mas eu sabia que você ia me esperar, porque algo dentro da sua consciência te alertou que eu viria. — Hoseok disse parando em pé ao lado da cadeira de Yoongi.

Em momento algum eles se olharam.

As mãos do demônio caminharam até os bolsos da calça e se fixaram ali.

O silêncio de Yoongi se prolongou, porque ele sabia que Hoseok ainda tinha o que falar, e ele o deixaria falar.

Ele deixaria Hoseok chorar.

— Eu- Eu não achei que você faria isso mais uma vez. — O desgosto na voz de Hoseok era tão presente que chegava a ser doloroso.

Yoongi outra vez não disse nada.

Porque, ele queria chorar.

Ele queria desabar.

Você não vai dizer nada? — Hoseok perguntou se virando para ele.

Yoongi não o olhou. Ele respirou fundo e continuou encarando agora novamente a floresta.

— Diz alguma coisa porra! — Hoseok avançou em cima dele e o levantou pelo colarinho.

Seus olhos se encontraram pela primeira vez naquela noite, e juntos eles desabaram.

Porque Taehyung era o que os mantinha de pé.

Taehyung era a proteção e o lar deles.

Porque você fez isso Cassiel... Porque! — A voz embargada de Hoseok soou antes que ele tombasse sua cabeça na curva do pescoço e Yoongi e se debulhasse em lágrimas.

Yoongi também chorou.

E ele não quis chorar.

Ele não poderia chorar. Que motivos ele tinha para este daquele jeito?

Nenhum, mas ele estava.

Ele abraçou Hoseok, o abraçou apertado, e choraram.

Trás ele de voltar p-por favor Yoongi... — Hoseok implorou.

M-me desculpa meu amor. — Yoongi disse e de vagar ele segurou o rosto de Hoseok entre as mãos.

As bochechas tão vermelhas e os olhos em um escuro assustador o entristeceram.

Então ele respirou fundo.

Ele tomou fôlego e pela última vez encarou os olhos de Hoseok, e por fim soprou seu rosto.

Quando Hoseok percebeu o que Yoongi estava fazendo, tentou prender a respiração, mas já era tarde.

O corpo do demônio foi ao chão e Yoongi foi junto tentando segura-lo.

Com toda força que tinha, o pegou e o pôs sob a cama muito bem arrumada.

O cobriu e deixou um beijo em sua testa.

Ele secou as lágrimas que escorriam pela bochecha e pela última vez encarou seu amor.

Ele jamais faria Hoseok sofrer outra vez.

Ele jamais faria Taehyung sofrer outra vez.

Era a vez dele sofrer sozinho.

Então descalço, ele desceu as escadas de madeira fria da casa, abriu a porta de entrada e caminhou pela floresta.

Talvez ele estivesse sem rumo, talvez não.

Seus sentidos o levaram a um único lugar.

A casa de Jungkook.

E ele soube o que teria que fazer ali.

Ele caminhou mais um pouco, os pés já sujos e sangrando pelos pequenos espinhos e pedras no caminho pisaram nos degraus de madeira antes de suas mãos frias baterem duas vezes na porta.

Jungkook não demorou a aparecer trajando apenas uma calça de moletom e uma camisa preta.

Ele viu quando os olhos o irmão se reviraram em puro descaso.

Yoongi entendeu aquilo.

Ele respirou fundo antes de Jungkook caminhar até a porta e abri-la.

— O que você quer? — Perguntou rude.

Yoongi não conseguiu segurar o choro então, chorou.

— E-eu... Bem... Podemos conversar? — A voz fraca soou.

Jungkook se assustou com aquilo.

Ele nunca viu Yoongi chorar, e mesmo que a contra gosto deu passagem para que o irmão pudesse adentrar a casa.

Os pés sangrando pisaram na madeira polida de dentro do ambiente e mais uma vez Jungkook se assustou.

A situação estranha de Yoongi parecia desacreditavel aos olhos dele.

— O que aconteceu Yoongi? — Jungkook perguntou quando encarou de volta o irmão.

Yoongi estava quieto, amuado.

— E-eu vim te pedir desculpa. — O anjo não conseguiu encarar o diabo.

— Pelo o que? — Jungkook perguntou confuso.

Por ter colocado o escolhido na sua vida. — As palavras saíram como um sopro.

Jungkook franziu as sobrancelhas. Por um momento ele se manteve em silêncio.

Ele não queria acreditar naquilo que havia acabado de ouvir.

Ele não queria imaginar que seu irmão havia feito aquilo, não queria.

