Manacled | Dramione

By moonletterss

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Para maiores de 18 anos. Fanfic concluída. Harry Potter está morto. Após a guerra, a fim de fortalecer o pode... More

Nota da tradutora
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76. Epílogo 2
77. Epílogo 3
Drabble Pós-Manacled
Manacled, Draco & Aurore
Para sempre é composto por agora
Nota da tradutora

75. Epílogo 1

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By moonletterss

Alto Reeve morto em acidente com Fiendfyre

Draco Malfoy morto pelo pai em um chocante caso de assassinato e suicídio na Mansão Malfoy.

Draco Malfoy, uma figura proeminente no governo do Lorde das Trevas, e seu pai, um viúvo, são suspeitos de terem morrido em um incêndio em uma casa.

Os aurores ainda estão investigando o caso. A declaração oficial do Departamento de Aplicação das Leis da Magia é que a causa do incêndio permanece desconhecida, mas as autoridades falando em off confirmaram que o incêndio possui todos os sinais de ter sido um fogo demoníaco que foi intencionalmente provocado e sustentado.

As fotos das ruínas da Mansão Malfoy são quase idênticas às ruínas do incêndio na Mansão Lestrange vários anos antes. 'Todo mundo sabia que Lucius estava obcecado com aquele incêndio', disse uma fonte não identificada, 'ele obteve todos os registros e arquivos e revisitou as ruínas de Lestrange dezenas de vezes. É quase inegável que o incêndio foi uma recreação. É tão trágico: ele nunca superou a morte de Narcissa.'

Amigos próximos da família dizem que Lucius abandonou a maior parte de suas obrigações após a morte de sua esposa, entregando o título e os bens a Draco, que tinha vinte anos na época. Lucius raramente retornou à Grã-Bretanha nos anos seguintes, mas durante sua visita mais recente seu comportamento foi notavelmente errático. Aurores falando em off confirmam que Lucius é agora suspeito de vários casos de pessoas desaparecidas, incluindo Astoria Malfoy, que desapareceu menos de vinte e quatro horas depois de retornar das férias de verão na França.

Havia rumores persistentes de tensão entre pai e filho. Embora aparentemente cordiais, eles raramente eram vistos juntos, e Lucius não retornou de seu posto no exterior para o casamento de Draco em 2003.

Espera-se que o título e as responsabilidades de Alto Reeve sejam transferidos para outro Comensal da Morte dentro de uma semana. Existem vários generais em consideração. No entanto, no momento da impressão, não há nenhuma declaração oficial do Lorde das Trevas sobre um sucessor ou sobre as mortes de Draco e Lucius.

A perda de uma linhagem familiar tão antiga e distinta como a Família Malfoy é um golpe devastador para o mundo bruxo. Draco foi o último das famílias Malfoy e Black. Um curandeiro do Programa de Repovoamento confirmou que a substituta de Draco Malfoy também morreu no incêndio. Ela estava grávida de quatro meses de um herdeiro Malfoy.

Depois de duas semanas dormindo, Draco e Hermione finalmente surgiram. Draco foi imediatamente verificar todas as proteções da ilha. Depois que ele voltou, ele deu a Hermione um tour completo pela casa. Ela agarrou a mão dele quando foram para os jardins.

Eles dobraram uma esquina e encontraram Ginny observando James tentando escalar um pagode. Ela deu um sorriso tenso quando os viu.

— Bom, você está de pé. Eu não tinha certeza de quando você pararia de hibernar. — Ela olhou para Draco. — Tem alguém que está esperando para ver você. Topsy!

Houve um estalo imediato quando Topsy se materializou. Ela ficou olhando para Draco por um momento, as mãos entrelaçadas e os olhos enormes brilhando. Então ela deu um passo à frente e chutou Draco.

— Topsy está com tanta raiva de você! — ela disse quando os dedos dos pés colidiram com a canela dele. — Topsy nunca esteve tão zangada em toda a sua vida.

Ela passou os braços em volta da perna de Draco e começou a soluçar. — Você mandou Topsy embora sem se despedir. Topsy pensou que você estaria morto!

Ela enterrou o rosto nas roupas dele e chorou por vários minutos até que Draco se abaixou desajeitadamente e deu um tapinha em sua cabeça.

Ginny lançou-lhe um olhar aguçado. — Quando ela chegou e descobriu que vocês dois estavam aqui, ela se recusou a acreditar até que foi ver com seus próprios olhos, e então chorou pelo resto do dia. Não acredito que você a mandou aqui desse jeito.

Quando Topsy finalmente soltou Draco, ela foi pegar James nos braços e o levou embora, ainda soluçando.

Hermione, Draco e Ginny ficaram olhando um para o outro em um silêncio desconfortável.

Ginny puxou as pontas do cabelo e então sua cabeça deu um pequeno movimento enquanto ela endireitava os ombros. — Acho que deveríamos planejar jantar todos juntos na maioria dos dias. Não precisa ser todos os dias da semana, mas acho que deveria ser a maior parte. No resto do tempo, todos nós podemos ter... nossa privacidade, mas deveríamos jantar juntos.

Ela estudou as reações de Hermione e Draco. Draco não disse nada.

— O jantar seria bom — disse Hermione. — Essa é uma boa ideia.

A expressão de Ginny se encheu de alívio. — Bom. — Ela assentiu. — Ótimo. Hum. Vou contar aos elfos e vejo vocês dois no jantar então.

Ginny se virou e correu para dentro.

