Quem É Ela | Livro 1 | Conclu...

Par Quarta-usamos_verde

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|Livro um da duologia Eles| {É preciso realizar a leitura na ordem para um entendimento melhor da história} ... Plus

Recados
Prólogo
Cast
1|Era Domingo
2|Isso é um erro
4|Você não é metade do que ele dizia ser
5|Irresponsabilidade
6|Ele não me deixa dormir
7|Despedida ao Bar
8|Pizza?
9|O Jantar
10|Pobre lata de lixo
11|Dejavu com gosto de lembranças
12|O Lago
13|Uma noite longa
14|Adoradoras
15|Ele tem nós dois, nunca estará sozinho
16|Te trouxe flores
17|Sim, eu prometo
18|Se eu fechar os olhos
Epílogo

3|Quando nos conhecemos

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Par Quarta-usamos_verde

Magnólia conseguia se lembrar do dia em que se conheceram com perfeição. Talvez se fecha-se os olhos veria com detalhes tudo o que aconteceu após tê-lo visto parado no meio da rua de baixo da chuva.

A mulher havia saído do trabalho e caminhava até sua casa que ficava razoavelmente perto de onde trabalhava, aquele teria sido mais um dia rotineiro se ela não tivesse prestado atenção no homem que chutava a roda do seu carro enquanto xingava. Podia-se dizer que não era bem prestar atenção, e sim curiosidade em querer saber o porquê ele tanto agredia o seu veículo de luxo, Magnólia até tentou passar por ele sem interferir, o que aconteceria sem nem um problema já que o homem que vestia um sobretudo beje não notou sua presença, porém ela não conseguiu resistir e acabou abordando o homem que a observou dos pés a cabeça assim que ouviu sua voz calma o chamado.

Se perguntassem a ele o que lhe chamou a atenção em primeiro lugar ele não saberia dar uma resposta concreta. Porque o jovem gostou da forma que os cabelos molhados dela escorriam por seu pescoço e lateral do rosto, gostou dos cílios que acumulavam gotículas de água, as bochechas grandes, os lábios que eram carnudos e se comprimiam esperando que ele lhe desse uma resposta.

- Precisa de ajuda ? - perguntou ao se aproximar, mas mantendo uma certa distância.

- Na-não - respondeu tentando lhe lançar um sorriso sedutor.

- Sério? - o h omem bufou soltando o ar dos seus pulmões e logo passou a mão por seus cabelos que estavam molhados.

- Sim, está tudo bem. É só que o meu carro não quer pegar, não vi nem um táxi passando e não conheço nada por aqui então.. Eu tenho tudo sobre controle. - falou com humor ao colocar suas mãos no bolso de sua calça. 

- São quase duas da manhã de um sábado, as chances de achar um táxi são as mesmas de conseguir uma oficina aberta, ou seja, quase zero. Mas eu disse quase. -  tentou ser simpática.

- Eu me chamo Christopher, Christopher Lark. - o homem respondeu mesmo que ela não tenha perguntado.

- Magnólia Xavier! Abre o capo, posso ver se acho o problema. - se aproximou do carro

- Não, você não vai consertar.

- Só não digo que quero apostar porque não faço apostas com estranhos, Christopher. - retrucou.

O homem passou quase cinco minutos se perguntando se ela realmente iria fazer isso de baixo de chuva, e o porque ela faria já que ele era um total desconhecido.

Ao abrir o capo Magnólia observou o motor, por sorte o carro havia parado bem em abaixo de um poste de luz então achar o problema foi relativamente fácil, alguns dos fios que levavam até a bateria estavam soltos, o problema em si até que era fácil de se resolver o complicado eram esses fios que não queriam parar no lugar, estavam bambos, mas nada complicado de mais para um toque de Macgyver.

- Bom acredito que isso vai funcionar, tenta ligar. - o rapaz que passou o tempo todo ali do lado nem se quer prestou atenção no que ela havia feito, pois, seus olhos estavam presos nela e não em suas mãos.

