Manacled | Dramione

By moonletterss

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Para maiores de 18 anos. Fanfic concluída. Harry Potter está morto. Após a guerra, a fim de fortalecer o pode... More

Nota da tradutora
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75. Epílogo 1
76. Epílogo 2
77. Epílogo 3
Drabble Pós-Manacled
Manacled, Draco & Aurore
Para sempre é composto por agora
Nota da tradutora

50. Flashback 25

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By moonletterss

Fevereiro de 2003

Grimmauld Place estava quieto e sombrio.

Uma das principais casas seguras foi comprometida. Albergou várias figuras importantes da Resistência, membros da AD e da Ordem. Eles ainda não tinham certeza do que aconteceu. Um patrono de Alicia Spinnet invadiu Grimmauld Place no meio da noite. Quando a Ordem conseguiu mobilizar uma resposta, o que quer que tivesse acontecido já tinha praticamente terminado.

Não tinha sido nem um ataque de Comensal da Morte. Principalmente Hags e lobisomens. A casa estava invadida por eles. De acordo com Ginny, estava literalmente infestada de hags, mais de uma centena. Muitos dos sobreviventes trazidos de volta ao hospital não tinham muitos órgãos internos para serem curados.

Alicia Spinnet, Dedalus Diggle, Septima Vector e cerca de trinta outras pessoas morreram.

Destruiu abruptamente o bom humor que sustentava a Resistência. No processo de tentar recuperar os sobreviventes, Kingsley e vários outros membros da Ordem e da Resistência usaram Magia Negra para forçar a entrada na casa.

Isso resultou em uma discussão explosiva entre Harry e Kingsley depois. A casa inteira estava nervosa.

Na semana seguinte, quando Hermione voltou sozinha para a cabana, ela entrou sem saber o que aconteceria a seguir. A sala estava vazia. Ela ficou esperando nervosamente.

Draco aparatou um minuto depois.

Eles ficaram olhando um para o outro por vários minutos. Ele passou os olhos por ela, catalogando sua aparência de uma forma que era habitual naquele momento.

Ela não sabia o que dizer. Ela não sabia o que iria acontecer.

— Eu trouxe facas de treino hoje — Draco disse como se as últimas duas semanas não tivessem acontecido.

— Oh.

Ele as tirou de suas vestes. Uma das facas era pequena, do mesmo tamanho do conjunto que ele lhe dera no Natal. A segunda era maior.

Ele pressionou a lâmina em sua mão de forma demonstrativa. — Elas têm proteções na ponta e na lâmina; elas não podem romper a pele. Embora possam machucar.

Ele jogou a faca menor para ela.

— As facas estão se tornando cada vez mais comuns no campo. As hags as carregam regularmente. Os Comensais da Morte estão começando a entender a tendência. Elas são um reforço decente se você perder sua varinha.

Hermione examinou a faca, passando o dedo ao longo da borda que parecia afiada, mas parecia mais com o cabo de um talheres.

— É difícil vencer uma luta com faca. Mesmo se você sobreviver.

— Estou ciente — disse Hermione rigidamente. Ela tratou ferimentos de faca com regularidade crescente durante o último ano. No que diz respeito aos ferimentos não-mágicos, as facas eram as piores. Órgãos internos mutilados, perda grave de sangue, pulmões perfurados, hemorragia. Como feitiços de corte severos, mas sempre mais irregulares e difíceis de fechar.

— Imagino que você esteja. — Ele não encontrou os olhos dela. Nem uma vez. Desde o momento em que ele fez o voto, seus olhos se afastaram dos dela. — Começaremos desviando ataques. Então eu mostro como atacar com a sua. Use feitiços não letais para tentar me impedir. Seu objetivo é me impedir antes que eu faça contato ou desviá-lo se eu estiver dentro do alcance.

Ele caminhou em direção a ela. — Para evitar um ataque de faca, você deve usar o peso e o impulso do seu oponente contra ele. Se eles estiverem atacando, desvie-se e tente desarmá-los.

Ele demonstrou diversas técnicas em câmera lenta; mostrando a Hermione como agarrar o pulso dele, guiá-lo com segurança pelo corpo dela e então tentar soltar a faca.

— Onde você aprendeu tudo isso? — ela perguntou depois que ele demonstrou um décimo método de desarmar alguém que envolvia quebrar o braço.

Suas mãos congelaram. — Bellatrix. Treinei com ela por mais de quatro anos. Ela gostava de facas.

— Ela sabia sobre sua mãe?