Hermione a observou se afastar e percebeu tardiamente que Ginny provavelmente pararia e voltaria se ela a chamasse. Ela abriu a boca, mas Ginny já havia desaparecido pela porta.

Hermione e Draco ficaram no jardim por vários minutos em silêncio. Ela não sabia o que eles deveriam fazer.

Parecia surreal. Eles foram excluídos de uma realidade, jogados em outra e simplesmente deixados para encontrar o caminho.

Não parecia um sonho. Foi real. Ela podia sentir o cheiro do sal no ar, ouvir o movimento das folhas com a brisa e a água escorrendo. Ela podia sentir o cheiro de cânfora e agulhas de pinheiro. A mão de Draco estava quente e entrelaçada com a dela.

E ainda assim havia uma ponta de paranóia da qual ela não conseguia se livrar. Tinha que haver algo à espreita, algo esperando, algo que iria dar errado. A ruína inevitável pairava sobre sua cabeça como a espada de Dâmocles.

A ilha parecia ter sido construída sobre uma fina camada de gelo. Se Hermione desse um passo errado ou esquecesse de tomar cuidado por um momento, ele quebraria, e ela mergulharia de volta no mundo negro e frio do qual havia acabado de escapar, arrastando Draco e todos os outros com ela.

Cada passo. Cada respiro.

Tenha cuidado. Tenha muito cuidado.

Você sempre perde as coisas que ama. Sempre.

Sua mandíbula começou a tremer. Ela queria voltar para dentro; parecia mais seguro estar lá dentro. Onde estava a varinha dela?

— Eu nunca fiz planos para isso — Draco disse. — Estar aqui.

Hermione olhou para ele, assustada com seu devaneio. Ele estava olhando para o mar como se tivesse dificuldade em acreditar que ele estava lá.

Ele achava tudo tão difícil de acreditar quanto ela. O mundo nunca foi gentil com eles.

No entanto, quando ele olhou para ela, ela percebeu que havia uma tensão nele que estava ausente pela primeira vez que ela conseguia se lembrar. Ele ainda estava nervoso; ele ainda carregava duas varinhas, várias facas e um artefato sombrio, mas havia a ausência de uma certa segurança com a qual Hermione se acostumou. Ele já não se comportava como se esperasse constantemente ser atingido por algum lado.

Era a expressão que ele usava quando se encontravam em Whitecroft; quando ela percebeu, enquanto ele aparatava na sala, que ele havia se preparado mentalmente para que ela pudesse se machucar. Desde que ela chegou à mansão, ela percebeu, ele sempre pareceu assim. Agora, pela primeira vez, havia desaparecido.

O gelo fino era pelo menos algo para se apoiar.

— O que você quer que eu faça agora? — ele perguntou.

Ela piscou. — O que você quiser. Você pode fazer o que quiser agora.

Ele olhou ao redor deles. — Acho que não me lembro como fazer isso.

Hermione deu um sorriso pálido. — Eu também não. — Ela olhou em volta e segurou a mão dele com mais força. — Vamos descobrir como é juntos. Não precisamos nos apressar. Temos o resto de nossas vidas para descobrir isso.

.

Uma vez que ela não estava preocupada em acordar Draco, Hermione começou a trabalhar em seu laboratório. Ela levou uma semana para construir uma prótese básica para ele. A amputação havia cicatrizado perfeitamente, mas seu sangue permanecia permanentemente fino, a menos que ele tomasse regularmente uma poção para isso.

Ele sentou-se na beirada da mesa do laboratório enquanto ela ajustava cuidadosamente a base da prótese em seu antebraço.

— Essa primeira prótese não é grande coisa — ela disse enquanto murmurava os feitiços. — Ele só se conectará com os nervos principais, então você terá apenas uma vaga noção do movimento e do toque. Você não será capaz de fazer nada que exija controle motor fino, mas isso ajudará a manter as estruturas neurais enquanto eu faço algo melhor. Se você esperar muito, será difícil recuperar toda a amplitude de movimento com uma prótese, pois você não consegue senti-lo com tanta clareza.

Ela deslizou o braço de metal na base. Houve um clique silencioso quando as duas peças se encaixaram. Ela bateu a varinha nos dedos de metal e houve um zumbido enquanto eles se contraíam. Ela passou vários minutos verificando se tudo estava conectado e estudando diagnósticos para verificar se havia encaixado tudo perfeitamente. Draco tendia a afirmar que estava tudo bem até desmaiar.

Ela olhou para Draco com uma expressão nervosa. — Isso vai doer muito, mas só por uma fração de segundo e só desta vez. A menos que você quebre a base da prótese, nunca mais terei que fazer isso. Estou conectando os nervos. Se eu não fizer isso quando você puder sentir, a conexão não se integrará tão bem.

Ele cerrou a mandíbula. — Apenas faça.

— Amálgama.

Draco gritou entre dentes enquanto os nervos de seu braço se uniam aos nervos mágicos da prótese. Um arrepio percorreu todo o seu corpo, inclusive a prótese. Os dedos de metal se contraíram com um clique audível.

— Desculpe. Desculpe.

Ele balançou a cabeça bruscamente e levantou o braço para olhar para ele. — Está bem.

Ela descansou a mão contra o metal frio. — Você pode sentir meu toque?

Draco ficou em silêncio por um minuto. — Posso dizer que há contato, é uma vaga sensação de pressão, mas sem sensação de textura ou temperatura ou o quanto estou sendo tocado.

