Mistaken (FINALIZADO)

By Autorakapeixoto

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Trilogia Opostos - Livro 1 Não recomendado para menores de 18 anos. Noah Cooper é um advogado concorrido em... More

✨ Nota da Autora e Personagens ✨
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Epílogo
Recadinho para todos!

Capítulo 29

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By Autorakapeixoto

A ansiedade vem me consumindo durante toda a semana e, tenho certeza que aparecerá alguns cabelos brancos em mim.

Na segunda-feira, me juntei com Barbie e separamos todo o material para poder finalizar o caso de Kath. Ficamos o dia inteiro trabalhando, para que não houvesse nenhum furo ou chance do advogado de Alex encontrar alguma brecha e, quando fomos ver, já tinha passado das 20h.

Mas valeu a pena. Valeu muito a pena.

No dia seguinte, já entrei em contato com eles e a pedido de Kath, tentamos novamente resolver de forma sigilosa. A única coisa que sairia na mídia seria o pedido de desculpas de Alex, mas como eu já imaginava, ela não aceitou e foi uma loucura. Começou a postar várias coisas desconexas sobre as duas, além de postar algumas me xingando e xingando várias pessoas, que agora são próximas de Kath.

Na verdade, essa atitude só nos ajudou mais.

O advogado que estava ganhando muito dinheiro dela, não a abandonou e ficou até o final, tentando arrumar algo para sugar ainda mais o dinheiro de Alex e prolongar o caso, mas não tiveram muito o que fazer, pois a coisa só estava piorando para o lado dela. Em certo momento, finalmente aceitaram a derrota.

Por causa da repercussão que estávamos tendo essa semana na mídia, pela quebra de sigilo de Alex, a internet está desesperada atrás de nós, em busca de informações. Os repórteres não saem daqui e nem da rua de Kath, que todo dia arruma um jeito diferente de entrar no edifício. Ontem, ela entrou com ajuda de Barbie e o porteiro, que a camuflaram como se fosse um mecânico, foi a coisa mais hilária que já vi.

Agora, acabei de receber o rascunho de pedido de desculpas que Alex postará hoje. Inclui uma cláusula que os obrigava a me notificar antes, porque já sabemos que o lado de lá não é muito honesto. Nesse momento, estou aqui lendo tal coisa.

"Venho por meio desse post, com a última foto que tirei com Kathllen Ibrahim, para me desculpar publicamente e deixar todos a par do que aconteceu.

Nada do que souberam dela, antes falado por mim, é verdade. Tudo não passou de um momento delicado da minha vida, em que eu não estava bem e descontei em quem não devia. Kathllen é uma pessoa honesta, bondosa e jamais falhou comigo profissionalmente ou pessoalmente. Devo a ela tudo que tenho e, injustamente, me apossei dos seus bens materiais, fora de lhe causar toda a humilhação pública que passou.

Com isso, quero dizer que de fato, o que ela mostra para vocês realmente é quem ela é.

E, para quem ainda se interesse em saber sobre mim, estarei me afastando das redes sociais e farei trabalhos comunitários para cumprir o que foi decidido pela justiça, além de um minucioso acompanhamento psicológico.

Finalizo esse post com minhas sinceras desculpas a Kath e todos os que acreditaram nas mentiras que criei."

Claramente, quem escreveu isso não foi Alex, mas ela não tinha muito opção.

Me assegurei de estipular que ela nunca mais se refira ou se aproxime de Kath, e caso o faça, terá que pagar uma multa caríssima por cada vez provada que descumpriu tal acordo.

Ainda assim, ela não saiu na pior nessa história toda. Kathllen é um ser humano extremamente evoluído e abriu mão do apartamento que era dela, onde Alex mora. Ainda deixou uma parte do seu dinheiro que estava com a mesma e não pediu correção dos valores que deveriam ser devolvidos a ela. Por conta de todo cyberbullying, Alex terá que fazer trabalhos comunitários por alguns meses e como Kath não formalizou nenhuma outra denuncia, ela pagará apenas por isso.

