Quem É Ela | Livro 1 | Conclu...

By Quartausamosrosa

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|Livro um da duologia Eles| {É preciso realizar a leitura na ordem para um entendimento melhor da história} ... More

Recados
Prólogo
Cast
1|Era Domingo
2|Isso é um erro
3|Quando nos conhecemos
5|Irresponsabilidade
6|Ele não me deixa dormir
7|Despedida ao Bar
8|Pizza?
9|O Jantar
10|Pobre lata de lixo
11|Dejavu com gosto de lembranças
12|O Lago
13|Uma noite longa
14|Adoradoras
15|Ele tem nós dois, nunca estará sozinho
16|Te trouxe flores
17|Sim, eu prometo
18|Se eu fechar os olhos
Epílogo

4|Você não é metade do que ele dizia ser

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By Quartausamosrosa

Apos uma noite de bebedeira Sebastian acordou com o seu despertador tocando no horário de sempre. O homem quase o jogou pela janela, o toque estridente do objeto parecia se infiltrar em sua cabeça lhe causando fortes dores, com dificuldade ele se sentou na cama e resmungou, pois, mal havia despertado e já sentia a ressaca tomando conta do seu corpo.

Porém, com toda a força do seu ódio ele conseguiu se manter de pé e começou a se preparar para ir trabalhar.

Alguns dias já haviam se passado desde que tudo aconteceu e ele precisava voltar a ativa, Chadwick o seu sócio, não poderia tomar conta de tudo sozinho por muito tempo e voltar ao trabalho com certeza o ajudaria a esquecer o problema que se chamava Magnólia Xavier. Sim, ela era um problema aos olhos do rapaz, e não só por ter lhe jogado uma praga na noite passada, mas sim por ser um problema na qual ele não conseguia resolver, não importava qual teoria o homem forma-se em sua mente, nem uma delas era plausível para o fato de que seu irmão supostamente escondeu a mulher dele, de sua família.

Quando acabou o seu banho na água fria para tentar acalmar os seus nervoso e músculos que estavam trêmulos devido ao consumo excessivo de álcool, fez uma nota mental de que deveria se lembrar que a ressaca de um homem de 39 anos não é mais a mesma de quando se é um adolescente com 19 anos.

Após se vestir com mais um de seus ternos na cor cinza que eram sempre muito bem alinhados, ele desceu as escadas que naquele momento pareciam ter cerca de mil degraus, para tomar um café, ainda era cedo e ele não esperava encontrar ninguém na cozinha, porém o homem se sentiu frustrado ao passar pela porta da cozinha e encontrar Magnólia sentada à mesa junto de com seu filho, ele não evitou revirar os olhos e bufar ao vela.

Mesmo que o homem não tenha a idade de um adolescente, em certos momentos ele se comportava com um.

A mesma que sentiu o cheiro do seu perfume de longe deduzindo que ele estava próximo, não moveu se quer um músculo para olhar em seus olhos e lhe desejar um bom dia.

- Bom dia querido! - sua mãe disse colocando o jornal ao lado da sua xícara de café.

- Bom dia! - respondeu brevemente.

- Vamos meu amor, você tem que comer alguma coisa. - Magnólia disse tentando colocar uma rodela de banana na boca de Timóth, que comia mal desde que haviam chegado, ela sabia o motivo, mas não sabia como resolver.

Afinal, qual o remédio para saudade?

- Não não! - a criança disse ao fixar seus olhos em seu tio, Sebastian.

- A querida talvez ele não queira frutas. - a mulher mais velha e por tanto mais sabia comentou, mas logo foi repreendida por seu filho.

- Não fique se intrometendo, ela é a mãe.  Sabe o que ele gosta ou não de comer. - falou ao pegar uma garrafa térmica e a enchê-la de café.

- Tudo bem Elen, não me importo! - falou contrariando o homem. - O problema é que ele não come direito desde que chegamos. - concluiu, desistindo e colocando o prato com as frutas sobre a mesa.

- Se achar necessários nós podemos levá-lo ao médico meu bem. - Magnólia deu de lado um sorriso quase que imperceptível.

- Preciso ir, só volto após o jantar não me espere. - o homem fala tentando não participar daquele assunto.

