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By xoxohxney

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โ›โ› He is Coming + Last Night in Paradise โœโœ
The Secret Couple vs The Forces of Evil
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Two Drunks and a Wedding to Plan
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Happy Birthday, Jesus
Aviso importante!!
Christmas Tree and the Birth of a Scammer
New year, New Ties
Investigations and old gossip
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Breathe if the answer is "yes"
What the eyes don't see...
This only stops when you die
Black Card Gang
She's Back
Making up for Lost Time
Unexpected Friendship
Ready for it
Champions are the Beauchamps

Born, grow and... mature?

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By xoxohxney

[ Canada - 🎒 " Olivia Urrea's
February 6th ] point of view "

Esse capítulo terá narração da Liv e eu não sei como funciona a mente de uma criança de quase seis anos então não liguem se parecer irreal, okay?
Como base eu vou usar as coisas que a minha irmã falava e fazia com essa idade pois a Liv é inspirada nela.
Boa leitura ❤️

O que é dormir para mim? Algo tão fútil que eu sou obrigada a fazer. Tenho cinco anos, se não aproveitar a minha vida agora nunca conseguirei aproveitar e as pessoas ainda querem que eu passe mais de oito horas dormindo.

Eu sou a primeira a acordar nessa casa, o que é ótimo pois eu posso pintar sem ninguém apertando as minhas bochechas. Eles me vêem como um objeto fofinho que serve para apertar.

Pintar é a única coisa que eu gosto na escola, na verdade, é a única coisa que eu faço na escola mas pelo menos é uma coisa boa demais para se tornar tediosa.

Quando eu ouvi as pessoas falando sobre coisas que eu fazia quando mais nova e notei que não lembrava de nada, conclui que uma criança não contem a habilidade de guardar suas memórias, por mais que elas sejam tão marcantes como os primeiros passos ou as primeiras palavras.

Como eu não quero correr o risco de ter que perguntar tudo ao meus pais quando crescer, comecei a me interessar por todos os meios de guardar as minhas memórias isso inclui pintá-las, fotografá-las e até escrevê-las.

O meu tio me ajudou muito com isso, ele disse que admirava a minha vontade de guardar as minhas memórias pois provávelmente tinha perdido as suas melhores, eu não entendi mas estou trabalhando nisso.

Estava me enrolando na cama na tentativa de conseguir dormir mas me assusto ao ouvir um grito, essa é a voz da minha mãe e não é a primeira vez que eu ouço isso, por que ela sempre grita? A única pessoa que está com ela agora é o meu pai, ele bate nela?

Eu deveria chamar a polícia? Contar o que ouvi para algum segurança? Acho que o melhor a se fazer é bater na porta deles e perguntar o que está acontecendo!

Vou andando devagar até a porta do quarto deles que fica no fim do corredor e ao chegar lá eu bato na porta. Ouço uma palavra feia sendo dita pelo meu pai e após alguns minutos ele abre a porta.

- Olivia? - o meu pai pergunta ao me ver

- O que vocês estão fazendo? - pergunto cruzando os braços e ele fica vermelho - Seja sincero comigo, Senhor Urrea: você bate na minha mãe?

- Por que você acha isso, senhorita Urrea? - ele pergunta se agachando para me olhar nos olhos

- Eu ouvi ela gritar - respondo e ouço outra palavra feia mas dessa vez vinda da minha mãe que está na cama enrolada no cobertor

- Precisamos ter uma conversa e talvez essa conversa te deixe com dúvidas mas você pode ter a certeza de que eu nunca bati na Sina

- Onde teremos essa conversa?

- Nesse quarto e agora

Ele segura a minha mão, me guia até a cama onde a minha mãe está e senta ao meu lado, eu realmente não consigo pensar em nenhum outro motivo para a minha mãe gritar, ela não grita nem quando está com raiva.

- Podem começar - digo e eles começam a se encarar - Temos todo tempo do mundo

- Bom, eu já imaginava que um dia você iria ouvir alguma coisa do tipo pois alguém aqui não consegue se controlar... - o meu pai começa a explicar e a minha mãe o olha da mesma forma que ela olha para mim quando eu falo algo errado

- Não é bem assim, o seu pai que é exagerado

- Exageradamente bom no que faz - o que ele quer dizer com isso? - Mas enfim, a sua mãe e eu gostamos muito de um jogo chamado "fazendo bebês"

- Como funciona esse jogo?