Ele se afastou dela e sua expressão era tensa. — Ela sabia. Ela sempre foi leal ao Lorde das Trevas, mas se importava com a irmã o suficiente para querer que eu tivesse sucesso, em vez de falhar, como era esperado.

— Seu pai sabia? — Ela não conseguiu evitar de fazer a pergunta.

Draco engoliu em seco. — Não. — Ele desviou o olhar. — Meu pai... ele... ele era muito protetor com minha mãe. Se ele soubesse...

Draco ficou em silêncio por um momento. — Oclumência não é um talento que ele tem. Não no nível que ele precisaria. Ele teria sido vingativo e isso teria condenado a todos nós.

O músculo de sua mandíbula se contraiu. — Minha mãe insistiu que escondêssemos dele sua condição. Havia uma poção prescrita por um curandeiro mental dinamarquês; mascarou a maioria de seus sintomas. Evitou que ela entrasse em pânico quando fosse obrigada a fazer aparições. Ela pegava quando meu pai viajava. O Lorde das Trevas manteve meu pai principalmente na França e na Bélgica após sua libertação. Ele presumiu que ela era fria e distante porque o culpou por eu ter recebido a marca.

— Depois da Mansão Lestrange?

— Bem, suponho que eu poderia simplesmente ter contado a ele então. — O canto de sua boca se torceu. — Mas pensei que poderia fazer mais para vingá-la se tivesse mais tempo. Eu não sabia como ele reagiria à notícia. — Ele deu um sorriso amargo enquanto olhava para suas mãos. — Tenho certeza de que a Ordem gostaria que eu tivesse contado.

Hermione piscou enquanto tentava imaginar em que estado a Ordem poderia estar com Arthur, Molly e George ainda brigando; mas sem Draco, sem resgates, sem informações sobre quais batalhas eles poderiam vencer, sem avisos antes de serem atingidos. Ela torceu a faca nas mãos.

— Os Weasleys são minha família, mas provavelmente já teríamos perdido – você não era crucial no exército naquela época. A sua morte e a do seu pai não teriam sido suficientes para afetar o resultado da guerra. Eles provavelmente estariam todos mortos.

Ele bufou levemente e continuou evitando os olhos dela.

— Draco... — ela disse timidamente, começando a se aproximar dele. Ele se afastou bruscamente dela.

— Devíamos continuar com o treinamento — disse ele com voz fria. — Considerando que você já viu em primeira mão a devastação causada pelas hags.

Hermione engoliu em seco. — Ainda não sabemos como eles entraram. Não temos ideia. Você sabe alguma coisa sobre isso?

— As hags não estão na minha jurisdição. Só ouvi depois, ou teria tentado dar algum aviso. — Ele hesitou. — É possível que alguém em Sussex esteja trabalhando para encontrar uma maneira de contornar o Feitiço Fidelius usando a Magia das Criaturas Negras. Se eles suspeitassem de um local seguro, pode ter sido uma experiência infelizmente bem-sucedida. Existem centenas de programas em Sussex; as filiais não colaboram com frequência. Não tenho contatos em todos eles. Você deve proteger suas casas seguras e mover todas as que puder.

— Nós vamos.

— Bom — disse ele enquanto virava a faca na mão. — Vamos continuar com o treinamento.

Ele a fez praticar as formas e técnicas repetidas vezes.

— Tudo bem, vamos ver como você se sai com um ataque real — disse ele após uma hora de treino lento. Ele se afastou dela.

Ele girou a faca na mão direita da mesma forma que girou a varinha enquanto cruzava a sala e se posicionava. Sua expressão era fria e intensa enquanto olhava para ela.

Então, sem aviso, ele atacou.

Hermione se esquivou e lançou feitiços leves enquanto evitava seu ataque inicial. Ele foi rápido e implacável. Ele girou em torno dela e levou a faca até sua garganta antes que ela pudesse registrar que precisava parar de enfeitiçá-lo e tentar desviar.

Ambos congelaram. Seus olhos se encontraram por um momento e foi como se o tempo tivesse parado. O rosto dele estava a poucos centímetros do dela e Hermione se esqueceu de respirar.

Sua expressão ficou dura e ele se afastou abruptamente dela.

— De novo. Tempo é tudo. Você ainda está muito relutante em atacar. — Seu tom era quase cruel. Ele atravessou a sala e a atacou mais uma vez.

Depois de uma hora, ele parou.

— Tudo bem. Isso é o suficiente por hoje — disse ele, afastando-se dela. Ele enfiou a mão em suas vestes e tirou um pergaminho.

