Manacled | Dramione

By moonletterss

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Para maiores de 18 anos. Fanfic concluída. Harry Potter está morto. Após a guerra, a fim de fortalecer o pode... More

Nota da tradutora
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76. Epílogo 2
77. Epílogo 3
Drabble Pós-Manacled
Manacled, Draco & Aurore
Para sempre é composto por agora
Nota da tradutora

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By moonletterss

O ar estava frio e o vento constante enquanto o Granian atravessava a Inglaterra e atravessava o Mar do Norte.

O cavalo se movia incrivelmente rápido pelo ar, mais rápido que um Testrálio, mais rápido do que Hermione pensava que fosse possível para qualquer animal vivo se mover.

Ela agarrou Draco até suas mãos doerem. — Não morra, Draco. Espere.

Ela continuou sussurrando feitiços de diagnóstico e verificando se a maldição não havia evoluído, se não havia acúmulo de líquidos, assegurando-se de que a frequência cardíaca dele permanecia estável.

Eles estavam indo tão rápido e tão alto que o chão era um borrão. Ela se recusou a olhar. Ela não podia vacilar.

— Não morra, Draco — ela disse novamente enquanto enterrava o rosto nas costas dele.

Sua cabeça latejava.

O cavalo continuou voando, sem parar.

Hora após hora.

A sensação de queda livre de repente fez o estômago de Hermione revirar quando o Granian caiu no chão correndo. Suas asas estavam abertas, levantando-o do chão em longos saltos voadores enquanto ele diminuía a velocidade.

Hermione levantou a cabeça e olhou atordoada. Era noite e apenas uma lua crescente iluminava o céu.

O cavalo pousou em um campo aberto.

Ela apertou a mão de Draco enquanto o Granian parava a meio galope. — Draco... Draco, nós pousamos. Não sei como encontrar a casa segura.

Ela o sacudiu suavemente até senti-lo se mexer. — Draco. Acho que estamos aqui.

Ele levantou a cabeça lentamente.

— Nix...

Houve um estalo e um pequeno elfo doméstico com aparência positivamente antiga apareceu.

— Mestre Draco, Nix não esperava por você — o elfo disse. Sua voz estava rangendo com a idade.

Draco olhou para ele e finalmente assentiu lentamente. — Pegue o cavalo.

Hermione deixou as rédeas escaparem de seus dedos. Ela começou a se mover para desmontar, mas a perna no estribo não a segurava. Ela começou a cair do cavalo.

Draco abruptamente passou de pouco lúcido para acordado. Sua mão direita disparou e a pegou pela capa.

— Nix!

Hermione sentiu-se pega magicamente e a mão de Draco se soltou. Ela foi levitada suavemente no chão e deitada na grama, exausta demais para se mover. Ela olhou para o céu. As estrelas brilhavam e brilhavam no alto.

Um momento depois, Draco passou a perna por cima da sela e desceu do Granian, caindo pesadamente ao lado do cavalo. Ele deu um tapinha no pescoço dele por um momento antes de se virar e se ajoelhar ao lado de Hermione. Ele estava tão pálido quanto o luar e sua expressão era atordoada, mas preocupada enquanto olhava para ela. Ele tirou a luva com os dentes e pressionou a mão contra a bochecha dela.

Ela se forçou a lhe dar um sorriso pálido. — Conseguimos, Draco.

O canto de sua boca se curvou e sua mão deslizou para pegar a dela. Ela se levantou, lenta e instável, e eles se apoiaram um no outro enquanto caminhavam para frente. Draco parou e estendeu a mão. Houve um clique e um raio de luz pálida de vela apareceu quando uma porta se abriu.

Eles nem se deram ao trabalho de tirar as capas; eles simplesmente desabaram na cama e dormiram. Hermione agarrou a mão dele com força entre as suas. O queixo de Draco roçou sua testa, e ela enterrou o rosto em seu peito, respirando-o.

Já era quase noite do dia seguinte quando ela acordou. Sua dor de cabeça ainda era uma dor constante no fundo de sua mente. Ela piscou, olhando cuidadosamente ao redor.

Eles estavam em uma pequena cabana com estrutura em A. Cheirava a madeira bruta e estava praticamente sem mobília. Um fogão. A cama e uma pequena mesa. Uma chave de latão brilhante estava pendurada em um gancho na parede. Havia cortinas de renda com ilhós penduradas nas janelas, e a luz do sol incidia sobre elas onde estavam deitados enrolados na cama.

