Manacled | Dramione

By moonletterss

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Para maiores de 18 anos. Fanfic concluída. Harry Potter está morto. Após a guerra, a fim de fortalecer o pode... More

Nota da tradutora
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75. Epílogo 1
76. Epílogo 2
77. Epílogo 3
Drabble Pós-Manacled
Manacled, Draco & Aurore
Para sempre é composto por agora
Nota da tradutora

59. Flashback 34

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By moonletterss

Junho de 2003

Draco trouxe a Taça de Hufflepuff para Hermione em menos de uma semana.

Ela a reconheceu instantaneamente pelas fotos que viu pesquisando. — Você achou.

Ele olhou para a taça ornamentada em sua mão. — Eu teria feito isso ontem, mas estou passando pelos canais legais para acessar o cofre também. Ele será transferido para meu nome no próximo mês, assim que a papelada do Ministério confirmando a morte de Rodolphus for aprovada. Tradicionalmente, o processo deveria levar meses, mas está sendo acelerado devido à preocupação de que a filha de Andrômeda possa tentar reivindicá-lo.

Hermione o estudou cuidadosamente. — Existe algum registro de que você esteve lá?

Draco deu um sorriso fino e fechado. — Nenhum mesmo.

A garganta de Hermione apertou. Ela não olhou para Draco enquanto engolia em seco e assentiu bruscamente.

Eles não podiam se dar ao luxo de deixar pontas soltas, mas cada morte parecia um laço adicional em volta do pescoço dela. Ela afastou o pensamento.

Ela abriu sua mochila e tirou a espada da Grifinória.

Draco ergueu uma sobrancelha e estudou-a. — Você costuma carregar uma espada?

Hermione olhou para a lâmina em suas mãos. — Recebi na semana passada. Eu sabia que você seria eficiente. Achei que deveria vir preparada.

Os olhos de Draco brilharam. — Como vamos fazer isso?

Hermione mordeu o lábio inferior. — Eu não tenho certeza. Provavelmente deveríamos lançar um feitiço de barreira, para tentar conter qualquer reação potencial. Então, suponho que vou esfaqueá-la. — Ela deu-lhe um pequeno sorriso. — Eu nunca esfaqueei uma taça.

— Eu vou fazer isso. — Ele estendeu a mão para pegar a espada.

Hermione balançou a cabeça e recuou, puxando a espada para mais perto de si. — Não. Preciso. Há muito pouca informação sobre horcruxes nos livros. Preciso analisar e observar quando for destruído.

A expressão de Draco endureceu e ele deu um passo em direção a ela; seus olhos eram duros como pedra. — Não, você não quer. Você disse que Dumbledore foi amaldiçoado por destruir o anel. Dê para mim, Granger.

Hermione agarrou o cabo com mais força e esticou o queixo quando ele se aproximou dela.

— Dumbledore foi amaldiçoado porque, por algum motivo, colocou o anel. Não vou usar, vou analisar e depois esfaquear. Harry esfaqueou o diário sem nenhum problema.

A mão de Draco fechou-se em torno da dela. — Você é a curadora. Se ela tentar nos matar, você terá mais chances de me salvar do que eu de salvar você.

Ela não afrouxou o aperto. Ela olhou fixamente para ele. — Também me especializei em analisar e desconstruir Magia Negra.

Ele olhou para ela, sua expressão era uma máscara. Seu coração começou a bater forte e ela apertou ainda mais a espada, meio que esperando que ele tentasse arrancá-la de suas mãos.

— Draco, deixe-me fazer meu trabalho.

Sua expressão vacilou e ele soltou a mão dela. — Diga-me o que fazer se algo der errado.

Hermione soltou a pulseira do pulso e estendeu-a para ele.

— Este feitiço aqui — ela apontou para um pequeno caldeirão, — se você ativá-lo, ele enviará minha localização para Severus.

A expressão de Draco mudou e sua boca se contorceu em desprezo. — Snape é um agente duplo. Achei que a Ordem tinha parado de confiar nele há anos.

— Ele é um agente triplo. Reduzir seu nível de autorização oficial dentro da Ordem é um disfarce. Ele tem a mesma autorização que eu. Ele sabe sobre você desde o início. Foi ele quem convenceu Moody e Kingsley de que sua oferta provavelmente era legítima.

A expressão de Draco era de descrença.

