Boa leitura<3
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"Oi!" Falei assim que Dream atendeu.
"E ai, tá tudo bem?!" Perguntou ele.
"Bom... me desculpa por não atender ontem, o meu amigo dormiu aqui e meu celular descarregou... tem muita coisa na minha cabeça agora... com minha mãe aqui e tudo mais e-"
"George respira!!" Dream disse me interrompendo, preocupado. "Vai com calma... eu vou escutar cada palavra não precisa se apressar e muito menos resumir."
"Ta bom..." Eu fiz o que ele mandou, respirando fundo e soltando logo depois o ar pela boca.
"Não precisa se desculpar quando está comigo sabia? Eu entendo que coisas acontecem, eu só quero saber se está bem e o que te fez ficar tão preocupado?!" Dream diz com a voz tão suave que me dá calafrios, mas estranhamente me acalma...
"Eu estou bem, eu acho..." Eu respirei fundo outra vez. "Aconteceu uma coisa estranha agora e eu acho que está relacionado ao meu pesadelo."
"Pesadelo?!"
"Pois é... eu não te contei porque preferi esquecer do que ficar com mais medo de dormir de novo e de te deixar com medo também, mas acabou não funcionando."
"Do que está falando? Estou muito confuso."
"Tá... Dream escuta. Eu não sei se estou sendo observado agora, e também não tenho certeza se estou ficando completamente louco." Comecei a explicar olhando para minha porta fechada imaginando o caminho do banheiro. "Lembra o dia que chorei do nada porque você me deu um susto no sonho?!"
"Me senti muito mal por aquilo, lembro sim!" Falou ele envergonhado.
"Naquele dia, eu dormi fora da hora que eu geralmente vou dormir, ou seja mais cedo... Então eu tive um pesadelo e nesse pesadelo tinha um espelho gigantesco e sujo! Eu geralmente não ligo para coisas assim eu já tive muitos pesadelos horríveis, mas esse eu juro que me fez pensar que eu estava lá, igual sentimos no campo de dente-de-leões, mas pior me fazendo sentir cheiros, dores, tonturas ruins e senti que algo me observava de todos os lados como se me conhecesse."
"Argh... Isso tá me dando calafrios George!!! Mas então estava chorando por causa do pesadelo?" Dream perguntou como se o aliviasse de não ter sido ele que me fez chorar.
"Na verdade... eu estava com medo de voltar para o pesadelo e nunca mais te ver no campo..." Falei com minhas bochechas começando a queimar de vergonha.
Ele riu carinhosamente pela linha de telefone.
"Você me fez ficar mais envergonhado ainda!" Ele riu um pouco mais.
"Pfft- idiota." Eu brinquei.
Continuei dando detalhes do lugar e o que eu senti na hora.
"Mas então porque ficou com medo agora? Não foi a algum tempo atrás?" Dream pergunta.
"Eu fui tomar um banho agora e a fumaça do banheiro revelou uma impressão de mão, uma mão um pouco maior que a minha! Não podia ter sido minha mãe, primeiro que o banheiro estava trancado, o Wilbur não foi ao banheiro, porque não toma banho de manhã e ontem estava esgotado demais para pensar sobre isso e porque colocaria a mão no espelho?!!"
"Você tem razão. Isso é realmente muito estranho. Então você acha que..."
"É a única explicação, eu acho. Se não for por fora é por dentro." Impliquei. "Eu não sei o que fazer, talvez eu-"
"Você quer que eu vá para sua casa?!" Dream me cortou com um convite nada recusável.
"HÃN?!!" Falei bem surpreso, juro que não esperava.
"Er... eu ia falar para vir aqui, mas você meio que tem visita e provavelmente não seria uma boa ideia deixar sua mãe botar fogo na sua casa e agora com o tal espelho, sei lá ele talvez engoliria ela, então... er que tal?!"
"..."
"George??"
"Você quer vir mesmo? Você disse que não estava preparado para me mostrar você por inteiro!"
"Eu não estou, mas eu quero e acho que nunca vou estar preparado para nada se for parar para pensar."
"Não quero que sinta-se forçado em fazer isso só porque estou com medo." Falei.