Não havia mansão fria e estéril. Nenhuma sensação de magia negra nas paredes e no solo. Sem algemas. Sem compulsões.

Eles estavam seguros. Livre. Longe da guerra.

Ela estudou Draco, com o coração na garganta, enquanto absorvia tudo.

Era bom demais para ser verdade. Tinha que ser. As coisas em sua vida nunca foram tão bonitas.

Ela puxou a mão de Draco para procurar no forro de sua capa a varinha de unicórnio. Quando os dedos dela se fecharam em torno dele, Draco se mexeu e ela olhou para encontrá-lo olhando para ela.

Ela agarrou a varinha com força enquanto olhava para ele.

Seu pulso estava acelerado e ela quase podia ouvir o sangue rugindo em seus ouvidos. Parecia que o movimento ou som errado poderia quebrar tudo. O calor e a segurança desapareceriam, e mais uma vez ela se encontraria como uma sombra na mansão escura e fria ou engolida pela escuridão sob Hogwarts.

— Eu sinto que isso vai desmoronar de alguma forma — ela finalmente disse, estendendo a mão e passando os dedos pelos cabelos dele, tentando se convencer de que ele estava realmente ali. Que o calor, a luz e a sensação de segurança eram reais.

Ele assentiu lentamente. Enquanto ela o estudava, ela podia ver a tensão ao redor de seus olhos e na forma como sua mandíbula estava rígida.

Ela estendeu a mão e desabotoou a capa dele, empurrando-a suavemente do ombro esquerdo para poder ver o braço enfaixado. — Está doendo, não está?

Ele balançou sua cabeça. — Está bem.

Sua garganta apertou. Ela se sentou rapidamente, e o mundo iluminado pelo sol nadou em sua visão enquanto ela piscava rapidamente, tirando a varinha de unicórnio de sua capa. — Não minta sobre isso, não poderei cuidar de você adequadamente se você estiver mentindo.

Ela ignorou a dor de cabeça e tirou a capa e o casaco para poder mover os braços com mais facilidade.

Havia uma bandeja de comida em uma mesinha ao lado deles. Draco sentou-se e espetou uma salsicha queimada com um garfo e começou a mordiscá-la enquanto Hermione lançava rapidamente feitiços de diagnóstico sobre ele. Ela verificou seu coração e outros sinais vitais. Ela examinou suas leituras de sangue. Ela fez um diagnóstico complexo em seu braço esquerdo e inspecionou cuidadosamente cada veia, artéria e nervo principal. Ela passou vários minutos sugando o líquido acumulado.

Ela estendeu a mão e agarrou a alça de sua mochila, arrastando-a antes de lembrar que poderia usar feitiços de invocação. Ela vasculhou seu conteúdo até encontrar todas as poções que precisava.

Ela destampou e estendeu uma poção para ele. — Este é um antiveneno que neutraliza o afinamento do sangue. Espero que não seja um efeito a longo prazo, mas por precaução, você deve tomar isso a cada doze horas. — Enquanto ele engolia, ela olhou pela janela, olhando para o campo vazio.

Sua cabeça latejava e seu estômago começava a se revirar e dar um nó até que ela pensou que poderia estar enjoada. Ela desviou os olhos da janela e puxou uma tipoia da mochila. Ela colocou-a no colo e aplicou cuidadosamente uma variedade de feitiços de amortecimento antes de se virar para Draco, que havia desistido da salsicha.

Ela tirou a capa e as vestes de ambos os ombros e o ajudou a colocar a tipoia, ancorando-a com segurança contra seu torso.

— Vou fazer uma prótese para você — disse ela com uma voz alegre enquanto afivelava um dos fechos. — Já tenho algumas ideias. Eu pesquisei um pouco antes. Já que são seu braço e sua mão, pensei, talvez o núcleo da varinha no antebraço, você seria capaz de lançar magia sem varinha com ela, se eu conseguir descobrir.

Ela rapidamente tirou vários frascos de analgésico e destampou um para Draco. Enquanto ele o pegava, ela olhou pela janela novamente.

— Você deveria comer — disse ele. — Uma das salsichas não está totalmente carbonizada. Há também... ervilhas, creio.