Hermione deu um pequeno suspiro. — Você não precisa confiar nele, mas se eu estiver morrendo e não estiver consciente para me curar, ele provavelmente seria a única pessoa que poderia fazer alguma coisa. Foi ele quem conteve a maldição sobre Dumbledore.

A expressão de Draco era rebelde e ele se recusou a tocar na pulseira que ela lhe oferecia.

O canto de sua boca se contraiu e ela baixou a mão. — Você perguntou o que fazer e eu estou lhe dizendo. Se algo der errado, é ele quem deve chamar. Se você escolhe usá-lo ou não, depende de você.

Os músculos da mandíbula de Draco se contraíram e ele arrancou a pulseira dos dedos dela.

Ela estabeleceu uma barreira ao seu redor e construiu uma teia de magia analítica em torno da Taça. Horcruxes eram um tabu tão grande que não havia registro de que a magia fosse analisada. Hermione entendia os fundamentos, com base na teoria, mas lidar com um pedaço suspenso de alma mutilada era um nível de Magia Negra que ela nunca havia encontrado em nenhuma forma.

Ela ignorou o encanto criado por Helga Hufflepuff quando a Taça foi criada e se concentrou na Magia Negra. A Copa estava surpreendentemente desprotegida. Voldemort deve ter presumido que o cofre dos Lestrange tinha medidas de segurança suficientes por si só.

O fragmento de alma se entrelaçou e se entrelaçou com a outra magia do Cálice. Venenoso e malévolo, parecia sentir que estava sendo perturbado. Hermione trabalhou rapidamente; se ela tivesse informações suficientes sobre a assinatura mágica de Voldemort, eles poderiam usá-la para encontrar outras horcruxes.

Seus olhos dispararam para Draco. Ele ainda parecia uma estátua enquanto a observava, como se nem respirasse.

Ela escreveu tudo em um pergaminho e pegou a espada da Grifinória. Era uma espada perfeitamente equilibrada, mas parecia pesada em comparação com uma faca. Ela respirou fundo e enfiou a lâmina no centro da Taça, partindo-a ao meio.

Houve um momento enervante de quietude. Hermione pegou sua varinha.

O ar mudou e se moveu ao seu redor.

Houve um grito prolongado e o fragmento de alma ergueu-se do Cálice como um espectro negro com olhos escarlates. Por um segundo, pareceu prestes a atacar. Pareceu detectar Hermione e moveu-se bruscamente em sua direção. Então ele oscilou e se dissolveu no ar.

Nada.

Hermione deu um pequeno suspiro e ficou segurando sua varinha, seu peito tremendo de forma irregular enquanto ela tentava respirar.

Ela executou um feitiço rápido para confirmar que o fragmento de alma havia sumido.

— Está feito — ela finalmente disse, sacudindo a varinha e removendo todas as proteções ao seu redor. — Isso... não foi tão ruim. Achei que poderia ser muito pior do que isso.

Ela olhou para cima e descobriu que Draco estava a poucos centímetros dela. Ele a arrastou em seus braços e a agarrou até que ela foi esmagada contra seu peito. — Nunca... por favor, nunca mais.

Ela queria dizer não, mas ele estava tão tenso que quase tremia. Ela se viu balançando a cabeça lentamente e dizendo: — Tudo bem. Eu não vou.

.

Harry era como um cordeiro perdido em Grimmauld Place. Ron foi colocado em licença. Ele foi ficar com sua mãe, enquanto sofria por Lavender e tentava aceitar a culpa que sentia pela morte de Kingsley.

Hermione encontrava Harry parado, indiferente, perto da porta de Ginny com mais frequência.

Ela abriu a porta depois de visitar Ginny e o encontrou parado do lado de fora, com os olhos vazios. Ele tinha um olho roxo e um corte no lábio, e os nós dos dedos estavam tão rachados que ainda havia sangue escorrendo pelos dedos e pingando no chão.

Seus olhos brilharam e ele pareceu voltar a si quando viu Hermione. — Ela está bem? Ela está melhor? Você acha que ela... você acha que eu poderei vê-la em breve?

