POV PAYTON ↲
As palavras de S/n ficaram zunindo em
meus ouvidos, insistentemente, porém
resolvi não pensar mais nisso. Tomei
banho, coloquei uma camisa branca,
uma calça jeans e um All Star, passei
perfume, peguei minha carteira, a chave de casa e do carro, desci as escadas correndo, encontrando S/n, Faith, minha mãe e Chris jogando cartas.
- Vou sair. - informei, indo até a porta.
Chris: Pegue dinheiro para um taxi e
deixe as chaves do carro. - falou
autoritário, sem me olhar.
Lancei um olhar atravessado para ele e joguei a chave em cima da mesa, como tenho dinheiro, sai batendo a porta.
Peguei a porra do taxi e fui até a boate, logo de cara encontrei Vinnie e Tayler encostados no muro.
- E ai. - cheguei, sorrindo.
Vinnie: E ai Payton. - cumprimentou.
- Decidiu sair de casa? - disse rindo, mostrei o dedo do meio pra ele. - Quer? - mostrou de canto uma das ervas dele,
enroladas em um cigarro.
Me encostei do lado dele, apoiei meu pé
no muro e peguei, disfarçando, quando
fui dar a primeira tragada...
"Você acha que será o ídolo de Anne por
quanto tempo, se continuar assim?"
Fechei os olhos com força, querendo
espantar as palavras ditas por S/n de
minha mente. Levei o cigarro aos lábios,
porém, mais uma vez, meus pensamentos berraram.
"Ela vai estar com medo de você."
Passei a mão pelo rosto, respirando fundo.
Tayler: Qual é Payton? - me olhou. - Está
ruim? - indicou o cigarro.
Neguei com a cabeça, quando descobri
que realmente não iria conseguir enfiar
aquilo na boca agora, joguei no chão e
pisei em cima. Vinnie e Tayler, por
sorte, estavam distraídos, recebendo Madi e Issie.
Issie: Payton. - falou com sua voz melosa
que me causa náuseas. - Como está,
lindo? - envolveu os braços em meu
pescoço.
Se ela não fosse tão gostosa, eu juro que
não ia aguenta-la nem dois segundos.
- Melhor agora. - sorri, analisando o
vestido preto, curto e justo, que ela
usava. - Vamos entrar. - indiquei a porta
da boate com a cabeça, escorreguei as
mãos pelo corpo dela, prendendo meu
braço em sua cintura e a puxando para
dentro.
Quando entramos, logo vimos a mesa
que Vinnie pegou, fomos até ela, sentei e
Issie sentou em meu colo, passando a
língua por meus lábios.
- Já - questionei, a apertando contra
mim.
Issie: Para que perder tempo?! - sorriu.
Em seguida a puxei pela nuca, grudando
meus lábios nos dela, iniciando o primeiro, dos vários beijos que ocorrerão
essa noite.
... Pelas três da madrugada eu nem sabia
meu nome, minhas mãos acariciavam
toda a perna desnuda de Issie, que
mordia meu pescoço, ao mesmo tempo
que eu tentava virar o copo de bebida em
minha frente. A puxei para um beijo
caloroso e cheio de mãos, tanto minhas,
quanto dela. Quando nós dois não
aguentávamos mais adiar algo inevitável,
parei o beijo e falei.
- Vamos para minha casa.
Prontamente ela levantou, fomos o mais
rápido que o motorista do taxi conseguiu ir, entrei em casa a beijando, joguei a chave e a carteira em qualquer canto, bem como minha blusa, que já estava no chão a tempos. Suas unhas arranhavam minhas costas, a medida que minhas mãos contornavam seu corpo. Até que abri os olhos e me deparei com S/n observando da porta da cozinha, com os olhos arregalados.
POV S/N ↲
Devo dizer que foi um choque sair da cozinha e me deparar com uma cena tão asquerosa como a que eu vi, eu queria voltar pra ela, correr pro quarto ou simplesmente tapar os olhos, porém estava surpresa demais para conseguir fazer qualquer coisa, além de olhar
bem para confirmar que não estou sonhando.
Ou tendo um pesadelo, melhor dizendo.