- Você deveria apostar mais vezes com estranhos. - ele disse assim que ouviu o ronco do motor.

- Quem sabe em uma próxima. - sorriu. - Alguns fios estavam bambos, resolvi o problema por hora, mas na segunda-feira você tem que levá-lo a oficina sem falta, acredito que o meu prendedor de cabelo não seja algo tão confiável a longo prazo. - completou ao olhar mais atentamente para o homem por algum tempo.

Agora era a vez dela de observá-lo, as vestes bonitas, pele clara e olhos azuis gelo, ele era alto e por de baixo do sobretudo parecia existir um porte físico atraente, atraente assim como o seu rosto.

- É.. eu, eu já vou indo, tenha uma boa noite Chris. - se despediu ao dar alguns passos ainda de frente com ele, mas logo virou seu corpo lhe dando as costas.

- Espera! - chamou antes que Magnólia se safasta-se mais. - Me deixa te lavar até em casa, ainda está chovendo. - disse olhando para o céu. - É o mínimo que posso fazer.

- Não pego carona com estranhos. Até...

- Não pega carona com estranhos, mas para no meio de uma rua deserta para ajudar um.. Estranho? - Christopher interrompe. - Eu insisto. - a mulher revirou os olhos e acabou se rendendo.

- Touché! - ela murmurou.

Estava cansada, encharcada e ainda andaria cerca de mais três quarteirões para finalmente chegar em casa.

Quando ela se aproximou do carro Christopher correu em sua frente e abriu a porta do passageiro, mas ela passou direto por ele e abriu a porta dos bancos traseiros, se sentou e esperou que ele voltasse para o banco do motorista e finalmente saísse dali.

Não parecia que a chuva iria parar tão cedo, mas Magnólia já estava acostumada e particularmente gostava de dias chuvosos. Christopher a observou por um tempo enquanto ela ficava ali parada olhando para as goras de água correndo pelo vidro do carro. Logo a mulher sentiu aquela coisa que sentimos quando estamos sendo observados, desvio os olhos de canto para Christopher que percebeu o flagrante e desviou os seus olhos rapidamente para as ruas.

- Então.. Você não tem namorado. - sou mais como uma afirmação do que como uma pergunta.

- O que te faz pensa isso? A falta de uma aliança no meu dedo? Pois, saiba que um relacionamento não precisa ser definido com apenas um objeto reluzente. - respondeu o olhando fixamente.

- Não foi bem a falta de uma aliança.

- E o que foi então?

- Só um louco deixaria uma namorada como você voltar para casa no meio da noite sozinha.. - apertou o volante do carro após respondê-la e ela se sentiu de uma forma estranha.

- Vire a esquerda, a terceira casa é a minha. - respondo ainda sem jeito e logo ele estacionou em frente a uma oficina.

Christopher observou a fachada do lugar enquanto ela procura as suas chaves na sua bolsa.

- Agora faz sentido.. Filha de um mecânico. - ele concluiu.

- Na verdade, prima, eu moro nos fundos... - Magnólia por algum motivo não queria se despedir ali, ela havia gostado do estranho. - Escuta, se quiser pode entrar para se secar um pouco antes de chegar até sua casa. Acho que devo ter algumas roupas do meu primo que serviram em você.

- E esse seu primo não vai se importar?

- Não se preocupe com isso.


Aquele foi o primeiro dia de muitos que viriam pela frente.

No outro dia enquanto caminhava de volta ao seu trabalho ela estranhamente via mais carros do mesmo modelo que o de Christopher do que o normal, e isso a deixou um pouco assustada, já que ela não sabia se queria que fosse ele ou não. Qual é? Você o  viu só uma vez. Pensou, aquilo já era demais até para ela.

Então decidida a continuar com a sua vidinha, Magnólia passou o seu tempo servindo bebidas, ouvindo cantadas ridículas e às vezes olhando para o jogo na TV na qual todos os homens do lugar estavam focados. Ela estava correndo de um lado para o outro, enquanto anotava pedidos e comentava com as suas amigas de trabalho o quanto o seu chefe estava estranhamente mais zangado naquele dia, ou seja, tudo corria normalmente na sua noite de trabalho, bom, até aquele momento. 

