My Girl- JJ Maybank (Outer B...

Von heyemori

55.1K 2.7K 1.1K

CANCELADA TEMPORARIAMENTE 1 & 2 temporada (completas ✅) 3 temporada (Andamento) "🏖 Os Outer Banks, o paraís... Mehr

Characters and Notices
Cap um
Cap dois
Cap três
Cap quatro
cap cinco
cap seis
Cap sete
cap oito
Cap nove
cap dez
cap onze
Cap doze
cap treze
cap quatorze
cap quinze
Cap um. Seg Temp
Cap dois, Seg Temp
cap três, Seg Temp
Cap cinco, Seg Temp
cap seis, Seg Temp
cap sete, Seg temp
cap oito,Seg Temp
cap nove, Seg Temp
cap dez, Seg Temp
cap onze, Seg Temp
Cap doze, Seg Temp
Cap treze, Seg Temp
Cap catorze, Seg Temp
Cap quinze, Seg Temp
Cap dezesseis, Seg Temp
Cap zero, Terceira temp

Cap quatro, Seg Temp

1K 49 21
Von heyemori

VOLTEI DEPOIS DE ANOSSSS




-Como pode ter tanta certeza assim de que algo ruim aconteceu com a Sarah? -Kie me perguntou enquanto eu me mantinha de braços cruzados, na fila da cafeteria da escola. -Foi apenas um sonho, não é como se estivéssemos no filme "Premonição". -eu revirei meus olhos com o que ouvi e a encarei com uma cara bem óbvia.

-Eu senti, tudo bem? -eu respondi. -E o sonho foi muito claro. Ela se despediu de mim, eu sei que alguma coisa de sério aconteceu. Além do mais, não acha isso uma coincidência? -eu perguntei arqueando uma sobrancelha. -Eu sintir que algo aconteceu com a Sarah, logo após estarmos um tempo sem vermos o Ward e o Rafe aqui na ilha? Tenho certeza que eles foram para as Bahamas. Eu não sou burra, os dois andam muito quietos ultimamente. -o sinal tocou mostrando que estava na hora de irmos para a sala já que teríamos um teste para fazer, e Kiara pagou a moça que lhe estendeu seu copo de café com leite bem em cima do horário. -Esse sonho apareceu para me tirar do sério só pode. -eu resmunguei a caminho da aula e Kiara bebeu um gole do seu café, me olhando brevemente. -Não que eu estivesse conseguindo dormir direito antes, mas até eu ter uma outra notícia de que eles estão vivos e não jogados em uma beira de estrada qualquer, eu não vou conseguir pregar meus olhos tão facilmente.

-O que está acontecendo com você hein? -ela me perguntou e eu dei de ombros parando de andar de repente. -Ainda possui pesadelos com aquela clínica? O que foi? -eu soltei um suspiro e encarei o chão.

-Não é nada. -eu respondi. -Eu só ando me sentindo cansada ao extremo ultimamente. Me pergunto se é o certo continuarmos com essa busca ao ouro, sabe? Eu tenho medo do que pode acontecer depois de tudo que passamos. Com a morte da xerife, o desaparecimento da Sarah e do John B e das coisas que o Rafe pode fazer depois de ter matado alguém. Será que vale a pena sermos presos, ou mortos ou machucados por conta da busca ao ouro? -eu perguntei a ela que fez uma cara estranha na minha direção.

-Você deve mesmo dormir um pouco, porque disse dessa vez, algo que fez mesmo sentido. -ela brincou e eu ri fraco. -Bom, mas vamos desistir? E deixar o Ward ficar com o ouro? Vamos deixar ele ganhar mais uma vez depois de tudo que ele nos fez passar? -ela me perguntou e eu a olhei, soltando um suspiro e me escorando no armário ao meu lado.

-Só fico me perguntando quando esse dia chegará, porque por enquanto... Eu estou mesmo cansada da adrenalina que parece não ir embora. -eu respondi e o sinal tocou mais uma vez. Nós duas entramos para a sala e caminhamos até as nossas cadeiras, percebendo que Pope me encarava com um ponto de interrogação na testa. -O que foi, garoto? -eu perguntei a ele. -Parece que nunca me viu na vida.

