I'll be there: uma segunda ch...

By jakesumoon

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O que aconteceria se Lee Rang recebesse uma segunda chance? Por conta de um bug no sistema no Escritório de I... More

Dedicatória
Prólogo
1. O apelo de Yeon
2. A nova vida de Rang
3. O acordo
4. Da água para o vinho
5. Eu sei do que estou falando
6. Nem tão bem quanto parece
7. No meu rosto bonito, não.
9. Brincando com fogo
10. Certezas e Incertezas
11. Um dia bom para recordar
12. Ligando os pontos
13. A rush, a glance, a touch, a dance.
14. A verdade dói
15. Prazo de Validade
16. Apenas sentimentos humanos
17. Tic- Tac
18. Love already bloomed in my heart. (PARTE 01)
18. Love already bloomed in my heart. (PARTE 02)
19. Brothers Reunited
20. Fique comigo (PARTE 01)
20. Fique comigo (PARTE 02)
21. A pequena grande Mi-rae
22. Of course, I laugh
23. A intrusa
24. Agindo como uma raposa.
25. Moonchild Ballad
26. Eu sou melhor que ele.
27. Sad Fate
28.Parting at the River of Three Crossings
29. I'll be there
30. Atos e consequências
31. Tudo tem um preço
32. É tudo culpa do Rang
32. Dias Dourados
Epílogo
I'll be there em "UM CONTO DE NATAL"
Um conto de Natal- Parte 1: Com amor
Um conto de Natal - Parte 2: O Karma
Um conto de Natal - Parte 3: Meu caro amigo secreto
Um conto de Natal: Epílogo

33. That was everthing for me

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By jakesumoon

[OUTONO]

Era véspera do casamento de Rang e Yu-na, e Lee Yeon estava bastante contemplativo. Não esperava que o irmão pudesse dar um passo como esse algum dia, já que ele nunca tinha sequer falado algo relacionado ao amor. Mas estava aliviado que desde a batalha contra o Imoogi, o irmão caçula vinha conquistando a sua humanidade pouco a pouco, e com a chegada da humana na vida dele só intensificou isso.

O casal tinha decido continuar naquele apartamento quando se casassem, Yu-ri e Shin-joo tinham se prontificado a se mudar, mas Rang negou dizendo que o apartamento era grande o suficiente para todos viverem confortavelmente. Então aos poucos a humana foi trazendo suas coisas para o quarto de Rang e agora estava praticamente todo pronto, só a espera dela.

Dois casais, um garoto de nove anos e uma cachorra, e por falar nela, depois de alguns meses, e umas dormidas na cama juntas, Yu-na tinha praticamente superado o seu medo de Bo Mi. A filhote agora já estava com sete meses e já estava grandinha, Rang tinha feito um espaço na varanda para ela ficar, e colocado uma cama na sala, para os dias frios, no entanto era um hábito da cachorra sempre tirar uma soneca com o casal perto do amanhecer. Isso quando Yu-na dormia lá, quando ela não estava, a cachorra dormia a noite toda na cama.

Quanto a sua própria família, Yeon não poderia estar mais satisfeito. Em relação as filhas, Mi-rae continuava sendo uma garotinha inteligente e a frente da turma, agora já perto de completar três anos, a supervisora já havia falado da possibilidade de ela ir para a turma de quatro anos. E assim ela continuava frequentando apenas seis meses em cada sala, o pai não via a hora dela mudar de turma, pois ela e o garoto da primeira briga viviam discutindo. Já Ma-rin estava esperta com seus quase sete meses, havia começado a introdução alimentar e estava satisfeitíssima com tantos sabores novos que experimentava, a mais velha também adorava acompanhar o processo, pedindo sempre para dar uma colher da papinha a irmã. Todos já tinham certeza de que Ma-rin não era meia raposa como a irmã, e se perguntavam como isso tinha acontecido. Yeon tentou pedir explicações a Taluipa, mas ela sempre dava respostas genéricas ou ambíguas.

Foi preciso a própria Ma-rin dar a resposta, e ela veio num final de semana, quando foram fazer um passeio em família. Foram a um parque próximo onde seriam as montanhas de Baekdudaegan, esse era um passeio que Yeon queria ter feito a muito tempo, mas estavam esperando a caçula desenvolver um pouco mais. Rang e sua trupe também haviam ido, então foi o primeiro passeio de todos juntos como uma grande família.