Eu, como advogado, fiquei maluco; mas como pessoa, entendi que ela fez isso pelos anos de amizade que, para ela, foram verdadeiros. Me apaixonei mais ainda, tendo certeza que estou com a pessoa certa e que devo ir a fundo nos meus planos para a viagem desse final de semana.

Dou o aval para a postagem e, estou me preparando para a repercussão que isso dará. Nossa viagem não poderia ter sido em outro momento. Será ótimo estarmos longe essa semana.

Pego meu celular e entro no grupo da família.

Eu: Consegui, gente! Finalmente conclui o caso de Kath.

Mamãe: Amém. Vão se assumir quando?

Barbie: Já viu o Instagram? A doida já postou.

Jacob: Barbie, tem como você tirar o seu sapato da minha mesa? Obrigado.

Barbie: Chato.

Papai: Parabéns, filho! Sabíamos que seria um sucesso. Você é o melhor!!!

Barbie: Porque não saímos cedo e comemoramos?

Jacob: A gente já vai sair cedo, cara. Viajamos depois do almoço!

Eu: Mãe, pai, tem certeza que não querem ir? Daria para todos irem e, talvez, nem nos esbarrássemos na singela casa do Jacob.

Jacob: Não é minha!

Mamãe: Não, querido. Tenho alguns planos para esse final de semana, que não posso adiar por nada. Em breve, todos saberão.

Abandono o telefone na mesa, porque sei que quando começamos a falar pelo grupo, nunca mais paramos.

Saio da minha sala e vou até Jenni.

— Fez o que eu pedi?

Ela me encara e disfarça um sorriso.

— Claro, chefe. Sua namorada receberá em casa o maior buquê que já vimos em toda NY — brinca.

— Ótimo. Você é dez! — mando um beijo e me direciono para o andar onde Jacob fica.

Escuto a voz dos dois assim que ando pelo corredor e, entro já me metendo no assunto.

— Isso é sério? — pergunto e me junto a eles perto da janela. — Estão combinando roupa? — tento não rir, mas caio na gargalhada.

Barbie resmunga e Jacob me mostra o dedo do meio.

— Eu estou tentando explicar para Barbieri que esse ano está fazendo mais frio do que os outros que fomos, mas ele não entende. Então, tomara que congele esse pau sem freio.

— Falou o que já está marcando encontro por lá.

— Da forma que você fala, parece até que é algo romântico — Jacob dá um tapa na nuca de Barbie e, eu nem me meto, porque esses dois parecem cão e gato. — Só quero ter certeza que terei o que fazer quando Noah estiver transando em um dos quartos e você estiver em alguma orgia qualquer.

Paramos de falar e viramos em sincronia para a porta quando alguém bate.

— Dr. Cooper, Sr. Ramsey — Olívia nos cumprimenta. — Estou com um problema no sistema e tenho que lançar algumas coisas. O computador de vocês também está assim?

Eu e Jacob vamos até o computador dela ver o que houve. Enquanto isso, os dois ficam travando uma guerra silenciosa apenas com o olhar. Cutuco Jacob para que ele veja, e rimos baixo.

— Bom dia para você também, educadíssima Olívia — Barbie tira os óculos e cruza os braços. — E, se tivesse me perguntado, eu já teria uma resposta. Mas, deixe que eles descubram — se senta e começa a mexer no celular.

Se antes eu tinha a sensação que essa rincha deles é algo relacionado a um envolvimento íntimo, agora não tenho dúvidas. Os dois se olham com ódio, mas quando acham que não tem ninguém olhando, seus olhares percorrem um ao outro com desejo.

E, isso pode ser complicado.

Descobrimos o problema e quando ligamos para o TI, eles nos informam que tudo voltará ao normal em poucos minutos.

Olívia agradece e vejo que ficou aliviada. Ela é totalmente workaholic e não a julgo, porque sei como que é ser assim. O seu trabalho está sendo incrível e tem nos ajudado muito a mantermos as coisas ainda mais organizadas; além disso, ela lida com toda a parte chata do financeiro, como se fosse algo divertidíssimo.

Olívia sai da sala ainda encarando Barbie.

— O que está rolando? — sento na cadeira de Jacob enquanto leio alguns termos novos para futuros clientes. — E por favor, não diga que não tem nada, porque sabemos que tem.