Hermione balançou a cabeça sem desviar o olhar da janela. — Eu realmente não estou com fome.

Ela pegou um frasco vazio dele e destampou a próxima poção para entregar antes de olhar pela janela novamente. Havia prados de grama selvagem pontilhados de flores silvestres até onde ela conseguia ver. O cabo da varinha era macio e quente sob as pontas dos dedos.

Ela agarrou-o até a madeira atingir os ossos de sua mão.

— Granger, você está bem?

Ela olhou atentamente. — Claro. Estou bem. Só não estou com fome.

Ela se voltou para a janela, colocando-se ao pé da cama e afastando as cortinas para poder ver o ambiente com mais clareza.

Houve um silêncio longo e pesado que ela ignorou até sentir que poderia quebrar. Ela se virou e encontrou Draco olhando para ela atentamente.

Ela lambeu os lábios e aproximou a varinha. — O que... que tipo de proteção esta casa segura tem? Eu não... eu não duelei desde que fui capturada... eu deveria... — seu peito estava começando a apertar dolorosamente. — Eu deveria ter praticado. Eu não pensei sobre...

Ela respirou fundo e desviou o olhar novamente. Sua visão estava começando a falhar e seu coração batia dolorosamente contra as costelas.

Ela precisava ficar calma. Oclua tudo e concentre-se. Ela tinha um trabalho a fazer. Como ela se sentia não importava. Ela tinha um emprego.

— Granger — Draco estendeu a mão e pousou a mão na varinha dela — a casa segura está segura e há uma chave de portal ali na parede. — Ele apontou para a chave de latão. — Se tocarmos nela, viajaremos meio mundo. Você não precisa se preocupar.

Sua garganta apertou e seu coração disparou. — E se alguém nos encontrar, Draco? E se não deu certo e já estão procurando por você, mas não sabemos? Eu prometi que cuidaria de você. Você está ferido... você já estava ferido e eu cortei seu braço... — a voz dela falhou e ela agarrou a varinha com mais força. — E se alguém nos encontrar? Isso vai desmoronar. Sempre... desmorona.

Ela começou a respirar rapidamente e pressionou a mão contra o esterno, ainda segurando a varinha com força.

Ela não podia entrar em pânico.

Ela não podia entrar em pânico. Ela precisava – havia barreiras de proteção que ela deveria adicionar. Ela não poderia usar magia negra, pois poderia machucar o bebê.

Mas se alguém aparecesse e ela tivesse que escolher...

Seus pulmões começaram a queimar.

— Hermione...Hermione, você tem que respirar. — Draco desceu da cama e ficou ao lado dela, puxando firmemente a varinha de sua mão. Ter a varinha retirada a deixou histérica. Ela agarrou-se a isso.

— Não... não tire isso de mim! — Ela sentiu como se estivesse sendo estrangulada.

Ele o colocou sobre a mesa onde ainda estava ao alcance dela e pressionou a mão contra seu rosto, persuadindo-a a olhar para ele. Ele gentilmente a puxou para mais perto até que sua testa descansasse contra a dele enquanto ela continuava ofegando e lutando para respirar.

— Vamos, você chegou até agora aqui, não entre em pânico. Proteger-me não é seu trabalho. A casa segura tem feitiços de proteção e não ficaremos aqui por muito tempo. Não sou um duelista totalmente péssimo com a mão direita.

Ela se forçou a respirar fundo.

Ele pressionou os lábios contra a testa dela. — É isso. Apenas respire. Você nos trouxe aqui. Você prometeu que iria parar e se recuperar assim que escapássemos, lembra? Não sou eu que estou ignorando uma lesão cerebral. Você fez sua parte.

Ela agarrou seu pulso com a mão trêmula. — Draco – algo vai dar errado. Sempre dá errado. É sempre quando estamos tão perto que tudo dá errado.

— Eu sei — disse ele, enroscando a mão no cabelo dela e puxando-a para mais perto — mas nem tudo depende de você. Eu confiei em você e você nos trouxe aqui. É a sua vez de confiar em mim. Estamos seguros aqui, Hermione. Você pode se sentir segura agora.

Ela balançou a cabeça. Seu esterno parecia estar fraturado. — Não posso. Acho que não sei como.

Sua pele estava dolorosamente fria e todo o seu corpo começou a tremer incontrolavelmente.