- Se for ficar em seu apartamento me avise. Aliás, ontem você não iria para ele? - sua mãe perguntou ao voltar sua atenção para ele.

- É.. Eu ia, mas quando vi, já estava chegando aqui.

- Você dirigiu bêbado? Não ouvi você chegar. - ao ouvir a sua mãe perguntar se havia voltado pra casa embriagado, Sebastian desviou os seus olhos para Magnólia que agora o olhou de canto de olho.

- Não.. Eu não bebi. E tentei fazer pouco barulho, para não acordar vocês. - mentiu. - Agora preciso ir, não posso me atrasar. - feu um beijo sobre a testa de sua mãe como de costume.

Mentalmente ele pedia secretamente para que a mulher não abrisse a boca e revela-se que ele havia chegado bêbado ao ponto de quase não se aguentar sobre as próprias pernas.

Ao passar perto de Magnólia e Timóth ele olhou para o menino que acompanhava os seus paços, quando Sebastian passou ao seu lado Timóth esticou às suas mãozinhas na direção do homem em uma tentativa de segurar a do seu tio, que parou surpreso com o ato da criança, Magnólia os olhou com espanto.

- Colo? - Timóth pediu, Sebastian engoliu seco quando ouviu o pedido do menino, porém não o atendeu, ele se afastou com rapidez enquanto olhava desconfortável para os três sentados à mesa.


- Bom dia Jane! - Sebastian disse ao sair do elevador e cumprimentar a sua secretária.

- Bom dia Sebastian! - falou se levantando de sua mesa e indo de encontro com o homem.

- Preciso que ligue ao escritório de Chadwick e peça que ele venha até aqui, também preciso que me passe minha agenda de hoje. - pediu ao passar por ela.

- Claro, só um segundo que eu já levo para o sr. - Jane disse agora o seguindo até o seu escritório. - Sr. Sebastian espere.. - chamou com uma certa pressa. - O senhor tem visita.

- Visita? Que visita Jane? - falou ao olhar o relógio de prata em seu pulso e confirmando que ainda estava cedo para visitas.

- Ela Sebastian, Sharon já está te esperando, tentei impedi-la, mas você sabe como ela é. - Jane disse revirando os olhos, não era segredo de que todos a volta do homem não gostavam da loira inclusive a sua amiga e secretária Jane Foster.

Sebastian revirou os seus olhos junto de sua secretaria, ele gostava de ficar com a mulher, mas não gostava da forma que ela grudava nele feito um chiclete em baixo do acento de um estádio de futebol.

Era pedir muito que a mulher se mante-se afastada por mais algum tempo, já que até agora ela havia respeitado o seu luto, porém não adiantaria, pois, ela já estava de volta. Ao entrar em sua sala o homem encontrou a loira sentada em sua cadeira virada para a enorme parede de vidro que lhes dava a visão do outros prédios espalhados pela cidade.

- Sharon? - chamou e logo a mulher se levantou caminhando em sua direção.


- Meu bem finalmente você chegou! - se jogou nos braços de Sebastian e colou os seus lábios cheios de um gloss de tom alaranjado nos do homem que logo se desviou.

- Você sabe que eu odeio esses seus batons grudentos. - repreendeu ao se soltar da mulher enquanto limpava sua boca e seguia até a sua mesa.

- Uma mulher precisa estar sempre bonita e eu estava com saudades dessa sua boca. - falou se aproximando mais uma vez e passando seus dedos por sua gravata.

- Estou com pressa, o que veio fazer aqui?

- Dei um tempo para você, sei que perdas não são fáceis... Mas eu precisava me despedir antes de ir para Madripoor por algum tempo. - fala descendo seus dedos até o cinto do rapaz.

- Madripoor? - segurou suas mãos.

- Sim! Não é incrível, vou modelar lá por algum tempo meu agente fechou um contrato de alguns meses. Consegue imaginar todas aquelas baladas, e jantares, pessoas bonitas. - resitava enquanto tentava abrir o botão da calça de Sebastian.

- E quando você vai?

- Hoje a noite, mas primeiro... - Sharon ia insistir em retirar as roupas do homem, mas foi interrompida pelo toque na porta e do outro lado a voz de Jane se fez presente. - Logo agora, pede para ela voltar depois. - bufou a loira.