— Você... Não, não não não, você não pode ter feito isso. — Jungkook negou meio bambo, pondo as mãos na cabeça e a balançando de um lado para o outro. — Não Yoongi, por favor, você não fez isso, me diz que não.

O anjo manteve a cabeça baixa.

Ele confirmou.

V-você me fez conhecer ele de propósito... Por isso você disse que havia visto. — Jungkook indagou com lágrimas nos olhos. — Você me pediu pra se afastar dele sabendo que eu não ia fazer isso... Yoongi, me diz que não.

— M-me p-perdoa S-samael... — Yoongi disse trêmulo tentando tocar o irmão.

Jungkook desviou dele, impedindo o toque.

— Porque você fez isso?!

— Eu s-só queria o seu p-perdão. — Yoongi se aproximou outra vez tropeçando no próprio pé e caindo.

Jungkook não se moveu para ajudá-lo.

— Cassiel, o que eu fiz a você? — Jungkook perguntou. Mas não era o mesmo Jungkook.

Você fez tudo! — Yoongi gritou encarando Jungkook do chão. — Você era tudo! Tudo o que eu queria ser, e eu me tornei você! Me tornei você para o nosso pai.

Jungkook estava desacreditado do que estava ouvindo.

Yoongi percebeu a expressão dele e começou a rir. Ele se levantou e fechou as mãos em punhos.

— Você era o queridinho, e veja onde está hoje. — Yoongi gargalhou. — Não pode nem proteger quem ama. Você não pode nem proteger a si mesmo.

— Foi você.

Yoongi o encarou no fundo dos olhos de Jungkook e riu.

— Acertou. — A voz debochada se fez presente escondendo a dor.

Yoongi não queria mais ser fraco.

— Yoongi... eu sou a porra do seu irmão! Eu poderia ter sido morto! — Jungkook gritou apontando para si mesmo.

— E você acha que eu queria o que fazendo aquilo? — O anjo falou.

Jungkook se calou diante da resposta.

Ele não tinha mais reação. Ele não tinha mais palavras.

— Eu tive que fazer muita coisa pra conseguir o que tenho hoje Jungkook, e agradeço seu esforço em não querer de volta seu lugar no céu, você cooperou bastante comigo e agora acho que você também não precisa mais do escolhido sim? — Yoongi disse andando em direção as escadas.

Ele imaginava que Jimin estaria dormindo ou algo do tipo.

Mas quando ele viu o garoto descer as escadas silenciosamente e para na metade delas, ele percebeu que era hora de dar um basta a aquilo.

Jungkook se pôs em si frente e o impediu de passar.

— Você não vai tocar nele. Não vai fazer o mesmo que fez com o Azael.

Ah meu caro irmão, obrigada por ter tocado nesse anjo estúpido. — Yoongi disse voltando para trás. — Você já sabe que ele está no seu escolhido sim? Então, eu o coloquei lá, mas não adiantou de muita coisa, eu já deveria ter imaginado que você não me perdoaria. Mas de qualquer forma eu vou levá-lo.

Ele encarou Jimin outra vez e viu o garoto franzir as sobrancelhas e colocar a mão no peito.

Você não merece nada do que tem Yoongi. Nada. — Jungkook disse afoito.

— Palavras lindas mas elas não servem de nada.

— Assim como você, você não passa de uma marionete descartável para o pai. Você também não vai servir de nada um dia.

Yoongi o encarou.

Jungkook estava morto de ódio.

E ele sabia que faria de tudo para proteger Jimin.

— Ah Jungkook, vamos ser francos, você só está com o garoto por causa da alma do Azael que ele carrega. Você sabe que não o ama de verdade. — Yoongi disse vendo Jimin se esconder atrás da pilastra.

— Nunca mais diga isso! — Jungkook gritou.

— E eu vou dizer o que? Uma hora ele vai descobrir que você não passa de um interesseiro, que só quer tirar a alma do seu verdadeiro amor de dentro dele.

E Jimin desabou.

O garoto ao ouvir aquilo, ficou inerte.

Seu coração pareceu falhar.

E quando ele foi andando para trás, na intenção de voltar para as escadas, um vaso que havia atrás de si foi ao chão, fazendo um barulho horrível.

Yoongi sorriu.

E Jungkook paralisou quando ouviu o barulho.

Quando se virou para trás, encarou Jimin ali. Parado, lhe encarando como se ele fosse a pior coisa do mundo.

E Jimin naquele momento entendeu o motivo de Jungkook ter persistido por tanto tempo.

Nem era por ele.

Jimin carregava a alma do amor de Jungkook.

E em meio ao choro ele riu, riu por ter sido tão estúpido e idiota em acreditar nas palavras de Jungkook.