Draco suspirou e puxou-a para mais perto. — Não há proteções aqui como as que eu tinha no seu quarto. Você provavelmente está acostumada com a presença delas para se sentir calma agora.

Ela ficou parada por um momento absorvendo isso antes de fazer um som sufocado enquanto começava a chorar. É como quebrar uma represa. Depois que ela começou, ela não conseguia parar, ela continuou chorando e chorando e chorando contra o ombro de Draco. Ela sentiu como se estivesse de luto por toda a sua vida.

Ele não tentou fazê-la parar, apenas a deixou chorar até que os soluços diminuíram lentamente e ela caiu contra ele, sentindo-se vazia. Era como se ela tivesse arrancado suas emoções pela raiz e tudo o que restasse fosse uma casca. Seu peito continuou batendo enquanto ela se inclinava contra ele. Sua cabeça parecia leve, mas latejava como se houvesse um gongo dentro dela, vibrando e ressoando dolorosamente em seu crânio.

Quando ela estava respirando regularmente novamente, Draco enfiou a mão em suas vestes e extraiu uma poção para Sono Sem Sonhos de um bolso interno. — É a sua vez de descansar, Granger. Pegue.

Ela recuou, balançando a cabeça enquanto olhava para a janela, seus dedos avançando em direção à varinha. — Draco, se algo der errado...

Sua expressão era de granito frio. — Eu vou lidar com isso. Vá dormir.

— Mas se...

— Granger, se fosse eu, você teria derramado na minha garganta sem pedir.

Sua boca se contraiu quando ela pegou o frasco. Ela lançou um último olhar pela janela enquanto tirava a rolha e engolia.

Seu coração ainda batia forte, mas ela podia sentir a mão dele, quente em seu ombro, enquanto ela desabava. Tudo desapareceu.

Ela acordou no meio da noite, Draco estava parado na frente da janela. A luz da lua refletiu em seu cabelo e moldou sua silhueta em prata. Ele estava olhando para o campo, com a varinha pendurada na ponta dos dedos.

Ela se sentou e ele se virou para olhar para ela.

Ela olhou além dele, pegando sua varinha. — Está-?

— Tudo está bem. — Ele se afastou da janela, parando por um momento para encontrar um bolso para sua varinha que pudesse acessar. Ele a colocou em um bolso interno e passou a mão pelas vestes como se estivesse limpando alguma coisa antes de tirá-las desajeitadamente dos ombros. Ele se sentou na beira da cama ao lado dela.

Sua cabeça estava pesada, mas a dor havia recuado ainda mais em sua mente. Ele recostou-se na cabeceira da cama. Ela descansou a cabeça em seu peito, ouvindo as batidas de seu coração e sentindo seus dedos traçarem padrões e runas protetoras ao longo de seu braço.

Quando ela abriu os olhos na manhã seguinte, o mundo estava dourado. A luz do sol entrava pela janela, aquecendo a roupa de cama. Draco estava dormindo ao lado dela. Sua dor de cabeça finalmente diminuiu para um leve latejar. Ela rolou de bruços e se espreguiçou, deslizando as mãos pelos lençóis, e enterrou o rosto em um travesseiro, deleitando-se com o calor e o som dos pássaros cantando lá fora.

Ela estava livre. Em algum lugar com luz do sol e magia e alguém que não a machucaria. Ela manteve os olhos fechados e tentou se afogar na sensação disso.

Ela ficou deitada de bruços apenas por um momento antes de sua bexiga ser cutucada bruscamente por dentro por um pé indignado.

Ela se curvou de lado, olhando para Draco.

Seu cabelo havia caído em seu rosto. Era como se ela estivesse em um sonho.

Ela estendeu a mão timidamente e usou as pontas dos dedos para pegar os fios platinados e afastá-los. Ela queria memorizá-lo novamente. Na luz dourada, ele não parecia mais algo esculpido em uma guerra. Suas feições eram mais suaves quando sua expressão estava relaxada. Ela arrastou os olhos ao longo do arco de suas maçãs do rosto, seus lábios, as linhas precisas de sua mandíbula, e sua garganta pálida desaparecendo nas sombras de suas roupas.

Ele poderia ter sido uma pintura.

Ela queria prender a respiração e fazer o momento durar para sempre.

Ela deslizou os dedos ao longo da orelha dele para afastar o cabelo. Seus olhos se abriram, cinzentos como uma tempestade. Ela observou a luz preenchê-los enquanto ele olhava para ela.