Hermione olhou para ele, seu estômago embrulhando bruscamente com a aparência dele. Harry estava preocupantemente frágil. Ela tentou várias vezes convencer Ginny a confessar tudo e contar a Harry que estava grávida, mas Ginny estava convencida de que contar a ele iria piorar as coisas. Hermione apelou para Moody; para sua decepção, ele ficou do lado de Ginny. Harry não estava em condições de lidar com qualquer estresse adicional, e a Ordem não poderia lidar com a quebra de confiança se a verdade surgisse em um ponto tão crítico. As coisas eram muito precárias.

Hermione engoliu sua culpa enquanto executava todos os seus feitiços de proteção e esterilização em si mesma.

Ginny tinha um inchaço que estava começando a exigir glamour de precaução, nem que fosse para enganar Dobby, com quem Harry conversava regularmente.

O bebê era um menino. Ginny já se referia a ele como James.

— Ela é a mesma, Harry. Desculpe.

Sua expressão caiu. Ele deu um aceno indiferente e começou a se virar para ir embora.

Ele estava mortalmente pálido e o olho que não era roxo e amarelo estava fundos.

Ela estendeu a mão para detê-lo e tocou seu rosto levemente. — Você está lutando de novo? Quando você dormiu pela última vez?

Ele estremeceu. — A-alguns dias atrás. Por algumas horas.

Ela lançou nele um feitiço de diagnóstico; ele teve várias fraturas nas mãos e na órbita ocular, e seu torso estava coberto de hematomas.

Ela o pegou delicadamente pelo braço e o conduziu pelo corredor em direção à enfermaria do hospital. — São pesadelos de novo? Posso te ensinar mais algumas técnicas de oclumência, pode ajudar. Vamos, deixe-me consertar você e dar-lhe um sono sem sonhos.

Harry deu uma risada curta e histérica. — Eu gostaria de ter pesadelos.

Hermione fez uma pausa e olhou para ele. — O que você quer dizer?

O rosto de Harry se contraiu. — Não são pesadelos, Hermione. Não há pesadelos há anos. É ele. Quando estou dormindo, sou ele. Eu torturo pessoas e as mato, e sinto como ele se sente quando faz isso. Eu nem preciso estar dormindo para que isso aconteça, só é pior quando estou. — Harry estava tremendo de exaustão. — A última vez que adormeci, ele estava tentando novas maldições e então bebeu uma taça de sangue de unicórnio, e quando acordei, pude sentir o gosto. Eu não... eu não consegui comer...

— Harry, você não me disse que as coisas tinham ficado tão ruins. Você deveria ter me contado.

Ele se contorceu. — O que... estamos conversando de novo? — Sua expressão estava magoada enquanto ele olhava para ela.

A mão de Hermione caiu e ela olhou para ele. — Diga-me o que acontece.

Ele balançou a cabeça, os olhos desfocados. — Não é tão ruim quando tenho algo em que me concentrar. Quando estou em uma missão – quando estou com Ron e Gin – quando estou lembrando por que estou fazendo tudo isso, posso mantê-lo afastado. Mas... é como se houvesse um lugar na minha mente que fosse uma porta aberta, e às vezes eu passo por ela quando estou distraído. Quando acordo, nem sempre sei com quem estou acordando.

Hermione rapidamente tirou várias poções restauradoras. — Beba estas. Eu não me importo com o gosto horrível delas, você está desnutrido.

Harry bebeu e depois as vomitou novamente. Hermione baniu a bagunça e tirou um colonizador de estômago e entregou a ele com mais delicadeza.

— Tente esta. Se você não come há alguns dias, isso pode ajudar. Beba devagar.

— Hermione... — ele disse entre goles enquanto ela murmurava feitiços e espalhava pasta para hematomas em seu rosto. — Acho que há algo errado comigo.

Os dedos de Hermione se contraíram e ela balançou a cabeça bruscamente. — Harry, eu realmente acho que praticar oclumência pode ajudar com isso. Eu posso ajudá-lo com isso. Já li vários livros, acho que posso fazer isso com mais delicadeza do que Severus fez; talvez fosse melhor.

Ela lançou outro diagnóstico mais complexo sobre ele. Ele estava abaixo do peso. Ele sofria de privação crônica de sono. Ele estava preocupantemente frágil. Ele estava vibrando com magia de uma forma que fazia desde que ela o conhecia. Sua assinatura mágica estava embaçada e indistinta. Era assim que Harry era; como ele sempre foi, Pomfrey disse isso a ela quando Hermione perguntou durante seus primeiros anos de treinamento.