Quando sua atenção correu até a porta ela pode ver um homem entrando, internamente a mesma já começava a xingar e reclamar de qualquer cliente novo que passasse por aquela porta, porém parou assim que o reconheceu, realmente era ele. Ela deveria agir normalmente, pois ele não seria nem o primeiro e nem o último homem ao entrar naquele bar, mas ela não  conseguiu, e travou não dando nem mais um passo. Os olhos do homem alto e bonito percorreram por todo o lugar, e assim que eles se encontraram com os seus a sua postura mudou.

Haviam vozes a sua volta, gritaria do que   acreditavam ser resultado de um gol, mas isso não impediu que eles mudassem seu foco. Magnólia reparou em como Christopher estava bonito, camisa branca e calça social, os três primeiros botões estavam abertos tornava sua vestimenta um pouco mais casual, mas não o suficiente para disfarçar o seu cabelo bem-arrumado, ela queria sorrir com seu pensamento, mas logo foi puxada para a realidade ao ouvir seu chefe a gritar.

- Oh glamurosa! Eu vou descontar do seu salário. - ele ergue as sobrancelhas a  olhando sem intender o porque ela estava ali parada, logo ele bate leves palminhas ao indicar a bandeja redonda em sua mão com um Whisky. - E aí, senhorita Xavier eu to falando com você. 

Dando um leve pulinho ela balançou a cabeça e seguiu até o outro lado para entregar a bebida a um senhor. Sorriu simpática e assim que deu, as costas, prestes a voltar ao balcão, levou um pequeno susto ao dar de cara com Christopher a sua frente, parado.

Ele tinha um sorriso gentil, e seu olhar lhe trazia um aconchego inexplicavelmente bom, ao retribuir o sorriso ela afastou seu cabelo do rosto,  abraçou a bandeja em seu peito com uma mão enquanto passava a outra ligeiramente pelo avental, na intenção de tirar o amassado ou qualquer sujeira.

- Oi Magnólia. Quanto tempo! - brincou ele passando a língua pelos lábios, e colocando as mãos nos bolsos da sua calça.

- Oi Christopher! - tentou conter seu sorriso.
O pequeno sino do caixa tocou, e seu chefe indicou pedidos na intenção de apressa-la  que prontamente assentiu, tentando desviar do homem que deu um passo ao lado  impedindo sua passagem retirando uma das mãos do seu bolso e fazendo sinal para que ela espera-se.

- Não, espera! Quero dizer... nós... nós não podemos conversar um pouco? - perguntou antes de passar os olhos pelo chefe da garota e logo voltando para ela.

A ideia de que ele queria conversar com ela fazia os seus olhos brilharem, mas logo se lembrou que aquele não era o momento e que ela muito menos deveria sorrir e concordar, já que eles nem se conheciam direito. Mesmo que seja a sua vontade, não podia, e sinceramente, o que lhe impedia não era não saber a procedência do homem, e sim o fato de que agora ela estava trabalhando. Então abrindo um sorriso sem jeito, balançou levemente a cabeça antes de se pronunciar. 

- Me desculpa, não dá, o bar está cheio hoje! - respondeu sincera - E o meu chefe um pouquinho estressado. - iria desviar novamente, mas Christopher volta a dar um passo a sua frente.

- Eu posso te esperar.

- Não, eu acho que não. Já está tarde, e ainda vou demorar. - ela não podia acreditar que ansiou secretamente pela vinda dele, mesmo que sem motivos e quando o universo resolveu lhe dar ouvidos, o bar estava cheio o suficiente para que não conseguisse sequer respirar. - Por um acaso precisa de alguma ajuda com seu carro de novo? - perguntou com leve deboche ao tentar sair novamente.

E Ele pareceu pensativo.