- Nós temos que fazer vários desafios até conseguirmos ganhar e o prêmio é a fórmula secreta para fazer um bebê - a minha mãe explica

- Mas vocês já não ganharam ela quando me fizeram?

- Sim, mas cada bebê tem a sua própria fórmula secreta, tivemos que jogar muito até descobrir a sua e depois a desse bebê, agora estamos jogando para conseguir descobri a do próximo o mais rápido possível - ele está me dizendo que eles já estão pensando no próximo? Que maravilha

- Qual foi a minha fórmula secreta?

- Ela é secreta, mas quer uma dica? - a minha mãe pergunta e eu balanço a cabeça positivamente - É uma flor que você gosta muito

- Dálias?

- Isso mesmo! Depois nós juntamos todos os ingredientes básicos com a fórmula secreta, misturamos tudo, fazemos um suco, eu bebo e em um passe de mágica o bebê surge em minha barriga

- Uau. Mas por que a mamãe grita enquanto vocês jogam esse jogo?

- Porque eu fico tão animada que preciso colocar isso para fora de alguma forma, entendeu?

- Sim, entendi!

- Você fez certo em perguntar, veio aqui e mostrou ter coragem para me defender mas não precisa se preocupar a única coisa que o seu pai machuca é o meu ego quando me vence no xadrez

- Se é assim tudo bem, ele não tem culpa se você é ruim nesse jogo mas pense pelo lado positivo, você é boa no jogo de fazer filhos, já está no segundo

- É, no segundo... - ela repete minhas palavras e os dois riem, não estou entendendo nada - Está na hora da mocinha aí ir dormir

- Mas eu não quero

- Se você não ir dormir vai envelhecer muito rápido, eu sou médico, sei do que estou falando

- Vou envelhecer rápido como o vovô?

- Aham

- Tudo bem, eu durmo! Mas tenho mais uma pergunta?

- Qual? - eles perguntam juntos

- Quando eu vou poder jogar esse jogo?

- Nunca, em nenhum momento, nem na próxima vida, nunca, nunca, eu já disse "nunca"? - o que esse jogo tem que faz o meu pai negar tantas vezes?

- Não escute o seu pai, você vai poder jogar ele quando se casar

- Mas eu não quero casar

- Melhor para mim, sou bonito demais pra ser avô! Agora vamos, você precisa voltar para cama

Me despeço da minha mãe e depois vou com o meu pai para o meu quarto, eu ainda consigo lembrar de quando morava apenas com ele, não era tão ruim mas também não era nada bom, mas eles mesmos já me disseram que aquele tempo longe um do outro foi necessário para que os dois "amadurecessem".

Mas o que realmente é amadurecer? Será que para eu conseguir isso também vou ter que me casar depois me divorciar e por fim me casar de novo? É tão difícil assim?

- O que está passando pela sua cabeça, senhorita? - ele pergunta colocando o cobertor sobre mim

- Estou pensando no que eu preciso fazer para amadurecer

- Você não precisa pensar nisso

- Por que não?

- Porque você ainda é muito nova

- Use qualquer desculpa, menos essa

- Tudo bem, vou reformular a minha resposta! Você não precisa pensar no que fazer para amadurecer pois isso vem com a idade e experiência, durante toda a sua vida você passará por coisas que te ensinarão lições que você nunca iá esquecer. Quando isso acontecer, você irá amadurecer sem nem notar

- Isso foi muito sábio da sua parte, papai. Obrigada por me explicar!

- De nada, é para isso que servem os pais, minha princesa

- Eles também servem para abraçar?

- Sim, eles também servem para abraçar - o meu pai me abraça da forma forte e carinhosa dele e eu sorrio - Então uma reflexão e um abraço é tudo que eu preciso para você me amar mais do que ama a sua mãe? - ele pergunta sussurrando

- Continue tentando - respondo e ele finge estar indignado

- Agora eu vou sair e você vai fechar os olhos para dormir, okay?