Hermione passou a mão pelo antebraço até os dedos. — Isso é tudo que você poderá sentir com isso. — Ela olhou para ele seriamente. — Você terá que ter cuidado. Como você não consegue sentir, nem sempre saberá quanta pressão está usando. Haverá a tentação de compensar excessivamente a falta de feedback sensorial, fazendo as coisas de maneira mais grosseira para senti-lo. Eu tornei a mão quebrável para que, se você exceder um certo limite, os mecanismos internos sejam a coisa a ser quebrada e não... outra coisa.

A expressão de Draco ficou tensa e ele olhou para ela bruscamente.

Ela começou a passar a varinha e os dedos pela prótese, verificando o feitiço. Draco tentou afastar o braço dela.

Ela fechou a mão em volta do pulso para acalmá-lo, e ele puxou com mais força. Ela olhou para cima e encontrou seu olhar preocupado.

Ela ergueu a varinha. — Draco, você não vai me machucar. Olha.

Ela bateu em um painel na parte interna do pulso e o abriu, revelando os mecanismos internos. — Vê onde os tendões se conectam aqui? As peças que conectam cada uma são intencionalmente quebráveis. Se você tentar usar pressão suficiente para quebrar um osso, esta peça irá quebrar. Você pode amassar um pedaço de fruta, mas não conseguirá quebrar uma varinha ao meio. Se eles quebrarem, a parte da mão à qual estão conectados ficará mole. — Ela fechou o painel novamente. — Você não vai me machucar. Eu só queria explicar por que provavelmente ela quebrará muito no início. Faz parte do design. Levará um tempo para descobrir como saber quando você está usando a quantidade certa de força. Vou te ensinar como consertar você mesmo também. Tudo faz parte do processo.

Ela passou vários minutos lançando feitiços e testando antes de recuar. — Você consegue tocar o polegar e o indicador juntos?

Draco olhou para o ponteiro por vários segundos. Seus olhos se estreitaram quando a mão ficou imóvel. Depois de um minuto, o polegar se contraiu.

Ele parecia irritado. — Posso dizer que estou conectado a isso, mas não sei como fazer com que ele faça alguma coisa.

— Está bem. É preciso se acostumar. Você apenas terá que praticar. Feche os olhos e veja se consegue dizer qual dedo estou tocando.

.

Eles tiveram muito tempo.

Eles exploraram a ilha. Draco mostrou a ela as trilhas e caminhos antigos e cheios de musgo que serpenteavam pelas florestas. Eles desceram até a praia rochosa, e Hermione ficou na beira da água e olhou para o vasto oceano que se estendia até onde ela podia ver.

Parecia que eles eram as únicas pessoas na terra. Escondidos a um mundo de distância da guerra.

Hermione foi procurar comida. Draco havia comprado livros sobre a vegetação comestível e mágica da região em algum momento. A ilha ficava em algum lugar na costa do Japão. Draco, e às vezes Ginny e James, acompanhavam-na enquanto ela vagava pelas florestas e campos coletando ingredientes para criar seu próprio armário de suprimentos.

Eles dormiram. Eles iam para a cama cedo e dormiam até tarde e às vezes só saíam da cama bem depois do meio-dia.

Eles se sentavam no jardim e Hermione nunca sabia o que dizer. Houve tanto tempo que ela nunca teve certeza de quando era o momento certo para dizer alguma coisa.

Às vezes ela só queria existir fingindo que sua vida só começou alguns dias depois de eles chegarem à ilha. Ela não queria contar com o passado. Ela estava tão cansada de viver sua vida em uma eterna contagem regressiva.

Houve tanto tempo que Hermione não sabia o que fazer com tudo isso.

Eventualmente, começou a parecer antinatural e indutor de ansiedade. Uma sensação fria de pavor se desenrolava na boca do estômago de Hermione quando ela tentava relaxar por muito tempo. Era pior quando Draco estava fora, o que acontecia duas vezes por dia quando saía para verificar as proteções na ilha.

Ela visitava Ginny e James por meia hora sozinha, mas quando as visitas se estendiam para perto de uma hora, ela começava a ficar tensa e desconfortável.

As horas vazias pareciam todos os dias fúteis e venenosos da Mansão Malfoy.

Ela não conseguia desligar sua mente. James era muito parecido com Harry, mas quando não era, ele era um bebê, e as mãos de Hermione passavam nervosamente por sua barriga enquanto ela o observava interagir com Ginny.

James falava constantemente. Ele tratou o humor de Ginny como uma pedra de toque que ele refletiu para ela. Ginny foi mãe instintivamente. Ela teve uma noção imediata do que James precisava e parecia fluente na compreensão das palavras distorcidas que rapidamente, e às vezes em lágrimas, saíam de sua boca.

Hermione estava sentada na varanda da casa observando enquanto James deslizava em uma pequena vassoura que pairava a trinta centímetros do chão.

Ginny olhou para Hermione e percebeu a expressão tensa em seu rosto. — Topsy, você poderia levar James para a praia?

Ginny sentou-se ao lado de Hermione e, após um momento de hesitação, estendeu a mão e tocou levemente a mão de Hermione, onde Hermione inconscientemente passou os braços em volta de sua barriga.

Ginny não disse nada, não fez nenhuma pergunta.

Hermione notou que Ginny raramente fazia perguntas quando Draco não estava presente.

— Eu não sei ser mãe, Ginny. — Hermione disse depois de alguns segundos.

O canto da boca de Ginny se ergueu e ela deu uma pequena risada. — Você foi mãe de praticamente todas as pessoas de quem já foi amiga. Harry e Ron teriam morrido no primeiro ano se não fosse por você.