- Talvez. - sorriu fazendo mistério.

- Talvez?

- Gostaria de te devolver algo.

- O quê? As roupas? Pode ficar.  - disse olhando para as suas vestes. - Ou.. Faça uma doação. Era o que eu já deveria ter feito. - falou apática, mas logo o homem retirou do seu bolso o seu prendedor de cabelo.

Ela olhou surpresa para o objeto em sua mão, pois não esperava que ele fosse até ela para devolver somente aquilo. Logo Magnólia esticou sua mão para pegar o pequeno laço, mas ele recuou levemente, fazendo uma breve careta.

- Ei!

- Vou te entregar quando terminar seu turno.

- Isso vai demorar! - respondeu tristonha só  de pensa nas longas horas que ainda tinha de trabalho. 

- Eu tenho muito tempo, Magnólia. - ela gostou de ouvir seu nome na voz dele, mas logo balançou a cabeça desacreditada. - E bem... - deu um passo ao lado se sentando em uma das mesas livres ao lado da janela, erguendo seus olhos até os dela. - Posso fazer pedidos o suficiente para que você possa vir com frequência até a minha mesa. - completou esticando os seus braços sobre a madeira lisa.

Magnólia finalmente deixou que um sorriso escapasse antes de voltar ao trabalho, e ele gostou, pois, levou esse sorriso como um sinal de que ela também estava interessada.

O que a mulher pensou ser uma brincadeira, Christopher fez questão de provar o contrário, ele estava realmente decidido já que ficou sentado assistindo o jogo, pediu uma porção de batatas, cervejas e até mesmo fez alguns amigos. Enquanto isso Magnólia trabalhava, ela podia vê-lo sorrir, conversar e comemorar com o pessoal os gols feitos pelo time de futebol. 

E ela gostava da forma em que a cada minuto ele dava um jeito de trocar olhares com ela, o que causava um desconforto prazeroso no seu estômago, pois ele não a deixava nervosa, no mínimo um pouco tímida, mas completamente e estremante animada, porém era algo que ela conseguia lidar.

O tempo foi passando todos foram pagando suas contas e saindo, enquanto Christopher tinha a cabeça baixa sobre a mesa, aquela hora a mulher pensava que nunca mais sairia daquele bar, mas quando seu chefe a liberou ela rapidamente pegou suas coisas e foi até a mesa do homem que a deixou surpresa. Ele ainda estava ali, mas parecia estar dormindo, com um dos seus braços ele apoiava a sua cabeça sobre a mesa. Magnólia o observou por alguns segundos antes de esticar sua mãe para acordá-lo.

- Christopher? - chamou e ele levantou a cabeça rapidamente, passando as costas das mãos ao canto da boca de uma forma engraçada. - Você parece cansado. Deveria ter me entregado o prendedor e ter voltado para casa.

- Prendedor? - balançou a cabeça respirando fundo e logo focou nos olhos da mulher que agora estava sentada a sua frente. - Isso foi apenas um pretexto para te ver Magnólia. 

- Um pretexto? - perguntou sentindo seu estômago daquela forma estranha. 

- Pode não parecer, mas eu sou um pouco tímido. - disse sorrindo sem jeito. Mas logo mudou o assunto. - Posso te levar pra casa? - pergunto a encarando e ela sentiu a intensidade daqueles olhos azuis gelados reforçando seu pensamento do quão ele era charmoso.

- Porquê?

- Porque até chegarmos em sua casa, eu acredito que já tenha tomado coragem de te chamar para um encontro.

- Encontro? - voltou a perguntar.

- Sim. Eu vou te levar para conhecer a cidade. - ele disse convicto.

- Ai meu Deus! como vou te falar isso, Christopher, mas é que eu meio que moro aqui sabe, então já conheço a cidade.  - respondeu irônica.

- Mas você não entendeu Magnólia. Nós  vamos ressignificar todas as suas lembranças, assim eu sempre estarei nelas... E você nas minhas. - a mulher não esperava por aquela resposta por isso demorou alguns segundos para dar um sorriso que demonstrasse ternura, surpresa e confusão, ela duvidava se ele havia se ouvido.