"Ei, não se preocupe. Eu nunca tive tão ansioso para ver alguém minha vida inteira." Ele disse me fazendo sorrir imediatamente.
"Tá, mas quando chegar na minha porta não mude de ideia!"
"Pode deixar!" Ele concordou rindo.
"Não queria te fazer medo nem nada, mas você não tem certeza de que algo já não esteja te observando."
"Não me ajudou nada falar isso!" Não pude me conter comecei a rir. "Sei que disse isso para que eu não mudasse de ideia." Ele falou.
"Droga, você me leu meus pensamentos."
"Pfft- tá bom, vou arrumar minha mochila!" Ele disse. "Ah... eu posso levar a Patches?"
"Não precisava nem perguntar. Lógico que pode."
"Okay..."
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"Bom dia filho!" Minha mãe levanta do sofá fingindo animação enquanto falava, posso sentir o cheiro da sua falsidade.
"Hm..." Ignorei andando até a cozinha, mas virei para ela lembrando... "Er, uma pessoa vai vir aqui hoje com um gato, não me importo o que pense, só peço seu respeito e espaço."
"É um homem?!" Ela pergunta.
"Não importa." Continuei o meu caminho até a geladeira.
"George!! É um homem?!" Ela insistiu.
Olhei para ela bravamente. "É! E daí?!" Respondi.
"Meu Deus!! Porque vai fazer esse tipo de coisa bem quando eu estou aqui? Em? Que falta de respeito com sua mãe." Ela senta no sofá como se alguém tivesse acabado de morrer.
Ugh drama.
"Primeiro que não era para estar aqui, a casa é minha e eu já disse que não me importo com o que pense e não vou desmarcar! Segundo, do que diabos está falando?!"
"Me dói saber que está saindo com qualquer um!!" Ela exagera de um jeito tão irritante, me dá ódio.
"Ele não é qualquer um e não tenho a menor ideia do que está-" Ela interrompe.
"Sou sua MÃE!! Você me deve o respeito, faça qualquer coisa que for fazer longe de mim!" Ela levanta de novo, dessa vez furiosa.
"Pfft- não vem falar de respeito comigo!!" Falei fortemente.
"Porque não? Hã?! Você faz coisas assim de propósito para me irritar!!"
"Você deveria ser a última pessoa de quem fala sobre essa palavra. Enquanto tinha um filho para criar, saía comprando qualquer bebida alcoólica por aí só para acumular as garrafas no chão da sala."
"UGH!!!" Ela levantou. "Não. Fale. Assim. Comigo!!!" Ela falou entre pausas.
Eu bati com força a caixa de cereais que peguei na bancada enquanto olhava para ela. "Não é culpa minha que foi uma péssima pessoa, ainda é na verdade e me odeia tanto ao ponto de me pedir respeito!"
"..." Ela ficou em silêncio.
"É exatamente por isso que você não deveria ficar aqui! Toda vez que tenho que interagir com você, você arruma algo para me fazer perder a cabeça! Agora eu sei que é de propósito por atenção, então não tente arrancar algo de mim que já não tenha tirado." Respirei fundo terminando de colocar meu cereal.
"Não é culpa minha, ainda me dói saber que é-" Eu sei que nada do que eu falei adiantou, eu conheço essa mulher o suficiente para saber que entrou em um ouvido e saiu por outro.
"Não ouse terminar essa frase, porque você, mãe não sabe o que dói de verdade. Mas quer saber o que dói?" Olhei para ela e comecei a descrever tudo que sentia. "Ir andando de volta para a casa e começando a chorar antes mesmo de entrar, porque não podia chorar, eu não podia demonstrar fraqueza em nenhum lugar porque se não minha situação piorava. Deitar no chão do meu quarto com tanta dor por sabe-se lá quanto tempo. Me odiar tanto sem saber que a culpa nunca foi minha. Querer fazer algo, mas nem mesmo ter energia para se levantar. Você não sabe como é a dor de querer deixar de viver!!!"
"..." Ela continua calada, acho melhor assim.
"Então me desculpa se eu esqueci que só existo quando precisava de algo..." Respirei fundo outra vez examinando minha vasilha de cereal.
"Perdi a fome!" Falei saindo do ar tóxico que ela deixou.