Harry pressionou a mão contra a cicatriz e desviou o olhar. — Oclumência não ajuda.

Hermione deu um suspiro frustrado. — Sei que separar-se de suas emoções pode ser difícil no começo, mas acho que, se você tentar, pode...

— Isso torna tudo pior — disse Harry com uma voz dura. — Cada vez que tento, fica ainda pior.

Hermione engoliu em seco e se virou para invocar novas poções restauradoras, com a mandíbula tensa. Ela entregou os frascos sem palavras. Harry conseguiu mantê-los no estômago.

Ela tirou um frasco de sono sem sonhos sem olhar para ele. — Bem, podemos pelo menos concordar que um sono tranquilo ajudará.

Ele deu um pequeno aceno de cabeça e engoliu a poção.

Com todos os restauradores em seu sistema, demorou mais para a poção fazer efeito. Ele ficou sentado por um minuto antes de sua cabeça tombar e deixá-la cair no ombro dela.

Hermione hesitou e então passou os braços em volta dele e o abraçou com força. — Tenho certeza que você se sentirá melhor depois de dormir.

— Sinto falta de Gin.

Sua garganta ficou presa e ela apoiou a cabeça na dele. — Eu sei. Desculpe.

Harry deu um soluço baixo baixinho. — Quando eu estava com ela, parecia que tudo ficou mais fácil por um tempo.

Suas mãos tremiam. — Sinto muito, Harry.

Ela o segurou enquanto ele dormia. Então ela o colocou cuidadosamente debaixo de um cobertor e foi falar com Alastor.

Fleur estava na sala de guerra quando Hermione chegou à porta.

— Não tenho ouvido falar de Gabrielle com tanta frequência ultimamente. Ela, como sempre, mandou uma mensagem pelo rádio para que eu não me preocupasse. Uma piadinha ou frase para que eu saiba que ela está bem. Mas não houve quase nada. Você deve ter alguma forma de contatá-la. Ela é minha irmãzinha, eu sou responsável por ela.

A boca de Moody se contraiu e seus olhos giraram bruscamente. — Sua irmã sempre trabalhou em seus próprios termos. Verei o que posso fazer.

Fleur deu um aceno rígido. — Obrigada. Bill e eu substituímos as proteções em todas as casas seguras mais uma vez e estamos renovando as proteções na caverna. No entanto, há limites para quanto mais podemos fazer. Estamos quase na capacidade máxima. Precisamos de um local secundário ou essas quantidades mágicas podem comprometer a segurança.

Moody deu um suspiro baixo e acenou com a cabeça, seus olhos girando desconfiadamente para baixo. Ele parecia ter envelhecido uma década nas duas semanas desde a morte de Kingsley. — Farei com que uma equipe comece a procurar novos locais. Precisaremos de novos guardas para isso. Você e Bill precisarão treiná-los.

Fleur assentiu novamente e partiu.

Hermione estudou o rosto de Fleur enquanto elas passavam uma pela outra. Fleur era uma figura adorável e etérea em meio a um exército cada vez mais cinzento e desesperado, mas a tensão da guerra era visível em seus olhos. Fleur e Bill se espelhavam em sua culpa silenciosa.

Os pais de Fleur foram as primeiras vítimas quando a guerra chegou à França. Gabrielle sobreviveu estando na escola e não em casa, mas a guerra também arrasou Beauxbatons. Poucos membros da Resistência Francesa sobreviveram. Hermione suspeitava que o fascínio veela de Gabrielle foi o que a poupou. A maneira como Gabrielle continuou a usá-la como arma parecia uma forma de restituição e vingança cheia de culpa.

Os métodos de Gabrielle se tornaram mais cruéis e vingativos com o passar do tempo. Extravagante. Quase descuidado. Hermione começou a tomar uma bebida calmante antes mesmo de ir para a praia na Cornualha.

Hermione não tinha certeza do quanto Fleur estava ciente da atividade de Gabrielle, mas ela imaginava que Fleur sabia o suficiente e suspeitava mais sobre a irmã mais nova que sempre estava tão ansiosa por sua próxima missão.

Os olhos de Gabrielle eram mais frios e mais velhos que os de Draco.

Hermione olhou para Moody em silêncio por vários segundos depois que Fleur saiu. Ele deu um suspiro baixo e começou a lançar feitiços de privacidade.