- Eu até fecho os olhos mas não prometo nada sobre dormir

- Você sempre diz isso mas dorme assim que eu viro de costas

- Talvez o seu beijo de boa noite tenha algum poder especial

- Se é assim... - ele beija a minha bochecha e eu finjo que o beijo fez efeito - Boa noite!

- Boa noite, papai - falo parando de fingir que estou dormindo

- Tenha bons sonhos, princesa

Ele acende o meu abajur, apaga a luz, sai do quarto e fecha a porta me deixando sozinha. Encaro o meu teto e observo a luz com formato de estrelas que surge graças ao abajur.

Não demora muito para eu acabar dormindo, eu não gosto mas isso é inevitável, o cansaço é grande demais para um corpo tão pequeno como o meu.

「···」

- Depois da escola nós iremos sair com a tia Sofya mas o lugar é uma surpresa - a minha mãe conta me deixa curiosa e ansiosa

- Não pode me dar uma dica?

- Você vai estar sobre rodas!

- Há muitas coisas que têm rodas, mamãe! Há carros, motos, bicicletas, skates, patins e por aí vai

- Então fico feliz por te dar algo para pensar e descobrir durante a manhã

- Fazendo isso você está tirando o meu foco das aulas

- Confio na sua capacidade de focar nas duas coisas ao mesmo tempo

- Se eu fosse você, não teria tanta certeza assim, Sina Maria Urrea

- Mas eu tenho, Ursula Maria Olivia Urrea! Vai querer entrar na sua sala sozinha ou quer que eu te acompanhe?

- Eu vou sozinha só porque você teve a ousadia de me chamar assim

- Esse é o seu nome

- Agora não é mais, me chame pelo meu nome artístico

- Tudo bem, Olivia Beauchamp! Sabe o que fazer se um colega te insultar, né?

- Eu devo devolver o insulto de uma forma elegante - respondo jogando o meu cabelo para trás

- Essa é a minha garota. Agora vá lá e a acabe com eles

- Pode deixar

- Até mais tarde! - ela se despede com um beijo em minha bochecha e solta a minha mão

A minha mãe age como se todos os dias fosse o meu primeiro dia de aula mas eu estou estudando desde setembro, acho que ela deve ser muito carente para me deixar sozinha por algumas horas e por isso sempre se despede de forma demorada mas eu gosto disso.

Entro sem bater na porta e as pessoas olham diretamente para mim, a professora me olha com aquele olhar de quem vai gritar á qualquer momento e eu saio e bato na porta.

- Pode entrar - ela autoriza e eu entro de novo - Se tivesse seguido as regras já estaria junto aos seus coleguinhas

- Ainda bem que eu não segui - murmuro revirando os olhos e sento na única mesa vazia

A aula ainda não começou e faltam alguns minutos, espero que não entre umas dez crianças pela aquela porta e sentem aqui, não gosto de pessoas que não sentem vontade de expandir o seu conhecimento.

- Ursula, por que você não se senta com os outros? - a professora pergunta usando o meu primeiro nome e eu finjo que não estou ouvindo

- Ah, falou comigo? - pergunto depois dela repetir aquilo umas dez vezes

- Há outra "Ursula" aqui?

- Não há nenhuma Ursula aqui

- Continua com isso?

- Sempre vou continuar

- Lembre-se que a sua avó tinha esse nome - então ela vai querer levar isso pro emocional? Vamos ver quem vai ganhar

- Você é professora ou psicóloga? Se eu gosto do meu nome ou não o problema é todo meu, agora nos faça pintar um sol, fique sentada aí fazendo um total de nada e espere até o dia de receber o seu salário

Essa professora vive pegando no meu pé só porque eu não sou como as outras crianças que ficam felizes por não fazerem nada, eu quis vir para escola para aprender coisas que eu nunca vou descobrir sozinha mas como diz o meu querido tio: "pintar é um talento".

- É isso que eu farei, fofinha! - é, me chame de fofinha, sua perdedora

Alguém bate na porta e depois cumprimentar a professora ela se senta na última cadeira vaga da segunda mesa, bom, pelo menos agora ninguém pode me fazer sentar lá.

Olho para todos os alunos e noto que só está faltando um, espero muito que ele falte pois é melhor morrer do que sentar ao lado daquele bobalhão!