"Shin-joo tomava de conta de Soo-ho e Mi-rae, que quiseram entrar no rio quase que praticamente, enquanto Ji-ah e Yu-ri organizavam as coisas que trouxeram na pequena mesa portátil que trouxeram. Por conta do terreno íngreme não tinha como usar o carrinho de Ma-rin, então Yeon a trouxe num "bebê canguru" todo o caminho, tendo em vista que Rang se recusou a carrega-la durante o percurso.

Ainda assim o caçula ajudou o irmão mais velho a desafivelar as alças e tirar a bebê de lá, que sacudia e soltava gritinhos completamente animada com o passeio. Rang tinha segurado ela com os braços esticados, para que Yeon pudesse tirar o canguru dos ombros.

— Rang, por favor, se você derrubar a minha filha eu te mato. — Yeon disse.

Rang segurou Ma-rin nos braços, afastando o rosto quando ela vinha com as mãozinhas gordas tentando pegá-lo.

— Hyung, ela está babando, pegue logo ela daqui.

— Você quer ir para água, meu amor? — disse Yeon tirando a filha do colo de Rang. — Seu tio não sabe pegar você não é mesmo?

Rang limpou a mão na roupa do irmão fazendo uma careta. Yeon foi até a beira do rio com a filha e a segurou colocando os pés dela no chão. Assim que Ma-rin sentiu a água em seus pés, Yeon sentiu uma energia diferente tomar de conta do lugar.

— Papai! O olho dela é igual ao meu! — Mi-rae disse de cima dos ombros de Shin-joo.

Yeon virou a caçula para encará-la de frente, e sentiu uma explosão de sentimentos por ver que sua filha menor também era meia raposa. Ma-rin sacudiu os pés e o pai entrou na água com ela indo para onde Shin-joo estava com as outras duas crianças."

Yeon podia ficar tranquilo, que as duas irmãs conviveriam bem. Ele faria o possível para que as duas tivessem uma relação saudável e soubessem sempre resolver suas questões a base da conversa. Não queria de forma alguma que elas repetissem o erro que ele e o irmão cometeram. Iria se dedicar a ensiná-las o que fosse preciso para que ambas tivessem uma vida boa quando ele não tivesse mais lá.

— Em que você tanto pensa? — Ji-ah apareceu o abraçando por trás.

— No futuro, e em nós.

— Nós?

— Sim. — ele virou para encará-la. — Lembra da primeira vez que saímos para beber juntos? Que eu disse que meu sonho era me tornar humano? Eu consegui. Vou poder ter tudo que eu nunca tive, e com você ao meu lado. Vamos envelhecer juntos. Tenho certeza disso.

Ji-ah pegou o rosto dele entre as mãos e o beijou. Todos tinham passado por muita coisa e realmente agora eles podiam disfrutar da mais perfeita paz.

— Esse vestido ficou bonito em você.

— E você precisa fechar essa camisa e colocar a gravata, ou vamos nos atrasar. Você é o padrinho. — Ji-ah disse abotoando a camisa social que ele vestia.

— Não pode ser daqui a quinze minutos?

— Quinze minutos?

— Sim. — Yeon a carregou e ela entrelaçou as pernas em sua cintura, com um gesto conseguiu tirar os sapatos antes que eles caíssem na cama.

***

Rang andava de um lado para o outro no local que escolheram para fazer a cerimônia. Optaram por uma cerimônia simples, apenas no civil, no entanto Yu-ri e Yu-na decoraram bem o lugar. As duas passaram meses juntas organizando a festa, que agora finalmente, a humana podia dizer que tinha ganhado uma amiga.

— Nossa irmãozinho, você até que está bonito. — Yeon disse indo ficar ao seu lado. Rang não vestia branco, mas seu conjunto de calça e camisa eram num tom claro.

— Você demorou.

— Tive um contratempo.

— Rang. — Oh Yoon-Seo o chamou. — O Jung-rok chegou com o juiz de paz.

— E a Yu-na?

— Já está a caminho com o pai.

A cerimônia não podia ter sido mais perfeita. Mi-rae ficou encarregada de jogar pétalas no chão para a entrada da noiva, enquanto Bo Mi levava a cestinha na boca. Todos na cerimônia esboçaram reações fofas ao ver a criança e a cachorra entrarem.

Yu-na estava deslumbrante. Seu vestido tinha várias pequenas rosas bordadas de um tom bem claro de rosa. E carregava um belo buquê de azaleias nas mãos. O rosto de Rang se iluminou ao vê-la entrar, pensava que aquilo não era real, que ela desistiria ou fugiria a qualquer instante, mas ali estava ela, reluzente e emocionada indo ao seu encontro.