Hermione engoliu em seco. — Isso não é a mesma coisa. Eu nem sei como interagir com James. Posso ler um livro para ele, mas não sei como dizer por que ele está chateado ou entender o que ele está dizendo. Não posso dizer que ele está cansado. Não sei ler crianças. E se eu não conseguir descobrir?

— Bem, eles não começam aos dois anos de idade. Você os conhece. No início eles só querem dormir, comer e ser abraçados. Se não for nenhuma dessas coisas, provavelmente é uma troca de fralda. Você chega aos dois anos um dia de cada vez. Não se preocupe, estarei aqui. E Topsy sabe tudo sobre bebês. Ela provavelmente poderia criar sozinha um orfanato.

Ela se apoiou nas mãos. — Quando James nasceu, eu não queria deixá-lo sair dos meus braços, mas não sabia nada sobre bebês, exceto o que tinha lido. Eu também nunca conheci nenhum bebê crescendo, você sabe. Amamentar parecia fácil quando li o capítulo do livro, mas quando tentei, James estava se contorcendo e gritando. Eu não conseguia descobrir como fazê-lo agarrar-se e permanecer, e estava com tanto medo de quebrá-lo se segurasse com muita força. Comecei a chorar e James continuou gritando mais alto. Topsy estava lá há um mês, mas eu não confiava em nenhum dos elfos de Malfoy. Eu estava à beira da histeria antes que ela conseguisse me convencer a deixá-la ajudar a amamentar James. Você não vai ficar sozinha.

Hermione olhou para Ginny por um momento. — Desculpe. Não consigo imaginar como deve ter sido ficar aqui sozinho por tanto tempo.

Ginny apenas deu uma risada e desviou o olhar. — Acho que foi muito melhor do que qualquer lugar que você ou qualquer outra pessoa esteve o tempo todo. Eu realmente não tenho espaço para reclamar.

— Mesmo assim.

Ginny assentiu e sua expressão ficou dolorida enquanto ela olhava para o jardim. — Às vezes, penso em todo o tempo que passei escondendo a gravidez, e sinto um buraco no peito onde um dia vou cair. Às vezes eu gostaria de ter morrido com eles. Parece tão errado que eu esteja viva quando ninguém mais está.

— Não diga isso — Hermione disse. Sua voz estava tensa e cortante. — Você não deveria pensar isso. Harry se importava com você viva e segurq mais do que qualquer outra coisa.

Ginny olhou para baixo. — Eu sei. Eu sei, não estou, às vezes parece assim, sabe? Que só estou viva porque fiz algo egoísta e menti para todo mundo. Mamãe teria ficado tão animada. Ela sempre disse que seria a melhor avó do mundo. Ela nem sequer soube.

— Se alguém soubesse da sua gravidez, Voldemort teria procurado por você. Draco não teria sido capaz de passar o corpo de outra pessoa como seu. Você e James estão vivos porque estavam escondidos.

Ginny ainda parecia angustiada, mas assentiu lentamente.

— Harry disse... — Hermione hesitou e sentiu uma onda de culpa por não ter contado a Ginny antes. — Antes de ele me fazer prometer que cuidaria de vocês dois, ele me pediu para dizer que pensaria em você até o fim.

Ginny ficou quieta por vários segundos antes de sua boca se curvar em um sorriso tenso e melancólico. — Estou muito feliz que você contou a ele sobre James. Estou feliz que ele soubesse disso pelo menos.

Hermione estendeu a mão e agarrou a mão de Ginny. Eles ficaram sentados em silêncio por vários minutos, compartilhando o peso de tudo o que haviam perdido.

.

Hermione se enterrou no laboratório quando não aguentou todo o excesso de tempo. Se ela estivesse sendo produtiva, ela se sentia capaz de respirar. Era bom ser criativa sem sentir que o tempo que ela passava ali era uma contagem regressiva para a vida de alguém.

Havia inúmeras coisas que ela poderia fazer. Draco trouxera livros e suprimentos suficientes para mantê-la ocupada durante anos.

Draco, entretanto, flutuou.

Ele verificou as proteções obsessivamente. Ele leu. Ele praticou usando sua mão protética. Ele levou duas semanas para parar de quebrar os mecanismos internos, mas no processo ele descobriu como fazer muito mais com isso do que Hermione esperava. Então ele sentava no laboratório e observava Hermione trabalhar por horas a fio.

Ele não tinha nada a ver com Ginny ou James, a menos que Hermione o incitasse.

Hermione o deixou sozinho sobre isso. Se ele não quisesse fazer mais nada pelo resto da vida, ele tinha o direito de fazê-lo. Ela gostava de tê-lo por perto. Se ela não pudesse vê-lo, isso ficaria como um nó no fundo de sua mente, e ela não conseguiria se concentrar por muito tempo antes de ir procurá-lo e se assegurar de que ele estava bem.

Quando ele estava lá, ela podia relaxar e se concentrar.

Ela levantava os olhos de uma poção ou de trabalhar em sua nova prótese e o encontrava apenas olhando para ela com uma expressão revelada de possessividade que arrepiava sua espinha e parecia fogo em suas veias.

Ela percebeu que ele havia silenciado a tendência na mansão. Estava enterrado sob todo o resto. Sufocada pela convicção de que ela nunca o perdoaria, que ele morreria.

Mas à medida que as semanas se transformaram em meses, a sua possessividade reafirmou-se. Era viciante saborear algo que ela nunca tinha comido mais do que fragmentos.