- Sebastian, Chadwick está aqui! - Jane diz ao abrir a porta e Sebastian afasta Sharon a segurando pelos ombros.

- Sim, mande-o entrar por favor. - arrumou suas roupas. - Infelizmente tenho alguns assuntos sérios para resolver agora.

- Mas eu..

- Boa viagem! Aproveite cada segundo. - deu um beijo em seu rosto e entregou sua bolsa que estava em cima da mesa.

Logo Chad entra e os cumprimenta, a loira bufa mais uma vez e sai do escritório pisando alto sem nem se quer cumprimentar Chadwick. Sebastian logo se senta e respira fundo, ele mal havia voltado a trabalhar e já estava estressado, o seu sócio se senta em uma das cadeiras que ficavam a frente do escritório lhe lançando um olhar desconfiado.

- Achei que já tivesse encerrado o... bom, seja lá o que for isso que vocês têm. - se pronunciou.

- Aparentemente a parava (acabou) não existe no seu dicionário, ou ela não entende a palavra. Então sempre volta e eu aceito, ela é boa com a bo.. Bom vamos mudar de assunto. - o respondeu. - Como vão às coisas?

- Tudo correu bem, consegui fechar aqueles contratos, mas você ainda tem duas reuniões importantes com os canadenses e os franceses. Um possível parceiro entrou em contato, mas disse que só tem interesse em resolver qualquer assunto que seja se for com você. Disse que você retornaria quando voltasse a atividade.

- Quando ele entrou em contato? Talvez eu possa resolver isso pessoalmente, preciso me afastar um pouco desse lugar...

- Dois dias após o acidente... - fez uma pasa. - ...pode ser um pouco cedo mas, sobre Londres. - Chad fala calmamente.

Sebastian sabia qual era esse assunto, Christopher havia saído da empresa de Londres e provavelmente havia escolhido quem assumiria o seu lugar, mas infelizmente ele partiu antes que pudesse comunicar sua decisão, então agora esse assunto teria que ser resolvido por seu irmão.

- Sim, eu sei, precisamos enviar alguém para lá. Mas quem? - pergunto.

- Ele não chegou a comentar algum nome?

- Não. Pelo menos não para mim. - fala olhando seriamente o nada. - Que merda.

- O que? - Chad perguntou olhando para o mesmo lugar que seu amigo olhava, o nada.

- Talvez tenha uma pessoa que saiba, tinha que ser logo ela. - lamentou.

- Ah! Sam me disse dessa sua rivalidade com a mulher, mas, porque?

- É só isso ou tem mais alguma coisa que preciso saber?

- É só. - era óbvio que ele mudaria de assunto.

- Ótimo, então você já pode ir.

Sebastian pensou que talvez a vida estivesse o punindo por algo que ele havia cometido no passado, essa seria a única explicação para que a mulher interferisse até mesmo nos seus assuntos do trabalho.

O homem amava o seu irmão, mas começava a pensar que Chris o odiava, afinal por qual outro motivo ele esconderia sua segunda família, ou até mesmo porque esconderia o nome de quem ele queria que o substituísse na empresa? Obviamente por ódio, afirmou mentalmente.

Quando se deu conta o dia já havia acabado e a tarde havia chegado, Sebastian se despediu de todos no seu escritório e seguiu até o seu carro pronto para ir embora, logo ele já estava fora do estacionamento e guiava pelas ruas sentido a mansão e não para o seu apartamento.

Elee se encontrava nervoso, pois teria que conversar com Magnólia para tentar saber se ela alguma vez havia escutado seu irmão falando sobre o seu trabalho.

Ao estacionar em frente sua casa ele suspirou pela milésima vez naquele dia, saiu do veículo e caminhou até a porta de entrada, quando passou pela mesma deu de cara com sua mãe parada ao pé da escada enquanto tinha uma bolsa infantil presa em seu ombro. Em seguida Magnólia desceu as escadas com Timóth em seu colo, a mulher mais velha o pegou em seus braços e caminhou até o homem que olhava tudo aquilo estranhamente.