- Mas a gente mal se conhece.

- É por isso que estou disposto a conhecer cada dia mais. - falou no mesmo instante.

Magnólia tentou mostrar tranquilidade ao acalmar sua respiração já que no momento  ela queria soltar um enorme suspiro, pois nem se ela quisesse, conseguiria negar sair em um encontro com ele.

Christopher esticou sua mão sobre a mesa mostrando a ela o seu laço, ela então suspirou ao levar sua mão até a dele e fechar seus dedos em volta do pequeno objeto na qual eles não sabiam naquele momento, mas já pertencia a uma memória.  

- Acho que vai precisar dele mais vezes. - Magnólia arrumou sua bolsa em seu ombro ao se levantar e caminhar para longe da mesa, enquanto ele continuou sentado parecendo processar o que ela tinha lhe dito, e abriu um sorriso ao entender.  - Vamos, você não vai me levar pra casa?

Depois daquele dia, Magnólia teve certeza que seria difícil ignorar Christopher, quando ele a levou para casa de carro fez questão de pegar o caminho mais longo, com a desculpa de que queria evitar o trânsito da madrugada, o que foi engraçado já que quase toda a cidade adormecia. O sorriso sapeca do homem indicava o que ele queria, ela apenas concordou, pois, ela não queria outra coisa a não ser ter ele para si por um momento.

A sua noite havia se tornado cem porcento melhor desde que o homem passou pelas portas do bar, e a atitude dele de se sentar em uma mesa e espera a noite toda para que ela fosse liberada e então finalmente leva-lá para casa se tornou incrível aos olhos da mulher.

No encontro em que tiveram Christopher a levou em London Eye, ele dizia curiosidade sobre o lugar e ela ouvia todas elas, grava cada palavra dita por ele, mesmo que já soubesse de tudo. No final das contas o homem estava certo, eles criariam memórias juntos, pois ao se lembrar do encontro Magnólia podia ouvir sua voz perfeitamente lhe contando sobre o local.

Em pouco tempo ela soube que Chris se tornaria alguém importante na sua vida, pois estar com ele era a garantia de que, seja lá o quão ruim seu dia tenha sido, tudo mudaria drasticamente apenas ao encontra-lo.

A forma com que ele era sempre bem-humorado, lhe fazia sorrir o tempo todo e causava uma sensação prazerosa similar a estar em casa, Christopher havia se tornado o seu lar. Por isso eles resolveram dar um passo a mais na sua relação, em um dos vários encontros que tiveram, eles deixaram de lado o bloqueio em relação ao falar sobre suas vidas pessoais e se abriram um com o outro.

O rapaz lhe contou o motivo de estar morando em Londres, disse que havia se mudado a quase um ano, pois decidiu cuidar de uma das empresas de sua família. Obviamente a mulher sabia que ele era importante financeiramente, prova disse era o seu modo de agir, a sua educação e cavalheirismo, como se vestia e com toda certeza o seu carro de luxo.

Mas a mesma nunca o questionava sobre o seu trabalho, sempre que o homem se atrasava dizia que o dia havia sido cheio, e ela nunca se aprofundava no assunto, apenas lhe perguntava se ele estava bem, procurava ajudá-lo e estar presente caso precisasse conversar. Todas as vezes que ouvirá falar do trabalho ele quem dava início a conversar e ela escutava atentamente.

Da mesma forma que ele havia lhe contado sobre si, ela fez. Falou sobre sua vida, que não era algo tão simples, porém não tão complicada, mas se abrir com ele, a fez se sentir bem, pois até então ela não sabia que precisava tirar uma parte do peso que carregava em suas costas a tanto tempo.

A forma como ele aceitou e entendeu os seus motivos para permanecer em seu trabalho, casa, estudados, o seu pedido para que o relacionamento entre eles permanecesse discreto e secreto. Fez com que ela tivesse certeza no que vinha pensando a algum tempo, ela queria ficar ao lado dele, gostava dele.

