- Só um... minuto, Senhor. (Ana)
Entrei correndo e coloquei a parte de cima do meu pijama.
Era um sobretudo.
Até que ficou bom...
Voltei na porta e pedi para ele entrar.
- Eu queria falar sobre o que houve lá em baixo.
Pode ter se assustado. (Richard)
Ele se sentou na cama me convidando a fazer o mesmo.
- Esse trabalho é bem complicado.
Você luta com a morte todo dia e as vezes até se apega aos pacientes. (Richard)
Eu estava apenas o observando atentamente.
O Richard, pegou a minha mão para simular uma queda de braço.
- O que...? (Ana)
- Se concentra.
Sou a morte e você uma Médica.
Tem que ter uma grande concentração, tem que estar focada o tempo todo, tem que ter em mente que uma vida depende de você.
Mas, as vezes com um pequeno deslize... (Richard)
Ele abaixou o meu braço, ganhando a queda de braço.
- Você perde a luta e seu paciente a vida. (Richard)
- Isso é muita pressão.(Ana)
- É. ( Richard)
- Foi isso que aconteceu com a Senhora Vivian?
Ela perdeu um paciente? (Ana)
- O mais antigo dela. (Richard)
- Como conseguem lidar com isso? (Ana)
Eu sei, estou fazendo muitas perguntas, mas acontece que estou muito curiosa.
Realmente quero saber.
- Cada médico reage de uma forma.
O Meu Pai, não se deixa abalar, ele tem muito controle sobre suas emoções, mas quando era mais novo se afastava por alguns dias.
A Vivian, vai no psicólogo sempre que possível. (Richard)
- E você? (Ana)
Ele apenas sorriu para mim e depois olhou para o nada.
- Acho melhor deixar você descansar. (Richard)
Quando o vi indo em direção a porta, o chamei, impedindo que continuasse.
- Richard. (Ana)
- Sim? (Richard)
- Admiro o trabalho de vocês.
Infelizmente tem muitas perdas ao longo dos dias, mas, vocês também salvam muitas vidas e isso é admirável. (Ana)
Ele sorriu em sinal de agradecimento.
- Boa Noite, Ana. (Richard)
***********************************
Acordei na madrugada seguinte ouvindo o choro da Sofia pela babá eletrônica.
Lavei o meu rosto super rápido para acordar e fui para o quarto dela.
- Bom Dia, Princesa...
Quer mamadeira, não é ? (Ana)
Eu estava toda descabelada no quarto da menina.
Com certeza ela ai esta chorando, está assustada.
Fiz um coque, a peguei no colo e desci para fazer a mamadeira.
Depois subi para o quartinho dela e a alimentei.
- Ela madruga assim como o pai dela. (Richard)
- Bom Dia, Senhor. (Ana)
- Bom Dia, Ana.
Tem café na cozinha, se quiser. (Richard)
- Obrigada. (Ana)
O Richard, deu um beijo na sua filha e em seguida se despediu de mim para ir ao hospital.
A Sofia, é uma dorminhoca.
Vive dormindo!
Agora mesmo terminou a mamadeira e foi dormi.
Aproveitei para tomar um banho, arrumar meu cabelo e colocar uma roupa confortável.
Em seguida, desci para tomar café.
- Bom Dia, Ana. (Vivian)
Me virei e vi o Vivian sem maquiagem, com o rosto inchado, descabelada e enrolada em um roupão.
- Bom Dia, Senhora. (Ana)
- Por favor, Ana.
Me chama de Vivian. (Vivian)
Peguei uma xícara e coloquei café para ela.
- Cadê a Sofia? (Vivian)
- Está dormindo. (Ana)
- Que bom.
Mais tarde vou encontrar o meu noivo.
Preciso falar com ele. (Vivian)
- Ele saiu faz uns 20 minutos, Senhora Vivian. (Ana)
Ela se engasgou com o café.
- Que?
Acho que se enganou, Ana.
Ele chega de viagem hoje. (Vivian)
Viagem??
Mas, o Richard não foi viajar.
- Vem aqui.