A maneira como ele olhou para ela fez o resto do mundo desaparecer. Seu olhar era tão possessivo e voraz quanto ela se sentia.

Ela se aproximou e o beijou. Seus lábios se moveram contra os dela e sua mão deslizou por sua garganta.

Depois de um minuto, ela recuou melancolicamente. — Preciso verificar seu braço.

Ele suspirou, mas sentou-se sem reclamar quando ela começou a lançar feitiços, verificando se tudo ainda estava cicatrizando corretamente. Ela enfaixou o braço dele quando terminou. Quando ela estava colocando a tipoia de volta, as pontas dos dedos roçaram a pele pálida de sua garganta. Eles demoraram.

Ela olhou para o rosto dele e descobriu que seus olhos estavam escuros e atentos enquanto ele olhava para ela. Ele estendeu a mão lentamente e entrelaçou os dedos suavemente pelos cabelos dela. Sua respiração ficou presa e seu pulso acelerou.

Seu toque era segurança. Lar.

— Eu te amo — ele disse depois de um momento.

Os lábios de Hermione se curvaram lentamente em um leve sorriso. — Eu também te amo.

Ele passou os dedos lentamente pelos cabelos dela. — Eu nunca imaginei que diria isso para você sem uma Marca Negra marcada em mim.

A mandíbula de Hermione tremeu.

Ela levou a mão ao rosto dele, traçando levemente ao longo de sua mandíbula, sentindo a leve barba por fazer sob as pontas dos dedos. — O universo finalmente nos deu algo.

Ele deu uma risada baixa e seus dedos emaranhados em seu cabelo se apertaram possessivamente.

Ela se aproximou e se inclinou para frente até que seus lábios mal se tocassem. —Eu te amo. Enquanto existir algo de mim, eu amarei você. Sempre — ela sussurrou contra sua boca.

Ele fechou o espaço infinitesimal entre eles.

Ela fechou os olhos e passou os braços em volta do pescoço dele, aprofundando o beijo. A mão dele deixou o cabelo dela e agarrou sua cintura, puxando-a para mais perto até que seus corpos estivessem pressionados um contra o outro.

Meu. Meu. Meu. Ela se sentia faminta por ele. Ela queria guardá-lo dentro de seu coração e enterrá-lo lá. O tempo sempre acabava para eles. As coisas sempre desmoronavam e o que eles levavam era tudo o que tinham. Eles sobreviveram aos momentos que roubaram durante a guerra.

Ela sentiu como se tivesse morrido de fome por desejá-lo.

Ela não iria deixá-lo ir.

Ela não ia deixar as coisas desmoronarem desta vez. Seu coração começou a bater dolorosamente. Eu não posso perdê-lo. Eu não posso perdê-lo.

Sua garganta e peito começaram a apertar. Ela fechou os olhos com força e empurrou o terror para trás, tanto quanto pôde, tentando afastá-lo antes que ele a engolisse inteira.

Ela não iria entrar em pânico. Ela se forçou a respirar, um suspiro irregular contra os lábios dele.

Ela passou os dedos ao longo de sua garganta e agarrou seus ombros enquanto se forçava a ocultar tudo e continuava a beijá-lo. Então ela afastou os lábios para poder olhar para ele. A mão dela caiu para agarrar a dele.

— Eu vou cuidar de você. — Ela segurou a mão dele com mais força e pressionou-a contra o peito. — Eu sou sua, contanto que você me queira.

Sua mão deslizou para embalar seu rosto. Ele olhou para ela, seus olhos prateados atentos. — Sempre. Contanto que eu viva.

Ela se derramou nele até que não houvesse espaço em sua mente para mais nada. Ela o beijou novamente até ficar sem fôlego.

Ela poderia beijá-lo sem que isso significasse um adeus, sem se perguntar se o veria novamente. Ela poderia estar com ele só porque podia, porque ele era dela.

— Eu te amo — ela dizia contra os lábios dele. — Eu te amo. Eu sempre vou te amar.

Ela poderia dizer isso quantas vezes quisesse. Todos os dias pelo resto de sua vida. Ela poderia dizer e dizer.

Ela deu um soluço baixo contra os lábios dele.

Draco recuou, estudando-a, sua expressão tensa.