— Estou preocupada com Harry — Hermione disse quando Moody se recostou. — Ele parece estar à beira de um precipício. Precisamos entrar em Hogwarts.

— Estamos tentando. Remus tem uma equipe lá agora.

— Eu acho... — ela hesitou e cruzou os braços. — Eu tenho... me envolvido em algumas coisas ultimamente. Acho que encontrei uma maneira de derrubar as proteções ao redor do castelo. Estive analisando todos os relatórios trazidos. Há... uma bomba... uma bomba que acho que posso fabricar. Pode ser colocada sob estase temporária. Podemos fazer com que Draco ou Severus plantem sem arriscar seus disfarces. Posso atrasar a detonação por até três dias.

Moody olhou para ela. — Você acha?

A garganta de Hermione apertou, mas ela ergueu o queixo. — Bem, eu nunca fiz um antes. Quando mencionei a ideia há alguns anos, disseram-me que era antiético, independentemente de quão direcionada a explosão pudesse ser em um local de Comensal da Morte. A Ordem decidiu que só poderíamos usar explosivos em edifícios vazios. No entanto, este não teria muitas garantias. A explosão teria como alvo a magia que cercava o castelo. Portanto, se for elaborado com cuidado, a Ordem não deverá considerá-la antiética neste caso.

— Que materiais seriam necessários?

Ela podia ver Moody calculando um orçamento para sua proposta.

Ela engoliu em seco. — Eu já os tenho.

A expressão de Moody endureceu. Seu olho girou e fixou-se nela. — Essa é ideia do Malfoy então. Ele está se oferecendo para fornecer você?

Hermione ergueu o queixo. — Não. Esta é minha pesquisa exclusivamente. Eu tenho os materiais porque a Resistência os trouxe no ano passado, quando o laboratório da divisão de maldições foi invadido. Foi trazida uma grande quantidade de materiais que... — sua boca se contraiu. — Eles não são usados ​​em formas tradicionais de fazer poções. Tenho mais do que tudo que preciso.

Moody lançou-lhe um longo olhar. — Você nunca relatou isso.

Ela ergueu as sobrancelhas. — Eu estava ocupada na época; tudo o que pude fazer foi armazená-las até ter tempo de catalogá-las. Foi só em julho que eu soube exatamente com o que estava lidando. — Ela encolheu os ombros. — Meus suprimentos nunca foram um inventário que me pediram para relatar.

O rosto de Alastor se contorceu de irritação, mas ele parecia estar considerando seriamente a proposta.

Ele passou o polegar pelo cabo da varinha. — Usar uma bomba para entrar em Hogwarts resultaria em uma batalha total.

— Eu sei. — Seu peito estava contraído e ela teve que se forçar a respirar. — Eu estava pensando, se for um resgate, poderíamos usar um ataque maior como diversão, enquanto um grupo menor poderia entrar no castelo. A escola ainda deve reconhecer Minerva; pode cooperar conosco.

Moody assentiu lentamente, parecendo imerso em pensamentos.

Hermione saiu sem dizer uma palavra.

Sozinha em seu armário de poções, ela se inclinou e apoiou a cabeça na bancada. Suas mãos tremiam de estresse e exaustão. Voldemort parecia uma maré chegando. A rocha à qual a Resistência se tinha amarrado estava a desmoronar-se debaixo deles.

Não importa o que ela fizesse, nunca foi suficiente para permitir que eles avançassem.

Draco estava no exterior há quase uma semana, inspecionando os governos fantoches que Voldemort havia criado em toda a Europa. Era uma tarefa que Voldemort tendia a distribuir por capricho.

Rodolphus Lestrange estava em tal missão quando foi interceptado por Gabrielle.

Draco deixou um bilhete na cabana explicando sua ausência. Tinha sido atribuído tão abruptamente que um bilhete foi tudo o que conseguiu.

Desde o dia em que o leu, Hermione teve pesadelos em que chegava à praia na Cornualha e descobria Draco sentado mutilado naquele pequeno quarto da caverna. Pesadelos com ele nunca mais voltando e recebendo a notícia de Severus de que havia sido encontrado desmembrado em alguma cidade estrangeira.

Ela nunca tinha pensado em avisá-lo sobre Gabrielle.

Quando seu anel queimou novamente pela primeira vez em dias, ela saiu correndo de Grimmauld Place para aparatar e se jogou pela porta da cabana.