Hermione mordeu o lábio, foi até sua mochila e retirou um envelope. Ela agarrou-o nervosamente em suas mãos enquanto se virava para encará-lo.

— Moody disse para lhe dar isto — disse ela, olhando para o chão. Parecia ter sido cuidadosamente esfregado.

Ela olhou para cima a tempo de ver a expressão dele mudar.

— Claro, meus pedidos para a semana.— Sua boca se torceu brevemente enquanto ele a arrancava de seus dedos.

Ela aceitou o pergaminho na mão dele e ficou hesitante. — Draco...

— Vá para casa agora, Granger. Tenho trabalho a fazer. — Seu tom era frio. Ele se afastou dela e rasgou o envelope.

Hermione ficou parada por mais um minuto, estudando suas costas. Ele não olhou para ela. Ele desapareceu sem fazer barulho.

Na semana seguinte, ele ainda não olhava nos olhos dela. Ele mal falou com ela. Ele a treinaria exatamente duas horas por semana, entregaria seus relatórios de inteligência, receberia as ordens de Moody e iria embora.

Mas ele estava vivo; ela conseguiu vê-lo e saber que ele ainda estava vivo.

No entanto, estar vivo não parecia ser algo com que ele se importasse. Ele apenas parecia cansado. A raiva ao seu redor parecia sufocada. Ele parecia existir por pura obrigação.

Depois de três semanas, ela o pegou pelo pulso enquanto ele aceitava o envelope em suas mãos. — Draco, por favor, olhe para mim — ela disse, sua voz suplicante.

Ele puxou a mão e olhou para ela. Seu rosto e olhos estavam frios. — Tudo isso não é suficiente para você, Granger? Há algo mais que você quer?

— Não. Eu só... sinto muito.

Ele zombou. — Talvez um dia, quando tiver tempo, eu possa fazer uma lista para você de todas as coisas que desculpas não resolvem.

A mão de Hermione caiu. — Draco, eu...

Ele se foi.

Ela voltou para Grimmauld Place. Seu peito parecia vazio.

Tudo parecia vazio.

Ela queria se livrar de seus livros, de seus diários, de tudo relacionado a Draco. Parecia vingativo e cruel ter um caderno com marcadores bem organizados:

~ Mãos sensíveis - contexto útil do tratamento do cruciatus para contato físico

~ Ombros e pescoço

~ Cicatrizes - muito responsivas

~ Mandíbula inferior perto das orelhas

~ Maçãs do rosto

Bem como notas para si mesma:

~ Interesse definitivo em cabelo

~ Afrouxe as tranças após forragear, solte alguns cachos

~ Contato fácil com os pulsos - encontre contexto para puxar as mangas

~ Gosta de pescoço/garganta. Traço possessivo?

~ Use camisas de colarinho parcialmente desabotoadas ou com decote em V. Pegue emprestada a camisa azul com gola canoa de Ginny.

Todos os livros de psicologia. Os livros sobre trauma emocional. Sobre transtornos de apego. Na linguagem corporal e sinais físicos involuntários. Ela queria queimar tudo.

Ela subiu para o quarto que dividia com Ginny. Harry estava atualmente em missão na Escócia. A Ordem estava tentando encontrar uma maneira de invadir Hogwarts. Era o único lugar onde eles tinham quase certeza de que havia uma horcrux, mas o castelo era impenetrável. Os Comensais da Morte foram minuciosos quando a prisão foi montada.

Hogsmeade quase foi arrasada nos primeiros anos da guerra. Não havia nenhum túnel da Casa dos Gritos ou túnel através da lombada em Gunhilda de Gorsemoor. A Ordem continuou tentando encontrar uma maneira de passar pelas enfermarias, sem sucesso. Foi a terceira missão de Harry lá. Harry, Ron, Terry Boot e Zacharias Smith foram enviados.

Harry não falava com Hermione desde o Natal.

Ela lançou o feitiço de desbloqueio na porta do quarto e a abriu. Ao entrar, ela ouviu um suspiro rápido.

Ginny estava encolhida ao lado da cama, soluçando baixinho. Ela se virou bruscamente quando Hermione entrou na sala. A expressão de Ginny quando ela se virou e avistou Hermione era de angústia; seu peito gaguejava fortemente enquanto ela ofegava rapidamente pela boca aberta. Até o cabelo ruivo dela estava molhado de lágrimas.

— Ginny — Hermione disse. — Ginny, o que há de errado? O que aconteceu?

— Eu não sei... — Ginny forçou as palavras e começou a chorar ainda mais.