Ela agarrou seus ombros com mais força quando encontrou seus olhos. — Eu estou feliz. Achei que nunca mais seria feliz, mas acho que é assim que é ser feliz. Nós sobrevivemos, Draco. Eu salvei você. Não pensei que iríamos, mas sobrevivemos.

Sua boca se curvou em um sorriso lento.

Eles fizeram amor. Devagar. Usando todo o tempo que tinham.

Hermione montou nele, ditando o ritmo, observando-o. O sol estava brilhando lá fora, e ela podia senti-lo em sua pele enquanto olhava para baixo e entrelaçava os dedos, inclinando os quadris contra os dele. Ela podia ver a luz refletida em seu cabelo. Seus olhos brilhavam como prata derretida.

O mundo deles era quente.

Ficou mais quente quando ele se sentou, puxando os quadris dela contra os dele enquanto a beijava. A mão dele percorreu sua coluna, agarrando-a. Ela podia sentir a queimadura dele em sua alma. Ela passou os braços em volta dos ombros dele, traçando os dedos ao longo das runas enquanto eles se moviam juntos.

— Devíamos usar a chave do portal logo — disse ele quando eles estavam deitados juntos na cama depois. — Tenho certeza de que a comida de Nix é considerada perigosa para a saúde. Estou percebendo agora que feitiços básicos de culinária são algo que nunca me preocupei em aprender.

Hermione olhou e seus olhos pousaram em várias fatias de torrada queimadas, espalhadas generosamente com geléia. Draco pegou a fatia menos queimada e ofereceu a ela.

— Ele é um elfo estável. Não acho que ele tenha cozinhado antes na vida.

Hermione mordiscou hesitantemente um canto e descobriu que a torrada era pão de centeio com cominho, que combinava intensamente com a geléia de morango.

Ela engasgou e Draco lançou-lhe um olhar de desculpas.

Ele olhou ao redor da sala. — Esta era apenas uma casa segura temporária. Eu não fiz muito mais do que protegê-la. — Ele se virou para olhar para ela. — Você consegue usar a chave de portal?

Seu estômago despencou e suas mãos desceram protetoramente até o estômago. Os olhos de Draco os seguiram.

— Não sei. — Ela olhou para a barriga inchada, passando as mãos nervosamente sobre ela. — Da última vez, eu não tomei uma Poção Calmante antes. Eu não esperava isso. Foi... foi difícil de lidar.

A expressão de Draco ficou tensa e algo indecifrável brilhou em seus olhos.

Ela se forçou a sorrir. — Mas se fizermos as coisas corretamente – se eu estiver pronto para isso, e for apenas uma vez – acho que pode ficar tudo bem.

Ele ficou em silêncio por vários segundos. — Não precisamos ir. Poderíamos ficar aqui. Vou avisar Ginny que você não pode viajar com segurança.

Ela olhou para sua barriga novamente. — Mas não é muito seguro aqui, não é? Ainda estamos na Europa. A Dinamarca tem um tratado com Voldemort; os termos do armistício exigem que entreguem os fugitivos. Mesmo que não o fizessem, eles nunca protegeriam você. — Ela respirou fundo e olhou para cima. — Vai ficar tudo bem. Talvez... só mais um dia ou mais, então iremos.

A expressão de Draco havia fechado; ele olhou para a barriga dela por um momento antes de concordar.

Ela se levantou e tomou banho. Ela ainda tinha poeira no cabelo por causa da explosão na mansão, e os cachos estavam muito emaranhados. Ela passou dez minutos desembaraçando-os manualmente antes de lembrar que tinha uma varinha novamente. Ela o secou e trançou-o frouxamente em uma longa trança. No momento em que ela estava amarrando, sua dor de cabeça havia voltado. Ele perfurou a parte de trás de seu crânio até que ela mal conseguia ficar de pé. Ela vestiu a blusa e a calcinha, engoliu uma poção nutricional e depois se enrolou na cama, enrolada na barriga, adormecendo novamente.

Quando ela acordou na manhã seguinte, havia um diagnóstico cerebral pairando sobre sua cabeça. Draco estava olhando para ele com uma expressão tensa enquanto manipulava a leitura.

Parecia que estava sendo mergulhado em água fria. O calor desapareceu e ela ficou congelada por um momento, olhando para todos os fractais escarlates e semelhantes a fios que se ramificavam em seu cérebro. Ela estendeu a mão e empurrou a varinha dele para longe. O diagnóstico desapareceu.