Ele já estava parado no meio da sala, ainda vestindo suas vestes de Comensal da Morte.

— Você está de volta — disse ela, tão aliviada que sentiu que seus joelhos poderiam ceder. Ele estava lá, ainda estava vivo, parecia ileso.

Ela estendeu a mão para ele. Suas mãos tremiam quando ela agarrou suas vestes e tocou seu rosto.

— Você está bem? — ele perguntou.

Ela deu um breve aceno de cabeça enquanto descansava a cabeça em seu peito.

— O que está errado?

Ela fechou os olhos por alguns segundos e ouviu o coração dele, apenas sentindo-o: vivo.

— Nada. Estou tão cansada. Sinto que esqueci de respirar até agora.

Ele ficou imóvel por um momento antes de dar um suspiro baixo. Suas mãos hesitaram antes de pousá-las nos ombros dela.

Seu estômago embrulhou e ela abriu os olhos. — O que está errado?

Draco ficou em silêncio. Seus dedos se contraíram. — Meu pai... ele está sendo chamado de volta à Grã-Bretanha.

O coração de Hermione parou quando ela olhou para ele.

Sua expressão estava fechada. Resignado. — Ele vai esperar minha companhia quando ambos estivermos de folga.

— Oh.

Ela não sabia mais o que dizer. Ela olhou para ele e ele desviou o olhar dela, mas suas mãos permaneceram em seus ombros.

Ela procurou palavras. — Claro, você deveria passar um tempo com seu pai.

Ele deu uma risada aguda.

— Dificilmente. Meu pai, ele... — Draco hesitou, e seu olhar caiu para o chão. Havia um traço de infantilidade em seu tom. — ... bem, ele me culpou pela saúde frágil da minha mãe. — Sua expressão estava fechada, mas seus olhos piscaram. — Ele sempre disse que esperava que eu fosse um herdeiro excepcional para compensar... por quase matá-la.

— Draco...

Ele estremeceu ligeiramente e limpou a garganta, seu tom tornando-se cortante novamente. — Basta dizer que terei pouca disponibilidade – para qualquer pessoa – no futuro próximo. Posso levar mais tempo para concluir as tarefas. Se você puder informar Moody, espero que ele leve isso em consideração.

Não disponível. Não para a Ordem. Não para ela.

Ela se sentia tão cansada que mal conseguia ficar de pé, mas assentiu e se endireitou. — Claro. Não se preocupe. Desculpe. Você estará de volta à mansão então, não é?

Ele deu um breve aceno de cabeça.

Ela pegou as mãos dele e passou os dedos por elas, verificando se havia algum tremor. Ela precisava ter certeza de que ele estava bem. Se ela não sabia quando o veria novamente, ela tinha que saber que ele estava bem. — Quando ele chegará?

— Amanhã ou depois. Eu descobri quando relatei. — Sua voz estava monótona.

Sua boca se contraiu e ela se concentrou nas mãos dele. — Sinto muito. Talvez... não será por muito tempo.

— É possível. Ele não gosta de ficar na Grã-Bretanha.

Ele respirou fundo e seu queixo se contraiu enquanto a observava verificar seus dedos repetidas vezes. — Eu suspeito que há algo vindo. Diga ao Moody. Foi-me mencionado que o Lorde das Trevas foi pessoalmente a Sussex várias vezes enquanto eu estava fora. Seja o que for que ele esteja fazendo, ele não está confiando em ninguém atualmente, exceto talvez em Dolohov. Isso... pode estar relacionado ao retorno inesperado do meu pai.

Hermione assentiu. — Vou contar a Moody. Eu acho que... a Ordem está se preparando para avançar em Hogwarts.

— Seria um alívio se eles fizessem alguma coisa. As coisas têm estado suspeitamente calmas ultimamente. — Havia uma pergunta não formulada em seu tom.

Hermione evitou seus olhos. — Perder Kingsley foi um golpe. Afetou o moral. — Ela continuou olhando para as mãos dele.

— Eles têm estado suspeitamente quietos para mim também. Há preocupações sobre meu moral? — O tom de Draco era leve, mas com um fio de navalha escondido nele.

Hermione olhou para cima. — Não. Não contei a Moody sobre sua ameaça, se é isso que você está perguntando.

Os olhos de Draco piscaram. Ela o viu duvidar dela.