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Não vou ficar triste hoje, já estou quase me acostumando com ela outra vez. Dream vem aqui em casa e não quero ficar pensando sobre isso.
Antes das seis horas passei meu endereço para Dream, disse ele que era um pouco longe de sua casa e que chegaria mais ou menos umas dez para às oito horas da noite.
Não tinha nada para fazer então fiquei o tempo todo no celular esperando a bendita hora passar.
"Aí é sempre na melhor hora que essa merda descarrega!!"
Me levantei e enquanto procurava meu carregador ouvi a campainha tocar. Corri para abrir dando uma pausa para respirar, sei exatamente quem é. Estou nervoso mas finalmente decidi abrir.
O que eram segundos pareciam ser horas ou talvez dias, o mundo decidiu ir em câmera lenta. Para minha surpresa ali estava Dream, com Patches na mão com uma expressão séria estampada de nervoso no rosto, isso me faz sorrir de leve.
"Oi..." Eu disse tentando digerir a sua aparência de cima a baixo.
"Você... tá bem?" Dream fala.
"...Hm?" Ele me tira da sua hipnose me assustando com um pouco de vergonha. "Ah é.... eu to ótimo!! Haha, e você?!" Virei uma bagunça de palavras.
Nós estávamos nos encarando, parados na porta.
Tive que me acordar de novo. "Desculpa é... entra aí!!" Sai da frente coçando meu pescoço sem jeito.
"Licença, desculpa incomodar." Dream entrou, ele tinha sua mochila nas costas e com a Patches ainda em seus braços e falou ele constrangido, mas sem tirar seus olhos de mim também.
Eu não sei o que fazer!! Devo-o abraçar? Isso é estranho como que vou me acostumar?! Minha mente começou a entrar em piloto automático.
"Que nada você é perfei- digo, tá de boas! Haha..." Aí eu só dou má nota. Me dei um tapa na testa mentalmente.
"Você... realmente tá bem?" Dream pergunta outra vez!
Droga como ele faz para ficar tão bem composto e confiante?! Mas sei que também está nervoso, ele não me engana. "Aham to sim... é que tá abafado aqui né?"
"Podemos sair para caminhar! A Patches podia precisar de um alongamento depois do longo passeio de carro!" Ele sugere.
"Pode ser... deixe suas coisas no sofá, fica a vontade!" Concordei pegando meu casaco. Saímos, Patches tá com sua coleira, para não se perder. Sem querer me gabar, mas ela parecia gostar de mim.
Lado a lado andamos até o parque pequeno daqui, o vento frio de todas as noites fazendo os cabelos de Dream voarem a cada passo! Seus olhos brilhavam, sua pele tão clara. Dream é etéreo demais, quase não consigo acreditar.
"Pensei que fosse menos bonito..." Chegamos ao parque vazio e quase escuro então fui eu que criei coragem para começar o assunto.
"Pfft- como assim?" Ele para e me olha, fazendo meu coração disparar.
"Não sei explicar!"
Nós rimos, encostamos em um banco e começamos a conversar por algum tempinho tentando tirar um pouco de constrangimento, mas ele voltou ao primeiro assunto.
"Sabe você também é mais bonito do que minha mente podia tentar imaginar..." Ele disse olhando para baixo.
"Ei!!" Eu dei um leve soco nele. "Você vai me deixar sem jeito."
"Não, é sério!!" Ele se virou de corpo inteiro para me olhar, não só de rosto, parecia que queria falar sério. "Tive que me segurar para não te dar um abraço!!" Ele sorriu envergonhado.
"E porque não me deu?!" Falei por impulso.
"Eu..." Dream começou a chegar mais perto devagar, encarando minha boca e meus olhos.
Gelei por alguns segundos, mas logo me coloquei a realidade e me afastei, fingindo não saber o que ele estava tentando fazer e mudei o assunto olhando para qualquer outro lugar de menos a ele. "Bom... devemos voltar não é? Está tarde!!" Andei sem olhar para trás com a mão no peito, mas devagar o suficiente esperando ele me acompanhar.
"George! Espera quase nem conversamos!" Ele segura meu braço me puxando logo depois para o brinquedo mais perto que é um balanço.
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A/N
Amo vcs!!!
clica na estrelinha ai pra mim :)