Passei no banheiro e escovei os dentes assim que levantei, minha cabeça estava doendo que parecia que ia explodir.
Quando cheguei na cozinha, só estavam Mariana e Zayn brigando pra ver como fazia café.
- Falem baixo. - Falo.
- Quem mandou você beber um litro de whisky. - Mariana respondeu.
- Você tava louca ontem.. - Zayn disse baixo, que porra eu tinha feito que não lembrava de nada?
- O que eu fiz? - pergunto tentando lembrar.
- Voltou pro bar que a gente estava... - Mariana começou..
- Dançou, pulou, gritou o nome do seu ex, namorado, sei lá... Fez tudo que a Malu não faria. - Zayn completou, abaixei a cabeça no balcão e deu uma vontade de chorar. - A gente te trouxe pra casa, e eu tenho que ir embora..
- Graças a Deus, você é chato! Não sei como a gente te aguenta. - Mariana disse rindo. - Leva ele não porta, Malu.
Caminhei até a saída com ele, já tínhamos namorado em 2015, mas hoje éramos só amigos e gostávamos assim.
- Tchau Z. Obrigada pela ajuda ontem. - sorri fraco, mesmo não lembrando de nada.
- Tchau M. Se cuida, e para de ser burra! - resmungou, dei uma tapa leve no braço dele e o mesmo riu. - É sério, Malu! Caso vocês se falem, tenta resolver, você machucou ele. - saiu andando para o elevador.
- Vai embora, moleque. - Falei quando ele entrou no elevador. - Quero café com chocolate. - volto falando para a cozinha.
- Vai ser café preto, tá querida. - Ela disse séria.- Coloca chantilly e...
Ela não conseguiu terminar porque a campainha tocou.
- Será que o Zayn esqueceu alguma coisa? - Mariana disse e eu dei de ombros indo abrir a porta.
- Mãe? - falo assim que abri a porta e dei de cara com ela, a mesma sorriu e entrou.
- Tenho que tomar banho antes. Depois converso com vocês. - passou correndo pela sala e foi para um quarto.
- O que ela tá fazendo aqui? - pergunto olhando para minha irmã.
- Eu lá sei, Malu... - respondeu.
Ficamos sentadas no sofá esperando ela voltar do bendito banho, demorou demais.
- Voltei angels. - Disse ao sentar no sofá com a gente.
- O que você ta fazendo aqui? - Helo perguntou.
- Conversar com a Malu. Pode dar licença ? - disse, ela negou. - Mariana Leblanc.
- Tá bom. - saiu da sala pisando firme.
- Posso? - me olhou e apontou para a poltrona minha frente, assenti. - Malu, eu sei que falei coisas horríveis aquele dia...
- Doeu, tá doendo até hoje dentro de mim. - interrompi.
- Eu vim aqui te explicar... Não era aquilo que eu falei, são outros motivos.. - concluiu.
- Veio acabar mais comigo? - Ela negou.
- Me escuta! - Pegou nas minhas mãos e olhou nossos dedos cruzados um no outro. - Quando eu engravidei de você, eu te desejei como a menina que você é hoje, com esses olhos lindos, cabelos igual o sol e bondade.
- E por que não me desejou mais depois? - resmunguei.
- No terceiro mês eu tive um deslocamento da placenta, seu pai recomendou repouso total. - respirou e eu vi os olhos dela marejarem. - Ele dava tanta atenção pra você, ficava o dia todo conversando com a minha barriga, perguntando coisas pra voce e isso me fez criar na cabeça que ele não me amava mais e nem os nossos outros filhos, que ele só queria você. Na época eu recusei tratamento psicológico, e passei a pagar no seu pé.
- Você destruiu a Maria Luiza criança e acabou com a Maria Luiza adulta. - falo e ela começa a chorar.
- Por isso eu tô aqui, por que eu só faço besteira com você, e não faço a mínima ideia de amanhã eu vou estar viva ou a sete palmos do chão. - Falou toda embolada pelo choro. - Eu sei que tem uma menininha aí dentro. - colocou a mão sobre meu peito esquerdo. - A minha neném amada tá aí, e eu quero que ela perdoe a mãe ruim que ela teve. A mãe que acabou com o relacionamento dela, a mãe que destruiu a infância dela, a mãe que estava planejando afastar você do seu namorado.