Acho que nós duas estamos confusas. (Vivian)
Ela me sentou no sofá com ela.
- Você não acha que eu e o Richard somos...?
Ecaaaaaa! (Vivian)
Concordei com com cabeça.
Realmente achei que eles fossem um casal.
Ela começou a rir.
- Ah, linda, você se enganou.
Sou a irmã mais nova do Richard. (Vivian)
Isso não está fazendo sentido na minha cabeça.
- Mas, a Sofia...?
Achei que era sua filha. (Ana)
- Ela é minha sobrinha. (Vivian)
- Nossa...
A minha cabeça está muito confusa agora. (Ana)
Nós duas rimos.
- Sério?
Não percebeu a semelhança?
Dizem que sou a cara do meu irmão. (Vivian)
Nós rimos mais uma vez.
E não, ela não parece com o Richard.
E mais uma vez escutei a Sofia chorar pela babá eletrônica.
- Minha deixa. (Ana)
- Ana, eu estava precisando rir um pouco e você me animou.
Quer passar a tarde comigo?
Vamos tomar café da manhã em algum lugar?
Ir na Praça? Sabe?
Sair um pouco. (Vivian)
- Está bem.
Só vou arrumar a Sofia e me arrumar também. (Ana)
Vi um sorriso alegre surgir em seu rosto.
Fiquei feliz em vê-la animada.
**********************************
- Aaaaaaah!
Você está me atacando?
Contraaaa ataque! (Ana)
A Sofía, jogou água no meu rosto.
Então, comecei a brincar com ela.
Ela tem uma risada muito boa de ouvir, faz você rir junto.
- Eu sou um tubarão perigoso.
Ha ha ha ha!
Você, minha pequena sereinha, me de a sua risada!
Se não, vou começar a cantar e vai por mim, sou um terror cantando! (Ana)
Ela está rindo.
- Vem!
Vamos sair antes que a sua tia venha nos buscar. (Ana)
A coloquei na cama.
E percebi que seus olhos estavam em mim a todo momento.
- Você é muito fofa.
Não aguento com essa carinha. (Ana)
- Oii, Meninas!
Como estou? (Vivian)
- Olha, Sofía.
Sua Tia Vivian, está maravilhosa! (Ana)
Ela sorriu para mim e foi brincar com a Sófia.
- Cadê o sorrisinho dá titia?
Cadê??
Ah, eu quero um sorriso! (Vivian)
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Minutos depois.
- Cheirosinha. (Ana)
- Vamos? (Vivian)
- Vamos. (Ana)
Já tinha me arrumado.
Não tinha muito o que fazer, fui bem básica.
- Está linda a propósito.(Vivian)
Sorri para seu elogio.
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Nós chegamos em uma cafeteria muito chique.
Estamos na frente do estabelecimento.
- Ana, pode pegar ela rapidinho?
Vou fazer os pedidos.
O que vai querer? (Vivian)
- Eu não recebi ainda... e... (Ana)
- Por minha conta. (Vivian)
- Não seria certo. (Ana)
- Vou pegar a especialidade da casa, então. (Vivian)
A Vivian, me deu a Sofia e foi fazer os pedidos.
- Aí, Princesa...
A sua tia, sempre foi assim? (Ana)
- Ana? (Vanessa)
Ergui a minha cabeça para ver a dona da voz.
- Vanessa. (Ana)
Falei sem ânimo.
Ela estava sozinha com um buquê de rosas brancas.
- Gostou das rosas?
São as minhas preferidas!
Foi o Maicon que me deu.
Ele é um amor. (Vanessa)
- Que bom, Vanessa. (Ana)
O Sofía, deu risada brincando com a minha blusa.
- Não vai me dizer que roubou essa criança?
Não consegue superar a morte daquela pestinha e agora sai pegando a filha dos outros?
Você não tem limite mesmo. (Vanessa)
Eu estava ficando muito nervosa.
Detesto assumir, mas as suas provocações estão funcionando.
Sorri como se os comentários não me afetassem.
Não vou fazer nada por conta das crianças.
- O que você disse para ela? (Vivian)
Continua...