Ele se sentiu um completo imbecil por achar que ao menos uma vez em sua vida seria feliz.

Seu coração palpitava em desespero, ele sentia suas mãos formigarem e sua pele arder.

Seu couro cabeludo ardeu como fogo.

E algo dentro de si berrou.

Ele odiava aquilo. Ele odiava Deus.

Porque... — A voz embargada do garoto fez Jungkook se virar.

Tudo pareceu estar em câmera lenta.

— Jimin. — Jungkook chamou trêmulo, se aproximando do garoto.

Jimin perdeu os sentidos. Ele parecia estar fora de órbita, era como se estivessem o queimando de dentro para fora.

E quando o seu couro cabeludo cessou a dor, um brilho forte e marcante se fez presente vindo dos fios agora outra vez brancos.

Yoongi estava paralisado. Jungkook não sabia nem o que dizer mais.

Se aproximar de Jimin parecia cada vez mais impossível.

O garoto apenas se afastava e afastava. Ele parecia sentir que o toque de Jungkook o machucaria.

Quando ele passou a mãos pelos cabelos, os sentiu gelados. Como se tivessem jogado uma balde de gelo em sua cabeça. Tudo estava tão confuso.

"Você precisa se lembrar."

"Você precisa se lembrar."

"Você precisa se lembrar."

A voz soava repetidas vezes dentro da cabeça de Jimin. Era como um rádio repetitivo.

Ambas as mãos foram até a cabeça e Jimin gritou.

— P-para por favor. — Ele pediu chorando.

Jungkook estava desesperado.

Yoongi parecia indiferente, mas por dentro ele estava se despedaçando por ver o irmão daquele jeito por causa de Jimin.

Ele não queria estar fazendo aquilo.

Ele não queria que aquilo tivesse ido tão longe.

Desde o início ele só desejava o perdão de Lúcifer.

O início de tudo foi em prol do perdão.

O perdão.

A forma como tudo aconteceu foi detestável aos olhos de todos.

Principalmente do criador.

Que presenciou tudo e nada fez.

Deus não fez nada para proteger o filho que tanto amava.

Deus foi egoista.

Deus foi misógino.

E o diabo foi o único que se pôs a amar.

Toda aquela cena era dolorosa demais de se ver.

O jeito que Jimin se contorcia no chão, lembrando de coisas as quais ele nem por um milhão imaginaria que aconteceram era demais.

Ele precisava para aquilo.

Quando ele abriu os olhos, a única coisa que ele conseguiu enxergar foi a porta não muito longe, então ele correu e passou por ela.

Descalço outra vez ele corria sem rumo por entre aquelas árvores impiedosas que o cortavam de maneira fútil.

Ele correu.

Sentindo todos aquele sentimentos misturados, se transformando em lembranças dolorosas.

Em mentiras amarguradas.

"As cabeças eram facilmente separadas dos corpos. Os corpos eram abertos com uma brutalidade horrenda.

Sangue empoçava aos pés de Jungkook e respingava nas roupas de Jimin enquanto o mesmo olhava toda a cena aterrorizado.

Jeon respirava ofegante.

Jimin quis gritar.

E quando Jungkook teve a péssima ideia de olhar para Jimin, sentiu o arrependimento.

Os olhos do garoto estavam em um dourado fraco e brilhoso pelas lágrimas que se acumulavam.

— O que você fez Jeon? — Yoongi perguntou ao aparecer no local.

— O que você- Droga, me ajuda. — Pediu ao olhar para o irmão. — Você sabe o que fazer.

— A gente vai conversar sobre isso depois. — Yoongi disse ao irmão.

Jeon apenas assentiu e viu o terror no olhar de Jimin encarando a si.

O garoto não teve nem tempo de perguntar o que havia acontecido.

— Durma anjo."

Aquilo surgiu como um vulto em sua mente.

Quanto mais ele corria, mais elas vinham.

"— Eu te encontrei desacordado em um beco perto de uma livraria. — Mentiu.

— Desacordado?

— Sim."

A respiração pesada quase o impedia de continuar.

"Eu não consigo entender como meu querido pai permitiu que deixassem alguém como você nascer. A sua alma é tão podre e egoísta que nem os meus piores demônios a desejam, nem o vale mais escuro das profundezas do inferno será capaz de punir você. — Jungkook sorriu e entortou a cabeça minimamente para o lado.Mas não se preocupe, eu tenho certeza que sua dor não terá fim"

Era um misto de emoções diferentes.

" — Eu te amo Azael."

E aquelas palavras foram o pico da realidade de Jimin.