O canto de sua boca se contraiu e ela soltou a mão dele e deu um passo para trás.

— Depois que Kingsley morreu, eu disse a Moody que ele e Kingsley estavam utilizando você demais apenas para ganhar tempo, sem qualquer estratégia mais ampla, e eu não iria mais ficar parada assistindo a isso. — Ela encolheu os ombros. — Sou mais crucial agora – sem Kingsley, Moody precisa do meu apoio para manter todos os aspectos confidenciais dentro da Ordem. — Ela deu-lhe um pequeno sorriso. — Eu posso proteger você agora.

Os lábios de Draco se apertaram em uma linha dura e plana, e sua expressão ficou fria e fechada.

— Eu não quero que você se intrometa para me proteger, Granger. — Seu tom era como gelo.

Ela enrijeceu e houve uma pontada aguda de dor que a atravessou. — Por que não? A proteção é um direito exclusivamente seu? Eu deveria apenas ficar sentada quieta nas casas seguras enquanto você ganha a guerra para mim? — Ela ergueu o queixo. — Eu não estou realizando ataques. Ainda estou tomando cuidado...

Draco se encolheu antes que ela pudesse se interromper.

Ela baixou a cabeça e respirou fundo, fechando os dedos em punho enquanto desviava o olhar dele. — Desculpe. Isso... eu não quis dizer isso. Eu não vejo dessa forma.

Mentira.

Ela suspirou e desviou o olhar dele. — Não vou sair das casas seguras. Estou apenas coordenando mais detalhes confidenciais dentro da Ordem, o que significa que tenho mais influência agora do que antes. Isso é tudo. Eu não estou... me colocando em perigo.

Ela parou de falar e olhou para Draco. Sua expressão era cautelosa.

O ar pairava ao redor deles, frio; como se seus fantasmas os cercassem. Ambos estavam encharcados de mortos.

A guerra era como um abismo que queria tudo e nunca ficava satisfeito. Sempre era necessário mais. Outra vida. Uma medida adicional de sangue. Ser melhor. Mais esperto. Mais implacável. Mais rápido. Mais astuto. Aceitar uma segunda porção de dor.

Nunca é suficiente.

Hermione tinha ido para Eleos e Panacéia. Ela se deitou prostrada aos pés de Atena. Ela construiu torres de oração. Ela sacrificou quase cada pedaço de si mesma que tinha para oferecer.

Nunca é suficiente.

Draco foi direto para o altar de Ares.

Nunca é suficiente.

Nada nunca é suficiente. A guerra sempre quer mais.

'Se você olhar para o abismo, o abismo olhará para você.'

O que você vai dar? O que você dará para vencer?

Hermione engoliu em seco. — Draco - o que você espera que eu faça?

Ele deu um suspiro que soou como um silvo. — Eu não quero você nesta maldita guerra. — A raiva em sua voz era crua. — Tudo o que faço é me preocupar com o que acontecerá com você se eu não cumprir todos os requisitos.

Ela respirou fundo e deu um passo em direção a ele, pegando sua mão. — A Ordem não é como os Comensais da Morte. Draco...

Sua expressão se tornou cruel antes que ela pudesse tocá-lo.

— Estou ciente da diferença. — Ele zombou. — Você acha que é mais reconfortante saber que você acabou de se voluntariar?

Hermione deu um passo para trás e olhou para ele, os ombros rígidos. — Eu não sou um bem que você possa guardar em algum lugar, Draco. Passei anos treinando para contribuir com a Resistência. Você não pode me pedir para parar ou ir embora porque isso te preocupa. Você concordou – você jurou que não interferiria na minha ajuda à Ordem. Você também não pode tentar me culpar e me tornar passiva.

Ele olhou para ela. — Você não tem ideia do que aconteceria se fosse pega. Se...

— Eu sei — ela retrucou, interrompendo-o. Sua garganta estava apertada e seu peito estava comprimido até que ela mal conseguia respirar. — O que você acha que eu faço com todo o meu tempo? Eu curo as pessoas que vocês, Comensais da Morte, não conseguem matar. Isso é quase tudo que fiz durante anos. Cuidei das vítimas da última divisão de maldição até morrerem. E todos eles morreram. — Ela tentou engolir. — Cada... um deles... morreu. Estou tão consciente dos riscos que às vezes acho que posso enlouquecer ao conhecê-los. Não se atreva - não se atreva a tentar me tratar como ingênua. Eu sei tão bem quanto você. Por que você acha que eu me esforço tanto? — Sua voz quebrou ligeiramente.