-Como conseguiu tirar um 98 na sua prova de álgebra se você não estudou e matou todas as aulas com o JJ? -ele me perguntou e o loiro me estendeu o papel me fazendo dar uma olhada na nota feita com azul. -E as suas contas estão todas erradas, apenas a resposta final está correta, o que é bem estranho.

-Tenho os meus segredos. -eu disse piscando para ele e eu me sentei atrás de JJ, rindo assim como o garoto, que já sabia qual era. O professor de história entrou na sala começando a distribuir os cadernos de prova quando todos ficaram em silêncio e eu me ajeitei na cadeira pegando o papel e já assinando o meu nome para acabar logo com isso.

Eu lia as perguntas rapidamente e marcava um x na resposta que eu achava ser a correta. Eu não era muito boa em história, mas eu também não era horrível e eu podia considerar que eu tinha um conhecimento geral de cada assunto. Uns vinte minutos haviam se passado e eu soltei um suspiro vendo que JJ apenas desenhava nas folhas antes de chutar uma resposta, que eu tinha a plena certeza de que ele não havia alido também. Uma batida na porta ecoou pela sala, e todos encararam quando um homem a abriu, entrando no ambiente, até então em completo silêncio.

-Sr. Sunn, eu posso falar com o Pope? -o homem de ternos e que segurava alguns envelopes perguntou.

-Eles estão em prova no momento. -o nosso professor respondeu se levantando e indo até o cara para atendê-lo melhor antes que a sala resolver dispersar.

-Sou da Fundação Vanderhorst. Prometo ser rápido, não vou demorar. -o cara disse e o professor assentiu, fazendo um sinal para Pope que se levantou e foi até eles. Eu me entreolhei com JJ e Kiara fazendo uma cara estranha e voltei a me concentrar na prova quando eles saíram da sala. Depois de praticamente uns quinze minutos, a porta foi aberta novamente por Pope, que entou rapidamente e veio em passos rápidos até a sua cadeira. Nós o olhamos esperando ele falar algo e ele nos mostrou um envolpe com um símbolo dourado com o desenho do trigo.

-MAS QUE... -JJ começou em um tom alto e todos o encararam, inclusive o professor. -Caramba. -ele sussurrou e limpou a garganta antes de abaixar a cabeça.

-O que está acontecendo? -eu perguntei sem entender, por saber que se havia o símbolo do trigo, podia ter algo haver com o ouro.

-O cara era do comitê de bolsas. Dêem uma olhada nisso. -Pope falou e JJ tomou o envelope da mão dele para ler logo de uma vez e matar a nossa curiosidade.

-Está cursivo, eu não sei ler letra de mão. -ele disse me entregando e eu revirei meus olhos, o pegando apressadamente para eu ver.

-"Caro Senhor Heyward, estou entrando em contato porque tenho provas que podem exonerar o Sr. John B. Routledge. Solicito que venha me encontrar pessoalmente. Rua King, 27, em Charleston. Hoje a noite, as 20h em ponto. Por favor, venha sozinho. Atenciosamente, C. Limbrey." -eu li em um tom baixo e franzi o cenho.

-Silêncio vocês quatro. -o professor pediu ajeitando os seus óculos e desviando o olhar do seu livro. -Voltem para a prova ou eu zerarei as mesmas. -eu me ajeitei abaixando o envelope e o devolvi para o Pope.

-Charleston? -JJ perguntou sussurrando e ignorando o que o homem pediu.

-Balsa, mais oito horas de estrada. -Pope respondeu e eu e Kiara nos entreolhamos sabendo que iríamos mesmo fazer isso. -Para chegarmos lá nesse horário, precisamos sair daqui agora. -nós nos viramos marcando vários x aleatórios na prova e nos levantamos, deixando em cima da mesa do professor e saindo correndo da sala de aula ignorando o que ele falou sobre termos que esperar o sinal bater para irmos embora. -A conversa com o cara durou uns cinco minutos, eu demorei porque fui a biblioteca. Eu pesquisei o nome dessa mulher, quem quer que ela seja, ela deve ser alguma parente do Capitão do Royal Merchant.