- Acho que a aula já pode come... - ela iria terminar de falar mas a porta é aberta

Para a minha infelicidade, ele chegou. Jace Snow, o garoto mais chato e irritante de todo o mundo. Pode parecer um anjo com aqueles cabelos ruivos e olhos cor de mel mas no fundo ele não passa de um idiota de seis anos.

Ele se senta ao meu lado e eu noto que a professora não brigou com ele, o garoto acabou de entrar sem bater, sentar sem cumprimentá-la e ainda está práticamente atrasado.

- Professora - chamo sua atenção enquanto levanto a mão

- Quer ir ao banheiro?

- Não, só quero lembrá-la que o aluno ao meu lado quebrou algumas regras como por exemplo não bater na porta antes de entrar e eu nem quero falar de todas as outras que ele anda quebrando desde o ínicio do ano letivo

- Olivia, o Jace apenas não bateu na porta pois não queria atrapalhar a aula - ela justifica o erro do garoto que ri ao notar que não levará uma bronca, a felicidade dele é a minha infelicidade

- Em que momento ele disse isso? Aliás, se ele “não quis incomodar a aula” é porque chegou atrasado e chegar atrasado já é um erro

- Não foi cometido nenhum erro

- Na verdade, foram cometidos vários

- Cite um

- Um? Tá bom, a forma como VOCÊ ensina já é um erro - exclamo não economizando nas gesticulações

- Vai reclamar disso de novo? Não se passaram nem cinco minutos

- Vou continuar reclamando até você corrigir esse erro. Não tô pedindo para nos ensinar química ou física mas acho que o diretor iria querer que o livro de matemática fosse usado

- Alguém aqui quer que o livro de matemática seja usado? - ela pergunta para a turma e todos negam - Está vendo? Eu apenas faço o que a maioria dos meus alunos querem

- Os pais deles o colocaram nessa escola por algum motivo

- Com certeza não foi pra conviver com uma chata como você - o Jace diz e os outros riem, eles estão rindo de mim?

- E agora? Não vai reclamar com ele?

- Não, eu não vou!

- Tá bom, mas o meu avô vai ficar sabendo disso - cantarolo e ele se assusta

Nunca entendi o porquê disso de contar ao meu avô funciona tanto mas funciona então eu continuo usando.

- Jace, peça desculpas para a sua coleguinha - ela pede e dessa vez quem sorri sou eu

- Desculpa - ele murmura e eu o encaro

- Não ouvi

- Desculpa - dessa vez ele fala mais alto

- Tudo bem, eu te desculpo - não desculpo não mas não estou afim de brigar

- Agora a aula pode começar? - ela pergunta e todos respondem que sim

Quando eu entrei na escola antes do tempo indicado achei que estaria em um local intelectual ao lado de pessoas inteligentes mas não foi nada disso que aconteceu e agora todos me odeiam por esperar mais do que isso.

Eu sempre me interessei por conhecimento, não queria me sentir melhor que os outros só queria poder estar entre adultos sem parecer uma garota deslocada.

A minha família também não tem muitas crianças, tanto a paterna quanto a materna, geralmente onde eu estava sempre havia crianças muito mais novas ou muito mais velhas, muitas vezes nem tinham crianças.

Ser uma garota muito inteligente de quase seis anos faz as crianças mais novas me verem como uma estranha, as mais velhas me verem como uma ameaça, as crianças da minha idade me verem como uma piada e os adultos me verem como alguém que não sabe sobre o que está falando, mas eu sei.

A professora distribui papel e lápis de colorir para todos os alunos e fico surpresa por ela não fazer cara de desgosto ao entregar para mim.

Penso no que desenhar e decido fazer a paisagem que eu vejo através da janela do meu quarto, os meus pais fizeram questão de pedir para o jardineiro plantar as minhas flores favoritas naquele lado do jardim.

Começo a desenhar e depois de alguns minutos sou atrapalhada pelo garoto ao meu lado, tento ignorar ele mas o seu dedo me cutucando me incomoda ao extremo.

- O que você quer, Snow?

- Eu desenhei você

- Sério? - pergunto estranhando o seu até que belo gesto - Cadê?