Quando ele acordou, estava à beira de um penhasco. A queda dali de cima seria tão rápida que ele nem poderia sentir.

Aquilo o atraía de certa forma. Mas, porque ele faria aquilo?

As palavras não se encaixavam em sua mente.

Ele era um escolhido? Então não era atoa todo o sofrimento que ele havia passado. Se ele fosse tão ingênuo quanto antes, pensaria que Deus o recompensaria por tudo aquilo.

Mas, se ele já esteve na presença do criador, e ele o moldou a dedo para aquele tormento, qual era o sentido depois daquilo?

Ele voltaria para o céu e seria como os anjos de verdade?

Ele finalmente teria a paz que tanto desejou?

Deixa Jungkook estava no topo da lista em relação a tudo aquilo.

Ele não conseguiria perdoa-lo.

Não depois de tudo.

Não depois de ter escondido tanto dele.

Ele escondeu quem Jimin realmente era, e aquilo o fez... menor.

Era como se ele não fosse ninguém.

Como se ele não fosse nada para Jungkook.

E tinha tudo, Jungkook sempre teve tudo.

E ele teve Jimin.

O garoto pôs as mãos outra vez na cabeça e respirou fundo. Absorvendo o ar gelado.

Os cortes em seus braços sangravam minimamente, e de todo modo, o ardor era inexistente.

Jimin não conseguia sentir nenhuma dor.

Ele se bateu.

Se beliscou.

Se arranhou e puxou os cabelos.

Nada.

Nada doía.

Nada doeu mais do que a mentira de Jungkook. A ambição dele.

P-porque eu? P-porque?! — Ele gritou encarando o céu escuro.

Foi quando ele ouviu um som diferente e o vento mais forte.

Quando se virou, viu Jungkook pousar a pouco mais de dez metros de si. As asas negras como a noite se recolheram e ali permaneceu apenas o Jungkook.

O seu Jungkook.

— Jimin... — Ele chamou, tentando soar calmo, mas por dentro ele estava em
completo desespero. — Me ouve por favor. — Ele implorou.

Não. — Jimin respondeu o encarando.

— Meu anjo, não seja assim. — Ele disse se aproximando do garoto.

Isso fez com que Jimin andasse mais para trás, pondo-se na ponta do penhasco.

Aquilo aterrorizou Jungkook, o fazendo se afastar.

— O que o Yoongi disse, não de ideia a aquilo. — Ele tentou mentir.

Pare de mentir Jungkook. — Jimin pediu com o timbre de sua voz sério.

— E-eu não-

— Eu consigo ver nos seus olhos. A mentira corroendo você. — O garoto disse dando um meio sorriso em meio ao choro incessante. — Eu consigo me lembrar de tudo o que te levou a mentir pra mim.

— O que-

— Eu lembro das mortes no beco. — Ele disse e viu Jungkook arregalar os
olhos.

— Eu fiz aquilo pra proteger você.

— Não, você fez aquilo pra me tornar seu. Pra me fazer te entregar minha confiança.

— Jimin...

— Cala a boca! — Ele gritou. — Eu não consigo mais ouvir a sua voz. — O garoto disse com nojo. — Eu lembro que mandou aquele homem me apagar, lembro que quis colocar a culpa em mim como se eu tivesse feito aquilo. Eu lembro que você estava lá quando o Jonh morreu e não me disse. Jungkook... porque? Porque você fez isso comigo?

— Foi para o seu bem, Jimin. Eu fiz tudo isso para o seu próprio bem! — O diabo disse em voz alta.

É um silêncio pairou.

Eles se encararam, como se fosse a última vez.

— Você me disse uma vez, que jamais mentiria pra mim. Mas Jungkook... Você mentiu pra mim. — Os olhos de Jimin acumularam lágrimas, os deixando brilhantes.

Aquilo era doloroso demais.

E para pedir perdão, Jungkook pôs seus joelhos no chão.

Ele poderia ter se ajoelhado diante de seu pai e implorado por sua misericórdia.

Poderia ter se ajoelhado diante do próprio irmão e entregado sua desculpa mais sincera.

Mas ele estava ali, ajoelhado diante de seu verdadeiro e único amor, implorando por seu amor.

Me desculpa anjo... Me desculpa. — Ele soou fraco.

— Você foi tão covarde em ter feito isso comigo. — Jimin indagou abraçando o próprio corpo. — Mas, por amor se pode tudo, afinal, de quantas maneiras mais um coração pode ser destroçado e continuar batendo? Eu não te julgo por ter feito tudo o que fez, você ama o que eu carrego. Você ama o Azael não é?

