Sangue de um imortal (Solange...

By Garota_Do_Oculos

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Gaia voltou para seu sono , e a frágil paz tomou conta dos acampamentos. Mesmo assim, o rastro de sangue que... More

Piloto.
Espadas sujas de sangue.
Em meu sangue e ossos.
Lealdade ao império.
Espelhos embaçados
Ponto de ignição
Não culpe as crianças.
Todos esses olhos azuis.
Todas as nossas cores.
O lobo em seus olhos.
Conto de fadas.
Quarto do pânico.

Cordeiros para o abate.

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By Garota_Do_Oculos

"Nunca nos libertaremos
Cordeiros para o abate
O'Que você vai fazer
Quando houver sangue na água?
O preço da sua ganância
É seu filho e sua filha
Olhe em meus olhos
Diga-me que tudo não está bem"


Thalia Grace corria, os galhos da árvore lhe cortando, e o coração pulsando dolorosamente forte eram a única coisa que ela sentia. O medo das bestas que a perseguem, á muito se fora, entorpecido pela adrenalina nas veias circulando com o sangue. 

Tropeçando, ela corria cega pela escuridão da noite. O céu cheio de nuvens carregadas, impedia que qualquer brilho emitido pelos astros celeste chegasse à terra. E,mesmo se as estrelas e a lua cortassem as nuvens, as copas da árvore da floresta não deixariam que iluminasse o caminho. 

Com o suor e sangue escorrendo, Thalia tinha a respiração ofegante e descompassada, oque resultava em um cansaço ainda maior pela respiração errada. Atrás de si, lobisomens a caçam, a baba escorrendo pelo rosto desfigurado dos monstros. Rosnados e uivos cortam a noite, enquanto a filha de Zeus tenta chegar o mais rápido possível ao acampamento meio sangue. Como ela foi parar nessa situação,no entanto, ainda é um mistério para a semideusa. 

Em um momento estavam bem, ao longe com Lady Ártemis e as caçadoras e no momento seguinte, Ártemis havia desaparecido e as caçadoras começaram a ser perseguidas pelos lobisomens. No início, lutaram e estavam com certa vantagem. As flechas de prata atravessavam e tiravam a vida dos monstros, mas foram vencidas pelos números. Lobos, cada vez mais numerosos e poderosos ao ponto em que as flechas não faziam nada além de cortes inofensivos nós mesmos. 

Thalia ordenou então, que fugissem. Mas eram rápidos,e não estavam cansados. Não haviam passado por uma guerra a poucos dias, pelo contrário, estavam saudáveis e famintos. Thalia e as garotas eram uma refeição completa, cordeiros que os Deuses enviam para o abate sempre que as bestas famintas mostram seus dentes. Afinal, a qualquer problema envie os semideuses. 

Thalia começou a reconhecer o caminho, o pensamento de que logo estaria no acampamento fez uma onda de energia e motivação tomar seu corpo, fazendo com que ela corra ainda mais rápido.

Quase lá.

Uma raiz grossa de árvore fez a garota tropeçar, caindo no chão. Thalia sentiu as garras ficarem em sua costa, rasgando a blusa e a carne. Com um grito de dor, ela consegue se virar e empurrar a criatura metade homem e metade lobo. Desembainhado a adaga de prata com uma velocidade incrível, foi a tempo de pressionar a mesma contra a boca repleta de dentes do lobo. Atrás de ambos, a alcateia continuava a corrida cada vez mais perto de alcançá-los.

Olhando nos olhos do lobo, Thalia viu a frieza e ferocidade de quem se alimentou de semideuses. Olhos de um assassino, apenas quem já matara os teria. O medo restante se dissipou de suas veias, dando lugar ao ódio. A eletricidade percorreu o ar, segundos depois um clarão cortou a noite, iluminando céus e terra e então o estrondo de um trovão atordoou os lobos de audição apurada. Um raio transformará em pó o lobisomem, que aos poucos voltou a ser mais homem que lobo, o corpo se deformando conforme virava pó. Thalia se ergueu, bamba e fraca, mas se obrigou a correr. 

Alcançou o topo, finalmente entrando no acampamento e então permitiu que seu corpo tão mortal se entregasse à exaustão. 


Thalia acordou com o barulho de batidas no vidro, abriu os olhos e contemplou a escuridão. Se sentou, reparou que estava em uma cama, os lençóis cheiravam a lavanda. Novamente, escutou as batidas,e pensando que o provável era que estavam vindo da janela, Thalia se levantou, nada doía, não parecia que havia sido fatiada por lobos. Caminhando até a janela, teve a certeza
que era noite mas não havia nada lá
fora. Novamente as batidas, e dessa vez ela gritou assustada ao ver que vinham de dentro do espelho. 