Hermione se ajoelhou ao lado da amiga e a abraçou.

— Oh Deus, Hermione... — Ginny engasgou. — Eu não sei como...

Ginny parou enquanto lutava para respirar. Sons de soluços sufocados emergiram do fundo de sua garganta enquanto ela lutava contra os espasmos nos pulmões.

— Está tudo bem. Respire. Você precisa respirar. Diga-me o que há de errado e eu ajudo você — Hermione prometeu enquanto passava as mãos para cima e para baixo nos ombros de Ginny. — Apenas Respire. Contando até quatro. Espere. Em seguida, expire pelo nariz e conte até seis. Nós vamos construir isso. Eu respirarei com você. Tudo bem? Vamos, respire comigo. Eu tenho você.

Ginny apenas chorou mais.

— Está tudo bem — Hermione continuou dizendo enquanto começava a respirar fundo e demonstrativamente para Ginny segui-la. Ela segurou Ginny com força em seus braços para sentir o peito de Hermione se expandindo e se contraindo lentamente como um sinal subconsciente.

Ginny continuou chorando por mais alguns minutos antes de seus soluços diminuírem e sua respiração lentamente começar a espelhar a de Hermione.

— Você quer me dizer o que há de errado ou prefere que eu procure outra pessoa? — Hermione perguntou quando teve certeza de que Ginny não continuaria hiperventilando.

— Não, você não pode... — Ginny agarrou a camisa de Hermione com força para impedi-la. — Oh Deus! Eu não...

Ginny começou a soluçar no ombro de Hermione novamente.

— Eu não tive a intenção... — Ginny soluçou, — Eu não tive a intenção. Não sei o que fazer.

— Ginny, o que há de errado? — Hermione estava ficando gelada de pavor. O que possivelmente aconteceu para fazer Ginny chorar tanto?

Ginny ficou em silêncio por vários segundos. Então ela respirou fundo e prendeu o ar por um momento. — Estou grávida.

Ginny começou a chorar novamente.

Hermione recuou e olhou para Ginny com horror. Ela sentiu como se tivesse levado um soco violento no peito.

— Como? A-a poção anticoncepcional não funcionou? — Hermione sentiu-se à beira de um ataque de pânico. Oh Deus.

Se a poção contraceptiva tivesse falhado...

Se Hermione estivesse grávida, ela teria que abortar. Ela não poderia estar grávida durante uma guerra. Não valia a pena o risco. A gravidez faria com que sua magia se desestabilizasse. Ela regularmente usava certos feitiços para combater maldições em tons mais escuros de cinza. Era cumulativo e a exposição pode resultar em anomalias fetais. Talvez já tivesse acontecido, se ela estivesse grávida. Agora que Padma a substituiu em grande parte, desenvolver contra-maldições foi uma das coisas mais vitais que Hermione fez na ala hospitalar.

Se Draco descobrisse que ela o seduziu quando estava fértil, provavelmente pensaria que ela fez isso de propósito. Ele... ele...

Ele a odiaria para sempre.

Ainda mais do que ele já odeia.

As pontas dos dedos de Hermione estavam começando a formigar como se agulhas os espetassem.

A expressão de Ginny franziu-se. Ela olhou para a expressão congelada de Hermione enquanto enxugava as lágrimas com as costas das mãos. — Não. Eu não - eu só estava tomando quando Harry estava aqui. Por causa do sabor, você sabe. Mas no mês passado, quando eu estava na Irlanda e ele e Ron apareceram na casa segura, eu não tinha a poção comigo. Eu pensei, foi só uma vez, o feitiço deveria ser suficiente.

Ginny fungou e enterrou o rosto nas mãos.

Hermione quase desmaiou de alívio. Não havia nada de errado com suas poções anticoncepcionais.

Hermione afastou a linha de pensamento e colocou as paredes de oclumência no lugar, forçando-se a focar em Ginny. Ela abraçou Ginny de forma tranquilizadora e deu um beijo em seu cabelo.

— Está tudo bem. Levarei apenas alguns dias para conseguir os ingredientes para fazer um abortivo.

— Eu não posso — Ginny sufocou as palavras e começou a chorar novamente.

As mãos de Hermione nos ombros de Ginny se apertaram enquanto ela olhava para ela. Ela respirou fundo. — Você quer mantê-lo.