Aquelas palavras eram como facas.

Jungkook parecia impossibilitado de ouvi-las.

— Não, Jimin não. Eu não amo o Azael.

— Mas amou. E amor não é algo que se apague tão rápido.

Jungkook riu meio sem jeito e abaixou a cabeça.

— Os humanos vivem dizendo que se você ama uma pessoa, tem que aprender a deixá-la ir. Eu achava isso uma bobagem completa... até ver o Azael morrer na minha frente. Naquele momento, eu o deixei ir, e eu o deixei de amar. — Ele enxugou as lágrimas grossas que desciam pelo rosto. — Não importa o que eu diga, nada pode justificar tudo o que eu fiz a você, eu sinto muito. Tudo que eu queria era ficar com você anjo. Eu admito que no início eu só o queria de volta, só queria você por perto pra poder retirar a parte da alma dele que você carrega, mas tudo mudou. Você mudou tudo Jimin.

— P-para.

— Talvez tenha sido o seu jeito protetor, ou os seus olhos escuros, sua pele, seu corpo, você. Eu tenho certeza que você me mudou. — Jungkook disse sorrindo.

— Você era meu lar Jungkook. — Jimin disse com nojo. — Depois do que nos tornamos você mentiu pra mim! Porque?!

— Foi para o seu bem meu anjo. — A face de Jungkook estava aterrorizada.

— Nada é para o meu bem! Meu bem não está em jogo!

— Jimin se acalma por favor. — Jungkook pediu ainda de joelhos e sem se aproximar, ele via como Jimin estava alterado, e aquilo não era nada bom.

— Me acalmar? Não tem como eu me acalmar.

— Só por favor, se concentre na sua voz. Não escute o que vier de dentro de você, por favor. — Ele pediu, sabendo que Azael estava dizendo várias coisas ao mesmo tempo para fazer Jimin perder a cabeça.

E o garoto sabia que Jungkook sabia o que estava acontecendo.

"Você só tem que dizer e estará livre"

"Você só tem que dizer e estará livre"

"Você só tem que dizer e estará livre"

"Você só tem que dizer e estará livre"

"Você só tem que dizer e estará livre"

Aquela voz se repetia e repetia, não parava de falar em sua cabeça.

Jimin estava cansado.

Ele não queria mais aquilo, ele não queria saber de mais nada. Tudo aquilo ficaria no passado.

Ele não amaria mais Jungkook.

Mesmo que se passagem cem anos.

— Jimin... — Jungkook viu que o garoto estava quieto e o encarava.

Ele sabia o que viria a seguir, e temia por aquilo.

— Jimin, não faça isso... — Ele pediu desesperado.

Jimin chorou mais, era como se estivessem arrancando uma parte de si.

Me desculpa... — O garoto pediu se aproximando mais do penhasco.

A brisa gelada cobria os corpos ali presentes.

Mas nada era mais doloroso do que aquilo.

— Jimin... Park Jimin, meu amor. Não faz isso. — Jungkook pediu outra vez com a voz embargada.

Jimin respirou fundo, ele estava tremendo.

E pela última vez a voz disse.

"Você só tem que dizer e estará livre"

E ele disse.

De olhos fixos aos de quem ele unicamente amou.

O terror era passado em câmera lenta pelas orbes de Jungkook.

O vermelho havia tomado conta delas.

Os olhos do Park agora em um dourado intenso reluziram e as palavras premeditadoras deixaram seus lábios.

Volte Ao Teu Inferno. — E corpo de Jungkook se incendiou e em um impulso Jimin se jogou do penhasco.

Jungkook não pôde fazer mais nada, ele apenas sentia sua pele queimar.

Eu te amo meu anjo. — E ao nada ele voltou.

A queda de Jimin parecia mais longa do que nunca.

E antes de chegar ao chão suas últimas palavras foram ditas.

Eu vou sempre, eternamente, por toda a minha vida, amar você. — E ali os olhos de Jimin brilharam em dourado pela última vez, antes de seu corpo se transformar nas mais lindas pétalas de rosas brancas e voarem com a brisa gelada do vento de volta para casa.

E ali se encerrou um ciclo de dor.

Há quem diga hoje que seu amor se perpetuou, há quem diga que eles jamais se amaram.

Mas a real pergunta feita a todos é: Até onde você iria pelo amor?

Fim.

Ou não.

e aqui encerramos nosso pequeno ciclo de dor.

a fala do lu onde ele diz que o ji mudou ele é uma referência a cinco passos de você, se você não assistiu ou não leu o livro, assista e leia.

beijinhos.

#Meuanjovermelho

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