Tropeçando para trás, Thalia caiu e ficou sem reação por alguns segundos. Os olhos da garota varreram o quarto até se fixarem no espelho novamente, lá dentro uma pessoa batia no vidro freneticamente. 

Se levantando ainda com medo, Thalia se aproxima do espelho a passos lentos. 

Uma garota, ela observa. Tem uma garota no espelho e ela está batendo desesperadamente no mesmo, e está gritando como se falasse algo. Thalia se esforça, mas não consegue ouvir nada além das leves batidas no vidro. A imagem está embaçada e distorcida,como se dentro do espelho fosse um infinito lago, e só a silhueta entrega que é uma garota.

Tomada pela curiosidade e o instinto irracional de abandonar o medo, lentamente ela leva a mão ao espelho e toca a superfície fria com os dedos. A imagem desembaça e Thalia se vê congelada em choque ao reconhecer a Deusa dentro do espelho.

A imagem lentamente volta a se embaçar, como se água a engolisse novamente,o pânico se torna visível nos olhos prateados da Deusa e então a fumaça toma conta de tudo.

 Thalia acorda gritando na cama da enfermaria, se sentando por reflexo. Leva alguns segundos  para sua respiração se tornar regular, e então ela olha ao redor reconhecendo a enfermaria do acampamento meio sangue. Um suspiro de alívio escapou de seus lábios.

—Thalia Grace, filha de Zeus e tenente de Ártemis. - Um garoto loiro diz entrando na enfermaria, com algumas ervas em mãos. A imagem de Apolo automaticamente vem a sua mente, o garoto só pode ser filho dele. Seus olhos azuis são tão claros e brilhantes como o céu no verão, os cabelos ondulados e loiros caiam perfeitamente por seu rosto e sardas enfeitavam suas bochechas. 

—Eu mesma,e você quem é? - Thalia pergunta, sua garganta está seca e arranhando. 

—Will Solace, conselheiro do chalé de Apolo. -o garoto responde, internamente Thalia gritou um " eu sabia! ''. — Você sabe o'que aconteceu?

—O que aconteceu?

— Um campista te encontrou desmaiada na entrada do acampamento. Ele diz que ouviu o som de um trovão bem alto por perto, e mesmo de noite foi olhar o'que era e bem, achou você. -  Will se senta em sua frente e aponta para seu braço, coberto por bandagens. —Posso?

Thalia dá de ombros — Vá em frente. - as memórias de seu "sonho" vêm à tona, fazendo um arrepio percorrer seu corpo, Will notou mas preferiu não dizer nada, terminando de conferir os machucados de Thalia em silêncio. 

— Prefiro falar tudo junto com Quíron, aí não será preciso repetir.- Thalia diz, respondendo a pergunta principal de Will. o garoto apenas concordou com a cabeça.

Thalia esperou ele terminar de arrumar os curativos, para dizer que precisava ir ao banheiro. Will apontou para onde estava, e ela logo desapareceu pelo pequeno corredor indo até o banheiro. 

Se apoiando na pia, Thalia suspirou. Os músculos doíam como se tivesse escalado o próprio Everest. Olhou seu reflexo no espelho e fez uma careta, os cabelos espetados em todas as direções, pareciam desafiar as leis da gravidade zombando da lógica. Os olhos azuis tempestuosos estavam assustados e elétricos, as pupilas ainda dilatadas como se sob o efeito de adrenalina. Mas Thalia sabia que isso era apenas uma reação antes da missão.

O medo agarrado aos ossos, a sensação de que algo horrível está prestes a acontecer. É tudo um deja-vu. Se sentiu assim todas as vezes em que uma profecia fora revelada. Thalia lavou o rosto e abaixou as mechas rebeldes do cabelo, antes de olhar para baixo. Sua calça era a mesma cheia de correntes e rasgos, os novos cortes no jeans preto até combinaram. Sua blusa e jaqueta foram substituídas pela camisa laranja do acampamento. 

Saindo do banheiro, Will a esperava do lado de fora da enfermaria que está surpreendentemente vazia. Não era oque se esperava após uma guerra. Thalia espera que isso seja por terem tido poucos feridos, e não por ser tarde demais para curar. Mais algo no ar do acampamento, tão melancólico e abatido diz que a falta de feridos na enfermaria, é pelo fato de Will e os outros não poderem ressuscitar um corpo. 

Chegando na casa branca, Thalia estremece. Continua a mesma, e tirando a madeira está um pouco mais velha e gasta é exatamente igual ao dia em que Thalia "voltará dos mortos" e entrou pela primeira vez na casa grande. Isso traz um desconforto na mesma, que balança a cabeça para espantar a nuvem negra que paira sobre seus pensamentos e os olhos azuis traidores que voltaram a sua mente com antigas lembranças. 