Ginny assentiu, fungando. — Eu tenho que manter. Harry, ele só fala em ter uma família. Como depois da guerra vamos ter filhos. Meninos chamados James, Sirius ou Colin, ou meninas chamadas Lily e Luna. Isso é... isso é tudo com que ele sonha. Se eu fizesse um aborto, isso partiria seu coração. Ele diria que está tudo bem, mas ficaria arrasado. Para ele, isso significaria que eu não acho que ele poderia vencer. E não posso manter algo assim em segredo durante toda a minha vida. Sabendo que ele ficaria com o coração partido se soubesse e apenas fingindo não estar.

Hermione assentiu lentamente e desviou o olhar. — Tudo bem. — Ela engoliu em seco. — Você provavelmente pode ficar aqui até que Harry volte de sua missão atual. E então podemos transferi-la para uma das casas seguras do hospício. Você vai querer ficar com sua mãe, não é?

Ginny balançou a cabeça bruscamente, enxugando as lágrimas do rosto. — Não. Eu preciso esconder isso. Ninguém pode saber. Nem mamãe, nem Harry, nem ninguém.

Hermione olhou para Ginny perplexa.

Ginny olhou para baixo e seu peito estremeceu. — Harry – Harry não está muito bem agora. Todo mundo está tão animado que estamos chegando ao fim, que estamos na etapa final. E ele está feliz – ele acha que pode ser real, mas – isso também o está quebrando. Tudo depende dele, mas ele não sabe como vencer. Como deveria funcionar. Ele teme que, se alguém perceber isso, toda a Resistência possa entrar em colapso. Ele começou a ter pesadelos novamente. Mesmo comigo. Acho que ele nem sabe como funcionar sem Ron. Somos tudo o que o está segurando. Se ele descobrir que estou grávida, temo que o estresse acabe quebrando-o completamente. Não é como se ele precisasse de mais motivação para querer que tudo isso fosse feito. Pensar que tem um filho dependendo dele provavelmente pioraria tudo.

Hermione engoliu em seco, tentando avaliar se haveria algum valor em tentar dissuadir Ginny. Ela estudou o rosto de Ginny. A linha teimosa de sua boca e queixo e o fogo determinado em seus olhos.

Hermione soltou um suspiro baixo e cansado. — O que você quer fazer?

— Não sei. Talvez eu pudesse fingir que estou doente com alguma coisa e me esconder em uma das casas de repouso.

Hermione ergueu as sobrancelhas em dúvida, mas depois de um momento inclinou a cabeça pensativamente para o lado. — Acho que conseguiria fazer isso. Mas... Ginny, você terá que ficar isolada. Podem levar meses. E se você tiver o bebê e a guerra ainda continuar? Você vai esconder isso de Harry também?

Gina balançou a cabeça. — Não. Se a guerra durar tanto tempo, eu confesso tudo. Mas se eu estiver grávida, Harry só vai se preocupar. Estar grávida não é a mesma coisa que ter um bebê de verdade. Se você me fizer parecer doente com algo contagioso, mas curável, ele ficará chateado, mas ficará bem. Ele confia em você. Se você contar a ele que levará alguns meses para sarar, mas ficarei bem, ele acreditará em você. Ele sabe que você não mente para ele, mesmo quando ele quer.

Os olhos de Hermione caíram e ela torceu a bainha da camisa entre os dedos. Ginny agarrou a mão dela.

— Você vai ajudar, Hermione. Você vai me ajudar a proteger Harry, não vai?

Hermione assentiu lentamente. Todo o seu corpo parecia pesado. — Vou te ajudar. Vou precisar de alguns dias para descobrir como fazer isso.

— Obrigada, Hermione. — Ginny começou a chorar novamente. — Deus, eu fui tão cuidadosa. Eu nunca quis que isso acontecesse.

Hermione a abraçou com força e deixou Ginny chorar em seu ombro por mais alguns minutos. Ela esfregou círculos distraídos nas costas de Ginny enquanto fazia uma lista mental. — Nós vamos descobrir alguma coisa. Eu sei que você não estava tentando engravidar.

Ginny acenou com a cabeça contra o pescoço de Hermione. — Obrigada. Estou falando sério, Hermione. Você é a única pessoa em quem posso confiar para isso. — Ela recostou-se e esfregou o rosto. — Deus, esses hormônios e tudo cheira mal. Nem sei quando chorei tanto. Acho que vou ter que me esconder aqui. Passei pela cozinha mais cedo e quase vomitei no corredor.

Hermione assentiu enquanto catalogava mentalmente doenças de longo prazo. — Isso é bom. Preciso pesquisar. — Ela levantou. — Apenas fique aqui. Deixe-me saber se você precisar de alguma coisa.