-E deixa eu advinhar, ela também vai querer o ouro? -eu perguntei ajeitando a alça da minha mochila, nas minhas costas. -Isso já está virando uma bola de neve. E outra coisa, precisamos ir em um banco primeiro antes de irmos. -eu falei e eles me olharam sem entender. -Precisamos de dinheiro, acham que eles darão as provas que livram o John B, de graça?

**

Após a nossa ida no banco, nós encarávamos os pais da Kiara discutindo com a mesma na entrada da casa dela, e eu encarava aquela cena com os meus olhos arregalados por saber que na minha casa, as coisas não eram diferentes quando eu morava lá. A garota havia vindo pegar algumas coisas antes de pegarmos a balsa e nós nos preocupamos assim que Kie havia começado a demorar, além dos gritos serem audíveis de onde a esperávamos.

-Eles parecem estar entendendo numa boa. -JJ disse passando o braço em volta dos meus ombros e eu deitei minha cabeça nele, me mantendo sentada entre ele e Pope na camionete. -Falando nisso Pope, como conseguiu a camionete? Seu pai não ia deixar.

-Abri as válvulas do carburador. Ele começou a pingar. -Pope disse escorado ao volante.

-Então vai levar ao seu primo, Jeff. -JJ falou já advinhando e eu vi quando Kiara nos olhou brevemente não vendo a hora de irmos. -Ele vai consertar. Nós vamos dormir lá. Acho que sou uma má influência para você cara... Você mentindo para o seu pai, roubando a camionete... Isso soa bem familiar. Assunto delicado, né? Foi mal. -Kiara começou a vir na nossa direção e eu beijei JJ rapidamente antes de passar por cima dele e descer do carro. A garota me arremessou sua mochila assim que eu bati a porta e eu a joguei na traseira antes de subir depois dela.

-Por acaso você disse alguma coisa a ela? O que você disse?! -a mãe dela perguntou vindo na nossa direção e me encarou enquanto eu me entreolhava com Kiara, querendo saber o que estava acontecendo. -Onde é que você se meteu ultimamente, Lyanna?! Os seus pais estão muito preocupados com você sabia? Disseram que desde que se meteu com esses meninos, você mudou completamente até cortar o contato de vez! Eles estão a sua procura, querendo falar com você há dias!

-Mãe, o que é que você está fazendo?! -Kiara perguntou sem acreditar.

-Não é porque essa garota faz as coisas do jeito que quer, que você também tem que fazer Kiara! -a mãe dela gritou e os meninos nos olharam pela janela de vidro da camionete, enquanto JJ fazia para mim uma cara de que ferrou, a mulher estava louca de vez. -Ela não tem nenhuma consideração pelos pais dela! Tanto que eles estão a procurando a dias e não sabem onde ela se meteu! Disse para os avisarmos se a vissêmos, você sabia disso? -eu respirei fundo um pouco impaciente e a mulher me encarou brava. -Não vou deixar você influenciar a minha filha! Minha filha não vai ficar irresponsável como você é, então seria melhor se você ficasse bem longe dela para não falar as suas idiotices a minha filha!

-Sou emancipada agora. Não preciso dar mais satifações para os meus pais. -eu expliquei calmamente. -E Ana, eu não estou influenciando a Kie em nada, ela é bem grande para saber o que quer da vida, e pelo visto, não é ouvir o que você tem a dizer. Quanto aos meus pais, a próxima vez que eles aparecerem, porque não os convida para entrar? Talvez se você perguntar o porque eu fiz isso, talvez eles te contem que há três meses, eles me internaram em uma clínica psiquiátrica contra a minha vontade. Foi o que fizeram!

-E pelo visto é onde você devia estar. -a mãe dela retrucou e todos nós a encaramos sem acreditar que ela parecia concordar com o que fizeram. Eu entrei em uma espécie de choque ao ouvir isso vindo dela e minhas vistas embaçaram de lágrimas de puro ódio. -Acha que eles não nos contou tudo o que você fez?! Você precisa de tratamento e precisa ficar bem longe da minha filha.