Não seja estúpida Thalia. É só uma casa encantada, é óbvio que vai permanecer a mesma, não importa o tempo que se passe. 

—Você está bem? - Will pergunta, ao ver que a jovem caçadora não subiu os degraus.

—..hm?..Estou sim, apenas...pensamentos demais- Thalia respondeu, limpando a garganta e subindo logo atrás de Will.

Quíron não parece confuso e surpreso ao ver Thalia,e a garota não sabe se isso é bom ou ruim. Eles esperam o senhor D. aparecer e então Thalia conta tudo de que se lembra, incluindo o sonho que teve. 

—Isso...só pode significar que Lady Artemis está em perigo..- Quíron diz por fim, o óbvio.

—E que você tem que salvar ela.- Will, que ficará na sala mesmo após senhor D o dispensar, fala frisando o você. Thalia sente um arrepio percorrer sua espinha.

O Senhor D novamente dá a Will um olhar de " Va embora!", mas o garoto ignora, os olhos fixos em Quiron. Não é culpa de Will está entediado, a um dia Nico fora para Nova Roma encontrar a pretora e isso deixou o filho de Apolo ansioso e frustrado. Queria ver o garoto o mais rápido possível, e sem ele, não tinha muito que quisesse fazer.

—Eu? - Thalia repete, de repente se sentindo mais lerda que Percy. Por que eles parecem estar tendo uma conversa a tempos a frente dela?

—É, você. Afinal, além de ser a tenente, apareceu em seus sonhos. Isso só pode significar que você é quem deve a salvar. - Will responde

Dionísio limpa a garganta; —Embora Willy esteja sendo um tanto quanto inconveniente… - Ele começa, derrotado pela teimosia do garoto em permanecer na sala onde deveria estar acontecendo uma conversa privada de outros semideuses. — Temo que ele esteja certo, Thalita. 

—Will..

—É Thalia.

Ambos semideuses o corrigem, vendo o mesmo revirar os olhos e abanar a mão em um gesto de " tanto faz".

— Devemos perguntar isso ao oráculo. Por sorte, Rachel está no acampamento embora vá partir ao amanhecer. Will, pode fazer o favor de a chamar? - Quíron pede, coçando a barba e com um olhar pensativo. Thalia não tem certeza se isso é sorte. Will concorda, antes de sair correndo.

O acampamento está sendo reconstruído, os filhos de ares e hefesto quase fazendo uma competição de quem refaz mais rápido, com o auxílio dos campistas de Atena, que fazem toda a estrutura deixando o campo mais moderno e maior. Então, os semideuses correm para todos os lados, mas Will consegue desviar de todos e chegar depressa a caverna do oráculo, onde Rachel Dare está. 

—Rachel, Quíron deseja falar com você!

 Will anuncia sua entrada, se aproximando da entrada em passos curtos. Rachel está pintando algo de costas para ele. Curioso, o garoto se aproxima olhando sob a mesma a pintura. Mesmo tendo visto a pretora poucas vezes, Will é ótimo em memorizar rostos e reconhece os olhos de Reyna pintados no que parece ser um rosto nas sombras, onde apenas os olhos brilham com uma fúria gelada, como uma ira glacial. A garota parece prestes a matar. 

Ao lado, outro rosto escondido, esse tem os olhos tampados por cabelos negros que se misturam a sombra. Will reconhece Nico e seu peito dispara. 

Rachel se virou, surpresa em o ver e então seus olhos de esmeralda perdem o foco. A fumaça verde sai de sua boca e olhos, serpenteando o corpo da garota como uma cobra em um abraço mortal.

A voz da entidade poderosa que divide o corpo da jovem ruiva chega aos ouvidos de Will, que observa atônito a profecia ser revelada. 

"Das ruínas de um império o rei caído se ergue.

Da chuva e do trovão surge a escolhida para ceifar a maldição.

As mãos de uma semideusa banhadas em sangue,novamente portaram a lâmina de prata. 

Para  não deixar que em vingança a terra venha a se afogar,

Um herói com a vida pagará.

Somente Quando o sangue dourado se derramar 

A Deusa se libertará e junto aos corvos em direção ao sol irá voar."

Rachel desmaia logo após proferir o último verso, Will corre em seu auxílio segurando nos braços antes que bata o corpo no chão. A ruiva permanece imovel, o corpo gelado e mole por longos minutos enquanto o curandeiro chama seu nome na esperança de a ver abrir os olhos, e quando ela os abre, o terror que a neles Will só compreende metade.

Hey, gostaria apenas de agradecer pelos comentarios! Valeu mesmo S2

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