Ele larga o celular e joga a cabeça para trás, demonstrando o quão incomodado ele está.

— Essa mulher me enlouquece em níveis que eu não conhecia. É natural implicarmos um com o outro. Ambos entramos nesse jogo e nenhum dos dois quer levantar bandeira branca — desabafa. — Mas a diaba é linda, porra!

Jacob ri.

— Realmente, se existisse um prêmio para escritório com mulheres bonitas, nós ganharíamos fácil por causa dela e da Jenni — Jacob tira seu paletó e sobe as mangas da camisa. — Falando nela, só eu que não entendi como, do nada, ela foi morar com Jackson?

Concordo, porque elas realmente são lindas e incríveis.

Começamos a falar sobre essas coisas e quando notamos, já estava na hora de ir almoçar e decidimos dar nosso dia por finalizado. Precisamos nos arrumar para viajarmos e, eu ainda tenho que buscar Kath.

Assim que chego em casa, tenho a grata surpresa de encontrar minha mãe arrumando as minhas malas, que deixei para fazer em cima da hora. Chego e lhe dou um abraço apertado, também um monte de beijo no rosto, em forma de agradecimento.

— Você é a melhor mãe do mundo! Sabe disso, né? — pisco e começo a tirar algumas peças da minha roupa.

— Claro que eu sei, meu anjo. Da mesma forma que sei que o "tão organizado Noah" não é bom com malas — continua dobrando algumas peças e noto que ela colocou alguns pacotes de camisinha e rio.

Coloco a roupa no sexto e fico só de cueca. Me sento na cama e fico olhando as últimas coisas que ela coloca.

— Coloquei alguns relógios naquela maleta de couro, tá? — não falei que ela é perfeita?!

— Obrigada, mãe! — a ajudo fechar as duas malas e vou para o banho.

Tomo um banho rápido e bem quente, relaxando os músculos do meu corpo e depois de algum tempo, saio enrolado na toalha.

— Já viu as notícias? — pergunto enquanto procuro uma roupa. Sorrio ao ver que, em uma gaveta tem umas roupas de Kath. É uma sensação boa saber que ela está ficando à vontade aqui, e que está trazendo um pouco do seu mundo para o meu. Com isso, quero dizer que no banheiro tem uma necessaire só dela e já sinto seu cheiro pelos meus lençóis.

— Como não veria? As pessoas estão enlouquecendo com as notícias. Kath deve estar tendo um dia bem agitado e turbulento — coloco uma calça jeans preta e uma camisa longa da mesma cor; o sobretudo que combinará com o de Kath e as outras peças para me aquecer melhor, deixarei para colocar antes de sair do avião, porque aqui não está tão frio assim.

— Ficou bom? — sempre confiei muito em meu gosto para roupas, mas tendo uma modelo como minha... quase namorada, fico receoso. Fico na frente do espelho, esperando por uma resposta.

— Claro que sim, meu anjo — se aproxima e encaro nós dois pelo reflexo. Mamãe passa suas mãos em meus braços e puxa um pouco a camisa para baixo. — Você é um homem muito lindo e minha nora é uma sortuda — pisca e vem para a minha frente. — Querido, estou muito feliz que esteja tentando fazer as coisas darem certo entre vocês dois. Será tudo perfeito lá em Aspen, tenho certeza.

Decidimos contar para minha mãe sobre nós quando a encontramos no orfanato; não queríamos ter que evitar nos tocarmos ou sermos carinhosos um com o outro por estar na frente dela e, claro que ela já sabia, mas ouvir da nossa boca foi diferente. Ela quase chorou.

Como ela já sabia, e eu precisava de ajuda para a minha surpresa, lhe contei algumas coisas e não tenho dúvidas que tudo deve estar perfeito. Também tive ajude de dona Joana, que me contou gostos de Kath, que ainda não conheço. Depois de Aspen, tudo será diferente e me esforçarei para saber cada coisa que envolva o meu furacão.

— Estou nervoso, mãe. Eu sei que não é nada fora do comum para pessoas que se gostam e querem ficar juntos, mas eu nunca tinha me visto nessa perspectiva. — coloco as mãos em seus ombros e ela ri, acariciando meu rosto.