Ela largaria tudo o que estava fazendo e simplesmente se afogaria nele. Beijá-lo, tirar sua roupa e segurá-lo nos braços, sentindo-o vivo. Ambos estavam vivos. Eles sobreviveram e tinham um ao outro. Ele deslizava a mão ao longo de sua garganta, beijando seu esterno, e ela o ouvia murmurando 'minha' contra sua pele.

— Eu sou sua, Draco. Sempre serei sua — ela dizia, do jeito que sempre costumava dizer.

Mas havia ondulações nos limites de sua consciência. Às vezes, quando ela desviava o olhar de Draco, Hermione encontrava a expressão tensa de Ginny enquanto os observava.

Hermione se recusou a perceber isso.

A única coisa externa em que Draco se interessava era acompanhar as notícias sobre a Europa. Os elfos traziam uma pilha inteira de jornais toda semana: europeus, asiáticos, norte e sul-americanos, da Oceania. Qualquer jornal mágico traduzido para o inglês, os elfos foram instruídos a comprar e trazer de volta. Lido coletivamente, foi possível obter um relato vagamente preciso dos acontecimentos atuais.

Essa era a extensão dos interesses de Draco.

Hermione estava sentada no centro de seu universo e, agora que ela estava segura, sua atenção desenfreada não tinha mais nada com que ficar obcecada. Tudo menos Hermione era supérfluo.

Ela pensou que seria uma fase. Ela pensou que assim que tivessem mais tempo ele deixaria seu foco se ampliar, mas aos poucos ela começou a suspeitar que talvez não fosse o caso. Ele não tinha inclinação ou intenção de se interessar por mais nada. Ginny, James, alquimia; era tudo apenas para satisfazê-la.

Até mesmo o bebê deles, em certos aspectos. Ele se interessou pela gravidez porque era de Hermione, porque ela se importava; mas quando ele não estava lembrando a ela que 'a filha deles' precisava que Hermione respirasse ou que Hermione tinha que se manter segura para 'a filha deles', sua preocupação parecia abafada. Talvez simplesmente empalidecia em contraste com a intensidade alucinante que Hermione recebia.

Foi agravado pela preocupação dele com a lesão cerebral dela. Ela acordava regularmente e encontrava um diagnóstico pairando sobre sua cabeça, Draco olhando para ele com uma expressão tensa.

Ela afastaria a varinha dele. — Não. Não há nada que possamos fazer.

O dano foi como fissuras em sua memória; o vermelho se misturou com as luzes douradas ainda espalhadas pela mente de Hermione. Ao longo do primeiro mês, a luz dourada começou a cristalizar-se aparentemente em torno das fissuras vermelhas de uma forma que lembrava a forma como a própria magia de Hermione havia enterrado suas memórias. Nem Draco nem Hermione tinham certeza de por que isso estava acontecendo ou o que significava.

Em setembro, Hermione descobriu que não conseguia acessar as memórias mesmo quando tentava. Em vez de ser algo precário que ela sentia que não deveria se aproximar, ela se viu completamente excluída delas, como se tivesse sido mais uma vez impedida de acessar cantos de sua própria mente.

Ela lembrou que a mãe de Draco havia sido torturada e que ele havia se tornado um Comensal da Morte para protegê-la, mas ela não conseguia se lembrar de como havia aprendido isso. O conhecimento geral estava tão profundamente integrado em sua percepção de Draco que ela se lembrava dele mesmo sem ter lembranças.

Ela não tinha certeza se estaria totalmente consciente de que as memórias estavam faltando, exceto que ela não conseguia lembrar o nome da mãe de Draco. Foi desconcertantemente arbitrário. Ela sabia sobre a mãe dele, mas sempre deixava de lado o nome dela, de uma forma que a deixava terrivelmente consciente de sua perda de memória.

Hermione sabia que ela sabia disso. Ela a encontraria rabiscado em pedaços de pergaminho e colocado em livros que estava lendo e nas gavetas da cômoda. 'A mãe de Draco se chamava Narcissa', na caligrafia de Hermione. Mas assim que ela parou de pensar ativamente nisso, o detalhe desapareceu novamente. Onde quer que sua mente guardasse esse conhecimento, ela era incapaz de acessá-lo. Uma conversa com Ginny ou algumas horas em seu laboratório e tudo se foi até que ela tropeçou em outro pedaço de pergaminho lembrando-a de que 'a mãe de Draco se chamava Narcissa'.

Durante várias semanas ela manteve um diário que revisava e preenchia com mais informações a cada hora. Ela descobriu que, uma vez que a informação não estava mais ativamente em sua mente, ela desaparecia em partes de sua mente que ela não conseguia alcançar. O resto de suas memórias da guerra estavam voltando com clareza crescente, mas qualquer coisa relacionada à mãe de Draco permanecia vaga.

Ela sabia que Draco sabia que ela nunca se lembrava do nome da mãe dele. Sempre que ele lhe contava alguma coisa sobre sua infância, ele sempre especificava 'Minha mãe, Narcissa', de uma forma que era obviamente habitual.

A perda de memória parecia contida e restrita às informações sobre a mãe. Todo o resto estava precariamente intacto.

Ela e Draco montaram um livro incluindo detalhes de todas as coisas que ela não lembrava para que ela pudesse revisá-las. Foi quase inútil porque foi apenas uma questão de horas até que ela não se lembrasse de mais nada. Ela conseguia se lembrar que iria esquecer as coisas, mas não sabia o que eram. No entanto, ela ficou tranquila ao saber que poderia encontrar as informações quando precisasse.