-Eu preciso interromper agora e pedir que a senhora cale a sua boca. -JJ disse a olhando dentro da camionete. -Não aceito que ofendam a minha garota.

-Mandou bem cara... Pontos e pontos. -Pope falou em um tom baixo e os dois fizeram um toquinho, antes de eu revirar os meus olhos.

-Eu não acredito que você falou algo assim mãe, meu Deus! -Kiara falou indignada. -O que essas pessoas fazem hein?! Lavagem cerebral em todos vocês?! Isso tudo é vergonhoso!

-Olhe como está a sua vida agora, Kiara! -o pai dela gritou e eu me afastei me sentando na beirada da camionete e negando com a cabeça.

-Prometemos que voltaremos com ela cedo e em segurança. -Pope disse tentando amenizar o clima.

-Escuta... -a mãe dela disse nos olhando e respirou fundo. -Se quiser ir, que vá, mas se não voltar no horário certo, não volte! -a mulher gritou e Pope logo ligou a camionete para irmos antes que ela tomasse mais do nosso tempo, que agora era muito precioso. O carro começou a se movimentar e eu abaixei o olhar encarando com as minhas vistas embaçadas, o meu all-star branco que estava meio sujo.

-Desculpa. -Kiara falou no meio do caminho e eu a olhei percebendo que JJ estava nos olhando pelo vidro enquanto Pope fazia o mesmo pelo retrovisor. -Desculpa pelo o que ela disse a você. Ela anda surtada com o meu mal comportamento e pelo visto descontou em cima de você. Isso não foi nenhum pouco justo. -eu neguei e dei de ombros.

-Não tem problemas. -eu respondi. -Os meus pais são bem convincentes quando eles querem. Qualquer um acreditaria no que vem da boca deles... -JJ me estendeu sua mão pela janela e eu a peguei, a segurando. Eu e Kie ficamos em silêncio durante todo o caminho  não sabendo o que dizer uma para a outra e eu fechei meus olhos, até a sensação ruim em mim passar, o que não aconteceu até que chegássemos a balsa.

-Meus pais querem que eu não seja Pogue, como se fosse a pior coisa do mundo. -Kiara disse enquanto estávamos acomodados na traseira, durante o caminho feito pela balsa no mar. -Vão me mandar para um internato se isso não mudar.

-Mas, acho que tem maconha no internato. -JJ disse e eu estiquei minhas pernas, apoiando na minha mochila. -Não deve ser ruim... Ainda mais se for um internato misto.

-Eu não vou para o internato. -Kie falou convencida disso. -Vão ter que me sequestrar, me dopar e me jogar em uma van. -eu a olhei quando a mesma falou isso e os flashbacks da clínica voltaram na minha cabeça, me fazendo me mexer incomodada, porque foi exatamente isso que haviam feito comigo.

-Então eu acho melhor fumarmos uma agora. -JJ falou me oferecendo seu cigarro de maconha e eu neguei mostrando não querer, o que o fez estender para Kie que pegou o cigarro.

-Lya, já tentou ligar para o número do John B? -Pope me perguntou.

-Sim, 20 milhões de vezes. -eu respondi o olhando. -Quem atendeu foi uma mulher que trabalha em um hotel.

-Você tentou bastante mesmo pelo visto. -JJ falou fazendo graça enquanto enrolava outro cigarro.

-Vamos tentando limpar o nome dele enquanto isso. -Pope disse. -No momento, esta carta é a nossa melhor aposta.

-Isso, foco. Por isso que eu te amo Pope. -JJ disse e Kiara se levantou estendendo o cigarro para Pope, que a olhou, por alguns segundos.

-Que Pope você vai ser hoje? -ela perguntou.

-Estou de boa, quero manter o foco na nossa missão de hoje. -ele falou recusando e ela revirou os seus olhos sem acreditar na resposta que ouviu.

-O certinho. -ela respondeu se sentando novamente. -O Pope chato.

-Eu aceito isso. -JJ falou e ela devolveu o cigarro a ele.