- Aqui! - ele me mostra o desenho e eu sinto ódio quando vejo um monstro desenhado naquele papel

Tento relaxar e pensar em tudo que a minha mãe me diz, eu devo ser elegante em todos os momentos mas esse pirralho acabou de me chamar indiretamente de “monstro”, eu não posso deixar ele sair dessa sem um olho roxo, por isso acerto um soco em seu rosto.

Espero que esse soco sirva como uma lição para ele amadurecer pois os gritos vindos da professora que vieram em seguida não irão me servir, apenas me fazer ir até a sala do diretor.

「···」

Como o meu pai está trabalhando e eu fingi que a minha mãe não pode se estressar por conta da grávidez, o diretor precisou ligar para outro parente, ou seja, a única que sobrou depois dele eliminar a minha tia “nova demais”, o meu tio “irresponsábel demais” e o meu avô que também está trabalhando da lista.

- Antes de julgar a Olivia você deveria pensar no porquê dela ter feito isso - a Any justifica em minha defesa

- Ela pode ter feito isso sem nenhum motivo por trás

- A Olivia é uma dama, ela nunca socaria um colega de classe por nada, a deixe se justificar sozinha - ela pede colocando o cabelo para trás da orelha

- Tá bom. A senhorita Olivia pode se explicar - ele permite meio desnorteado

- O meu dia não estava sendo muito bom, e só para deixar claro o Jace havia quebrado muitas regras apenas nessa manhã, ele chegou atrasado, entrou na sala sem bater e nem cumprimentou a professora

- Não estamos aqui para falar sobre o erro dele e sim sobre o seu

- A professora havia nos mandando desenhar, o que não é nenhuma surpresa, e enquanto eu fazia o meu lindo desenho aquele garoto já se preparava para tirar tudo que restava da minha pouca paciência. Ele me disse que tinha feito um desenho meu e o desenho era de um monstro. ELE ME DESENHOU COMO UM MONSTRO! Eu sou uma vítima

- Ouviu? Ela é uma vítima

- Mas nessa escola não toleramos a violência fisica

- Mas toleram garotos que desrespeitam a moral de garotas? Inclusive, eu não estou vendo o projeto de artista aqui

- Ele apenas a desenhou da forma que havia, liberdade de expressão é um direito

- Chama bullying de “liberdade de expressão”? Vai acabar com histórico escolar dela apenas por defender a sua moral? Coisa que óbviamente vocês não fazem! Aqui eu posso ver claramente um velho que abomina uma criança por ela ser mil vezes mais inteligente que ele

- Calma aí, você está indo muito longe com essas acusações

- Eu conheço essa menininha desde quando ela tinha quatro anos e nunca a vi agir dessa forma sem motivos mas você não quer entender os motivos dela - ela está começando a chorar? - Ela é só uma criança, você não tem coração?

- Não precisa chorar, eu só estou seguindo as normas que eu mesmo criei

- Se você criou também pode quebrá-las, ninguém precisa ficar sabendo que ela realmente foi castigada, esse ocorrido não precisa ser registrado - magicamente ela para de chorar e segura a mão dele

Eu não sei muito sobre o que é flertar mas de acordo com todas as informações armazenadas na minha mente, ela está flertando com ele.

- Acho que posso fazer isso mas...

- Por favor - ela sussurra encarando o fundo dos olhos do diretor

Ele olha para mim e eu aproveito essa deixa para fazer o famoso combo “biquinho fofo e olhar triste”. O velho fecha os olhos e abre um sorriso quando volta a nos observar.

- Okay, eu faço isso, mas será a primeira e última vez - resumindo: a única

- Prometo que você não precisará fazer isso de novo, a Liv irá se comportar - ainda bem que é ela que está prometendo pois eu não prometo nada

Eles se despedem e depois eu acompanho a Any até o carro dela, pelo visto a minha mãe não ficará sabendo de nada mas eu vou contar ao meu pai, sei que ele vai adorar saber que eu soquei um garoto.

- Eu não sei se já te parabenizei por socar aquele menino mas se não... Parabéns! Na sua idade isso era o que eu mais fazia

- É divertido

- O quão forte você socou ele?

- Com toda a minha força

- Boa garota!

- Eu me senti ótima fazendo aquilo mas a professora e o diretor brigaram comigo, por que as melhores coisas são proibidas?