Meu coração tava batendo tão forte que estava descompassado, minhas mãos trêmulas e meus olhos cheios de água, eu ainda tinha lágrimas neles.
- Me dá uma chance de ser sua mãe Malu? Por favor.. - sussurrou.
Eu tava tão ruim, minha cabeça nos últimos dias só estava fazendo besteira, eu sempre quis ter a minha mãe.
Comecei a chorar e aos poucos fui deitando no colo dela.
- Perdoa a mamãe, minha Malu. - murmurou e eu assenti chorando com ela.
A mesma começou a fazer um carinho nos meus cabelos, e eu fui relaxando devagar, o carinho dela me lembrava o do Bruno.
Por que tudo lembra ele?
- Seus irmãos adoram esse carinho. - Disse sorrindo quando ficamos mais calma.
- Eu sempre quis receber ele.. - falo baixo e ela sorriu pra mim, a minha mãe estava sorrindo pra mim!
- Você vai ter ele sempre agora! - Me puxou para um abraço bem demorado.
Mariana entrou chorando na sala e ficou lá parada olhando a gente.
- Aí gente, eu amo minha família. - Disse toda chorosa e veio pro abraço também.
***
1 semana depois
Eu só podia está no céu e inferno aos mesmo tempo? Minha mãe estava amorosa e cuidando de mim, mas ao mesmo tempo eu queria o Bruno, eu sentia falta dele.
Ontem a gente pagou quase 400 dólares para assistir o primeiro jogo do Brasil pelo mundial, infelizmente eles perderam de 3×0.
Minha mãe estava todo tempo mandando eu enviar algo para o
Bruno, eu sempre dizia que não.
Até que meu celular vibrou e mostrou o nome da Lud, atendi sorrindo e a chamada de vídeo começou.
Não era a Lud, era o Bruni com a Giulia que estava chorando pra caralho.
- O que aconteceu? - pergunto.
- Desde do maldito dia que você resolveu ir embora, ela fica chorando as vezes e com febre. - ele respondeu sério.
- Oh minha princesinha... - murmuro para ela que estava aparecendo na câmera. - Mamãe tá aqui, tô vendo você e você tá grande e linda...
Comecei a conversar com ela igual sempre fazia, aos poucos ela foi parando de chorar e ficou olhando pro celular.
Fiquei uns 30 minutos conversando com ela, até a mesma dormiu. Criei coragem e resolvi falar com o Bruno.
- Eu sinto muito pela partida de anteontem. - falo para ele ouvir.
- Também sinto.. - respondeu e se jogou na cama. - Vou devolver o celular da Lud, tchau. - desligou.
Soltei o celular na cama e voltei a atenção para os emails no notebook, até o celular tocou de novo e eu peguei lendo o nome da Lud.
- O que foi? - Falei ao atender.
- Você é uma fdp do caralho. - Escutei a voz do Bruno. - Eu fico aqui nessa casa lembrando da gente, de como a gente costumava não dormir brigados, dos seus carinhos, da minha motivação todo dia. Mas você resolveu tirar isso de mim, da gente, porque eu preciso de você e você também precisa de mim. Eu não sou nada sem você, e você também não é!
- Eu..Eu.. - falo repetindo e meus olhos começaram a soltar lagrimas,fiquei em silêncio por alguns minutos e ele também. A respiração estava igual a minha, meus soluços era visíveis.
- Eu não terminei de falar. - Disse. - Quando você resolver voltar, não pensa que eu vou ta aqui de braços aberto te esperando. Doeu, tá doendo ainda! Mas eu posso muito bem colocar outra pessoa no seu lugar. Tchau e boa sorte no programa. - Desligou a chamada.
Fiquei esperando ele ligar de novo, mas isso não aconteceu.. Deitei na cama e me enrolei no edredom.
A pior coisa de saber era que não doía só em mim, eu também estava fazendo ele sofrer.
- Vai ficar tudo bem, meu anjo... - minha mãe sussurrou enquanto eu chorava enrolada do lado dela.
***
oie
tudo bem?
Bruno vomitou tudo aq né kakskaka
beijos
dani🙃