Soo-ho encerrou a cerimônia levando as alianças.

— Lee Rang, você aceita Kim Yu-na como sua legítima esposa?

— Sim. — ele olhou para ela com o seu típico sorriso travesso.

— Kim Yu-na, você aceita Lee Rang como seu legítimo esposo?

— Aceito.

O juiz abriu a pasta com os papéis onde os noivos tinham que assinar, juntamente com Yeon e Oh Yoon Seo, que eram as testemunhas. Yu-na estava com a mão trêmula ao escrever o seu nome ao lado do nome de Rang, pode observar sua letra pela primeira vez, e fazia jus ao dono, era fina, inclinada e um pouco caótica.

— Parabéns. Vocês estão casados. Sr. Lee, pode beijar a Sra. Lee.

Ji-ah cuidou de todos os registros da cerimônia, deixou uma câmera gravando, enquanto tirava fotos dos momentos mais marcantes.

Rang pegou o rosto de Yu-na nas mãos. Os olhos dela estavam cheios d'agua de felicidade, assim, quando piscou foi inevitável não cair algumas lágrimas, ele gentilmente as secou com o polegar e se inclinou para beijá-la.

Os convidados aplaudiram e assoviaram com o gesto dos noivos.

— Viva aos noivos! — Shin-joo gritou.

Yu-na escondeu o rosto no peito de Rang após ouvir o burburinho de todos.

— Eu fui mesmo enfeitiçado por uma humana tampinha.

— Tampinha? — ela se afastou para encará-lo.

— Sua boba, só tô tentando dizer que eu te amo.

Rang ficou olhando a humana o encarar incrédula, só ali se deu conta do quanto aquelas três pequenas palavras faziam um significado enorme para ela. Ela ficou na ponta do pé e se pendurou no pescoço dele e o beijou novamente.

— Vamos? Temos uma festa para aproveitar.

Assim que a cerimônia finalizou, o espaço se transformou na festa de casamento. A mesa onde foi realizado o casamento deu lugar ao dj, e os garçons começaram a servir. Tudo milimetricamente organizado por Yu-na e Yu-ri.

Rang e Yu-na estavam casados.

֎

[2 ANOS DEPOIS]

Mi-rae estava bastante crescida, ao fazer a prova para a escola nova, a direção chamou Yeon e Ji-ah para informar que a filha deles tinha completamente a capacidade para frequentar o último ano do fundamental menor, mas que seria escolha deles fazer isso ou não. A garota tinha acabado de completar seis anos e estudaria com crianças de dez, pelo tamanho e desenvoltura dela, ninguém era capaz de dizer que ela era tão mais nova assim. Os dois conversaram bastante com a diretora para entender todos os prós e contras, e acabaram aceitando com que ela pulasse de turma. Conhecendo bem a filha, ela ficaria extremamente entediada, precisava ficar numa série que fizesse com que ela aprendesse algo. Assim, Mi-rae começou a frequentar a mesma escola de Soo-ho, sendo que ele já estava na última turma antes de ir para o ensino médio.

Já Ma-rin era de fato como o mar, calma e tranquila, mas quando se irritava levava tudo que via pela frente. Na escola ela era como a irmã, bastante inteligente, e também estava frequentando apenas seis meses de cada turma da creche. A diferença das duas era que enquanto Mi-rae era mais tranquila e desligada com clubes, e outros projetos escolares, Ma-rin era extremamente dedicada e gostava de mostrar que ela era boa, isso porque ainda não tinha saído da creche.

Shin-joo e Yu-ri estavam passando por uma pequena crise, tendo em vista que estavam tentando há um ano ter um bebê e não conseguiam. Isso deixava a mulher bastante frustrada e irritada, e Shin-joo tinha que ter bastante paciência com ela em alguns momentos. Eles tinham tido uma briga recente e ele havia aceitou um trabalho em uma cidade próxima, onde passaria uma semana longe. Rang havia sugerido deles fazem uma viagem, para tentar acalmar os ânimos.

Yeon e Ji-ah, não podiam estar numa sintonia mais perfeita. Ma-rin já tinha ido para o seu próprio quarto, os dois optaram por abrir mão do quarto de hóspedes para fazer um quarto para ela. Seria bom desde cedo as duas terem as suas individualidades, isso evitaria algumas brincas por divisão de espaço também. Assim, o casal estava aprendendo a viver na paz, essa que vez ou outra era interrompida com o trabalho voluntário que Yeon havia arrumado, fazia um ano. Se tornou conselheiro do departamento de crimes violentos em Seul, depois que ele ajudou alguns detetives a solucionar um caso. Não ia frequentemente para a rua capturar bandidos, até por que tinha os próprios policiais e detetives que faziam isso, mas vez ou outra acaba dele precisar entrar em cena, e era aí que Ji-ah ficava zangada, pois ele voltava para casa com alguns hematomas e/ou fraturas.