Ela tentou não pensar nisso na maior parte do tempo. Havia muitas coisas que ela poderia fazer que não exigiam que ela se lembrasse desses detalhes específicos. Ela tinha Draco. Ele estava viva e não estaria se ela ainda tivesse todas as suas memórias.

Ela teria desistido de muito mais do que algumas lembranças para comprar a vida dele.

Esse fato não consolou Draco.

Eles estavam deitados na cama e ela tentava encontrar um lugar onde ele pudesse sentir o bebê chutar.

Ela pressionou a mão dele contra a parte superior de sua barriga e houve uma vibração repentina em seus dedos.

Ela encontrou os olhos dele, seus olhos enrugando nos cantos. — Você sentiu isso?

Ele assentiu. Ela guiou a mão dele até perto de suas costelas. — A cabeça dela está aqui agora e os pés dela estão na minha pélvis, me chutando na bexiga a noite toda.

O canto de sua boca se contraiu, mas então seu polegar roçou a cicatriz estreita que corria entre suas costelas, sua atenção se desviando do bebê.

Ela envolveu os dedos em volta da mão dele.

— Draco... — sua voz estava nervosa, e sua garganta apertou enquanto ela falava.

Ele olhou para ela instantaneamente. Seus olhos prateados estavam atentos, cheios da mesma adoração possessiva e desesperada que ela vira no rosto de Lucius. Ela engoliu em seco. — Draco, você tem que se preocupar com ela.

Ele olhou para ela sem expressão.

Seu coração ficou preso no peito. — Você... você não pode ser como seu pai era.

A expressão dele fechou-se num instante e ela agarrou-lhe a mão com mais força. — Você tem que se importar — ela disse ferozmente. — Do jeito que você é, você tem que decidir se importar, porque se não o fizer, você não o fará, e ela saberá.

Os olhos de Draco brilharam com algo ilegível.

Ela se sentou e continuou olhando nos olhos dele. — Ela tem que ser alguém com quem você decide se preocupar. Alguém que é importante para você. Eu não... — sua garganta ficou presa. — Eu não sei como... como estarei no futuro. Se algo der errado, você tem que ser quem a ama por mim — sua voz falhou ligeiramente — do jeito que eu a amaria. Ela tem que ser importante para você.

Draco ficou branco, mas assentiu lentamente. — Tudo bem —, disse ele.

— Promete-me.

— Eu prometo.

Ela assentiu. — Tudo bem.

.

Depois de meses de revoluções em países controlados pelos Comensais da Morte, a Confederação Internacional anunciou a sua intenção de 'intervir' na situação europeia em Outubro de 2005. A instabilidade da Europa ameaçou o estatuto de sigilo e colocou em perigo a comunidade mágica mundial.

Voldemort mal tinha tropas para tentar sequer uma aparência de resistência. O exército dos Comensais da Morte sempre dependeu fortemente do apoio dos Seres das Trevas, e com as alianças de Voldemort em frangalhos, ele dificilmente tinha um exército para montar. Mesmo os Comensais da Morte não confiavam em sua capacidade de vencer outra guerra. O Ministro Thicknesse fez discursos fracos sobre a Soberania Britânica, mas apesar da zelosa propaganda do Profeta Diário, o mundo bruxo estava cansado da guerra e não tinha mais medo de Voldemort.

Havia muito descontentamento e poucos Comensais da Morte. Sem Draco como Alto Reeve, não havia ninguém que pudesse inspirar o mesmo terror.

A Confederação Internacional desembarcou na Dinamarca no final de Outubro e desceu do Norte da Europa numa curva em direcção à Grã-Bretanha.

Assistir à Frente de Libertação da Confederação Internacional esmagar efetivamente o regime de Voldemort teve todo o sentimento de vingança, mas também houve um profundo sentimento de traição ao ver como as coisas poderiam ter sido diferentes se a Confederação Internacional estivesse disposta a ajudar a Resistência durante a guerra.

Uma sensação nauseante de dor e raiva brotava no peito de Hermione toda vez que ela pensava nisso. Não haveria necessidade de haver uma Frente de Libertação se a MACUSA e a Confederação Internacional não tivessem deixado a Resistência ser exterminada, presa e violada durante vários anos.

Harry, Ron e todos os outros poderiam estar vivos naquela época.

Cada vez que recebiam os jornais, a leitura era uma torrente de alívio e de dor venenosa.

.

Hermione dedicou a maior parte do seu tempo criando uma prótese melhor para Draco. Foi como construir um quebra-cabeça de milhares de peças. Ela mesma teve que fazer todos os componentes e encaixá-los de uma forma que não interferisse nos outros elementos.

Ela terminou em novembro. Draco estudou-o enquanto ela retirava a prótese de metal e então encaixava a nova prótese no lugar. Draco sibilou e então estremeceu quando todos os nervos se conectaram à nova prótese.

— Como você...?

Ela passou os dedos pelo revestimento de porcelana, com um sorriso brincando em sua boca. — Você pode sentir isso então?

Ele assentiu. Ele desenrolou os dedos e os fechou. Houve um zumbido de metal quase indiscernível lá dentro.

Hermione segurou a prótese nas mãos, roçando os polegares na palma e observando os dedos se contorcerem em resposta. — Vê os redemoinhos? A porcelana é enfeitada com fios prateados. Um aspecto sensorial no revestimento de metal teria problemas com a variação e interferiria nos outros componentes, mas usando fios de prata, eu poderia amarrá-los através do revestimento externo da mão e do braço como nervos reais. Eles estão concentrados nos dedos — ela acariciou os dedos até as pontas dos dedos, e ele os curvou precisamente para pegar os dela — então você deve ser capaz de sentir a maioria das coisas agora. Os mecanismos internos disso são mais fortes que os anteriores. Meu plano é atualizá-los a cada semana, conforme você se adapta.