Fazia quase um ano que Christopher e Magnólia estavam em um relacionamento e agora eles já estavam morando juntos, como parte da rotina do casal, assistir ao futebol no bar que Chris mais gostava todas as quintas e sextas era sagrado.

Clint o dono do bar e amigo de Christopher sempre se juntava a eles para uma rodada de pôquer após o término do jogo. Clint também tinha uma namorada chamada Laura que em pouco tempo se tornou uma amiga para Magnólia. 

Em uma dessas quintas-feiras o casal de amigos comemorava o seu oitavo mês de namoro, por coincidência naquele dia acontecia na final do super bowl, na qual Christoper era louco e o seu time era o New England Patriots, e nesse dia o time jogava a final contra Seattle Seahawks, de virada, o New England venceu e o homem foi a loucura.

No meio da comemoração o rapaz se ajoelhou e pediu a mãe da mulher em casamento. Para os dois aquele foi um dia memorável e as fotos que foram tiradas naquele dia do homem ajoelhado, com uma mulher pasma e depois se beijando apos um SIM ser dito ficaram fixadas no pequeno mural que Clint tinha no bar.

O casamento foi feito com uma cerimônia simples que aconteceu no mesmo bar onde o pedido foi feito e alguns poucos amigos foram convidados.

Agora eles completavam dois anos juntos e Christopher havia preparado uma surpresa para sua amada em comemoração, seria um passeio cheio de aventuras que era algo no qual os dois descobriram terem em comum, a adrenalina. Porém, uma semana antes, Magnólia começou a se sentir estranha e sentiu que algo estava errado, a sensação era péssima, tinha enjoos e dor de cabeça.

Ela até pensou que poderia ser Gravidez! mas os 4 testes de farmácia diziam que não, porém os sintomas continuaram e então ela resolveu ir ao hospital com sua amiga Laura, e ao volta para casa com a noticia de que os testes estavam errado e que ela realmente estava grávida foi chocante, tanto que sua primeira reação foi surpresa, eles não estavam esperando por isso, os planos para terem um filho nunca haviam sido situados até aquele momento, e Magnólia temeu, temeu por não saber qual seria a maneira que seu amado receberia a notícia, porém a reação de Christopher foi completamente contrária.

Ele chorou, chorou de alegria, a euforia ao fazer planos fez a mulher perceber a sorte que tinha, e o quanto fez a escolha certa ao parar no meio da noite para ajudar um cara desconhecido, pois aquele cara seria um bom pai e ela não tinha dúvidas quanto a isso.

Quando Timóth chegou em suas vidas, eles se tornaram a família mais feliz do mundo, os dias tristes passaram a ser bobagens e lembranças vazias do passado, os três se completavam, e pessoas completas não sofriam, não se sentiam sozinhas, não tinham dias sombrios.

Todos desfrutavam a dádiva de estarem juntos.

Logo o pequeno completou um ano de vida,  a comemoração foi no bar onde se casaram e lá estavam presentes Clint e Laura, que Timóth tanto adorava. Foi nesse dia que Magnólia foi questionada sobre os pais de Christopher e a sua família. Ela engoliu a seco quando se lembrou da sua família, mas também se lembrou do seu marido falando sobre seu irmão e o quanto eles se davam bem, se amavam.

Chris sempre falava com sua mãe e irmão, mas nunca sobre seu filho e sua esposa, Magnólia julgava que a mãe dele parecia ser um doce de pessoa. Mas sempre que as ligações aconteciam ela pegava Timóth e se trancava no quarto, como sempre Christopher nunca perguntava por quanto tempo ela prezaria o seu anonimato e ela agradecia mentalmente por isso, pois sabia que ele amava ambas as famílias. 

Mesmo após o aniversário do seu filho, Magnólia foi atormentada a respeito dos familiares do seu marido, entretanto agora ninguém a perguntava abertamente sobre eles, mas a sua mente sim.