- Chegou cedo meu filho, algum problema? - questiona parando próximo a ele, Timóth coloca seus olhos no homem e o observou atentamente, o mesmo desviou os seus olhos para a mãe da criança que tinha seu olhar presos em seu filho, ela não deixava de expressar uma feição preocupada.

- Só decidi trabalhar de casa. - retirou sua gravata.

- Ah! Claro... Vou até o parque com Timóth volto antes do jantar. - fala sorrindo para a criança.

- Diga tchau para sua mamãe querido. - Elen diz e Magnólia suspira ao esticar seu braço e acenar fracamente.

A mãe de Sebastian saiu da casa toda sorridente, ele não pode deixar de notar que a presença de ambos havia feito diferença em sua mãe, porém ele tinha medo dessa felicidade.

Assim que passaram pela porta Magnólia se virou e começou a subir os degraus, mas o homem a interrompeu quando a chamou.

- Espera! Queria perguntar uma coisa sobre Chris. - disse caminhando até a escada, a mesma parou no meio dos degraus e se virou calmamente para lhe olhar. - Queria saber se alguma vez ele comentou algo como você sobre a empresa. - fez uma pausa e ela levanta a sobrancelha esperando que ele continuasse. - Bom... antes de virem para cá ele chegou a dizer o nome de quem ele queria para substituí-lo? - finalmente perguntei.

A mulher o olhou seriamente pelo que pareciam ser horas, sem se quer dizer uma palavra, ele imaginou que talvez ela quisesse queimar a sua alma já que ele se senti dessa forma.

- Ele ainda não tinha certeza... - ela finalmente falou, Magnólia raramente interfira no trabalho do homem, porém essa foi uma das poucas coisas que ele havia lhe dito uma vez e pedido conselhos.

- Ele tinha dúvidas, entre quem Teo Hems ou talvez Peterson Quill, esses nomes te soam conhecidos? - perguntou esperançoso.

- Não! Ele dizia que eles eram mulherengos de mais para morarem em Londres. - falou sorrindo fracamente ao se lembrado de algo que seu falecido marido havia dito.

- Não posso discordar, mas se eles não servem quem então?

- Maria Hill. Das vezes que ele disse sobre o seu trabalho, uma delas foi sobre Maria. Ele dizia que ela era a única capaz de comandar Pégasos.

- Mais é claro... porque não pensei nisso, obrigado. - respondeu olhando nos olhos da mulher que voltou a ficar séria e logo lhe deu as costas sem se quer dizer nada.


Já passava da meia-noite e Magnólia ainda não havia conseguido pegar no sono, a cama era confortável a companhia de seu filho que dormia serenamente ao seu lado era agradável, e até mesmo a noite estava agradável, pois não estava nem frio e nem calor. E mesmo assim a mulher rolava de um lado para o outro sem conseguir pregar seus olhos.

O dia havia passado e junto dele muitas memórias com Christopher, ela pensava em seguir o dia sem se sentir mal, ou com saudades. Porem a atitude de seu filho ao ver Sebastian passado ao seu lado havia destrancado uma memória na qual ela tentava bloquear.

Timóth esticava os seus braços pedindo colo para o pai todos os dias antes que ele saísse para o trabalho. E ao fazer isso pela manhã lhe trouxe uma sensação de nostalgia, e como se não fosse o suficiente a tarde o homem na qual deixou claro que não queria tê-la por perto teve finalmente uma conversa civilizada com ela. A mulher se sentiu feliz por isso, porém o conteúdo do assunto a deixou melancólica mais uma vez, pois o assunto continuava sendo ele.

Magnólia não queria esquecê-lo como quem quer esquecer uma pessoa que lhe fez mal. Ela só não queria ficar pensando no homem que amou, a todo momento, ela queria ter os pés firmes, pois alguém no mundo dependia dela, e ficar se prendendo em memórias não a faria bem. Ela tinha consciência disso, mas naquele dia parecia ser impossível evitar memórias de momentos felizes. E tudo só pareceu piorar quando ela saiu de seu quarto para ir até à cozinha buscar por algo para comer.

Quando chegará a ponta da escada escutou uma risada na qual conhecia muito bem, consegui imaginar o homem com a mão sobre o peito e o corpo tombando para trás enquanto o som da sua risada tomava conta do espaço, com passos rápidos ela desceu os degraus da escada e logo chegou a sala que era iluminada somente pela claridade da TV que tocava um vídeo em que Christopher ria ao brincar com um cachorrinho, o homem não parecia está muito mais velho do que quando ela o conheceu.

