Sunlight: O Encontro do Sol e...

By tinyuwji

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Há seis anos, em uma pequena cidade do interior, havia dois melhores amigos correndo um atrás do outro pela p... More

「Prólogo」
O encontro do Sol e da Lua ₊˚✧
「Capítulo: Um」
「Capítulo: Dois」
「Capítulo: Três」
「Capítulo: Quatro」
「Capítulo: Cinco」
「Capítulo: Seis」
「Capítulo: Sete」
「Capítulo: Oito」
「Capítulo: Dez」
「Capítulo: Onze」
「Capítulo: Doze」
「Capítulo: Treze」
"Lótus Negra" e o prodígio do clube de vôlei ₊˚✧
「Capítulo: Catorze」
「Capítulo: Quinze」
「Capítulo: Dezesseis」

「Capítulo: Nove」

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By tinyuwji

— Andrew? — Minha voz finalmente saiu, ridiculamente baixa.

— Por favor — Ele deu um passo à frente, seus olhos brilhavam e seu rosto suplicava por algo — Qual é o seu nome?

Após isso, vi duas linhas descerem de seus olhos, escorrendo por toda a sua bochecha. Cerrei os punhos, tentando extrair um pouco de coragem daquilo que restava de mim.

— Pietro — Gritei caso ele não estivesse ouvindo, me forçando a parar de chorar, o que foi um pouco em vão — O meu nome é Pietro Rossi, seu idiota!

Ele apenas parou, surpreso enquanto me olhava fixamente. Mais e mais lágrimas caíram de seus olhos, como se não pudesse acreditar no que estava vendo.

— Eu estou aqui, Pietro — Ele se forçou a sorrir naquele momento, aquele velho sorriso de uma criança que tinha acabado de ganhar doces — Eu estou...

Antes que ele pudesse sequer terminar a frase, eu permiti que meu lado sentimental assumisse controle de tudo e corri para abraçá-lo. Enquanto o abraçava, ouvi o livro cair no chão, depois algumas páginas passando rapidamente com o vento. Ele me abraçou de volta após um tempo. Suas mãos trêmulas tocando minhas costas doíam como se ali estivessem sendo cravadas pequenas lâminas, perfurando mais e mais à medida que o garoto soluçava contra o meu peitoral.

— Por favor... Me diga que isso não é um sonho — Ele disse um pouco abafado — Eu não vou conseguir acordar sem você aqui.

Aquelas palavras me atingiram como um tiro. Com certeza, isso teria sido a coisa mais cruel que minha mente poderia fazer. Posso ter sonhado com esse dia várias vezes, mas nenhuma teve tantos detalhes.

— Não é um sonho, Andrew — Falei após juntar um pouco das minhas forças.

Sem falar mais nada, ele apenas chorou, se consolando em meus braços. Respirei fundo, juntando novamente forças para levar minha mão até seus cabelos. Ao sentir novamente os seus macios cachos, lhe fiz um cafuné, tentando fazê-lo parar de chorar.


Percebi que fui egoísta ao pensar que era o único que sentia saudades. Agora sei que não fui o único também a pensar que tudo não se passava de uma brincadeira de mal gosto da minha mente, apenas um mero sonho. O seu toque continuava caloroso, mas agora o pequeno cabia por inteiro em meus braços. Percebi que nesses quatro anos eu cresci demais em comparação a ele. Quatro anos...

— Desculpe por ter ido para Itália — Estas palavras apenas saíram da minha boca, sem pensar muito.

— Você está aqui agora, é isso que importa — O tom da sua voz parecia um pouco mais calma.

Dei uma gargalhada, sentindo um enorme alívio e com isso, chorando mais um pouco.

— Eu sabia que você falaria isso — Comentei sorrindo entre algumas lágrimas — Você não mudou nada, Andrew.

— Você também não... Apenas cresceu como uma árvore — Ele disse ainda um pouco abafado, então tirei minha mão de seus cabelos e o soltei um pouco, lhe dando mais espaço. Porém o pequeno não se moveu do lugar — Falei para não crescer tanto, idiota.

— Realmente... Você continua pequeno, como sempre...

Ele me deu um tapa leve nas costas, acredito que era para ser forte.