Seus pensamentos gritavam que ela privava a família do seu marido de conhecerem o seu  filho, de vê-lo crescer, se desenvolver. Pois, eles não viram a sua reação quando provou a primeira fruta, não viram os primeiros passos, e nem a primeira gargalhada enquanto brincava com Chris.

Timóth rindo foi o motivo de Christopher entregar ser o pai mais coruja do mundo, o momento fez ele chorar feito uma criança, o seu filho gargalhava, enquanto ele ria e chorava em simultâneo. Isso pesou na balança, privar uma mãe de ver o desenvolvimento do seu próprio filho como pai, e o quão seu neto era incrível? Magnólia compreendia que o seu filho preenchia os seus corações de amor, e ela não podia deixar que a mãe dele e seu irmão não sentisse esse amor. Então ela chegou ao consenso consigo mesma, e tomou a decisão de que era hora de irem.

Christopher estava na cozinha preparando a mamadeira do seu filho, ele parecia com sono e era tarde da noite, mas aquela era a sua vez de cuidar de Timóth durante a madrugada, pela baba eletrônica ela podia ouvir o seu pequeno muito bem acordado e agitado.

Suspirando Magnólia se aproximou e recebeu um sorriso fraco do homem assim que a viu, ela o abraçou pro trás fechando seus olhos e apertando o seu corpo quente sobre a camisa branca que ele vestia, o deixando lindo como sempre, logo Christopher puxou seus dedos, depositando um beijo sobre as costas da sua mão delicadamente.

- O que houve, querida? - perguntou baixo, vagarosamente ele se virou ficando de frente com ela a abraçando de volta e acariciou os seus cabelos. - Aconteceu alguma coisa? - questionou mais uma vez.

Prontamente ela negou com a cabeça, às vezes ela passava tempo de mais ocupada com Timóth e outros afazeres, que até se esquecia do quão o abraço de Christopher era um dos lugares onde ela mais gostava de estar em todo universo.

- Eu te amo. - sussurrou olhando em seus lindos olhos azuis gelo, ele sorriu.

- Isso não é segredo, amor. - disse apos dar um beijo em sua testa.

- E eu nunca me esforcei para que fosse um segredo. - ela o apertou ainda mais.

- E é por isso que eu te amo milhões e milhões!

Em retribuição ela colocou sua cabeça sobre o seu peito enquanto sorria, o coração do homem pulava forte, a mulher ficou em silêncio por alguns minutos, tomando coragem e tendo consciência do impacto que suas próximas palavras trariam para suas vidas:

- Está na hora de irmos pra casa. - murmurou ainda com a cabeça sobre seu peito, e ela ouviu quando seu peito pulou fortemente. 

- Você.. Sério? - questionou surpreso.

- Timóth precisa conhecer a sua avó e seu tio, e eu também quero conhecê-los. - confirmou movendo a cabeça e olhando mais uma vez em seus olhos.

- Eu amo você! - ele respondeu antes de cobri-la de beijos.
 


Em pouco tempo eles já haviam vendido tudo que era deles, Christopher pegou todo o dinheiro e colocou em uma conta no nome de Timóth onde ele era o único que poderia retirar toda a quantia quando completasse maior idade. Pois, na cidade de Chris eles não iriam precisa do dinheiro.

O casal já tinham feito os seus planos, eles iriam direto para a casa da mãe do rapaz e no dia seguinte começariam a procurar por uma casa, e começar a dar vida nos seus outros planos.

Mas a vida não quis assim.

Quando chegam ao aeroporto Christopher alugou um carro para irem até a sua casa, ele estava ansioso, Magnólia nervosa, mas estavam felizes, eles sorriam um para o outro. Sorrisos que diziam mais que palavras.