**

-Pessoal, eu já li isso mil vezes. -Kie falou enquanto Pope dirigia até Charleston, que agora estava há aproximadamente 125Km de distância. -Isso não faz sentido nenhum. A família Limbrey é dona da metade de Charleston. O que esse pessoal pode saber de um homicídio em Kildare?

-E porque chamaram o Pope? -JJ perguntou pela janelinha, já que estava na traseira comigo do automóvel comigo, ao perceber que eu não estava falando muito com a Kiara. -É bem específico. E também muito estranho.

-Eu estava pensando na mesma coisa. Acho que é porque... -Pope começou e a camionete fez um som estranho, começando a sair muita fumaça logo em seguida, o que me fez arregalar os olhos. Eu fiz uma cara estranha enquanto Pope encostava antes que batesse em algo e dei uma olhada em volta antes de me levantar para olhar o que aconteceu. -Merda! Merda! Isso não pode estar acontecendo. -Pope desceu da camionete assim como JJ e eu revirei meus olhos sem acreditar que algo assim tinha acontecido.

-Você deve ter desconectado o radiador. -JJ disse. -Nunca vi isso antes. Você até arrancou a calota cara!

-Talvez seja melhor adiar a sua reunião de hoje a noite. -eu falei me pronunciando pela primeira vez depois de um tempo, e me escorei na camionete, descendo os meus óculos de sol que estava sob minha cabeça. -Parece um episódio de filme de terror em que um carro estraga e um assassino aparece. Estou com um mal humor do caramba, qualquer um que aparecer, eu vou chutar o traseiro.

-Fiquei de vigia então... Esse lugarzinho é meio estranho mesmo. -JJ disse dando uma olhada em volta.

-Plano B? Podemos pegar um ônibus, pedir carona, alugar bicicletas... -Kiara sugeriu.

-Sim, é o radiador. -JJ falou dando uma olhada no motor e confirmando o que havia dito.

-O meu pai vai me matar. -Pope disse.

-É bem provavél. -eu mencionei. -Bem provável.

Quando anoiteceu, nós chegamos até uma oficina depois de empurrarmos o carro até aqui e enquanto o mecânico começou a trabalhar ouvindo as opiniões de Pope, eu estava escorada na parede, olhando o jardim em frente. Eu soltei um suspiro cansada ajeitando a mochila nas minhas costas e chequei as horas no meu celular, vendo que eram exatamente sete e quinze.

-Eu vou ao banheiro... Volto logo. -eu falei a Kiara e a JJ que assentiram.

-Ei, esse pessoal aqui é bem estranho, toma cuidado. -ele mencionou e eu fiz um gesto com a caminha cabeça confirmando. -Quer que eu vá junto?! -ele perguntou em um tom alto por eu já ter me afastado alguns passos.

-Não, tudo bem. É logo aqui. -eu respondi e ele assentiu para mim. Eu entrei no banheiro acendendo a luz e dei uma olhada no lugar que não me parecia nada higiênico para o uso. Eu fiz uma careta fechando a porta atrás de mim e a tranquei por via das dúvidas antes de tirar a minha mochila e pendurá-la na maçaneta. Caminhei até o balcão onde tinha duas pias e abri a torneira, molhando os meus pulsos e as minhas mãos enquanto a água gelada corria por elas, e abaixava a minha pulsação que eu sentia estar bem acelerada. Eu fiz uma cara choro não me sentindo muito bem e comecei a chorar em um tom baixo, para que quem estivesse do lado de fora não tivesse a chance de ouvir. Eu neguei com a cabeça me lembrando do que a mãe de Kiara havia me dito e solucei com a sensação daquilo estar me corroendo por dentro, por sempre me doer quando alguém tocava no assunto do que aconteceu entre a minha família. Era tanta coisas que eu ouvia, que isso geralmente fazia a minha cabeça rodar. Eu tossi sentindo uma falta de ar por eu estar aos prantos e me escorei na parede antes de me abaixar até o chão, tentando me controlar antes que ficasse visível para todos que eu havia chorado. Fechei os meus olhos com força sentindo minhas mãos tremendo enquanto eu abraçava as minhas pernas e ao ver que essa sensação não passava, eu chorei mais ainda sentindo como se o meu coração fosse explodir, por eu pensar em todas as coisas ruins que haviam acontecido. Eu funguei soluçando e respirei fundo para me acalmar sem aguentar mais pensar em tudo isso.

