Amanda
Hoje vou fazer a primeira prova do meu vestido de noiva, estou um pouco receosa por sair da mansão, pois o último ataque no aeroporto me deixou com medo.
Vicenzo entra no quarto e me beija.
— Você está linda.
— Obrigada!
Estou usando um conjunto Gucci com shortinho e jaqueta, optei por usar uma sandália de salto e bolsa preta para compor o look.
Vicenzo logo percebe que eu estou um pouco nervosa.
— Que carinha é essa em? Já falei para não se preocupar... Estou monitorando Nikolay, nada vai acontecer com você.
As palavras dele me acalmam, mas mesmo assim fico inquieta com a situação.
Já estamos no carro, hoje quatro carros nos acompanham, parecemos até a caravana presidencial. Isso tudo e ainda devo não me preocupar. Enfim, a hipocrisia...
Logo chegamos ao nosso destino, um ateliê refinado, me sinto como se estivesse adentrando um palácio. Vicenzo e muitos seguranças me acompanham. Confesso que um tempo atrás acharia ridículo andar desta forma, com tantos seguranças, mas agora sou grata por eles estarem aqui, pois sei que caso aconteça algo eles estarão aqui para me proteger.
As funcionárias muito simpáticas me direcionam até uma sala reservada.
Quando entro vejo meu vestido em um manequim, está ficando lindo. A quase três semanas atrás, depois do meu casamento com Vicenzo no civil, recebi a visita de uma estilista, nós conversamos por horas, hoje estou vendo o resultado de toda aquela conversa.
— Ele está lindo, eu adorei.
— Que bom Amanda, hoje vamos fazer a prova dele, depois disso vamos dar continuidade nos últimos bordados.
— Certo, não vejo a hora de vestir ele.
O vestido é lindo, estilo princesa com decote coração sem mangas.
Me sinto uma princesa com ele.
A estilista sorri para mim enquanto fala.
— Você será a noiva mais linda Amanda.
— Obrigada!
Vicenzo
Estou aguardando Amanda, tenho vários soldados no local fazendo nossa segurança.
Hoje ela estava muito nervosa por ter que sair, não posso julgá-la pois, na última vez que saímos fomos atacados e ela acabou tendo um ataque de pânico.
Minha cabeça está cheia, nos últimos dias meus soldados que fazem a segurança na casa da Amanda, registraram movimentações estranhas de carros vigiando o local.
Convenci Amanda de levarmos sua vó para um lugar mais seguro, mas a velha miserável não aceitou, e ainda discutiu com a Amanda. Velha ordinária! Eu tenho um péssimo pressentimento sobre isso.
Amanda
Vou ao encontro de Vicenzo que me espera.
Ele parece estar perdido em seus pensamentos, mas quando me vê, muda sua expressão, ficando feliz.
— Como foi mia bella.
— Foi perfeito.
Ele pega em minha mão e voltamos para o carro.
— Agora vamos passar no meu escritório no centro, para você conhecer... O que você acha?
— Eu vou adorar.
Logo chegamos em um prédio enorme. Descemos em uma garagem subterrânea e então subimos de elevador privativo, para o escritório do Vicenzo.
Somos recebidos por uma mulher muito bonita, ela me lembra a atriz Anna Kendrick, ou melhor Vicenzo é recebido, pois ela cagou para mim.
— Bom dia Senhor Gambino, deixei alguns documentos em sua mesa.
— Ok.
— Você precisa de alguma coisa Senhor Gambino?
Vicenzo se vira em minha direção.
— Você precisa de alguma coisa Amanda?
Acho que o fato de nunca sair de casa, fez com que eu ficasse indisposta.
— Eu gostaria de água, estou um pouco enjoada, deve ser o clima, ou ficar andando de carro.
Vicenzo encara a mulher parecendo irritado.
— Então minha esposa vai querer água... Quem deveria fazer essa pergunta seria você, não eu.
Ela baixa a cabeça.
— Sinto muito, não vai se repetir. Com licença senhor e senhora Gambino.
É a primeira vez que alguém me chama assim, senhora Gambino, é estranho.
O escritório de Vicenzo é enorme, com decoração moderna, muito bonito e amplo.
Ainda não melhorei, continuo enjoada.
Vicenzo está sério. Então fala.
— Vou ligar para a Dra. Cloe.
Quando ele cita Cloe é como se um choque de realidade me atingisse. Ele acha que estou grávida... E se eu estiver?
Sento no sofá do escritório um pouco tonta, escuto a voz de Vicenzo ao falar com a médica, mas não presto atenção, estou muito nervosa.
Ele senta ao meu lado e pega em minha mão.
— Ela falou para fazermos um teste de gravidez de farmácia... conforme o resultado, nós vamos no consultório dela amanhã.
Estou apavorada. Vicenzo continua falando.
— Falei com o Matteo, ele vai comprar... acho melhor voltarmos para casa agora.
Vicenzo
Estou esperando ela sair do banheiro, ela já está lá a 10min, estou impaciente.
Vou chamar ela. Caminho em direção da porta.
— Ei, tá tudo bem aí?
Ela abre a porta com os olhos lacrimejando.
Eu abraço ela.
— Não fica assim... Deu positivo?!
— Sim.
Ela me abraça com força, sinto suas lágrimas umedecer meu peito.
— A gente não precisa ter esse bebê... Você só tem 19 anos, não importa o que você decidir, terá meu apoio.
Ela para de chorar e me encara.
— Eu jamais faria um aborto... Minha mãe me teve com a mesma idade, e se ela tivesse feito isso comigo?
— Tudo bem, então vamos ter o bebê.
Ela volta a me abraçar.
Deitamos na cama e ela se acomoda em meus braços. Ficamos ali abraçados, imersos um no outro.