— Esse sentimento é muito importante. O medo só mostra o quanto gostamos de alguém e que não queremos perder. Com certeza, esse sentimento dentro de você é recíproco. Aquela menina tem o olhar mais expressivo que eu já vi e, a forma que ela te olha, é a mesma forma que eu olho o seu pai, querido.

Não consigo evitar o sorriso gigantesco em meu rosto e agradeço.

Ficamos mais um tempo conversando e depois, levamos tudo até o meu carro.

— Tem certeza que vocês não querem ir? — bato a mala do carro e caminho até a porta do volante, com ela em minha cola. — Ficarei uma semana lá. Por que vocês não vão na segunda?

Ela pondera por alguns instantes e dá de ombros.

— Não tinha pensando nisso. Pode ser uma boa ideia. Falarei com seu pai e também com a Jô — sorrio e a puxo para um abraço apertado.

— Vai ser ótimo, mamãe. E Kath vai adorar ter todos lá, ainda mais depois da surpresa — beijo seu rosto e nos despedimos. Escuto todos os seus conselhos e sempre acho graça de ela falar comigo como se eu ainda fosse um adolescente desesperado por adrenalina. — Te amo e se cuida. Aviso quando chegar.

Ela entra em minha casa e eu dou partida no carro, sentido ao apartamento de Kath.

Ela já havia me informado que era para estacionar dentro do edifício e assim eu fiz. Agora, estou caminhando no corredor até a porta do seu apartamento, que está entreaberta.

Mãe, eu não sei mais como lidar com o Ethan! Ele está tão louco como a Alex. Já bloqueei ele de tudo. Não queria ter que envolver a justiça nisso — Do que será que ela está falando?

Eu sei, filha! Mas, ele invadiu o seu apartamento, meu amor. Aqui, até então, é seguro, mas ele é famoso e conseguiu subir. Ethan não conseguiu fazer nada porque, por sorte, Jackson entrou na hora — ouço os passos delas e sei que deveria parar de escutar, mas só consigo sentir a raiva tomar conta do meu corpo. — Eu não sei o que houve com ele, mas tentar te beijar a força é mais que motivo para você resolver isso na justiça.

Beijar a força?

O ciúme, raiva e vários sentimentos percorrem meu corpo nesse momento. Não quero ouvir mais nada.

Mas não quero envolver o Noah...

E, essa é a minha deixa.

— Me envolver em que? — falo em tom de brincadeira enquanto abro a porta. Controlando essa sensação ruim em meu peito — Estava aberta e vi suas malas — vou até Joana, beijo-a no rosto e viro-me para Kath. — Precisa de ajuda em algo?

Estou com muita raiva do que quase aconteceu, mas não quero que ela saiba que eu ouvi. Quero que ela me conte por vontade própria.

— Podemos falar disso depois? — diz, totalmente sem jeito e faço que sim com a cabeça. Ela se aproxima e me dá um selinho. — Você está lindo, Dr. Cooper!

Já amoleci e esqueci que estou com raiva do ex otário. Deixarei para me preocupar com ele quando voltarmos.

Joana pede licença e diz que vai pegar algo, mas sei que quer nos deixar a sós e agradeço. Me permito secá-la por completo e, até parece que combinamos a roupa, pois única diferença é que estou de calça e ela com saia.

Me aproximo e passo a ponta dos dedos na lateral de sua coxa nua.

— Você me enlouquece naturalmente sem fazer nada — sussurro e ela gosta, morde o meu lábio e encosta seu corpo ao meu. — E, quando você me provoca, como agora, minhas cabeças ficam desesperadas — admiro-a enquanto joga a cabeça para trás, rindo.

Seguro em sua cintura e a aperto, me controlando por respeito a sua mãe, que está a poucos passos de nós e porque, se começarmos algo, com certeza iremos nos atrasar.

— Gosto de como você fica, amor — a malícia em sua voz me faz sorrir de lado. — Mas, não se engane, o mesmo efeito que causo em você... — ela pega a minha mão e coloca por cima da sua calcinha, que tem uma abertura bem estratégica. Eu fecho os olhos ao senti-la molhada. — Você causa em mim — tão rápido como colocou a minha mão dentro de sua saia, ela tira e sorri inocentemente.