Ela desviou o olhar para a janela.

Houve um longo silêncio.

— Hermione, o que aconteceu? O quê ele fez pra você? Você vai me contar?

Ela ficou quieta por vários minutos, engolindo em seco antes de finalmente falar.

— Na verdade, não tenho certeza. Ele não sabia como usar a legilimência, então simplesmente esmagou coisas que estavam no caminho. Mesmo agora que recuperei minha oclumência – há certos pontos em minhas memórias que não consigo – não consigo mais alcançá-los. Parece um prédio onde algumas partes desabaram. Sinto que se eu chegar perto ou perturbar, mais pessoas podem desmoronar.

Ela apertou os lábios. — Algumas das coisas que comecei a lembrar novamente – não sei se ainda vou me lembrar delas depois de um tempo. Cada vez que acordo, elas parecem ter desaparecido. Todos os detalhes estão desaparecendo.

Os dedos de Draco roçaram levemente sua bochecha. — O que — sua voz estava tensa, — do que você não se lembra? O que está desaparecendo?

Hermione ficou em silêncio. — Todas as vezes que você me contou sobre sua mãe. Existem lacunas nessas memórias agora.

Draco deu um suspiro pesado de alívio. — Isso é bom. Isso é bom. Você não precisa se lembrar disso.

Hermione apenas olhou pela janela e engoliu em seco novamente. — Não está bem. Isso foi importante. Elas foram importantes para mim, que você me contasse, que eu entendesse o que aconteceu com você. Tenho medo que minha memória desmorone algum dia. Como se houvesse rachaduras por toda parte agora, e algum dia algo vai dar errado e tudo vai quebrar. E se eu te esquecer de novo? — Ela não conseguia esconder seu pânico crescente. — Todo aquele tempo na mansão, senti como se meu coração tivesse sido arrancado do peito. Você estava ali... e eu não sabia que estava procurando por você.

O calor e a tranquilidade da cabana de repente pareceram zombeteiros. Como se tudo fosse um sonho ao qual ela estava se agarrando.

Ele virou o rosto dela para que seus olhos se encontrassem. — Não seria a mesma coisa.

Ela assentiu, mas sua boca se torceu. — Eu sei. Eu sei disso racionalmente. Eu só... — seus olhos caíram quando sua voz começou a tremer. — Não sei como acreditar. Assim que começo a pensar, meu coração começa a bater forte e não consigo respirar. Mesmo quando tento ocluir, é como se meu corpo não parasse de entrar em pânico. Eu deveria estar aliviada, mas estou com tanto medo de perder você quanto estava na mansão. Sinto que ainda estou segurando com a ponta dos dedos. Cada segundo parece estar a apenas alguns minutos de tudo desmoronar e voltar a ser um pesadelo.

Ela respirou fundo e sentou-se, pressionando a mão contra o esterno enquanto respirava lentamente. Ela olhou para seus pulsos. — Eu... eu pensei que tudo estaria consertado assim que minhas algemas fossem retiradas e escapássemos. Achei que seria melhor, do jeito que costumava ser...

A voz dela desapareceu.

Você deve saber que está chegando ao ponto em que os danos estão se tornando irreversíveis.

Ela ficou congelada enquanto se lembrava disso.

Sempre foi uma ilusão pensar que suas algemas eram a chave para tudo. Que alguma versão anterior de Hermione Granger estava apenas à espreita, pronta para dar um passo à frente no momento em que sua magia fosse desbloqueada e sua oclumência retornasse.

A compreensão foi como estender a mão e tocar a superfície de um lago, observando o reflexo dourado iluminado pelo sol distorcer-se e ondular, revelando toda a escuridão que ainda espreitava abaixo. Isso mostrou o que realmente estava lá.

A escuridão entra em sua alma.

Mente ou corpo, a Magia Negra cobra um preço.

Ela sabia que eventualmente pagaria por tudo.

Draco pegou a mão dela, passando o polegar pelos pulsos nus dela. — É tudo novo. Dá tempo a isso.

Ela olhou para ele e assentiu melancolicamente. Enquanto ela o estudava, ela percebeu que havia uma tensão dolorosa em seu rosto.

Ela empurrou o peso em seu peito para longe de sua consciência, afastando-o, e sentou-se, pegando sua varinha.