Payton: Quer 'brincar' também, S/n? -
perguntou, com as palavras tropeçando e a voz rouca, um sorriso safado brotando no canto de seus lábios.
O encarei, sem acreditar na pergunta
indecente que me fez.
- Er... não. - falei simplesmente, andando pelos cantos da sala, a fim de chegar na escada. - Podem continuar. - fiz um sinal com a mão, que indique que é para ficarem a vontade.
- Finjam que não estou aqui. - fui saindo de fininho. - Estou indo...
Pisei no degrau da escada e então corri pra cima, com o coração acelerado, o horror trancado em meus olhos, fechei a porta do quarto de Faith me atirei na cama, tapando a cabeça com o travesseiro, com a finalidade de tapar também a cena que acabei de presenciar e consequentemente os pensamentos sobre como isso vai terminar, acho que já posso voltar a respirar agora. Era inevitável escutar os ruídos vindos do andar de baixo, boa parte disso por eu estar sensível demais por conta da cena e cada estalo no piso faz meu coração chegar na garganta, imaginando o que será. Para mim o barulho era gritante, capaz de acordar a todos, porém Faith dormia tranquilamente, nem sequer sonhando com o que seu querido irmão está fazendo nesse exato momento.
POV PAYTON ↲
Acordei com o sol batendo em meu rosto e consequentemente esquentando o quarto, coloquei o braço sobre meus olhos no intuito de abafar a claridade, em vão, eu sei. Com muito custo abri os olhos, ficando cego por alguns segundos e sentindo meu corpo inteiro doer, demorou uns três segundos para que eu
percebesse a mulher nua ao meu lado e mais três para identificar. Suspirei e sentei na cama, passei as mãos pelos cabelos preguiçosamente, então cutuquei Issie.
... Nada
Cutuquei mais uma vez.
... Nem se moveu
Só me restou uma opção. Peguei o copo de água ao meu lado e joguei nela, que abriu os olhos assustada.
- Você precisa ir embora antes que meus pais notem que está aqui. - disse, levantando e vestindo minha roupa íntima.
Issie: Como você é romântico, Payton. -
murmurou, irônica.
- Se quer romantismo está na cama errada. - peguei uma bermuda no
guarda-roupa e vesti.
- Vamos garota, o que está esperando? - disse impaciente.
Issie: Grosso. - levantou, colocando sua roupa.
- Fique ai, vou ver se tem como sair lá por baixo. - avisei, indo espiar.
Droga, todos estavam na sala conversando.
- Vai pela janela. - abri-a, olhando para baixo.
Issie: Você só pode estar ficando maluco. - foi ao meu lado, olhando também. - Eu que não vou descer por ai. - cruzou os braços.
- Vai por bem, ou vai por mal? - a encarei, sério.
Ela me lançou um olhar de raiva, que fiz
questão de ignorar. Então com um certo
custo conseguiu chegar no chão, acenei com um sorriso irônico nos lábios, ela mostrou o dedo do meio e foi embora.
Desci as escadas para tomar café, dei um bom dia de mal vontade para todos e sentei na única cadeira vaga, ao lado de
S/n, que por sua vez fez questão de se afastar o máximo possível, e então sussurrou.
S/n: Lavou as mãos? - a encarei, sem
entender. - Aliás, tomou banho?
- Está louca? - perguntei, no mesmo tom de voz.
S/n rolou os olhos e levantou, alegando estar sem fome, então subiu as escadas
praticamente voando.
Faith: Alguém entendeu? - olhou todos na mesa, ninguém se pronunciou.
Joanne: Será que ela está sentindo alguma dor e não quer falar? - perguntou aflita.
- Acho que ela bateu a cabeça. - tomei um pouco do suco, Faith me lançou um olhar atravessado. - Que foi? - a encarei.
Ela suspirou e negou com a cabeça, voltando a comer.
Mesmo chegando depois, terminei o café
antes de todos, então subi para falar com
S/n.
- Pode explicar porque está tão preocupada com minha higiene? - sentei ao seu lado na cama, ela por sua vez levantou rápido, como se eu tivesse uma doença contagiosa ou algo assim.