— Mas a sua voz mudou um pouco. — Comentei rindo e abaixando um pouco a cabeça, sentindo o cheiro de amêndoas de seus cabelos.

— Eu cresci bastante nesse tempo, também tenho barba, apesar de odiar ela.

— Por que não me surpreendo com isso? — Perguntei sorrindo — Você odiava a barba do seu pai.

— Ainda odeio — Senti ele sorrindo contra o meu peitoral.

Era tão bom abraçá-lo novamente. Poderia apenas parar esse tempo e ficarmos assim para sempre.

— Eu senti sua falta, Pietro — Ele disse levantando a cabeça para me olhar. Seus olhos estavam vermelhos, sua bochecha bem molhada, assim como minha camisa. Mas sua boca formava um pequeno sorriso.

Assim que nossos olhos se encontraram, percebi o quanto estávamos próximos e corei um pouco.

— Nunca mais faça isso, ok? — Falei gaguejando um pouco e desviando o olhar.

— Você sabe que agora eu não irei desgrudar de você, né?

— Que Deus tenha piedade de mim — Disse dramaticamente, jogando a cabeça para trás.

E então, rimos juntos. A risada dele continuava a mesma, certamente a reconheceria a quilômetros de distância. Ouvi-la fez minha mente se acalmar um pouco e lhe olhei novamente. Seus olhos brilhavam como uma jóia preciosa.

— Certo! — Ele suspirou, se afastando e batendo nas suas duas bochechas com força.

Lhe olhei confuso e perguntei preocupado:

— O que você está fazendo?

— Temos pouco tempo antes das aulas começarem — Ele respondeu me dando um sorriso radiante.

Pensei que já tinha resolvido tudo com a minha mente há alguns segundos atrás, mas após isso ela entrou em colapso de novo.

"Como o sorriso dele pode ser tão lindo?" me perguntei enquanto sentia algo queimar nas minhas bochechas. Há quanto tempo eu não me sentia assim?

— Vem! — Ele agarrou a minha mão e me puxou para sentarmos em um banco de madeira que ficava há alguns passos da pessegueira.

— Você vai deixar o seu livro no chão? — Perguntei assim que nos sentamos.

— O seu blazer também está no chão — Andrew apontou para o blazer vermelho preso nos arbustos — Digo... Estava.

Suspirei e me levantei, pegando primeiro o seu livro e depois o meu blazer, voltando para o banco que estava sentado com ele. O garoto me observava sorrindo, exalando felicidade enquanto me seguia com os olhos, só faltava balançar as pernas como uma criancinha.

— Você ainda lê esse tipo de livro? — Perguntei-lhe, entregando o livro.

— Sim. Gosto muito do tipo de escrita do seu pai — Ele respondeu pegando com carinho o livro — E também, foi ele quem me deu de presente. É especial.

— Acredito que sim — Falei me jogando ao seu lado.

— O protagonista se parece com você, sabia?

— Até demais...

Andrew riu, jogando a cabeça para trás e olhando para cima, observando as folhas da grande árvore que balançavam com o vento antes de perguntar:

— Quando você voltou da Itália?

— Há três anos.

— Há três anos? — Ele me olhou surpreso.

— Sim — Respondi com um pequeno sorriso.

— Então, durante três anos você ficou em Jolies Fleurs...

— Te esperando? — O interrompi e seu olhar parecia um pouco triste, me confirmando que esse era o completo da sua pergunta — Sim.

— Deveria ter voltado no ano seguinte — Ele comentou desviando o olhar.

— O que importa é que estamos aqui agora.

— Desculpe, Pietro — Ele me olhou como se fosse chorar novamente.

— Sabe — Passei a mão pelos cabelos, jogando a cabeça para trás. Era a minha vez de observar aquelas folhas — Por você, Andrew, eu fui capaz de roubar as provas do semestre para ser expulso do colégio e voltar. Você me deve mais que desculpas... Talvez um ano pagando meus churros me façam esquecer.

Lhe olhei de relance e o garoto estava um pouco confuso, talvez processando que tinha acabado de ouvir.

— Você fez o que? — Ele me olhou incrédulo e com as bochechas um pouco coradas.