-Lya? -eu ouvi a voz de JJ e uma batida na porta, o que me fez abrir os olhos. -Lya, você está viva aí dentro? Já está aí há alguns minutos. Está tudo bem? -eu pensei por alguns segundos e me levantei enxugando os meus olhos com a minha camiseta.

-Está tudo bem, eu já vou sair. -eu respondi e abri a torneira, lavando o meu rosto para diminuir a vermelhidão. Eu soltei o meu cabelo do coque em que esteve preso durante o dia todo e peguei a minha mochila para sair, abrindo a porta e apagando a luz. -Conseguiram arrumar o carro para podermos ir? -eu perguntei passando por JJ no mesmo instante, sem parar olhá-lo e ele me segurou fazendo uma cara estranha.

-O que foi? Você estava chorando? -ele me perguntou sem entender o que tinha acontecido. -O que foi no seu rosto?

-Nada, não aconteceu nada. -eu respondi. -Só caiu algo no meu olho, foi isso. -ele franziu o cenho e negou logo depois, enquanto eu olhava para qualquer lugar menos para ele. -Podemos ir? -eu perguntei.

-Não, porque você ainda não me respondeu. -ele disse e eu revirei os olhos. -O que houve? É por causa da mãe da Kie? Você está estranha desde que saímos da ilha. -eu engoli em seco negando e quando o olhei, minhas vistas embaçaram. JJ revirou seus olhos sem acreditar e me abraçou, o que me fez abraçá-lo de volta, voltando a chorar novamente.

-Eu estou surtando... -eu contei. -As vezes vem uma voz na minha cabeça que diz que eu nunca devia ter saído daquela clínica e eu não paro de me lembrar do que fizeram comigo lá, o que me faz pensar que talvez eu esteja mesmo ficando louca. -eu disse aos prantos. -Eu não sei o que tem errado comigo, mas isso não saí da minha cabeça! Só me faz ficar com medo de tudo, de coisas que podem acontecer e do que vamos passar. Eu estou com muito medo JJ e eu não queria ter que me sentir assim.

-Lyanna, não tem nada de errado com você ok? -JJ disse me segurando para que eu entendesse e eu o olhei. -Não é porque te dizem isso que significa que é verdade, tudo bem? Você não é louca ao ponto de precisar ficar em um lugar daqueles! Não é! -eu respirei fundo e ele segurou o meu rosto com suas mãos. -Eu sei, que nossa vida está uma confusão agora, mas não vamos precisar passar por mais nada disso quando chegarmos ao fim, ok? Se lembra do final feliz que eu te contei no Wreck quando estávamos fugindo da polícia? -eu assenti e ele sorriu para mim, assentindo também. -Vai ser a nossa vida em breve, entendeu? Eu prometo a você que será e prometo que eu não vou deixar nada de ruim acontecer com você tudo bem? Eu te prometo isso, não precisa ter medo... Estamos juntos nessa meu amor. -eu funguei e então assenti com a cabeça. -Eu amo você Lya.

-Eu também amo você, JJ. -eu disse e ele sorriu colando nossas bocas em um beijo calmo, que contribuíram para a minha pulsação abaixar e fazer aquela sensação ruim ir embora. Ele se afastou beijando minha cabeça em seguida e me abraçou fortemente enquanto eu parava de chorar e passava a respirar fundo para me controlar.

-Sabe, aproveitando para dizer isso já que está apenas nós dois... -JJ começou e eu pisquei algumas vezes, esperando ele continuar. -Acho que devíamos nos ca...

-Hmm gente. -Pope o interrompeu no meio da frase e nós nos separamos para olhá-lo que vinha caminhando na nossa direção. -Desculpa interromper, mas o trabalho ficou bem mais caro do que imaginávamos. Vamos precisar de você Lya. Só assim o cara vai nos deixar ir. -eu assenti para ele e Pope franziu o cenho. -Porque está chorando? Aconteceu alguma coisa? -ele perguntou.