Magnólia adentrou o espaço com calma, parecia estar hipnotizada com a imagem que rodava na enorme tela, mas seu transe foi quebrado quando o vídeo foi pausado e uma voz roupa que também já era conhecida por ela a despertou.

- O que faz aqui. - o homem disse seriamente.

- Ele.. sinto falta dele. - ela sussurrou ainda olhando para a imagem de Christopher na televisão.

- Será que nunca mais vou ficar sozinho, você sempre vai estar por perto?

- Não estou te perseguindo se é o que quer dizer, eu só... - tentou dizer, mas foi impedida de continuar.

- Eu já entendi que vocês eram um casal, aceito que ele escondeu isso de nós, de mim. Mas isso não muda o fato de que não gosto de você e de que quero você longe da minha vida, da minha casa. - Magnólia sentiu ódio correr por suas veias, pois o homem a tratava mal gratuitamente, e aquele dia já havia sido pesado de mais para poder voltar ao seu quarto engolindo mais uma vez o veneno que ele despejava sobre ela.

Sebastian continuou sentado sobre o sofá com sua feição fechada e os olhos fixos a TV pausada, na qual tinha a imagem de seu irmão. Se um dia ela havia pensado ou dito para si mesma de que apenas ignoraria toda essa raiva ela acabará de retirar tais pensamentos. Magnólia sentiu sua garganta seca ao respirar fundo, estava sentida. A imagem de Chris sorrindo na TV pareceu chamar ainda mais a sua atenção, não deixando que ela conseguisse seguir o seu caminho até a cozinha.

E logo sua mente gritou um basta.

- Quer saber? Você é um idiota. - a mulher lhe xingou com todo o seu ódio enquanto apertava os seus punhos. E Ele ergueu levemente a sobrancelha, mostrando pouca importância.

- Consigo viver com isso. - comentou pronto para desviar dos seus olhos.

Desligou a TV pelo controle, e se levantou par dar as costas a mulher que agora estava parada a sua frente.

- Ninguém é culpado pela sua vida amarga e infeliz, Sebastian. Eu não sou culpada. - sua voz saiu quase trêmula.

Magnólia sentia meu sangue bombear fortemente em seu peito, aumentando seu nervosismo. Ela sabia que suas palavras podiam ser cruéis quando usava a mágoa em seu peito ao invés de pensar racionalmente.

Mas estava exausta.

- O que disse? - ele perguntou parecendo não intender.

- Você está sentido, eu sei. Você perdeu seu irmão e você o amava. Eu compreendo, mas nem por isso você tem que descontar nos outros a dor do seu luto. - argumentou movendo suas mãos, apontando para o mesmo, Sebastian riu sem humor por alguns segundos, porém voltou a sua feição séria e agora assustadora.

- Não tente me dizer...

- Cala boca! - o interrompeu e ele pareceu surpreso. - Agora você vai calar a porra da boca porque eu vou falar! Já aguentei muito calada, me cansei de ouvir e receber o seu ódio gratuito. Eu busquei compreender, sabia que estava sendo difícil para você e ainda assim aguentei quieta, palavras que me magoaram bastante, isso tudo por respeito assim como disse que teria ao estar na minha presença. Mas agora chega, agora é sua vez de ouvir.

Sebastian a encarou firme na tentativa de intimidá-la, mas a mulher se manteve firme.

- Eu... eu também perdi alguém importante Sebastian. A única pessoa que eu tinha nesse mundo era Christopher, e por mais que ele seja seu irmão, ele era meu marido e o pai do meu filho. Não quero diminuir a sua dor, e nunca ousaria fazer isso. Mas eu também sinto muito diariamente e você tem feito algo que é pesado, se tornar insuportável!

O homem não deixou nada além do seu olhar de desprezo transparecer em seu rosto, ao se levantar do sofá ele se aproximou da mulher que percebia agora a diferença de altura entre eles, o espaço que parecia ser pouco agora se tornou minúsculo entre os dois e ela sentiu o ar quente da bufada de ar que o homem deu próximo ao seu rosto.