— Você vai me matar, saiba disso! — me afasto ao ouvir a mãe dela voltar e após uma breve conversa, começo a levar as malas de Kath para o elevador. Nos despedimos com a promessa que mandaremos muitas fotos todos os dias.

Joana pisca para mim e, sei exatamente quais fotos ela quer receber.

Kath está muito empolgada e fica falando que pesquisou passeios, restaurantes e bares para irmos nessa semana. Claro que concordo com tudo, mesmo que por mim, bastaria ficarmos apenas dentro de um quarto, com uma visão linda das montanhas do Colorado enquanto transamos.

Porém, quero agradá-la e, se ela quer fazer todas essas coisas, estarei junto dela e igualmente empolgado.

Arrumamos as malas dela do carro e entramos.

— Dá próxima vez que viajarmos, eu pago as nossas passagens, ok? Porque tenho certeza que foi caro. Não imagino você em classe econômica — ri e mexe no rádio.

Mal sabe ela o que a espera.

— Para a sua informação, já viajei bastante de econômica — bastante é um exagero, mas já viajei uma vez ou outra.

— Uhum... — responde sem acreditar muito em mim. Coloco a mão em sua coxa e lembro da sua calcinha, me arrepiando na mesma hora.

Ela resmunga que não tem nada de bom e conecta o celular ao carro. Logo começa a tocar uma música que eu nunca ouvi, mas presto atenção na letra.

Você é o cara com quem eu sonho o dia todo

Você é o cara em quem eu penso sempre

Você é o cara certo, então vou me comportar

Meu amor é seu amor, seu amor é meu amor

Batuco os dedos em sua coxa firme, e ela se remexe enquanto escuta a música que parece gostar. Tento não pensar na letra e no que pode significar, mas Kath me encara e pisca.

— Acostume-se com essa voz, porque eu amo Rihanna — encaro-a e dou um sorriso, torcendo para passar despercebido. — AI. MEU. DEUS! Você não sabe quem é?

Rio pelo choque dela.

— Eu já ouvi falar nesse nome, claro. Mas não tenho a mínima noção de quem seja a pessoa em si — ela arregala os olhos e a boca. — Amor, não me julgue. Eu não costumo ouvir música pop, esse lance é com Barbie.

Ela continua em choque e balança a cabeça. Mexe no celular e vira-o para mim; espero parar em um sinal e pego o celular. Nele tem várias fotos de uma mulher muito bonita e assovio.

— Deduzo que essa seja a Ri...? — já esqueci o nome e ela pega o celular da minha mão, fazendo careta.

— Sim, ela é a Rihanna e, me lembre de não te levar em uma festa dela — brinca, fingindo ciúmes e eu rio.

— Ninguém é melhor que você, amor — ela morde os lábios e até chegarmos ao hangar, ouvimos mais algumas músicas da tal cantora. Não é ruim, até que gostei.

Kathllen estranha quando chegamos em um hangar, em vez do aeroporto e, quando me aproximo do carro de Barbie, que já estava estacionado, ela entende o que viemos fazer. Tira o cinto e se vira para mim.

— Não acredito que vocês alugaram um jatinho para viajarmos! — não sei se ela está apavorada ou animada com a possibilidade. Fica atônica, esperando uma resposta.

Desligo o carro e rio. Saio e abro a porta para ela, que pula do mesmo e coloca a mão na cintura, ainda querendo uma resposta.

— Lembra que a família de Jacob é podre de rica? Então, a mãe dele passou tudo que estava no nome dela para ele e, isso incluiu um jatinho e várias outras coisas que você não acreditaria.

— Nossa, desse ser horrível — eu rio do quanto ela está impressionada.

Um rapaz se aproxima para pegar as nossas malas e levar ao jatinho.

Seguimos e entramos no mundo que Jacob nega em aceitar que é a realidade dele.

— Até que enfim! — Barbie fala assim que nos vê, segurando um copo de whisky. — Estou doido para dar um mergulho naquela piscina aquecida e ficar muito louco — claramente, ele já está alterado.

Kath caminha devagar, olhando tudo.