-Eu disse coisas bem romanticas para ela que a emocionaram e você cortou todo o meu clima Pope. Me interrompendo numa parte bem importante. -JJ respondeu.

-Desculpa. -o garoto pediu.

-Você me fala depois, quando acabarmos aqui... -eu disse ao loiro que assentiu meio relutante e eu caminhei com Pope até a loja de conveniência. -Quanto que ficou? -eu perguntei e ele me estendeu o papel me fazendo olhar o preço.

-Que bandidos. -eu disse abrindo a minha mochila e pegando o cartão dentro dela. Eu enfiei o cartão na maquininha e encarei o homem que me olhava do outro lado do balcão. -Não faça essa cara para mim, sabe que eu não menti. Ainda mais nesse lugar boca de estrada, eu hein... Além do mais, você precisa passar um desinfetante dos bons na espelunca do seu banheiro.

-Ela está brincando. -Pope mencionou e eu paguei logo de uma vez, antes de me virar para uma prateleira com comidas, sabendo que devíamos comer algo ou acabaríamos passando mal de fome. -Aqui diz sessão natural, mas há apenas enlatados.

-Coisas da globalização Pope. -eu mencionei andando pela loja com o garoto me seguindo. -Quando eu tiver minha casa, farei questão das coisas ainda serem naturais por isso, terei uma horta. Não colocarei essas cenouras falsas das indústrias, tão cedo na minha boca. -eu virei em outro corredor e analisei as comidas de frente para mim.

-Ei Lya... -Pope começou e eu o olhei brevemente esperando ele falar logo. -Eu sei que foi horrível o que a mãe da Kie te disse, mas a Kie não concorda, sabe disso, não sabe?

-Sei. -eu respondi e me virei em sua direção. -É claro que eu sei. Mas, eu não gostei nenhum pouco e se a mãe dela vier toda temperamental para o meu lado novamente e me disser algo parecido mais uma vez, me segurem porque eu vou socá-la. -eu abri um sorriso amigável e ele riu assentindo.

-Vou me lembrar disso. -ele respondeu e nós escolhemos algumas comidas, antes de irmos.

Pope havia estacionado a camionete, agora consertada, em um campo aberto e eu estava deitada na traseira, encarando o céu estrelado. Eu observei as estrelas, com a minha cabeça escorada na minha mochila e soltei um suspiro, olhando brevemente Pope e Kie conversando entre si na outra ponta. Eu virei o meu rosto na direção de JJ e ele me olhou, analisando os meus olhos.

-O que queria me dizer na oficina? -eu perguntei em um tom baixo. -Antes do Pope aparecer e falar sobre a conta... -ele abriu um sorrisinho e negou com a cabeça. -Acha que devíamos o que? -eu perguntei esperando que ele completasse e falasse o que queria.

-Eu me esqueci. -JJ respondeu e eu franzi o cenho observando o seu rosto. -Juro, eu me esqueci. -ele riu fraco e eu sorri para o mesmo antes de fazer uma cara desconfiada.

-Certeza? -eu perguntei a ele e o mesmo assentiu. -Você se esqueceu mesmo ou não quer me contar agora por ter mais gente perto? -ele sorriu e beijou a ponta do meu nariz.

-Estão de segredinhos agora? -Pope perguntou e nós rimos.

-Eu e a Lya? Ah cara, temos muitos segredos. -JJ respondeu retirando o boné cinza da cabeça. -Iria se assustar se eu te contasse, mas se insiste em saber alguns... Não quero traumatizá-los nem nada. -eu ri vendo a cara que Kie e Pope estavam.

-Passamos dessa vez, obrigada. -Kiara respondeu.

-Não, não, nós não somos nenhum pouco tímidos, podemos compartilhar algumas coisas com vocês. -JJ disse. -Aquele horário de álgebra que matamos essa semana, é porque estávamos ocupados fazendo... -os dois cobriram os ouvidos e eu cobri a boca do garoto antes que ele terminasse a frase, enquanto eu começava a rir sem acreditar. -Pensei que eles estavam curiosos. -ele disse retirando a minha mão e ficando a segurando.