- O que quer que eu diga? - riu amargamente, inclinando o rosto para ao lado de forma debochada - Quer que eu te peça desculpas e que te traga flores todos os dias para se lembrar de que meu irmão se foi, mas que nunca vai estar sozinha? Eu não me importo, não me importo com o que você pensa sobre mim. Te disse para me poupar de tentar me mostrar quem você realmente é. E olha só você patética com esse discursinho digno de pena, eu não confio em você garota. - Sebastian falava firmemente. - Mas em uma coisa nós concordamos, você não estaria sofrendo com o meu ódio gratuito se estivesse longe daqui Magnólia, porque por mim você se quer teria passado por aquela porta.

- Não confia em mim? - repetiu com uma risada falsa, - Você fala como se eu precisasse despertar tal sentimento em você. O que eu quero é respeito Sebastian, respeito e paz.

- As pessoas têm o meu respeito quando são merecedoras.

- Se eu fizesse assim como você, acabaria cuspindo em sua cara, já que a única coisa que você não tem merecido é o meu! -  mulher rosnou entre dentes.

- Eu não preciso do seu. - ele retrucou.

- Então é isso? Quer tornar minha vida tão insuportável ao seu lado pelo simples fato de eu estár aqui. - Sebastian encolhe os ombros despreocupado.

- Quer saber? Você é mesmo um idiota. - Magnólia reprimiu o seu ódio, empurrando ele para longe.

- Como dito a sua opinião sobre mim não me importa. - respondeu curto lhe lançado um último olhar antes de pegar a seu paleto que estava jogada sobre o sofá e lhe dar as costas.

- Pois deveria. Já que ela era baseada no que o Chris me falava sobre você. - Sebastian parou no mesmo instante, virando seu rosto para a mulher que se manteve firme o olhando da mesma forma em que ele a pouco a olhou, com desprezo. Porém, havia algo a mais em seu peito, era decepção. - Seu irmão sempre me falou de você.

- Cale a boca, não quero saber.

Magnólia riu sem humor se aproximando do mesmo, imitando o seu gesto ao inclinar seu rosto para lado, demonstrando falsa preocupação.

- Falar sobre vocês era o que ele mais fazia. Me contou das aventuras incríveis de vocês e de como amava ir ao parque com você aos sábados a noite e de como você sempre acabava conquistando todas as garotas, até mesmo as que estavam com ele. - Magnólia Sorriu sem vontade - O que foi? Ainda desconfiado de que eu e seu irmão não tínhamos nada? De que eu só quero me aproveitar da vulnerabilidade da sua mãe por perder um filho? Ele te achava incrível Sebastian e simplesmente te admirava sabia disso?

- Eu quero que você fique quieta! - rosnou trincando os dentes. 

- Por que, Sebastian? - não respondeu ficou quieto, apenas a encarando com ódio.

- Quer saber? Nem precisa me responder, pois eu já sei. - desfez seu sorriso, o olhando dos pés a cabeça - Você não quer ouvir sobre isso, pois está longe de se aquele que seu irmão esperava que você fosse. - balançou a cabeça. - E para ser sincera, você não é nem a metade do homem que ele me disse que você era!

- Magnólia! - bufou.

- Talvez seja por isso que me sinto tão chateada em relação a você. Pensava ser minha intuição, sabe? pensei que, no fundo existia algo de bom em você, Sebastian. Mas a realidade é outra.

Buscou firmeza em continuar com a tentativa de despreza-lo da mesma forma que ele fazia com ela. Mas se tornou difícil assim que percebeu o peso das suas palavras e a forma com que os olhos do homem mudaram.

- Eu estava apenas esperando surgisse a imagem que seu irmão montou de você em minha cabeça, mas isso não é real.

Ele respirou fundo, podia ver a veia de seu pescoço saltando e antes que pudesse dizer algo afasto seu corpo com pressa e extremamente irritado, batendo com a mão forte no vaso que ficava na mesinha ao lado do sofá.

- Você... você... - ele a olhou possesso do outro lado da sala.

- O que foi Sebastian? - ela ergueu as sobrancelhas imitando seu gesto de minutos atrás e se preparou para sair - Pensei que não se importasse.

Espero que gostem. ❤

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