O jatinho é muito luxuoso e bem espaçoso. As poltronas são todas em couro claro e bem acolchoadas. Tem um sofá comprido de frente para o bar, repleto de várias bebidas dentro de compartimentos de vidro. Além disso, ainda há o banheiro e a suíte, que fica no final do corredor.

Ou seja, uma fortuna com asas.

— Jacob, seu jatinho é incrível — Kath fala e ele dá de ombros, com um livro nas mãos. Ela se aproxima e fala: — Nunca mais irei usar avião convencional. — ri e ele vai na dela.

— Fique à vontade! É todo seu — ela se empolga e vai olhando tudo. Como não é a primeira vez que entro aqui, e já tive esse momento de curiosidade, me sento em uma das poltronas, a comissária de voo me serve uma bebida e peço mais uma para Kath.

Barbie troca olhares com a menina e eu rio; já sei no que isso vai dar. Alguns minutos depois, chega Jackson, Bryan e Jeniffer.

Bryan está com uma carranca e os outros dois estão estranhos.

— Sério, da próxima vez, eu jogo esses dois para fora do carro — B fala baixinho, só para que eu e Jacob ouça. — O clima entre eles está horrível e parecem duas crianças emburradas.

Observo-os e, não é necessário ser um especialista pra ver que tem algo errado, mas deixarei para falar com eles depois.

Todo mundo se cumprimenta e o piloto pergunta se já chegaram todos e pede para que nos sentemos enquanto o avião decola.

Eu e Kath ficamos nas cadeiras dos fundos, um de frente para o outro. Todo mundo já bebeu bastante, estão empolgados com a viagem e com os ânimos aflorados. Jacob é o único que não bebeu e continua com a cara dentro do livro.

— O que está rolando entre Jack e Jennifer? — Kath me pergunta enquanto olha para os dois, cada um em um canto.

— Pensei que você saberia.

Balança a cabeça, descordando.

— Ainda não — vira-se para mim e sorri. — Lindíssimo, né? — concordo, mas não estou falando da mesma coisa que ela, e cora ao perceber.

Depois que o jatinho termina de decolar, todos tiramos o cinto e voltamos a ficar mais à vontade. Kath estica os pés e os pego, colocando em minhas pernas. Tiro as suas botas e as coloco no chão.

— Eu sequer tive tempo para te agradecer pelas rosas e por todo o resto. Nem sei em que pé tudo estaria se não fosse por você — me observa enquanto começo a massagear um dos seus pés, e quase geme quando concentro a pressão em um certo ponto. — Nossa, isso é bom!

Continuo a massagem e me sinto grato por ter tantas pessoas que gosto junto de mim felizes, ignoro o clima nebuloso entre Jack e Jenni.

Depois, volto a olhar o deslumbre de mulher que está a minha frente, e acabo apertando demais seu pé quando olho em direção as suas pernas, que estão abertas, e tenho uma visão perfeita da sua calcinha.

Respiro fundo umas vinte vezes e desvio o olhar.

— Você merece, amor. Merece muito e fiquei muito feliz em ter proporcionado a sua vitória — pisco e ela sorri, toda mole por causa da massagem. — E, como foi o seu dia mais cedo?

Ela suspira e se ajeita no banco, colocando o celular entre as pernas e agradeço em silêncio.

— Foi uma loucura. Na verdade, meu telefone ainda está assim, mas vou ignorar todos por enquanto, porque são muitas mensagens e ligações — coloca um dedo na direção da boca e morde o cantinho da unha, tensa. — Recebi alguns convites para dar entrevistas em programas famosos e, é uma boa chance para esclarecer toda a história com Alex e Ethan.

Termino um pé e vou para o outro, sem falar nada, e ela fica um pouco em silêncio antes de continuar.

— Eu tenho que te contar algo, mas não quero que isso estrague a nossa viagem — eu já sei o que é, mas quero ouvir dela e saber o resto da história. — Ethan foi lá em casa, quer dizer, ele invadiu a minha casa. — paro o que estou fazendo e a encaro.

Eu já sei o que rolou, mas me sinto enciumado e com raiva novamente.

Ela retira os pés de cima das minhas pernas e joga o corpo para frente, pegando minhas mãos.

