Eu não deveria admitir, mas, por tudo que posso saber dele – todas as suas falhas, hábitos, traços e sorrisos – por tudo que possa ditar e rebater contra suas atitudes mesquinhas, como se ele estivesse na palma de minha mão...
... Ele também poderia fazer o mesmo comigo.
Pois, afinal de contas, eu não o considerava como um chefe. Para mim, Kim Namjoon era como um amigo.
(...)
E indo contra todas os conceitos de bom senso – e até mesmo contra ao estatuto do trabalhador, provavelmente – se passou duas semanas, do mais completo inferno.
Onde eu nem se quer sabia mais qual era o meu verdadeiro trabalho naquela empresa, se eu ainda estava como secretaria administrativa do Presidente Executivo, ou, simplesmente me rebaixaram para ser uma ASG com um salário exorbitante.
Passei as últimas 288 horas, fazendo meu – suposto – trabalho como uma pobre escrava que fora pega tentando escapar nas malditas garras de seu senhorio.
Fui desde: servi-lhe o café, cuidar de seu guarda-roupa, cheio de peça de linho ou caxemira, lustrar os seus sapatos e até mesmo higienizar o seu banheiro privado – onde acabei manchando meu terno novo de água sanitária – e tudo isso, sem contar com todas minhas outras responsabilidades como sua secretaria.
Se eu dormi por mais de três horas por noite, durante todos esses dias, fora um milagre que Deus ainda pode me conceder nesse martírio.
Mas não importava o que ele fizesse, eu não desistiria. Como sabia que, por mais que ele tentasse, isso logo iria passar.
E antes que ele mesmo pudesse notar quão previsível era a sua mudança de atitude, eu já podia sentir o gosto da minha primeira vitória.
E quando cheguei no escritório na terceira semana, vi o que logo começaria sua segunda tática:
Os mimos.
(...)
Era tão obvio o seu desespero por atenção – o que ele, na verdade, chamaria de triunfo – que quase gargalhei, assim que vi o primeiro sinal de sua obsessão por vitória.
Minha mesa, que na noite passada estava amarrotada de papéis e documentos atrasados – dos incontáveis projetos que havia transferidos para minha supervisão a poucos dias atrás – haviam sumido, e, em seu lugar havia um feixe de flores tão grande, que mal conseguia ver a minha pequena mesa debaixo dele.
− Uh, garota...! − Gerente Im, que acabara de chegar em sua mesa, me abordou surpresa. − Você não tinha me dito que tinha um namorado! − Disse surpresa ao se aproximar daquele buque exorbitante, enquanto eu resolvi ignorá-lo completamente, ao afastá-lo de lado, tentando achar algum espaço para colocar a minha bolsa.
− E eu não tenho. − Admiti. − Provavelmente alguém deve estar pregando uma peça comigo, e nada mais que isso. − Falei enquanto olhava raivosa para a câmera que ainda se mantinha bem em frente minha mesa.
− Nossa, que jeito mais bonito e caro de se pregar uma peça em alguém ... − Im Yoon-ah* já tocava cuidadosamente as pétalas delicadas das flores ao falar. − ... Queria eu ter alguém para fazer esses tipos de brincadeiras comigo. − Falou quase aos suspiros, deixando seu lado sonhador dar o ar de sua graça, e eu apenas bufei em resposta a sua ilusão.
− Acredite, você não iria querer isso. − Me limitei a dizer, enquanto, mais uma vez, via o celular tocar freneticamente, e já sabia para onde era chamada.
N/A: bom, se eu revelei um personagem aleatório, podem esperar que vai ter cena importante inclusa com ele.
e quem diria, mais de uma atualização essa semana :)