— É brincadeira — Gargalhei olhando para as folhas e galhos novamente — Apenas a parte sobre roubar as provas do semestre.

— Você realmente foi expulso?

— Sim. Odiava aquela escola.

— Não acredito...

— Você sabe que eu sou capaz de fazer isso, não é?

— De ser expulso ou roubar as provas do bimestre? — Ele perguntou levando a cabeça para olhar diretamente para meus olhos.

— Dos dois — Respondi sorrindo de canto.

— Você não mudou nada mesmo — Ele disse com a mão direita na bochecha.

— Olha quem fala! — Disse bagunçando seus cabelos enquanto sorria.

Seus cachos caíam sobre seu rosto agora, um pouco bagunçado, mas continuavam lindos. Andrew fez uma careta após perceber que tinha duplicado o volume deles com isso.

— Eu tenho uma palestra mais tarde! — Ele disse um pouco irritado enquanto arrumava o cabelo. Era fofo vê-lo assim.

— Por isso você estava ali atrás? — Perguntei ao lembrar o que Martha disse mais cedo.

Ele me olhou por alguns segundos e depois, sorriu alegremente.

— Eu não perdi esse hábito.

— Você está bem? — Perguntei preocupado.

— Sim — O rapaz disse ainda com o sorriso no rosto — Estou melhor porque você está aqui.

Corei por um momento. Se ele estava ali atrás era porque não queria falar com ninguém no momento. Parece que realmente não perdeu esse maldito habito de se esconder quando está mal. Queria perguntar o motivo para tal ato, mas tenho medo disso estragar esse momento.

— Eu estou feliz que você esteja bem. A Martha estava preocupada contigo — falei desviando o olhar.

— Você encontrou a Martha? — O tom da sua voz era alto, na verdade, o garoto se levantou imediatamente, o que me fez olhá-lo novamente — Quando foi isso?

— Há alguns minutos atrás — Lhe olhei um pouco surpreso.

— Meu deus — Ele colocou a mão na boca.

— Ah! — Exclamei ao lembrar de algo — Também estou na mesma sala que a Charlotte.

— A Charlotte te reconheceu? — Ele perguntou incrédulo.

— Demorou um pouco, mas sim.

O garoto se sentou novamente, jogando a cabeça para trás e passando a mão nos cabelos.

— Não falei muito de você para ela. É uma surpresa que ela tenha te reconhecido.

— Foi meio estranho, na verdade — Comentei sorrindo enquanto jogava a cabeça para trás novamente, como ele. Vamos acabar tendo um torcicolo mais tarde.

— Estranho?

— Ela perguntou o meu nome, meus hobbies, onde morava...

Andrew deu uma gargalhada e logo falou:

— Isso é bem a cara da Martha, na verdade. Deve ser a longa convivência com ela.

E com tudo isso, acabei lembrando dos dois sobrenomes que eram associados ao seu nome com esse assunto, então logo lhe perguntei:

— Você trocou de sobrenome?

Tivemos a mesma ideia de olhar um para o outro nesse momento. Andrew estava com seus olhos brilhando, um pouco tristes. Fiquei um pouco confuso e logo complementei a pergunta.

— Após Charlotte dizer que te conhecia, ela me levou até a Martha no almoço, mas ela não sabia onde você estava, então eu fui com um amigo que fiz na sala para o clube de vôlei. Lá, encontrei o Gael que usou Laviolette, porém Charlotte tinha citado seu sobrenome como Scott inicialmente... Ignorei a ideia de existir dois Andrew no colégio, já que pelas características que Charlotte e Gael usaram, eram a mesma pessoa.

— Eu tentei te escrever naquele tempo, mas esqueci o novo endereço dos seus pais — Ele disse gaguejando um pouco, o que lhe fez desviar levantar a cabeça e olhar diretamente para o chão — Após tudo aquilo — E então, seus olhos se encheram de lágrimas novamente — Eu e o Ethan abandonamos o sobrenome do nosso pai.

Devo ser algum novo tipo de idiota, não é possível.

— Acho que falei muito pouco sobre o sobrenome da minha mãe — Ele me olhou com um sorriso no rosto. Um sorriso triste enquanto segurava algumas lágrimas, bem típico dele.