Hermione saiu do quarto e seguiu pelo corredor até o banheiro. Ela fechou a porta cuidadosamente atrás de si e, olhando para a barriga, lançou um feitiço de detecção de gravidez. Suas mãos tremiam levemente.

Negativo.

Ela fechou os olhos e desabou contra a porta, aliviada.

Ela ficou lá por mais um minuto até que suas mãos pararam de tremer, então ela saiu correndo do banheiro para a biblioteca.

Hermione passou quase dois dias seguidos preparando poções experimentais e praticando feitiços glamorosos e tentando ter certeza de que cada detalhe estava perfeito. Ela pegou um saco cheio de poções e foi para o banheiro. Ela engoliu um pequeno frasco e observou a poção fazer efeito.

Demorou alguns minutos. Então uma sensação semelhante a uma forma suave de polissuco arrepiou sua pele e ela se viu se transformar. Sua pele se formou em aglomerados de pústulas roxas de aparência dolorosa por todo o corpo. Ela fez uma careta e se inspecionou de todos os ângulos. Foi uma transformação terrivelmente convincente. Ela pressionou e cutucou várias pústulas e não sentiu nada. O glamour suspenso era indolor.

Ela engoliu o antídoto e sentiu a pele formigar novamente enquanto observava sua pele clarear.

Ela pegou suas poções e foi para seu quarto.

Ginny estava sentada na cama, folheando uma revista. Hermione sentou-se e Ginny olhou para cima, com os olhos arregalados e curiosos.

Hermione mexeu na bolsa nas mãos. — Eu desenvolvi uma poção que imita os sintomas externos da doença respingo.

O rosto de Ginny se contorceu. — Realmente? Tem que ser isso?

Hermione revirou os olhos. — É a melhor opção que posso encontrar que atenda a todos os seus requisitos. É contagioso; sabe-se que a recuperação leva até um ano, então você pode ficar escondida o tempo que for necessário. Parece convincente; se você não parecer terrivelmente doente, as pessoas podem ficar céticas. Principalmente porque foram seus irmãos que inventaram as imitações. Ninguém vai pensar que você está fingindo isso. E possivelmente o mais importante, não é letal. Harry não terá que se preocupar com a possibilidade de você morrer por causa disso. Como não é uma transformação física completa – apenas um glamour externo – consegui suspender a poção em sangue de dragão, o que significa que cada dose durará semanas. Você não terá que redosear constantemente para mantê-lo.

Gina assentiu.

Hermione mexeu no cordão da bolsa. — Spattergroit é altamente contagioso. Se alguém da Resistência a contraísse, seria imediatamente colocado em quarentena para evitar arriscar toda a Resistência. Mesmo que não seja letal. Eu... vou ter que informar Kingsley sobre a situação real para colocar você em quarentena.

Ginny imediatamente abriu a boca para protestar, mas Hermione ergueu a mão para silenciá-la.

— Se eu não contar a ele, ele não aprovará me ter como sua cuidadora. Eu prometo, se eu explicar, ele não se sentirá obrigado a contar a Harry. Mas ele precisa saber para manter a mentira. E, dessa forma, se alguém da sua família ou Harry tentar exigir ver você, ele terá mais poder de veto do que eu. Moody também o apoiará. Precisamos de Kingsley.

Ginny assentiu relutantemente.

Hermione pegou um livro com um capítulo marcado e estendeu para Ginny. — Os primeiros sintomas do Spattergroit são coceira e dor de garganta. Qualquer pessoa com quem você interagir ficará em quarentena por alguns dias. Então evite Poppy e Padma — a boca de Hermione se contraiu levemente, — se você tem alguém que você acha que precisa de alguns dias de folga, é com eles que você deveria ir ver.

O canto da boca de Ginny ergueu-se ligeiramente. Seus olhos ficaram enevoados.

Hermione se levantou. — Eu preciso falar com Kingsley. Vou dar-lhe uma dose antes de ir para a cama. Então você vai 'acordar' com isso.

A 'doença' de Ginny jogou Grimmauld no caos. O quarto de Hermione e Ginny foi colocado sob uma montanha de proteções de quarentena e contenção. Somente Hermione poderia entrar na sala sem disparar uma casa cheia de alarmes estridentes.

Kingsley e Hermione coordenaram os detalhes tanto quanto possível. Assim que o diagnóstico foi dado, Hermione e um punhado de outros ocupantes de Grimmauld Place também foram colocados sob quarentena preventiva de três dias em outra sala.