- Me pergunto mesmo - ela diz e nós rimos juntas - Liv, eu te adoro mas preciso trabalhar agora, vou te deixar com a sua tia e dizer para ela te levar para a frente da escola de novo uns quinze minutos antes do horário de saída, quando a sua mãe chegar você estará lá

- Obrigada, Any

- De nada, sei como é precisar de ajuda para escapar dessas coisas

- Você é melhor que a maioria das crianças

- E você é melhor que a maioria dos adultos. Antes de eu te levar até a Sofya, nós podemos parar para tomar um sorvete, você quer?

- Já viu alguém recusar sorvete?

- É verdade, minha pergunta foi meio idiota

- Foi mesmo!

A Any e eu tomamos sorvete de morango, descobri que esse também é o sabor favorito dela. Ela é muito legal, por isso eu sei que ela não nasceu pra ficar com o meu avô, tenho certeza que um dia a verei casando com o meu tio Josh e se eles tiverem filhos é melhor pra mim, talvez uma criança com o DNA deles possa ser tão legal quanto eles.

Sofya Beauchamp's
️🛎️ -  point of view ”

A Any trouxe a Liv para ficar comigo sem nem avisar e quando eu vi já estava dentro de um plano para esconder da Sina que ela socou um garoto. Eu não estava com humor para planos e crianças então a levei para ficar com o Josh, o problema é que assim que eu passei pela porta o idiota trancou ela.

Agora eu estou com a criança, dentro do plano e ao lado do meu irmão que não liga para os meus sentimentos e beija a garota que talvez eu goste.

- Então, o que iremos fazer? - ele pergunta animado por algum motivo

- Esse prédio tem muitos andares, já pensou em se jogar do alto? - sugiro e ele ri como se isso fosse uma piada

- Suicidio? Já pensei sim e você?

- Suicidio não, mas estou prestes a cometer um homicídio

- Eu só queria assistir desenho - a Liv resmunga revirando os olhos

- Tem uma TV no meu quarto, você pode assistir o que quiser lá

- Obrigada, tio - ela agradece ele e beija a sua bochecha antes de ir para o seu quarto, eu não ganhei nenhum beijo

- Agora nós precisamos ter uma conversa séria - eu não quero ter outra conversa séria, ele já vem tentando fazer isso há semanas

- Eu não quero

- Você está no meu apartamento, a chave está escondida em um lugar que você nunca irá querer colocar a mão e a outra chave está com a Any. Tenho paciência o suficiente para te manter aqui pelo tempo que for necessário

- Joshua, vai mesmo me obrigar a ter essa droga de conversa?

- Sim, eu vou pois tenho dois anos de vida há mais que você e está na hora de usá-los

- Que droga

- Droga é o que eu uso, a conversa será sobre outra coisa

- Sobre você ter beijado a Celeste e provado que eu sempre estive certa?

- Sobre você estar procurando vários culpados para tirar a culpa de si mesma

- Culpa? Por que eu teria culpa?

- Você está com raiva de mim por ter beijado uma pessoa que só está solteira porque você não tem coragem

- Ela pode estar solteira mas você não estava e ainda não está

- A menos que você seja Any Gabrielly, também não pode me culpar por isso

- Assuma os seus erros

- Assuma os seus

- Erros? Que erros?

- Vou listar todos, começando pelo primeiro: você vem me tratando como uma ameaça desde que transou com a Celeste no meu carro sendo que quando isso aconteceu eu estava no Brasil planejando me casar com a Any. A sua cabeça criou todo um cenário de guerra entre nós só porque há uns quatro meses eu transei com ela e deixei claro que aquilo não aconteceria de novo logo em seguida, eu superei aquilo, a Celeste superou aquilo mas a sua cabeça infantil não supera

- Eu havia superado até ver vocês dois se beijando há menos de um mês

- Aquilo foi algo feito só para eu deixar a Any com ciúmes e ela chamar a sua atenção

- Uau, então você apenas usou ela pela segunda vez?

- Usar? Você ouviu o que eu acabei de falar? A Celeste queria chamar a sua atenção, nós nunca teríamos nos beijado se você não ficasse fugindo dela

- Você sabe porque eu fico “fugindo dela”

- Sim, eu sei. A única pessoa que não sabe é você mesma

- É claro que eu sei

- Então por que é?