— Na verdade, eu sempre achei o sobrenome da sua mãe mais bonito — Falei-lhe abraçando — Acabei me esquecendo dele, me desculpe.

— Tudo bem — Andrew disse deitando a cabeça no meu ombro — Você deve ter ficado muito confuso com isso. Deve ter se perguntado se era realmente eu no começo, né? Me desculpe.

Se eu tivesse lembrado que era o sobrenome da sua mãe, teria até soltado fogos de artifícios, afinal eu odeio o seu pai.

— Obrigado por não ter desistido de mim, Pietro.

— Por que eu iria desistir de você, idiota? — Lhe perguntei.

— Porque fazem quatro anos. Você nunca me pareceu alguém que esperaria, desde os dez anos eu percebi isso. Tinha medo de te encontrar e você me tratar como se nunca tivéssemos sido amigos, acho que por isso eu tive medo de voltar. Mas mesmo assim, eu queria te ver mais que tudo — Andrew suspirou e abaixou a cabeça, de forma que consegui sentir um pouco da sua respiração que batia naquele fino tecido branco da camisa social — Sendo sincero, ainda acho que isso seja um sonho.

— Como eu iria desistir da minha lua?

Senti meu rosto ruborizar ao perceber que falei aquilo em voz alta. E, ainda abraçados, senti seu coração bater mais rápido.

— Você ainda usa aquilo? — Ele perguntou.

— Você me fez prometer que nunca tiraria, não lembra? — Disse desviando o olhar.

Andrew deu uma gargalhada, me abraçando um pouco mais forte em seguida.

— Pietro, você ainda quer ser o meu sol? — O rapaz perguntou, e um nervoso, deu profundidade aquela pergunta: — Se passaram quatro anos e é egoísta da minha parte fazer isso, mas eu queria esquecer tudo que aconteceu nesse tempo que passamos separados. Esses anos foram muito difíceis, mesmo tendo feito vários amigos, foi doloroso sem você aqui.

— Você está me pedindo apenas para ignorar tudo?

O garoto saiu daquele abraço, tocando levemente em meu rosto. Suas mãos eram macias e guiaram meu olhar diretamente para ele. Seus olhos estavam marejados, e sua expressão suplicava aquilo.

— Aconteceu tanta coisa — Assim que o garoto disse, algumas lágrimas caíram de seus olhos — Sei que você vai querer saber de tudo, mas eu não consigo te falar sobre isso agora. Foi tudo muito doloroso e finalmente você está aqui comigo, eu não quero estragar isso. Não quero encher a sua cabeça com o que aconteceu nesse tempo, não agora.

Falar isso só vai me fazer ficar mais curioso para saber o que aconteceu.

— Apenas ignorar, né? — falei deitando a cabeça em suas mãos, fechando os olhos — Você é realmente egoísta, Andrew.

Senti a sua mão tremer um pouco e acabei sorrindo, falando em seguida:

— Quando você estiver pronto, me fale o que aconteceu.

— Prometo que falarei.

Naquele momento, infelizmente, o sinal tocou. E Andrew suspirou, falando um pouco decepcionado:

— Temos que ir, Pietro.

Suspirei e abri meus olhos, vendo o garoto tirar gentilmente a mão do meu rosto e limpar as lágrimas que tinham caído novamente.

— Desculpa por ter chorado novamente — O garoto se levantou, sorrindo um pouco envergonhado.

— Não se preocupe com isso — Falei colocando o blazer vermelho do colégio, me levantando em seguida.

Andrew pegou uma flor do arbusto que ficava ao lado do banco que nos sentamos e a colocou em meus cabelos, me abraçando novamente. Desta vez, pela diferença de altura, o garoto teve que ficar nas pontas dos pés para fazer tais atos.

— Amei o seu cabelo desta forma — Ele disse, me fazendo ruborizar.

— Ele estava maior mês passado — Pronunciei rindo, tentando esconder meu rosto.

— Vamos nos encontrar no final das aulas, Pietro — Andrew propôs.

— Você não vai desgrudar de mim agora, não é?

— Já disse que não!

Suspirei, cedendo a ele.

— Não demore muito, Andrew...

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