— Não sei muito bem como ele conseguiu entrar, mas aquele ali não me surpreende mais em nada — ela está nervosa e sinto as suas mãos geladas. Faço um carinho para que saiba que está tudo bem. — Quando cheguei na sala, ele já estava lá, mexendo nas minhas fotos novas. Acho que enlouqueceu quando viu uma foto em que estou com você e os meninos; jurei que ele jogaria pela janela com tamanha raiva que as segurava.

Solto uma das mãos e esfrego o meu rosto.

— Você consegue enxergar a gravidade disso, né? Chamou a polícia? Tem que deixar a entrada dele proibida no local, claramente proibida — falo rápido, porém calmo, me sentindo mal por não ter estado com ela. — Ele te machucou? Você está bem? — minha voz quase não sai e meu peito queima de raiva.

O queixo dela treme, anunciando uma provável vontade de chorar, mas ela não deixa que isso aconteça.

— Eu estou bem! Jackson chegou para saber se eu precisava de ajuda com as malas e o tirou de cima de mim assim que entrou e viu que ele tentava me beijar — olha para trás, na direção do amigo, que agora está bebendo com Barbie. — E, Ethan vai lembrar dele por algum tempo, porque o olho dele ficará bem roxo.

— Espero que tenha deixado espaço para o roxo que eu deixarei nele — bufo.

Ela se levanta e senta de lado em meu colo. Segura meu rosto e me dá um beijo leve e breve.

— Não vamos por esse lado, amor. Posso afastá-lo por outros meios, tudo bem? Você poderia me indicar algu...

— Amor, imaginei que depois que todos soubessem de nós dois, eu continuaria a cuidar das coisas para você. Ou, que tal o Barbie? Você não é o cliente alvo dele, mas tenho certeza que ele abriria uma exceção — passo a mão em sua coxa e beijo a curva do seu pescoço. É a vida dela, não tenho o direito de intervir assim, por mais que eu queira. — É uma decisão sua e não irei me meter, mas já me metendo, só tenha cuidado. Conheço os meus iguais de profissão e não quero que ninguém se aproveite de você novamente.

Ela sorri e me abraça forte.

Eu cheiro seu pescoço, sentindo o aroma doce de sua pele, que persegue meus pensamentos.

— Você existe mesmo? — brinca e eu roço o nariz pela sua bochecha. — Vou conversar com Barbie depois. Não estou me desfazendo de você, muito pelo contrário, mas quero que você seja meu apenas na vida pessoal. Melhor não misturarmos as coisas, porém, isso não significa que não te consultarei para muitas situações.

Me dá mais um beijo e volta para a sua poltrona.

— Tudo bem. Eu concordo.

O resto da viagem se torna tranquila. Quase todos dormiram, menos eu e Jackson. Kath pegou no sono e agora dorme confortável na minha frente e parece um anjo.

Meu anjo.

Pego o meu celular, tiro uma foto e guardo novamente no bolso.

— Ei, cara? Podemos trocar umas palavras? — Jack me pergunta baixinho, eu concordo, me levanto e vou até o sofá onde ele está.

Nos servimos com um pouco do whisky e aproveito para tirar o livro do colo do Jacob, que estava quase caindo. Deixo na mesa em sua frente.

— Kath conversou com você? — vai direto ao ponto.

— Sim. Me contou agora pouco e eu estou com as carnes tremendo de ódio — dou um belo golo da bebida e relaxo meu corpo no sofá. — Inclusive, obrigada pelo o que fez. Eu não sei o que eu faria se ele tivesse feito algo além do que já fez.

Ele concorda e encara a mão machucada.

— A cena foi horrível e na hora, meu corpo reagiu sem que eu nem pensasse em nada — respira fundo e fica constantemente batendo o pé. — fiz um inferno naquele prédio, por isso demorei para chegar. Chamei polícia, os seguranças, só não coloquei na mídia porque não me envolvo mais com essa vida.

— E, o que eles falaram?

— O porteiro era substituto, meio que não teve culpa porque Ethan foi inteligente. A segurança de lá já sabe que no prédio de Kath e no meu só entra direto quem estiver na lista fixa.