Ela abriu a bolsa e pegou uma das poções para dor. Sua mão congelou quando ela percebeu que seu inventário de poções parecia errado. Ela contou os frascos e descobriu que faltava meia dúzia de Poções para Reabastecimento de Sangue. Ela olhou por vários segundos antes de invocar as vestes de Draco de onde estavam penduradas nos pés da cama e enterrar o rosto nelas.

Eles cheiravam a magia negra.

Enquanto ela se sentava absorvendo isso, ela percebeu que se sentia dramaticamente mais calma desde que ele lhe deu uma poção para dormir sem sonhos.

Ela olhou para Draco, a raiva queimando através dela como uma explosão. — Você não deveria usar magia de sangue. Seu sangue está fino agora. Você pode sangrar até a morte se não tomar cuidado. Não há razão para adicionar tantos encantamentos a uma casa segura onde não ficaremos por muito tempo. Foi idiota.

Draco apenas olhou para ela através dos olhos semicerrados enquanto ela começava a lançar feitiços nele rapidamente.

— Isso ajudou você a se sentir melhor.

Ela olhou para ele. — Lesionar-se e colocar-se em perigo para me sentir melhor não me faz sentir melhor.

Ele não disse mais nada enquanto ela o examinava e lhe dava várias poções. Ela removeu as bandagens do braço dele para trocá-las e verificar como o braço estava cicatrizando. A pele estava se unindo suavemente e ela a massageou suavemente com Essência de Dittany.

Ela pegou a mão dele e começou a tratar seus tremores por vários minutos em silêncio.

— Não se machuque por mim, Draco — ela finalmente disse com voz rígida. — Pare de se machucar. Estou tão cansada de ser assim que cuidamos um do outro. Você não tem ideia do quanto eu odeio quando você se machuca por minha causa. Você odeia quando estou ferida. É o mesmo para mim com você.

Ele ainda não disse nada. Ele também não parecia penitente.

Enquanto ela trabalhava na mão dele, uma bandeja com mais comida não comestível apareceu. Em vez disso, ambos tomaram poções nutricionais. O estoque de Hermione estava começando a acabar.

Ela fez um inventário cuidadoso de tudo o que lhe restava, calculando mentalmente quantos dias mais eles poderiam ficar se quisessem.

— Eu poderia preparar mais se quisermos ficar mais tempo — disse ela, olhando para Draco.

— O que você quiser. — Ele sorriu para ela, mas se vestiu e vestiu a capa enquanto ela fazia o inventário. Enquanto ela estava olhando para ele, ela percebeu que seus olhos se voltaram sutilmente para a janela.

— Nós devemos ir. — Ela colocou a bolsa no ombro e enfiou o resto dos pertences nela. — Tenho certeza... tenho certeza de que tudo ficará bem. Será apenas uma vez.

Ela pegou um frasco de Poção Calmante e olhou para ele por vários segundos antes de tomá-lo. Ela entrelaçou seus dedos firmemente com os de Draco e respirou fundo, forçando-se a reprimir a ansiedade que a invadia como um maremoto antes da poção ser ativada.

Ela apertou a mão de Draco, passando o polegar pelos nós dos dedos e parando no anel que ele usava. Ela olhou para ele e deu um sorriso hesitante antes de estender a mão, agarrando a chave de latão pendurada na parede.

Houve um puxão forte atrás de seu umbigo. Ela foi agarrada, puxando Draco com ela.

Ela tentou ficar de pé ao pousar, mas tropeçou para frente e caiu, vomitando. Ela arrancou a mão de Draco e pressionou a palma da mão contra a barriga enquanto ela se contraía.

— Oh Deus — ela gemeu enquanto se levantava e lutava para respirar.

Ela sentiu a mão de Draco em suas costas enquanto ela fechava os olhos e se forçava a inspirar lentamente. Devagar. A rigidez em seu abdômen desapareceu gradualmente.

Ela podia sentir o cheiro de terra e samambaias.

Ela abriu os olhos e descobriu que eles estavam ajoelhados em uma floresta. — Já chegamos?

Houve um som de deslizamento e um estalo quando a madeira bateu na madeira. Hermione olhou por cima do ombro. Atrás deles havia uma grande casa de madeira.

Ginny estava parada na porta, olhando para eles, com uma varinha na mão.

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