- Porque o nosso pai nunca aceitaria saber que estamos juntas

- Ele também não aceitaria saber que eu namoro com a esposa dele mas isso não me impediu de ir em frente e namorar com a esposa dele

- Um namoro ridículo, né? Vocês nem podem aparecer juntos em público

- Pelo menos existe um namoro. Acha mesmo que tudo que a Celeste quer é aparecer com você em público?

- Essa é uma das partes de um relacionamento

- Relacionamento? Vamos reformular essa conversa... Sofya, você ama a Celeste?

- Eu não sei

- Está vendo? Você sente ciúmes dela, raiva de mim, medo do nosso pai e ao menos sabe se realmente a ama, está cobrando muito de algo que não existe

- Eu só tenho dezoito anos, não posso saber se o que eu estou sentindo é amor pois nunca senti isso antes. Eu sei que sinto algo por ela e que esse algo não é apenas amizade mas fica difícil resolver todos esses conflitos internos quando se tem tantos conflitos externos

- Esses são conflitos que você mesma cria. Esqueça todo o resto e lembre-se que um relacionamento é formado por apenas duas pessoas, a partir do momento em que vocês duas descobrirem o que sentem uma pela outra e assumirem isso, as coisas vão se desenrolar de verdade mas agora tudo que vocês fazem é dar um passo para frente e três para trás

- Há mais coisas para serem descobertas do que você consegue imaginar. Eu não posso parar pra pensar se amo uma garota pois há alguns meses atrás nem considerava a possibilidade de sentir atração por uma

- Você precisa parar de ver vocês como duas garotas e sim como dois seres humanos

- Dois seres humanos do sexo feminino

- O seu grande e real problema é não conseguir se aceitar, você não consegue aceitar que gosta de garotas e finge que isso tudo é apenas medo do nosso pai não te aceitar. Você tem preconceito consigo mesma!

- Esse problema era meu com você, se tornou meu com a Celeste e agora é meu comigo mesma?

- Você está cheia de problemas e está na hora de resolvê-los da forma certa, faça uma lista se precisar mas tente dar um jeito nisso, só não machuque as pessoas ao seu redor durante o processo

- Eu nunca machuquei ninguém?

- Não? Sabe quantas vezes eu já virei a noite pensando se eu tinha feito algo de errado para você me tratar assim? Sabe como a Celeste deve estar se sentindo como um brinquedo que você não decide se vai brincar ou não? As coisas não são só sobre você, está na hora de amadurecer e aprender a ter empatia

- Eu tenho empatia

- Não, você é egoísta, não nota que o mundo não gira ao seu redor. Eu vou seguir em frente, a Celeste vai seguir em frente e provávelmente o nosso pai vai morrer antes mesmo de conseguir seguir para algum caminho mas você vai continuar parada acumulando problemas em sua mente e vai acabar se auto destruindo por isso

- Por que você fala como se entendesse o que acontece aqui dentro?

- Porque de alguma forma eu entendo, já vivi essa fase. Eu já fiz coisas e deixei de fazer coisas só para chamar a atenção e conseguir o amor do nosso pai, já duvidei da minha sexualidade, já odiei tudo em mim, já tive que passar por várias coisas para aprender o que é o amor e cometi muitos erros durante essa fase. Os mesmos problemas não têm a mesmas soluções e eu não posso te falar como resolver isso de fato mas posso garantir que uma hora ou outra tudo isso vai acabar

- A maior diferença entre eu e você é que você não teve medo de perder o amor do nosso pai

- Eu realmente não tive medo de perder o amor dele, eu tinha medo de nunca conseguir recebê-lo mas vai chegar o momento em que você vai perceber que não precisa do amor de alguém que vai te odiar por qualquer motivo bobo que aparecer

Talvez o Josh esteja certo, talvez o medo de ser aceita pelo meu pai seja fruto do meu medo de aceitar quem eu sou, talvez eu seja egoísta e queira que o mundo pare para que eu resolva os meus problemas mentais, talvez eu esteja fazendo demais por alguém que não merece tudo isso mas quem ele é para me dizer como lidar com isso?