Padma foi enviada em busca de ingredientes e levou Parvati com ela. As meninas caíram em uma armadilha de harpia. Elas lutaram para escapar, mas Parvati acabou com lacerações nas costas e o pé direito de Padma foi quase totalmente mastigado. Hermione consultou Poppy durante as proteções de quarentena, mas não havia nada que pudesse ser feito para restaurar o pé de Padma.

Depois que todos em quarentena temporária foram liberados, Kingsley encarregou Hermione de monitorar a condição de Ginny. Ela visitava Ginny a cada quatro dias. No resto do tempo, Ginny teria que ser mantida isolada. Ninguém entraria em seu quarto. Dobby ficou responsável por cuidar de Ginny no dia a dia e levar as refeições para ela.

Quando Molly Weasley se recuperou de sua indignação com Kingsley por não ter permissão para ver sua filha, ela foi efusiva em seu agradecimento a Hermione por quão meticulosamente Hermione havia planejado os cuidados de Ginny.

Pesquisar sobre obstetrícia às escondidas estava incluído na interminável lista de coisas que Hermione fazia secretamente quando não estava na enfermaria do hospital cobrindo Padma.

A Resistência estava muito ocupada para que a notícia da doença de Ginny causasse repercussões por muito tempo. Depois que o pânico inicial de que a doença pudesse se espalhar diminuiu, as coisas voltaram a uma tênue sensação de normalidade. Hermione só teve que temer as reações de Ron e Harry quando eles voltassem da Escócia.

Toda a sua vida parecia tensa, sem qualquer sensação de alívio. Ela se sentia exausta; esticada até ficar quase transparente.

Ela se preocupava todos os dias com Draco, mas vê-lo era apenas um tipo diferente de agonia. Ele estava magro e nervoso. Ele mal olhava para ela; ele mal falava com ela. Ele a treinou. Ele entregou suas informações. Ele aceitou suas ordens de Moody. Ele saiu.

Quando ela tentou falar com ele, ele simplesmente ficou mais frio.

Depois de mais algumas semanas, ele fez uma pausa e olhou para ela novamente, em vez de simplesmente sair. — Diga a Moody para alimentar você. Você parece um cadáver.

Ele desapareceu antes que Hermione pudesse dizer qualquer coisa.

Quando ela voltou para Grimmauld Place, Angelina ergueu os olhos de uma partida de xadrez mágico com Katie, sua expressão sóbria. — Harry, Ron e Terry estão de volta. A Ordem está interrogando agora. Ninguém contou a eles sobre Ginny ainda.

Hermione assentiu e foi para a sala de jantar.

— O castelo tem tantas proteções que é difícil até mesmo encontrá-las — Harry estava dizendo em voz baixa e relutante quando Hermione abriu a porta. Ele estava afundado na cadeira. Seus olhos tinham sombras tão escuras que pareciam machucados. — Passamos pelas ruínas de Hogsmeade tentando encontrar algum dos túneis antigos. Tentamos cavar o túnel da Dedosdemel, mas ele desabou. Então tivemos a ideia de tentar a aproximação pelo Lago Negro. Mas quando entramos, os inferi começaram a aparecer e... foi... foi aí que Zacharias...

— Não foi culpa de Harry. O lago foi ideia minha — Ron interrompeu assim que a voz de Harry sumiu. — Quando ele tentou ir atrás de Zacarias, eu o impedi.

Ron tinha uma expressão levemente atordoada, como se estivesse em estado de choque. Harry se recusou a olhar para Ron.

— Essa foi a decisão certa, Ron. Os Inferi na água são quase impossíveis de combater, já que não podem ser incendiados — disse Remus, apoiando a mão no ombro de Ron.

— Isso não é motivo suficiente para deixar Zacharias se afogar — disse Harry com uma voz amarga, sua expressão distorcida pela frustração. Ele segurava uma pena surrada e arrancava as farpas de cada lado enquanto a girava nos dedos. — Havia algo que poderíamos ter feito se Ron não tivesse perdido tempo me restringindo e deixado Terry entrar sozinho.

— Manter você vivo é trabalho de Ron, Harry — disse Kingsley. — Essas são as ordens dele; se você for beligerante, eu o transferirei e assumirei sua proteção pessoalmente. Você se opõe ao seu parceiro, Harry?

Harry olhou para Kingsley, esmagando a pena em sua mão. — Não.

— Bom. Mais alguma coisa para relatar?

Harry ficou em silêncio.