Quando estavam na pequena pista que os levaria de volta para casa, duas motos que provavelmente apostavam corrida em alta velocidade vieram cortando por entre os outros carros e ao se aproximarem fizeram com que Christopher perdesse o controle do volante e se chocasse com o veículo da sua frente, o que vinha atrás não conseguiu frear a tempo e também acabou batendo neles, a mulher que estava no banco de trás com Timóth viu pela a última vez o sorriso do seu marido através do retrovisor antes de ouví-lo sussurrando meus nomes.

E então quando ela acordou todos os seus planos haviam sumido como o vento que soprava para o leste e nunca mais volta ao seu ponto de origem. Ela acordou em um quarto branco e conseguia escutar vozes vindas do que parecia ser o lado de fora, porém ela não conseguia entendê-los, os seus olhos se abriam e fechavam junto com o bipe que os aparelhos ligados a ela faziam, o seu corpo doía e quando a visão se tornou parcialmente desembaçada, Magnólia conseguiu ver os curativos espalhados por seus braços e pernas.

Ao tomar consciência de que estava em um hospital e sem o meu filho ela sentou-se sobre a maca e retirou a agulha que estava em sua veia junto com os outros fios dos aparelhos, quando colocou os seus pés no gelado chão de mármore branco com pintinhas pretas ela caminhou até a porta e ao abri-la deu de cara com duas mulher e... Christopher? As suas pernas não aguentaram o peso que sentiu em seu corpo e a mulher foi perdendo a sua consciência novamente, mas antes ela sentiu os seus braços a segurando e aquela sensação de casa tomou conta do seu corpo antes de finalmente apagar mais uma vez.

Alguns dias depois ela acordou novamente, mas dessa vez alguém a esperava no quarto, o rosto da mulher de cerca de uns 70 anos não lhe era estranho. Logo ela explicou o que estava acontecendo, e revelou ser Elen, a mãe de Christopher.

A mulher lhe disse que Timóth estava bem, porém a notícia de que seu marido não havia sobrevivido a pegou de surpresa e o seu peito pareceu ter aberto um vazio. Magnólia nem se quer pode se despedir, e como se não bastasse perdê-lo e se sentir sozinha novamente, antes mesmo de colocar os pés dentro da sua nova casa, ela descobriu que o irmão do seu falecido marido a odiava.

O homem acreditava que tudo aquilo era um golpe, disse em alto e bom som.

Fazia questão de deixar claro o seu desgosto com a presença dela, a olhava com desdém o que por algum motivo aumentava a dor que  sentia no peito. Ela até o entendia, pois, ela era uma completa estranha, assim como ele era para ela. E agora que finalmente conhecia o homem na qual o seu marido tanto descrevia, a imagem que seu amado a ajudou a construir do seu cunhado começava a se deteriorar, e isso doía, Se Christopher estivesse ali, ele a trataria diferente?

Elen tentava disfarçar o comportamento do filho um ano mais novo que Christopher, mas Magnólia não era boba e o fato de vê-lo parado em frente a porta do seu novo quarto lhe dizendo nitidamente que não gostava da mesma enquanto pedia para que ela polpasse os seus esforços de se aproximarem, deixava muito claro que ela deveria arrumar um lugar para ficar quanto antes. Na verdade Sebastian só reforçava um dos seus motivos de que o seu lugar não era ali, era em Londres.

O estranho era que ela não deveria se importar com isso, pois ela sabia muito bem  como pessoas com dinheiro eram, eles sempre seriam iguais, sempre se preocupando com bens materiais e vivendo com medo de que outras pessoas desafortunadas roubassem o que era deles por direito.

E Sebastian estava fazendo o que sabia fazer de melhor, proteger o que era seu.

Olaa, espero que gostem. Deixem seu voto e comentário ❤

Quero deixar aqui o agradecimento a JJ_Dreams que praticamente fez todo o capítulo, eu o adaptei e fiquei mais com o final ( por isso o final ta uma merda).

Ela sempre me ajuda com algumas ideias e essa não será a primeira vez que  ira aparecer por aqui.

Deem uma olhadinha nos livros dela, aposto que vão gostar.

Bom por hj é só.

Bjos, amo vcs mil milhões ❤

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