- Essa conversa inteira foi baseada em você tentando decidir o que é melhor pra mim, Joshua. Você acha que é um terapeuta ou coisa do tipo? Você pode entender os meus problemas mas não entende como cada um me afeta então não tente bancar o herói, tá bom?

- Tá bom, mas depois não diga que eu avisei! - ele fala tirando a chave de um lugar nojento e abrindo a porta - Quando for embora, se lembre de levar tudo que eu te disse junto

- Farei questão de me esquecer! - afirmo e saio de lá

O Josh não sou eu então ele não pode saber quem sou eu mas essa também não é eu, esse estilo não é meu, essa personalidade não é minha, a Celeste não é minha e até essa cor de cabelo não é minha.

Os problemas são meus mas e se ao invés de tentar resolvê-los eu apenas os deixo de lado assim como deixei quem eu sou de verdade? Posso virar a página, esquecer isso de sexualidade, esquecer a Celeste, esquecer o meu pai, esquecer os meus medos.

A vida será bem mais fácil se eu apenas vivê-la, os problemas sempre vão surgir e eu sempre vou ignorá-los. Esquecerei tudo que aconteceu desde o meu aniversário de dezoito anos, vou recomeçar esse novo ciclo sendo a antiga eu.

Para começar eu preciso provar para todos que não vou pausar a minha vida amorosa por conta de uma garota e eu sei bem como fazer isso...

Toco o sino da recepção e não demora muito para o Alex aparecer, eu nunca transei com o garoto mas está na hora disso mudar.

- O meu turno acabou de acabar, se precisar de ajuda é só esperar um pouco, o próximo recepcionista vai chegar logo logo

- Eu não preciso de ajuda

- Não? Então precisa das chaves do apartamento do Josh? Eu não vou cair naquela desculpa de novo

- Não, eu não quero isso

- Quer um apartamento?

- Também não

- O que a senhorita quer?

- Eu quero sair com você, aceita?

- Isso é alguma pegadinha?

- Pode ter certeza que não, só acho você atraente e resolvi parar de te admirar apenas de longe - isso é mentira mas pelo menos ele sorriu

- Você me acha atraente?

- Sim e muito - ele é bonitinho mas não é nada que me faça ir á loucura

- E quando você quer sair comigo?

- Agora mesmo, eu tenho um carro, a diversão pode começar nele - digo e pisco em sua direção, isso pode ser divertido

「···」

A idéia de transar com um garoto para provar que os outros estão errados era legal quando não passava de uma idéia mas por isso em prática foi caótico. Graças a Deus não durou mais que quatro minutos, o Alex é uma vergonha.

Pelo visto isso de gostar de garotos ou sentir atração sexual por eles não dará certo mas se for assim eu adicionarei mais algo na minha lista: não me relacionar amorosamente com ninguém!

- Vamos de novo? - ele pergunta e eu me sinto enjoada só de pensar

- Não posso, estou atrasada para o... Balé - pensando bem, não seria mal voltar a fazer aulas de balé

Hello, Honey's ❤️
Como vocês estão?
Já beberam água hoje?

Nesse momento eu estou indo dormir pois estou com sono (meio óbvio mas okay).

Eu iria responder os comentários hoje antes de postar esse mas resolvi que seria melhor responder depois porque daria para responder todos que uma vez só. Pessoas que comentam, me aguardem pois encherei suas notificações com as minhas respostas atrasadas!

A Olivia é perfeita e eu espero que depois desse capítulo vocês entendam que ela é simplesmente a melhor.

Essa conversa que a Sofya e o Josh tiveram serviu para mostrar para ela quais são os seus verdadeiros problemas porém ela ainda não está pronta para resolvê-los então decidiu ignorá-los. A Sofya ainda vai evoluir muito e acho que vocês vão gostar de acompanhar essa evolução.

Pergunta aleatória: Quantos e quais personagens dessa fic vocês acham que vão bater no Ron? Uma dica: serão mais de cinco sem contar o Josh pois ele já bateu (e com certeza vai bater de novo)

Gostariam de que eu fizesse um especial inspirado em “What if...?” da Marvel? (contando o que aconteceria se certas coisas fossem diferentes).

Muito origada pelos 30 mil votos e pelas 230 mil visualizações!!!
Amo vocês ❤️
XOXO💋

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