— Nós saímos depois que perdemos Zacharias — Ron disse em um tom monótono, todo o seu corpo parecia flácido. — A maior parte da missão foi gasta em levantamentos e depois na construção de túneis.

Kingsley assentiu lentamente. — Entrar em Hogwarts é vital para pôr fim a esta guerra. Você terá alguns dias para se recuperar e depois enviaremos uma equipe maior.

— Eu gostaria de ser voluntário para a próxima missão — disse Remus, inclinando-se para frente. — Está claro para a próxima lua cheia. Conheço a Floresta Proibida; Tenho algumas ideias que talvez valha a pena explorar.

— Eu também — Tonks assentiu.

— Tudo bem. Harry, Ron, Remus e Tonks da Ordem. Moody e eu examinaremos as escalações e escolheremos mais dois times.

Harry assentiu e olhou distraidamente para a porta. — Tudo bem. Algo mais?

— Sim... — Kingsley disse lentamente.

Hermione se encolheu interiormente. Harry olhou atentamente para Kingsley. — O que é?

— Enquanto você estava fora, Ginny Weasley contraiu a doença Spattergroit...

— Ela está bem? Eu preciso vê-la — Harry ficou de pé, com os olhos arregalados e em pânico.

— Ela foi colocada em quarentena — disse Kingsley antes que Harry pudesse fugir para a enfermaria do hospital. — Spattergroit não é letal, mas é altamente contagioso; um surto poderia ter um efeito devastador sobre a Ordem. Ela não tem permissão para receber visitas até que ela se recupere.

Harry engoliu em seco e agarrou as costas da cadeira. — Certo. Quanto tempo leva? Algumas semanas?

A sala se virou para olhar para Hermione perto da porta. A expressão de Harry ficou cautelosa quando ele encontrou os olhos dela.

— Spattergroit pode ser uma doença de longo prazo. Normalmente leva meses, mas pode durar até um ano antes que os elementos contagiosos finalmente desapareçam. É impossível dizer quanto tempo ela ficará em quarentena — Hermione disse calmamente.

— Meses? Um ano? — Harry parecia prestes a cair para trás. — Você... você não pode isolá-la por tanto tempo. Isso é tortura. Deve haver uma maneira de eu visitá-la. Algum tipo de poção. Ou feitiços.

— Granger, como nossa profissional médica mais qualificada, é a única autorizada a visitá-la para monitorar sua condição. Dobby entrega suas refeições, já que os elfos domésticos são imunes a doenças e não são conhecidos por transmiti-las. Você pode enviar cartas e mensagens com eles. Eles são os únicos permitidos na sala. Se você fizer qualquer tentativa de entrar em contato com Ginny, você colocará potencialmente em risco todo o esforço de guerra. Harry, só direi isso uma vez. Se você tentar violar a quarentena, ela será transferida para um local não revelado até se recuperar. Se você tiver dúvidas, leve-as para Granger. Reunião encerrada.

Todos os outros saíram. Depois de alguns minutos, Hermione ficou sozinha com Harry.

— Ela vai... ela vai ficar bem, não vai? — Harry disse assim que a sala ficou vazia. — Ela está com dor?

— Com o tempo ela ficará bem — disse Hermione, mexendo nervosamente as mãos atrás das costas. — Ela não está com nenhuma dor. Ela está tomando poções restauradoras e passa muito tempo dormindo. A recuperação do Spattergroit depende muito de uma boa saúde, estou fazendo todo o possível para garantir que ela esteja confortável e feliz.

— Ok. — Harry assentiu repetidamente. — Isso... isso é bom. Você sabe como ela pegou isso?

Hermione balançou a cabeça. — É fúngico. Ninguém mais pegou. Pode ter sido apenas azar.

Harry acenou com a cabeça e se aproximou, sua expressão ficou séria. — Eu posso vê-la? Só uma vez? Só por um minuto. Eu só quero ter certeza de que ela sabe que eu a amo.

O canto da boca de Hermione se contraiu quando ela balançou a cabeça. — Sinto muito, Harry, ela está em quarentena. Não existe 'só por um minuto'. Ninguém pode entrar.

Os olhos de Harry ficaram maiores. — Eu vou tomar cuidado. Qualquer coisa que eu precise fazer, seguirei todas as suas instruções. Só uma vez. — Sua voz era ao mesmo tempo suplicante e conspiratória.

Ela conhecia aquela voz tão bem.

Hermione sorriu para ele tristemente enquanto fechava os punhos atrás das costas. — Sinto muito, Harry. Não posso quebrar as regras. Nem mesmo para você.

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