S/n: Não estou preocupada com a sua
higiene, estou preocupada com a minha.
- disse me olhando. - Sabe quantos germes você pode ter ganhado ontem?
- me encarou, com nojo.
- Na boate? - arqueei uma sobrancelha.
S/n: Claro que não. - me olhou. - Aqui
mesmo. - a encarei, sem entender. - Aliás, no seu quarto... Ou na sala... Ou seja lá onde você se enfiou com aquela menina ontem.
Por alguns segundos fiquei surpreso por ela saber de Issie, porém logo perguntei.
- Como você sabe que eu estive com alguém ontem? - levantei também.
Só o que me faltava aquela trouxa ter sido vista pela janela da sala.
S/n me encarou, seus olhos pareceram ficar mais intensos, então ela negou com a cabeça e suspirou, como se tivesse chegado a uma conclusão, que com certeza eu nunca saberei qual é.
S/n: Se você não lembra, não serei eu que vou contar. - me olhou. - Agora pode por favor sair daqui? - me encarou. - Está me dando náuseas te olhar.
- Você não viu eu e Issie... - fiz gestos com as mãos, tentando explicar algo que sei que ela entendeu. - Viu? - a encarei.
S/n: NÃO. - gritou, fazendo cara de horror. - Ai, que nojo Payton. - virou de costas. - Não piore as coisas, já é bem ruim te olhar, ficar pensando no que poderia ter visto me dá calafrios.
- Diabos S/n, como você sabe então? - me aproximei mais um pouco dela, aproveitando que não olhava.
S/n: Eu sei porque eu vi vocês chegando
ontem, na maior pegação. - se virou
brutalmente. - Feliz agora?
- E você está com nojo só por que viu a gente se beijando? - eu realmente queria rir, porém segurei a vontade.
S/n: Não era um beijo bonito, era uma coisa. - fez uma careta. - Não quero nem lembrar.
- S/n, o que é um beijo bonito? - me prestei a perguntar.
S/n: Algo menos vulgar, eu acho. - me olhou. - Algo mágico. - sorriu, sonhadora. - Que não seja cheio de luxúria, que tenha carinho.
Andei mais dois passos perto dela, que foi mais três para trás encostando no balcão, então me aproximei mais, até a prender entre meu corpo e o lugar onde estava apoiada, fixei meus braços no balcão, a deixando sem saída.
S/n: O que está fazendo? - me encarou, logo depois mirou meus braços.
- Quer um beijo bonito? - perguntei, sério.
Ela me olhou, com a testa enrugada.
S/n: Não, Payton, sai. - tentou me empurrar, porém eu sou bem mais forte que ela.
- Quieta. - tirei uma das mãos do balcão,
colocando em sua cintura.
S/n acompanhou minha mão com o olhar, vendo-a pousada em sua cintura, a puxei para mim, fazendo nossos corpos se chocarem levemente, ela tinha os olhos arregalados, agora fixos em meu rosto, tentava ao máximo ir para trás e se soltar de minhas mãos. Inclinei minha cabeça pra frente, roçando os lábios em sua bochecha, ela paralisou, me senti bem ao descobrir esse pequeno efeito que causei nela, resolvi arriscar mais. Deslizei os lábios de sua bochecha até capturar o glóbulo de sua orelha, pelo canto do olho a vi de olhos fechados, com a mão em meu ombro, pronta para empurrar, porém parecia não ter forças para faze-lo agora.
Fui atingido por seu doce perfume, completamente diferente do de Issie, que é mais forte, o de S/n é completamente delicado. Com um esforço sobrenatural, eu a soltei, ela abriu os olhos, confusa e envergonhada.
- Se um dia eu te beijar, quero que seja
recíproco. - toquei seu queixo, a fazendo me olhar. - Não quero que me xingue depois e muito menos jogue na minha cara que não quis isso. - passei meu dedo por sua bochecha, fazendo um carinho. - Eu quero que você fique entregue.
Então, levei meus lábios a sua bochecha,
dando um demorado beijo, para em seguida sair do quarto.
001. eita, o que foi isso? 😆
002. caralho eu queria tanto um Air Force e um Jordan, estou aberta a doações!