— Esperta. Embora — ele pegou um lápis e girou-o entre os dedos antes de girar o pulso e observar como a mão se movia, — você poderia ter me dado uma mão prateada. Teria sido mais rápido.

Hermione lançou-lhe um olhar incrédulo. — Você realmente acha que eu iria lhe dar uma mão que suga lentamente sua força vital? Você já tem Magia Negra suficiente sendo constantemente usada em suas runas, você não precisa de uma mão de prata para fazer isso também. Mesmo que fosse mais rápido, elas são incrivelmente pouco confiáveis, eu as pesquisei, há casos em que elas estrangularam...

Draco riu baixinho, e Hermione se interrompeu e olhou para ele por um momento antes de revirar os olhos.

— Você tem um senso de humor terrível. — Ela bateu a varinha na ponta de um dedo de porcelana, aplicando-lhe um pequeno choque elétrico.

Ele gritou de surpresa e apoiou a nova mão contra o peito.

Hermione olhou para ele severamente enquanto guardava várias ferramentas e então tirava uma pena de pena.

— Agora, testes sérios, tente um feitiço.

Draco pegou sua varinha, mas Hermione o deteve com um sorriso malicioso.

— Não. Não com sua varinha, assim mesmo. — Ela estendeu a mão esquerda de forma demonstrativa, apontando o dedo indicador e imitando o movimento da mão do Wingardium Leviosa.

Draco olhou para ela surpreso e olhou para a prótese. — Você disse no mês passado que não funcionaria.

Ela sorriu para ele e colocou um cacho atrás da orelha. — Eu disse. Então eu descobri. Embora ninguém nunca tenha incorporado uma varinha em uma prótese antes, teremos que verificá-la regularmente para garantir que todos os componentes estejam isolados com segurança. Tente. Não funcionou muito bem para mim, mas usei uma de suas varinhas, então foi difícil dizer.

Ele estendeu a mão esquerda em direção à mesa. — Wingardium Leviosa.

A pena levantou-se da mesa e flutuou facilmente no ar.

Draco olhou para a mão novamente e depois para ela, seus olhos brilhando. — Isso é... como você fez isso funcionar?

A garganta de Hermione apertou ligeiramente, e ela olhou e endireitou seu conjunto de chaves de fenda. — Oh, bem, na verdade usei minha pesquisa para desconstruir as algemas.

Ela olhou para Draco e descobriu que ele estava imóvel como se estivesse congelado.

Ela limpou a garganta. — Sussex teve muitas pesquisas realmente excepcionais sobre alquimia e núcleo de varinhas, você sabe, a maneira como eles despojaram e canalizaram a magia, então... — ela ergueu o queixo e encontrou os olhos dele, — Eu peguei os fundamentos do que eles desenvolveram e usei para fazer algo que não fosse horrível.

Ele ficou olhando para ela por vários segundos e depois olhou para a prótese.

Hermione olhou para seus pulsos nus. — As piores coisas são sempre criadas durante as guerras; é assim que acontece no mundo trouxa também. Nunca há como colocá-las de volta na caixa de Pandora depois de soltas. Dentro de alguns anos, tenho certeza, todos os governos bruxos do mundo usarão algemas para suprimir a magia dos prisioneiros. Achei que deveria ser usado para criar algo que também ajudasse as pessoas. — Ela deu a ele um leve sorriso e então pegou sua varinha. — Talvez algum dia eu possa enviar alguns dos designs para um hospital em algum lugar. Supondo que nem todos os mutilados durante a guerra foram mortos durante a prisão, há muitas pessoas que poderiam se beneficiar de melhores próteses mágicas.

Ela olhou para Draco novamente, e ele ainda estava parado onde havia congelado. Então ele se aproximou dela e, hesitante, capturou seu rosto com as duas mãos, virando-o para cima e segurando-o nas palmas como costumava fazer. Ele passou os polegares levemente pelo arco das maçãs do rosto dela; um era mais frio ao toque do que o outro. Ela estremeceu.

Ele pressionou os lábios contra a testa dela. — Você é melhor que ninguém — ele disse calmamente, as palavras roçando sua pele. — Este mundo não merece você de jeito nenhum.

.

Nevou em dezembro. Foi bonito. Cobria o mundo deles de branco e Hermione se sentava ao lado de Draco e eles ouviam o som dela caindo.

Hermione se sentia como se fosse grande como uma casa, e oito meses de gravidez a fizeram querer hibernar, mas Draco a puxou para fora da cama e a persuadiu a sair de qualquer maneira.

— Está frio. Caminhar faz meus pés e costas doerem — disse ela, mal-humorada, enquanto ele enrolava lenços em volta dela.

— Eu carrego você.

Ela bufou. — Você não vai, você vai quebrar a coluna. Eu peso tanto quanto um erumpente.

— Vou reforçar minha mão para que não quebre — disse ele com um sorriso malicioso.

Hermione engasgou indignada, seus olhos se arregalando. — Você é terrível.

— Você me disse para fazer você sair todos os dias, mesmo quando não estivesse com vontade.

Hermione fez uma careta e puxou sua capa, — Eu não esperava que isso significasse que você interromperia meu cochilo.

— Tentei esperar, mas era interminável.