Olho para meu copo, pensando.

— Kath tem câmera na casa dela, né?

Ele concorda e, por mais algum tempo, ficamos conversando sobre esse babaca e a segurança de onde eles moram.

Sete horas depois, chegamos no hangar de Aspen, que fica aproximadamente a uns 20 minutos da casa de Jacob.

Todos já acordaram e nos dividimos em vários táxis.

O caminho até o nosso destino é lindo. Aqui já está nevando e a paisagem fica ainda mais perfeita. É o cenário perfeito para o que eu planejei para nós dois.

Kath está na janela igual a criança, olhando tudo, apontando e falando que quer ir em vários desses lugares que me mostra. Parece que eu desaprendi a falar "não", porque tudo que sai da minha boca é "sim, claro".

Todos os carros param em frente a um portão de ferro enorme, com um brasão gigantesco de uma das famílias mais importantes da Itália e Jacob libera nossa entrada, sem dar importância para tal coisa.

A imponente casa está com o exterior todo iluminando, mostrando o quanto é linda e elegante no meio de muita neve e montanhas.

— Puta merda! — Kath jogo o corpo para frente na tentativa de conseguir ver por dentro do carro, mas assim que o mesmo para, ela sai em um pulo, arrumando as luvas nas mãos. — Olha, se a casa de veraneio dele é assim, nem quero imaginar como é a que ele mora.

Concordo. Mal sabe ela que, provavelmente, nunca entrará na casa dele. Mesmo estando próximos ultimamente, eu acho improvável que isso aconteça.

— Essa não é dele, mas seu pai não gosta de vir para Aspen. Na verdade, acho que nunca veio desde que o conheço. Então, nós aproveitamos por ele, porque a manutenção daqui é cara demais para mantê-la fechada.

Todos saem do carro e um casal na casa dos 50 anos aparece para nos receber.

— Sr. Ramsey! — diz a mulher sorridente, que o puxa para um abraço. Ruth sempre trabalhou para eles aqui e é uma mulher muito simpática e acolhedora. — Como você está? — eles conversam brevemente e depois o casal nos cumprimentam. — Vamos! Está muito frio.

— Todos os quartos estão prontos e deixamos os vazios também arrumados, caso apareça mais gente — Carlos, marido de Ruth, é um pouco mais sério, mas também é uma ótima pessoa. — O deck, que dá para as montanhas, já está preparado e o jantar também.

Olho rápido para Kath, querendo ver se prestou atenção na fala de Carlos, mas ela está conversando com Jenni e ambas tentam puxar suas malas sem sucesso.

— Obrigada, Carlos. É uma surpresa para minha namorada — sorrio e ele a encara, curioso. — Quer dizer, vamos descobrir em breve se ela será minha namorada — ele dá uns tapinhas em minhas costas e começa a nos ajudar levar tudo.

Entramos na sala e sinto um cheirinho bom de comida.

Chegamos tarde, mas mesmo assim, ninguém teve coragem de dispensar a comida incrível que só Ruth sabe fazer. Hoje, o cardápio é mais especial que o normal, já que ela preparou o prato favorito de Kath em grande quantidade para todos comerem, além de nós dois.

— Por que vocês dois não vão conhecer a casa e a gente leva as malas de vocês para o quarto? — Jacob fala já pegando nossas coisas e Kath abre um sorriso largo, empolgada.

— Vem, amor. Tem um lugar que eu quero que você veja primeiro — pego em sua mão e subimos as escadas até chegar no andar do deck.

Assim que abro as portas de correr, acendo apenas as luminárias de parede (deixando um clima mais aconchegante) e Kath vê tudo que está ali ficando por alguns minutos em silêncio.

O nervosismo toma todo meu corpo novamente.

— Isso é para mim? — sua voz está embargada e percebo que ela está emocionada, mesmo sem estar olhando para seu rosto.

— Sim! Você gostou? — minha voz quase não sai e ela me abraça forte.

A felicidade dela por uma simples surpresa me deixa derretido. Mal sabe que, se ela me aceitar, terá em sua vida um homem que dará o mundo e tudo o mais que quiser.

Eu nunca quis tanto fazer tudo por uma pessoa.

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