Ela sabia que o marido fazia isso para relembrar o tempo que capturava seres para Taluipa, mas ainda assim não tinha como ela não ficar chateada, já que agora ele não se curava sozinho.

Já Yu-na estava perfeitamente feliz. Havia completado dois anos de casada, e a sua mais atual conquista foi ter passado para a Promotoria Pública. Agora seus dias eram bastante cheios com vários casos para defender, ainda assim, sempre que tinha folga fazia pequenas viagens pelos arredores com Rang, não podia e nem queria que o relacionamento deles caísse na rotina. Coisa que era quase impossível de acontecer, tendo em vista o homem que tinha como marido. Rang estava sempre descobrindo restaurantes novos, parques, hotéis e outras formas de se divertir com ela. Da última vez haviam ido numa pista de patinação, e depois de vários tombos puderam desfrutar de um bom passeio.

Sem falar Bo Mi, que era um pastor belga adulto, em pé era quase do tamanho de Yu-na. Rang a havia educado bem, ela nunca pulava ou brincava de morder com Yu-na, com ela geralmente chegava de mansinho e apoiava a cabeça ou a pata em seu colo para pedir carinho, mas sempre que ela ficava animada e começava a dar saltos, ou quando latia de repente, era inevitável que a humana não se assustasse.

Agora ela havia passado o dia inteiro no tribunal, defendendo um grande caso, estava cansada, porém contente com o resultado favorável.

— Oi, amor! Acabei de sair do tribunal, se não tiver muito trânsito, já já estou em casa.

— Como foi o caso?

— A defesa com certeza vai entrar com pedido de recurso, mas o caso é totalmente favorável para mim. O sinal abriu, vou desligar. Até daqui a pouco.

***

Mi-rae estava satisfeitíssima com a sua nova escola e a sua turma, estando numa turma avançada, ela conseguia se sentir bem, tendo que ler e estudar para fixar as coisas. A única coisa ruim era que escondia sua real idade para evitar que os colegas a chamassem de convencida ou algo do tipo, como ocorreu na escola anterior.

Por ser a mais velha, também ajudava a irmã a fazer as suas próprias lições, que eram supervisionadas pela mãe depois. Agora mesmo, havia deixado Ma-rin pintando um conjunto de números, enquanto ia responder o dever de ciências. Acabou pegando no sono, isso sempre acontecia quando ela fazia a lição depois de comer, arrependeu-se amargamente disso.

— PAPAI!!!!! — ela gritou saindo correndo pela casa. — PAPAI!!!

— Mi-rae, filha, o que foi? — Yeon se abaixou para abraçar a filha que estava aos prantos, seu corpo pequeno tremia enquanto o pai tentava acalmá-la. — Meu amor, fala para o papai o que houve, assim posso ajudar.

— A tia Yu-na...

O telefone de Yeon toca. Seu coração dá uma descompassada ao ver o nome do irmão aparecendo na tela.

— Rang?

Hyung... — pode ouvir a voz de choro do irmão. Ela havia sofrido um grave acidente.

"A terra será seu purgatório, logo, nem tudo será um mar de rosas. ", lembrou das palavras de Taluipa há dois anos atrás. Sim, tudo estava calmo e tranquilo demais para alguém que tinha que passar na terra todo o seu sofrimento.

— Em qual hospital ela está?

ELA NÃO ESTÁ EM UM HOSPITAL! — Rang disse se descontrolando. — Hyung, ela morreu.

Kim Yu-na havia sofrido um acidente de carro sério, o causador do acidente havia desmaiado e perdeu o controle do carro, acertando o carro dela de frente. Nenhum dos dois havia sobrevivido.

Yeon chegou ao apartamento de Rang e podia ouvir os seus gritos da sala, trancado no quarto só conseguiam ouvir ele quebrando as coisas.

— O ahjussi está trancado no quarto. — Soo-ho disse com voz de choro.

— Onde está Yu-ri?

— Ela foi resolver algo sobre o acidente. Acho que falar com os pais dela.

Yeon caminhou até o corredor.

— Rang abre a porta. Você não pode ficar aí sozinho, deixa eu ver você.