Hermione fungou e deixou que ele amarrasse e amarrasse suas botas.

Eles caminharam por caminhos cuidadosamente limpos. O céu, as árvores e o chão estavam todos brancos e brilhantes devido à neve recém-caída.

— É quase Natal — disse ela. Sua respiração subiu como uma nuvem enquanto ela falava.

Draco assentiu.

— Eu não sabia que estaria tão cansada de estar grávida, mas é difícil imaginar que teremos um bebê em breve. — Ela olhou para Draco. — Será diferente quando formos três.

Draco deu outro aceno conciso. Hermione apertou a mão dele. — Espero que ela não herde nossa teimosia combinada.

Draco bufou. — Se eu fosse um apostador, diria que as probabilidades estão fortemente contra nós.

Hermione sorriu. — Provavelmente.

O bebê era realmente teimoso.

A data do parto de Hermione chegou e passou sem sequer uma contração de Braxton Hicks. Hermione passou da hibernação para subir com determinação todos os lances de escada da casa e subir os caminhos mais íngremes da ilha na esperança de que isso fizesse algo acontecer. Qualquer coisa.

Ela estava grávida de quase quarenta e uma semanas e tinha certeza de que não aguentaria ficar grávida por mais um dia, quando finalmente teve uma contração. Então outra. Elas vieram em intervalos irregulares durante dois dias antes de ocorrerem gradualmente a cada oito a dez minutos e permanecerem lá.

Topsy ficou ali, balançando-se animadamente na ponta dos pés enquanto olhava para Hermione com conhecimento de causa. Ginny entregou James a um elfo doméstico e serviu chá para todos. Hermione tentou ler e não sentir esperança de que as contrações parassem de ter oito minutos de intervalo. Elas eram intensas o suficiente para que ela não pudesse ignorá-los.

Draco parecia pronto para morrer de estresse crônico. Ele ficava tenso toda vez que Hermione se mexia ou respirava fundo quando uma contração atingia o pico. Seus olhos nunca a deixaram.

Hermione ou Ginny faziam diagnósticos a cada hora para ver se ela havia apagado completamente e continuaram descobrindo que de alguma forma não tinha feito isso.

Finalmente, Hermione levantou-se com um suspiro desesperado. Ginny e Draco ficaram de pé.

Ela vestiu a capa e calçou as botas antes de lançar um feitiço para amarrá-las. — Vou dar outra caminhada. Talvez isso faça o trabalho de parto realmente começar. Se isso não funcionar... — ela olhou para Draco, mas não mencionou as outras opções que estava considerando.

Ginny assentiu, sua boca se curvando. — Vou ver como James está. Você pode enviar uma mensagem quando quiser que eu volte.

Draco abriu a boca, mas depois fechou-a silenciosamente.

Ele deu o braço a Hermione e deixou que ela o conduzisse quantas escadas ela quisesse.

Ela estava no topo de uma ponte, segurando a mão dele enquanto tentava suprimir um gemido e respirar através de uma contração.

— Granger, eu poderia procurar uma parteira.

— Absolutamente não — Hermione disse entre dentes enquanto se dobrava. — Ginny e eu podemos cuidar. Não quero que você se arrisque... e não quero que você traga alguém aqui e depois mate-o para encobrir seus rastros.

Draco ficou culpado e silencioso.

Hermione soltou um suspiro baixo. — Não estamos mais fazendo isso. Estavam a salvo. Estamos seguros aqui. Não se atreva.

.

— Eu odeio isso.

— Eu sei.

— Isso dói.

— Sim.

— Estou cansado. Estou pressionando há horas.

— Eu sei.

— Pare de concordar comigo.

Draco ficou em silêncio por muito tempo depois disso.

Hermione não tinha certeza se ela estava quebrando a mão dele ou se ele estava quebrando a dela.

Ginny estava entre as pernas de Hermione ao lado de Topsy. — Hermione, você tem certeza que não quer um espelho para poder ver?

— Eu não — Hermione disse em voz baixa enquanto recuperava o fôlego antes que outra contração a percorresse. Ela se curvou com força para frente com um gemido.

— Bom trabalho. Cabeça fora. Mais um para passar os ombros. — Ginny olhou para Draco. — Você quer pegá-la?

Draco apenas olhou para Ginny até que ela olhou novamente para entre as pernas de Hermione.

Hermione cerrou os dentes e fechou os olhos com força. Ela se apressou novamente, concentrando todo o seu corpo e mente em tirar o bebê.

— É isso. É isso. Sim! Os ombros estão para fora, apenas respire agora. Não empurre.

Houve um gemido e de repente um embrulho molhado e contorcido foi depositado sobre o peito nu de Hermione.

Hermione deu um pequeno suspiro quando o rosto minúsculo e enrugado de sua filha se aninhou em seu esterno. A cabeça do bebê estava coberta de cachos escuros e molhados.

Sua exaustão foi imediatamente esquecida. As mãos de Hermione tremiam quando ela passou os braços em volta do corpo manchado de vérnix do bebê e pousou os dedos na cabeça encharcada. O bebê olhou para o rosto de Hermione, sua boca se contorcendo quando um gemido vibrante emergiu com força de sua boca.

Hermione ficou sem palavras. Ginny e Topsy estavam conversando, mas Hermione não prestou atenção. O bebê franziu as sobrancelhas claras e arregalou os olhos brevemente.

Eles eram tão prateados quanto uma tempestade elétrica.

Hermione deu um soluço e a abraçou com mais força. — Draco... ela tem seus olhos.

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