-Essa parte você não conta. -eu disse. -Íntima demais para ser compartilhada até com eles. -eu e JJ rimos com a cara que os dois estavam e Pope soltou um suspiro.

-Vamos dormir, amanhã acordamos cedo. -o garoto começou a ajeitar as cobertas no mesmo instante para mudar de assunto e JJ me olhou com uma cara engraçada por saber que havia os deixado com vergonha o suficiente para continuarem outra conversa. O garoto me beijou brevemente e eu retribuí segurando o seu rosto quando ele se aproximou de mim e colocou uma de suas pernas entre as minhas. Sua língua pediu passagem para entrar na minha boca e eu concedi o sentindo morder o meu lábio inferior antes de voltar a me beijar. -Eu espero que não importa o que estavam fazendo durante a aula de álgebra, não estejam pensando em fazer o mesmo agora. -Pope comentou virado de costas na nossa direção e nós quatro começamos a rir. -Estou falando sério! Precisamos dormir!

-Não olha para cá Pope. -JJ brincou e saiu de cima de mim acertando o amigo que respirou fundo. -Boa noite pessoal.

-Boa noite. -eu, Kie e Pope respondemos juntos e eu me virei para o canto para dormir. JJ tampou meu rosto com o seu boné e me abraçou por trás enquanto eu fechava meus olhos, sabendo que eu não demoraria muito tempo para pegar no sono. E realmente, não demorei.

**

Música: Where'd all the time goes - Dr. Dog

Pope dirigia a caminho de Charleston e eu e Kie íamos admirando todo o caminho pela enorme ponte pela qual passávamos, já na entrada da cidade. Eu sorri com a bonita luz do sol que batia contra nós e nós sorrimos uma para a outra observando a paisagem e a vista para o mar bem azul, abaixo de onde estávamos. Eu estiquei meu braço sentindo o vento bater contra ele e sorri ao ver algumas lanchas passando.

-Aqui é bem bonito, não acha? -Kiara comentou comigo e eu assenti para ela, concordando. -Diferente de Kildare, mas bem bonito.

-Me parece ser um lugar bem legal para se viver. -eu disse. -O que acha que vamos encontrar por aqui hein?

-Eu não sei... Mas, não acredito que estamos visitando um lugar tão bonito desses para ficarmos poucas horas. -ela disse se aproximando do lugar que eu estava e nós duas encaramos novamente, as lanchas que passavam. -Pogues para sempre? -ela me perguntou e estendeu um soquinho na minha direção.

-Pogues para sempre. -eu respondi batendo o meu contra o dela. -Estou feliz que chegamos. Vamos resolver isso e então depois podemos ir para as Bahamas atrás do John B e da Sarah... Sem internatos para você. -ela sorriu assentindo e eu peguei o meu celular. -Vem, vamos tirar uma foto. Estamos bonitas demais para não ter uma recordação desse dia. -eu me aproximei dela e nós sorrimos para a câmera. Eu bati a foto e ao parar para olhar a foto eu fiz uma cara toda convencida ao mostrar para ela, para provar que estávamos mesmo bonitas. O carro passou por uma placa gigante e eu estiquei minhas pernas, apoiando meus pés nas nossas coisas.

"Welcome to Charleston"

Weiterlesen

Das wird dir gefallen

1.2M 69.1K 85
Grego é dono do morro do Vidigal que vê sua vida mudar quando conhece Manuela. Uma única noite faz tudo mudar. ⚠️Todos os créditos pela capa são da t...
125K 7.5K 35
1 TEMPORADA CONCLUÍDA 2 TEMPORADA EM ANDAMENTO S/n se vê a pior amiga do mundo quando descobre que o cara com quem ela ficou em uma boate é o pai d...
1.1M 53.6K 73
"Anjos como você não podem ir para o inferno comigo." Toda confusão começa quando Alice Ferreira, filha do primeiro casamento de Abel Ferreira, vem m...
1.2M 65K 156
Nós dois não tem medo de nada Pique boladão, que se foda o mundão, hoje é eu e você Nóis foi do hotel baratinho pra 100K no mês Nóis já foi amante lo...