Para a sua surpresa, o irmão caçula atendeu de primeira e destrancou a porta. O quarto estava um caos, Rang havia quebrado alguns moveis e o espelho, havia cortado a mão durante o processo.

— Sua mão... — Yeon tentou pegar para ver se era fundo, mas o irmão o impediu e enrolou com um lenço.

Aparentemente, quebrar as coisas e extravasar daquela forma, foi jeito que ele encontrou para lidar com isso. Agora, estava ligeiramente mais calmo e chorava baixo.

Yeon o abraçou e chorou junto com o irmão. Não sabia o que dizer para fazer aquela dor diminuir, ele já havia passado por isso há muitos anos atrás e sabia como era difícil. Não haveria nada que curasse, nem mesmo o tempo, ele apenas teria que aprender a conviver com a dor.

***

Os dias que se passaram foram terríveis e preocupantes. Depois do surto que ele teve quando soube da morte dela, Rang não deu mais uma palavra e não derramou mais uma lágrima, nem no velório, e nem no enterro. A impressão que dava era que ele era um corpo sem vida, que estava apenas seguindo. Yeon não podia dizer o que o irmão estava pensando, mas sabia que precisava fazer alguma coisa para ele reagir.

Todos já haviam ido embora, só restava ele olhando para a foto da humana que estava entalhada na lápide. Os pais dela estavam inconsoláveis e não tiveram forças para dar o último adeus. Yeon o havia chamado para ir embora, mas ele disse que não iria agora, já estava indo embora, mas de última hora, Mi-rae saiu do carro.

— Tio Rang? — Mi-rae se aproximou tocando no ombro do tio. — Me desculpe, eu queria ter visto antes. — a garotinha cobriu o rosto com as mãos.

A fala da criança foi o que o tirou do seu transe, ele passou um braço por ela e a abraçou dando pequenos tapinhas nas suas costas.

— Não foi sua culpa. — ele respondeu, sua voz estava meio rouca depois de tanto tempo em silêncio.

— Mas se eu tivesse visto a tempo, talvez você tivesse chegado lá a tempo de ouvir o que ela disse.

— Ela não morreu no impacto?

— Não. Ela morreu um pouco antes da ambulância chegar.

Era difícil ter uma conversa daquela com uma criança, mas ela estava acostumada a ver coisas desde pequena, então era natural para ela falar sobre, o que não queria dizer que era fácil.

— Você ouviu? — ele sentou na grama e pegou nos ombros de Mi-rae.

— Sim. Eu escrevi na hora para não esquecer. — ela entregou o papel cor de rosa para Rang. — Eu já vou indo. Tchau, tio Rang. — Mi-rae o abraçou novamente e saiu.

Rang respirou fundo para ler o pequeno bilhete que estava em suas mãos. Tinha mais ou menos umas cinco linhas escritas pela letrinha de uma criança

"Rang, não sofra tanto, eu estou bem. Você me deu os melhores anos da minha vida, e mesmo não tendo sido muitos, foi o suficiente para eu me sentir inteira. Não vire um alcoólatra por minha causa, viva bem. Por favor. Visite meus pais de vez em quando se conseguir. E se outras vidas existirem mesmo, espero te reencontrar um dia. Obrigada, eu também te amo."

Rang leu e releu aquelas palavras muitas vezes, e finalmente colocou todo o choro acumulado para fora, chorou, muito, não soube dizer por quanto tempo, mas assim que ele parou sabia o que tinha que fazer. Chegava a ser cômico, ele, que sempre curtiu da cara do irmão por esperar por seu grande amor reencarnar, estava agora na mesma situação.

"Não vire um alcoólatra por minha causa. ", isso ele teria que trabalhar, sempre foi de beber muito, principalmente quando algo o incomodava, mas ia tentar não beber tanto, pelo menos. Não, ele não estava bem ainda, mas nem tudo estava perdido, ele só teria que esperar.

Os primeiros anos seriam muito difíceis, tudo ainda estaria cheio da presença dela, mas superaria, afinal ele era uma raposa. Nos piores dias, Yeon ia ter que impedi-lo de ir até Taluipa saber quando ela voltaria, e o convenceria depois de muita briga.

Mas com o tempo isso passaria, e ele reaprenderia a viver como a raposa solitária (mas agora não mais tão solitária) que sempre foi, a tristeza sumiria do seu coração dando lugar a uma bela lembrança. Sim, ele esperaria por ela, mas viveria o melhor que pudesse enquanto ela não voltasse.

Lee Rang ficaria bem.

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