A expressão de Draco permaneceu fria.

Hermione se virou. Ela se sentia tão esgotada que queria afundar em um canto para não ter que ficar de pé. Ela estava tão preocupada esperando que ele voltasse para a Inglaterra. Ela atingiu seu limite. Ela podia sentir suas paredes de oclumência oscilando; como uma represa, sua exaustão ameaçava desmoronar.

Você está perdendo. Você está perdendo. Você não salvou ninguém. Draco. Harry. Rony. Ginny. A ordem. A resistência.

Você quer muito.

Seus ombros tremeram. Ela queria voltar ao seu armário de poções e encontrar algo que fizesse a guerra parar de parecer uma morte por mil cortes.

Ela apertou os lábios e sua mandíbula tremeu. — Acho que preciso ir. Estou cansada demais para ter essa discussão esta noite.

Ela queria simplesmente desaparecer. Ela estava tão cansada de implorar para ele não morrer. Ela engoliu em seco. Até a saliva dela tinha um gosto amargo. — Vou relatar a Moody sobre seu pai. Você precisa de mim para curá-lo?

A mão de Draco disparou e ele agarrou o pulso dela. — Não. Não vá. Não sei quando poderei chamar você novamente.

Ela vacilou. — Draco, estou tão cansada, não quero brigar...

Ele a puxou para mais perto. —Apenas fique comigo. Apenas fique.

Ela deu um pequeno aceno de cabeça e deixou cair a cabeça contra o peito dele. Ele deslizou um braço em volta da cintura dela e aparatou. Eles reapareceram em sua suíte no Savoy.

Ele a deitou na cama e tirou os sapatos. Ele sentou-se na beirada, passando os dedos pelo braço dela até que ela adormecesse.

Ele ficou. — Preciso tomar banho e comer. Eu voltarei.

Hermione estendeu a mão e pegou a mão dele. — Tive medo de que você morresse no exterior e tudo que eu teria seria o seu bilhete. — Sua voz era grossa. — Você está sempre em perigo e nunca poderei pedir que pare.

Ele passou o polegar pelas costas da mão dela. — Eu faria se eu pudesse. Você sabe disso. Eu fugiria com você e nunca olharia para trás.

— Eu sei... — Sua voz falhou. Ela estava cansada demais para manter suas emoções sob controle. Ela deu um soluço baixo. — Não morra, Draco. Você não pode me deixar para trás.

Ele afundou na cama ao lado dela e não saiu até que ela parou de chorar e adormeceu.

Quando a cama mudou, ela acordou e o encontrou do outro lado da cama, com o cabelo ligeiramente úmido. Já se passaram horas desde que eles chegaram; dormiu mais do que ela tinha dormido desde que ele partiu.

Ela se deslocou pela cama e se sentou em seus braços, apoiando a testa em seu peito nu, traçando os dedos ao longo de seu torso até que ele pegou sua mão e a rolou para baixo dele. Ele estudou os olhos dela, mas não se moveu novamente até que ela levantou a cabeça e o beijou.

A mão dele estava em sua garganta, o polegar deslizando para aninhar-se sob sua mandíbula enquanto sua língua brincava contra a dela. Gradual. Memorizando-o. Ela nunca pensou que poderia conhecer uma pessoa com uma intimidade tão lenta. Ela entrelaçou os dedos pelos cabelos dele e fechou os olhos, concentrando-se na sensação dele.

Ela sabia como ele pressionaria os lábios contra o ponto pulsante de sua garganta, as maneiras como ele empurraria seu corpo para baixo dele. A sensação das mãos dele em suas coxas e dos dentes roçando sua pele.

Quando ele se moveu dentro dela, suas mãos estavam presas em seus pulsos. Ela arqueou e encontrou seus quadris. Ela sentiu a respiração dele sussurrar em sua pele.

— Minha. Você é minha — ele disse enquanto beijava seu queixo.

— Sempre.

.

Notas:

"Quem luta contra monstros deve cuidar para que no processo não se torne um monstro. E se você olhar por tempo suficiente para um abismo, o abismo olhará de volta para você." — Frederico Nietzsche

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